O post Da Depressão à Menopausa: Sintomas, Relações e Diferenças Importantes apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>A depressão é uma doença mental. Ela se caracteriza por alterações na atividade cerebral que levam a um quadro duradouro de tristeza ou perda de interesse por atividades corriqueiras.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com essa doença no mundo. A doença é mais observada em mulheres e pode levar ao suicídio, que é a segunda maior causa das mortes entre jovens de 15 a 29 anos.
Por se tratar de um mal silencioso e incapacitante, a depressão foi classificada como o mal do século. Atualmente, ela também é a principal causa de afastamento do trabalho.
O Brasil é o país com a maior prevalência de depressão na América Latina, de acordo com o relatório “Depressão e outros transtornos mentais”, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Aproximadamente 5,8% da população brasileira sofre de depressão, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros.
A nível continental, o Brasil aparece atrás apenas dos Estados Unidos, onde segundo a OMS, 5,9% da população sofre de transtornos de depressão.
Estão mais suscetíveis por atravessarem períodos complicados, de grandes transformações hormonais, como a gravidez, a menopausa, e o período que precede o aparecimento da primeira menstruação. Soma-se à isso a pressão social de beleza, perfeição, bondade e juventude.
Estudos mostram que as mulheres sofrem mais violência, conjugal ou não e têm um salário em média 24% mais baixo do que os homens. Elas também são responsáveis pela organização familiar e 71% das tarefas domésticas. Esse acúmulo de carga física e mental não contribui para a preservação da saúde mental.
Como identificar? E Principalmente o que fazer e quem procurar para tratar? Pode estar associada à menopausa? Ou ainda, pode ser confundida com a menopausa?
A depressão não tem uma causa definida. Fatores genéticos têm grande influência para uma pessoa que desenvolve essa disfunção, mas eles não são decisivos para desencadeá-la.
Pessoas com predisposição podem nunca desenvolver a doença, enquanto outras podem passar a sofrer com ela, ainda que não tenham histórico na família.
A depressão é um problema mental e físico. No meio científico, ela também é conhecida como transtorno depressivo maior ou distúrbio depressivo maior.
Sua origem não pode ser determinada com precisão, mas ela envolve causas genéticas, psicológicas e sociais. O histórico familiar, as experiências traumáticas vividas por uma pessoa e o uso de medicamentos ou drogas também são fatores que podem desencadear um quadro de depressão.
O cérebro humano é formado por células chamadas de neurônios, que se comunicam entre si por meio de substâncias chamadas de neurotransmissores. Essa troca de informações é o que permite o bom funcionamento do sistema nervoso.
No caso de uma pessoa com esse transtorno, os neurotransmissores não cumprem sua função parcial ou totalmente, prejudicando o humor e o bom funcionamento do organismo do paciente.
Todas as pessoas podem passar por períodos de tristeza, às vezes prolongada. O corpo humano é programado para reconhecer situações de perigo, estresse ou angústia e se preparar para enfrentá-las.
Ao detectar uma ameaça, o cérebro produz substâncias químicas que acionam outras glândulas espalhadas pelo corpo. Elas, por sua vez, produzem os seus próprios compostos, que atuam no organismo do indivíduo gerando impulsos.
Esses impulsos aumentam a percepção da pessoa, gerando o chamado estado de alerta. Eles fazem os músculos ficarem tensos, o coração bater mais rápido e os pulmões se esforçarem mais no mecanismo da respiração, como se o corpo estivesse diante de uma ameaça externa.
Quando o cérebro entende que não há perigo para o indivíduo, os níveis hormonais caem e o corpo retorna ao estado de repouso.
No caso de uma pessoa depressiva, ocorre o inverso: uma deficiência na produção de neurotransmissores. Assim, o organismo fica mais lento e as funções do corpo podem acabar prejudicadas, como a digestão, a circulação do sangue e o sistema imunológico. Em casos mais graves, a depressão pode levar a problemas de memória e esterilidade.
Baixa autoestima, perda de interesse por atividades de rotina, pouca energia e dores sem causa definida também são sinais recorrentes desse transtorno. Delírios e alucinações também podem ocorrer em casos mais graves.
Do ponto de vista clínico, somente são considerados como depressão os sintomas que persistem por, pelo menos, duas semanas.
A depressão clássica também é conhecida como transtorno depressivo maior e se caracteriza por um sentimento constante de tristeza profunda, fadiga, distúrbios do sono e falta de vontade de fazer atividades corriqueiras ou prazerosas, como trabalhar, estudar, comer, divertir-se, fazer sexo e assim por diante.
A Menopausa se caracteriza pela parada produção hormonal, quando há também a ausência de menstruação e presença exatamente desses sintomas acima descritos, entre outros. Se não estiverem presentes sintomas bem conhecidos como fogachos, irritabilidade e queixas urogenitais como ressecamento vaginal e dor na relação ou mesmo infecções de repetição, fica realmente bem difícil distinguir uma entidade da outra.
Embora fale-se muito de menopausa hoje em dia nas mídias sociais e nas rodas de conversas, muitas mulheres ainda sentem vergonha ou preconceito com o assunto, assim como na depressão.
Acredito que em ambos os casos, por medo de expor fragilidades e anseios, receio de não se sentir a mulher maravilha, heroína que todos esperam que as mulheres sejam. Exemplo de coragem, resiliência, entendimento e complacência. Tudo o que a sociedade imprime à figura feminina.
Tanto é que nos primeiros meses de queda hormonal, quando as mulheres se tornam menos tolerantes, agressivas, impacientes e irritadas, são logo convocadas a procurarem seus médicos por não estarem agindo “normalmente”.
Os principais hormônios são Estradiol e Progesterona, características femininas e maternais acompanham esses marcadores bioquímicos. Conferem a receptividade, a tolerância e a subjetividade do universo feminino.
Ao iniciar a montanha russa hormonal, entre picos e quedas das taxas, é como se virasse uma chave no cérebro das mulheres, que param e repensam toda a sua vida. Acabam se questionando e buscando respostas para tanta dedicação, muitas vezes sem reconhecimento ou gratidão.
Muitas delas, param para se olhar, escutar seus corpos e ouvir seus corações. Outras permanecem inertes no frenesi de cumprimento de tarefas, mas percebem não terem a mesma vontade ou energia para seguirem neste caminho. E eis que surgem nos consultórios médicos com a queixa mais frequente nesta fase: exaustão.
Claro, imagine o quanto deve ser exaustivo permanecer uma vida inteira cumprindo listas intermináveis de tarefas, e ainda tendo que corresponder às expectativas de excelência e perfeição… No momento do colapso mental e físico é que muitas se autodiagnosticam com depressão. E até recorrem aos consultórios de psiquiatras que não raro prescrevem antidepressivos para o tal diagnóstico.
Ainda peregrinam em especialistas de “performance” que prometem resultados incríveis principalmente no emagrecimento, na libido e na cognição com bombas de estimulantes, antidepressivos, ansiolíticos hormônios e anabolizantes em toda a sorte de “receitas de bolo” que já recebi nos meus atendimentos. O resultado é: confusão e inquietude entre efeitos colaterais indesejados e até irreversíveis.
A maturidade e a experiência adquiridas ao longo da vida, podem causar mais segurança do que estranheza, mais aceitação do que incerteza, mais beleza do que volatilidade. Sentimentos mais sólidos e reais sobre o que se quer e o que não se quer. Entendimento do corpo e dos sinais que ele emite. Sensibilidade apurada e intuição que se manifestam se houver permissão.
Nesta fase, mais do que nunca, autoconhecimento é poder e autoamor é cura.
Olhar-se no espelho e reconhecer sua história. Erros e acertos, Vitórias e derrotas. E acima de tudo, conquistas. Perceber que para ter chegado a esta altura da vida, foram necessários muitos aprendizados. Mudanças, inclusive hormonais, bioquímicas e enzimáticas. Nada disso pode ser desprezado, ou melhor, menosprezado.
Muitas pacientes descrevem esse lugar como “ladeira abaixo”. Eu vejo como o topo. O topo da evolução e da montanha. Um lugar que merece ser, sem dúvida, comemorado e contemplado. Dali pode-se olhar para trás, e adiante. Observar a vista e sentir o gosto da vitória. De ter conseguido chegar até ali com suas próprias pernas e caminhada.
E depois dali? O que vem?
Cabe a cada uma continuar construindo sua história, seu legado, suas memórias. Sem medo, apenas apreciando o sabor de ter conseguido, e ainda querer mais, muito mais.
Pense nisso!
Quer saber mais sobre como diferenciar sintomas da depressão e da menopausa para cuidar melhor da saúde feminina? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
CRM 11468-GO
https://www.instagram.com/clamarini/
Confira também: Prazo de Validade — Será que Temos Mesmo?
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]]>Pensando em valores humanos, me pego a analisar o nosso prazo de validade.
Pela medicina, passando pelas classificações fisiológicas, nascemos, crescemos, reproduzimos, envelhecemos e morremos. No caso das mulheres há algumas nuances agora bem faladas e discutidas nas redes sociais e mídias em geral: Menopausa. A palavra da vez. O nome da moda. O tema mais discutido em entrevistas, podcasts, posts, stands, vídeos e programações. Muito fala-se. Muito sabe-se. Pouco se vive… na pele, na essência, na verdade.
Mulheres se comparam com outras mulheres. E homens comentam em suas rodas de amigos também em tom de comparação, ou mesmo chacota, mas todos sob a mesma ótica: a juventude.
Fisiologicamente, nossas células começam a envelhecer desde o momento que nascemos. Nossa genética perfeitamente programada para o nosso prazo de validade. Que pode ser até estendido a depender dos cuidados, mas não há como ser infinito.
Pensar em juventude é pensar em vida, em chama acesa, em energia, curiosidade, irreverência e alegria em seguir. E quem disse que estas sensações estão associadas à idade? Nossos corpos caminham por uma longa estrada de uso e desuso e às vezes, abuso. Mas nossas mentes podem permanecer intactas, ou ainda aprimorar-se. Junte a isso os benefícios da sabedoria do amadurecimento. Do novo olhar. Do entendimento de sermos eternos aprendizes.
Algumas necessidades deixam de ser urgentes e outras tornam-se novas. O olhar deixa de estar no outro para estar para si, para dentro, para o seu ‘infinito particular’. Para a sua infinidade de descobertas e de novos prazeres. Para perceber que querer sempre menos, deixa tudo mais simples e nos faz mais felizes.
Situações cotidianas, como um café com uma pessoa querida, um barulhinho bom de chuva, um livro novo ou aquele que adorou ler na sua estante, um passeio no parque, os desenhos nas nuvens, a brisa leve e fresca do nascer do sol e o calor alaranjado do pôr do sol.
Pequenos sorrisos cotidianos que trazem grandes alegrias. A chance de ver poesia no que não se via. Um bom gole de água gelada num dia muito quente. Um mergulho no mar para reenergizar. Tantas possibilidades de felicidades. Um beijo gostoso em quem se ama. Um abraço quentinho vendo filme. Uma ligação repentina de uma amiga. O sorriso inocente de uma criança e o olhar sábio de quem é mais velho que a gente.
O passado é história. O futuro surpresa. E o presente é uma dadiva.
No universo masculino me parece que estes conceitos estão bem estabelecidos. Mas no feminino… ah aí é outra conversa. Aliás é muita conversa, debate, entrevista, combate, conquista.
Ouvir de uma paciente no consultório que está no Climatério ou Menopausa e se sente infeliz, me deixa angustiada. Porque o motivo muitas vezes é essa sensação de envelhecimento. Imposta pela sociedade e reforçada entre as mulheres.
É claro que mudanças ocorrem, como irritabilidade, fadiga, ansiedade e depressão, fogachos, insônia, unhas e cabelos quebradiços, névoa mental, perda da libido… para citar os mais comuns, mas há ainda formigamento na pele, secura de mucosas incluído olhos e ouvidos, ganho de peso, mudança na digestão, tonturas, zumbido no ouvido…. A frase que mais ouço é:
– Eu não estou me reconhecendo.
Mulheres tentando entender suas oscilações hormonais e físicas e comportamentais, criticadas e comparadas pela sociedade, por outras mulheres e até por seus maridos.
– Você me diz que está na menopausa então está igual à uma árvore seca, disse um uma vez para minha paciente.
Chocante realidade e infeliz comparação. Impacta, mas persiste. Dói, mas permanece, pois, encontra lugar e espaço de fala e tem permissão das próprias mulheres.
Essa visão pessimista do passar da idade das mulheres é irritante para dizer o mínimo, mas é também castradora. Esta mulher que envelhece e muda sua autopercepção para menos atraente me faz questionar. Esta baixa libido que tanto se queixam é causada apenas pela queda hormonal desta fase ou por esta falsa sensação que muitas têm de que não são mais atraentes?
É claro que quando se fala em desejo e libido, existem múltiplos fatores que incluem a relação do casal, fatores emocional, psicológicos, financeiros, familiares, sociais e o próprio cansaço desta rotina atual intensa, freneticamente moldada para a produtividade e cheia de desafios mentais e interrelacionais.
Mas, esta cobrança por um ideal surreal de beleza que se intensifica com o passar do tempo para as mulheres, enquanto homens sorriem com suas barrigas salientes em mesas de bares falando de suas conquistas, entre suas rugas e carros importados, é injusta em vários níveis.
Se uma mulher entra na menopausa, e faz procedimentos, é criticada por um suposto excesso. Se não os faz, é considerada desleixada ou descuidada. E assim segue uma carga de cobranças extremas em todos os aspectos unilateral e em uníssono.
E se essa mulher se permite ser quem é, entende do seu corpo, dos seus desejos e da sua sensualidade, é claro que será criticada, exorcizada, demonizada e excluída. Desde sempre e ainda é assim.
Desde os primórdios mulheres poderosas convivem com estereótipos ligados à sensualidade. Peguemos o exemplo de Cleópatra, nascida e criada no império Egípcio, viveu tudo o que a capital cultural do mundo naquela época podia proporcionar. Astuta e intelectual, era poliglota, sendo fluente em sete línguas, ao mesmo tempo em que desenvolveu incrível habilidade para estabelecer relações interpessoais, que não raramente se tornavam políticas. E
la vivenciou batalhas, exílios, fugas, financiou projetos científicos e ajudou na construção do acervo de um ícone global, a Biblioteca de Alexandria. Seu legado transcende sua morte, trazendo sua influência a partir do século XX quando passou a ser vista como um símbolo de poder feminino. Como ela, muitas mulheres tiveram um papel histórico de contribuições que até hoje são negadas ou reduzidas aos homens que se relacionavam.
Este ano vivenciamos dois marcos históricos na medicina em relação à saúda da mulher. O primeiro foi no congresso da AUA (American Urological Association) que pela primeira vez estabeleceu um Guideline (espécie de protocolos guias para médicos baseados em artigos científicos) sobre Síndrome Urogenital na Menopausa, que representa um conjunto de sintomas vaginais e urológicos como infecção de repetição, incontinência urinária, secura vaginal e dor na relação sexual. O maior congresso de urologia do mundo que só contemplava sintomas masculinos, finalmente olhou para a saúde feminina.
O outro marco aconteceu este mês de julho em uma reunião do FDA, cujo presidente, Dr. Marty Makary, médico do hospital John Hopkins, se posicionou totalmente à favor da reposição hormonal na menopausa, deixando bem claro grandes equívocos cometidos na medicina em relação a este e outros temas (que ele narra em um livro chamado Blind Spots).
Uma reunião entre médicos e médicas à favor da qualidade de vida das mulheres que foram privadas de um tratamento ideal para seus sintomas tão visíveis e reais, totalmente tratáveis e ainda para as doenças silenciosas como as cardiovasculares, as neurológicas e a osteoporose.
Congressos, encontros, discussões, pesquisas, debates, entre cientistas e a população, são cada vez mais necessários em prol da saúde como um todo. Em especial da saúde feminina.
Um passo de cada vez, alguns pequenos, outros maiores, com a visão no horizonte, ao longe. Com coragem e verdade. Aceitação e beleza. Empoderamento e, principalmente sororidade. Algumas mulheres ainda não perceberam que unidas e se respeitando, são muito mais poderosas e livres.
Por outro lado, muitos homens têm enxergado a vida sob nova ótica, a da caminhada em conjunto, de mãos dadas e bem compartilhada.
Esse prazo de validade que citei existe de fato, que seja cumprido da melhor forma e na melhor companhia. Dia após dia. De altos e baixos, de quedas e erguidas, de desejos e dissabores, de dores e prazeres, de luz e escuridão. Afinal, o nome disso é vida.
Quer saber mais sobre como a percepção social sobre o envelhecimento feminino influencia a autoestima e a qualidade de vida das mulheres na menopausa? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
CRM 11468-GO
https://www.instagram.com/clamarini/
Confira também: O Corpo Feminino e a Jornada de Ser Inteira: Da História ao Prazer
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]]>“Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive”
(Fernando Pessoa)
Quão difícil é a escolha de ser você mesmo. Sem pestanejar, sem fraquejar, sem receios, sem egos, sem falsa modéstia ou excesso de vaidades.
Fraquejar não é bom, pois pode-se encobrir suas qualidades. Exagerar muito menos, pois pode revelar sua farsa. E então o que fazer?
Ser ou não ser, eis a questão, diria Shakespeare.
Na verdade, ser é rico, verdadeiro e único. Exaltar-se ou anular-se é a real questão.
Desde pequenos inseridos em uma sociedade de aparências, seres humanos são treinados como robôs a corresponderem às expectativas alheias, sejam de pais, familiares, professores, amigos ou então de estranhos. O receio de não ser bom o suficiente e não merecer o amor de pais e amigos é inerente à infância de uma sociedade adoecida e deturpada em valores.
Em se tratando de universo feminino, precisamos de mudanças imediatas. Drásticas. Marcantes. Únicas. Para que sejamos ouvidas e entendidas.
Quantas vezes recebo no meu consultório queixas de pacientes insatisfeitas com seus parceiros. E esse número tem aumentado… Não se toleram mais comportamentos agressivos. Atitudes que levam à prisão são, por vezes, acionadas. E ameaças denunciadas. Abusos de todas as formas antes naturalizados, hoje reconhecidos e combatidos.
É preciso falar, expor, gritar, denunciar, impor. Abrir espaços para discussão, para verdades, para dar visibilidade às crueldades, ao machismo e ao preconceito. Não é incomum ouvirmos que a vítima de violência se culpabiliza por ela mesma ou pela sociedade.
O corpo feminino faz parte de duzentos milhões de anos da história da humanidade e não é apenas a extensão vinda da costela do homem. A história é riquíssima de mulheres incríveis que a construíram em feitos grandiosos (muitas vezes abolidos dos livros e das narrativas induzidas por homens) ou em lares, lavouras e fábricas.
A primeira imagem que se tem conhecimento da representação do corpo feminino vem do período Paleolítico e se chama Vênus de Willendorf. Uma escultura de seios fartos e abdômen protuso, o que sugere abundância e fertilidade. A partir daí o corpo feminino passou a ser de domínio público para contemplação ou inquisição.
Aquelas que sabiam sobre cura através de ervas, que entendiam de leis, que conheciam seus corpos e sabiam o que fazer com eles para seus deleites e prazeres e também de quem elas quisessem. Dominaram reinos e reis. Chamadas de bruxas e banidas deste mundo. Corpos em chamas em praça pública para amedrontarem as demais. Houve, depois, uma época em que mulheres que manifestavam suas opiniões eram colocadas em espécies de coleiras e acompanhadas por guardas — tudo para servirem de exemplo àquelas que ousassem falar demais.
Antes havia um matriarcado que deu lugar ao patriarcado junto com a industrialização e a imposição da mulher e do casamento ideais. Mulheres dóceis e caladas, domesticadas, quase assexuais, cuja função era cuidar de filhos e marido. Obedecer e aceitar. Mantinham assim a ordem e os bons costumes.
A partir daí e da imposição à mulher o sonho do casamento com o príncipe encantado tornou-se então a nova premissa de felicidade, tanto na vida real quanto nos contos de fadas.
Peguemos como exemplo a Cinderela, que estava se divertindo no baile, e no último minuto sai correndo e deixa um sapato de cristal de lembrança. No dia seguinte enquanto limpava e lavava a casa, o príncipe experimentava do todo o reino, testava todas as mulheres que eram capazes de cortar os pés para que coubessem no tal sapato especial e finalmente se casassem com o príncipe ideal.
Mulheres e seus ideais surreais de beleza de corpos perfeitos, hoje com o reforço da mídia, faz com que centenas de milhares de plásticas sejam feitas em busca de curas externas para o que está quebrado internamente. Corpos retalhados, rostos modificados, mulheres infelizes, com expectativas de transformações impossíveis. Dietas mirabolantes. Medicações arriscadas. Hormônios em excesso, implantes, injetáveis, anabolizantes…. Uso e abuso de drogas lícitas e procedimentos em busca de um sonho imposto.
O Brasil é o país com o maior número de cirurgias íntimas no mundo. Mulheres insatisfeitas com suas genitálias, comparadas muitas vezes às dos filmes pornográficos, quase infantilizadas, com vulvas lisas, pequenas, rosadas. É claro que modificar algo que não está bem, rejuvenescer, tonificar, traz melhora da autoestima e inclusive da libido. Porém, somos mulheres miscigenadas, em um país de origem negra e escrava misturada com brancos colonizadores, no qual há corpos e anatomias de todas as formas, tamanhos e cores.
E sim, admirado, respeitado e desvendado, primeiro pelas próprias mulheres. Em seu prazer próprio. Quando as estatísticas mostram que 3 em cada 10 mulheres têm falta de desejo e/ou orgasmo, sabe-se que os principais motivos são: a não aceitação e/ou o desconhecimento do próprio corpo.
Mulheres que se comparam e se sentem infelizes em seus corpos, com uma autocobrança rígida e injusta, não se sentindo capazes de serem atraentes e se tolhendo de prazeres durante a relação sexual. E aquelas que não se tocam, não se conhecem e esperam do outro um prazer que nem sabem exatamente o que querem. O outro sabe menos ainda.
Quantas mulheres recebo no meu consultório que não conhecem o clitóris, muito menos seus parceiros. Mantém uma relação pobre de estímulos, falocêntrica, na qual o início e o fim são, de fato, marcados pelo prazer masculino. Mulheres que não sentem prazer, não sabem, não entendem e não veem o que estão perdendo. Mais uma vez, facilmente domesticadas e ainda criticadas e julgadas.
Ah se as mulheres soubessem, o que seus corpos são capazes… teriam medo de si próprias e de seus poderes ilimitados.
“Há um princípio bom que criou a ordem, a luz, o homem; e um princípio mau que criou o caos, as trevas e a mulher.” (Pitágoras)
“O escravo é inteiramente desprovido da liberdade de deliberar; a mulher a possui, mas fraca e ineficiente.” (Aristóteles)
Felizmente nas faculdades de medicina e na ciência as mulheres já representam a maioria, sendo então possível surgirem mais estudos e pesquisas sobre o universo a anatomia e a fisiologia feminina, negligenciados até então. São filósofas e sociólogas. Cirurgiãs. Pesquisadoras. Diretoras. Mães. Que passaram a ser lidas e ouvidas.
Um pouco de história e inteligência para variar da unilateralidade e prepotência existentes até então.
A humanidade agradece e a história se ressignifica para a verdade.
Quer saber mais sobre como o corpo feminino pode ser um caminho de libertação e prazer verdadeiro? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
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Confira também: Autoamor é Cura: O Que as Feridas Nos Ensinam Sobre Saúde e Vida
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]]>O que seriam das chegadas se não fossem as partidas.
O que seria da cura se não fossem as feridas.
É preciso um acontecer para o outro vencer.
Para se estabelecer.
Ficar, fixar, enraizar.
Clarissa Marini
De finais felizes depois de começos tristes, de curas profundas após tratamentos difíceis, de voltas que a vida pode dar (ao mundo e em seu próprio eixo). E de alegrias e choros. De perdas e nascimentos.
Aprendi muito nos meus quase quarenta e seis anos de vida, 21 deles dedicados à medicina, que o tempo se encarrega de muitos processos de cura, mas que também precisamos fazer a nossa parte, ou seja, é necessário curar-se.
E me refiro, ao autocuidado e à autorresponsabilidade. Não coloco aqui a necessidade de ser curado, ou seja querer que o outro faça por você.
Hoje vivemos a era dos imediatismos. Em alguns cliques, tudo — ou quase tudo — se resolve. Cliques de celular, controle remoto, canetas milagrosas e toda sorte de mecanismos externos que façam por nós às pressas e para ontem, o que poderíamos viver, em horas, dias ou décadas.
Sejam físicas, psíquicas, mentais ou emocionais. E nessa leitura interna, a autocompaixão é fundamental para sairmos do julgamento, o autorrespeito é necessário para o ponto de partida e a paciência primordial para aceitar o processo.
Transpassar a dor, reconhecer os erros, avaliar os acertos, voltar à estaca zero e novamente tentar aprimorando os passos. Andar com as próprias pernas pode dar medo, mas também pode ser divertido e revelador. Além da sensação única de conquista que preenche todas as expectativas e gera novos desafios.
Falo sobre isso desde os casos de tentativas de emagrecimento. Quando pacientes chegam certas de que seus hormônios (quase sempre considerados vilões) são os responsáveis pelo ganho de peso ou então a dificuldade de perdê-los. Até as situações de baixa libido e/ou baixa energia e cansaço atribuídos, além dos hormônios, à idade.
Mas também me refiro aos colesteróis, triglicérides, insulinas e glicemias (a estes atribui-se fortemente a genética e esquece-se do papel da epigenética) e às gorduras no fígado, pressão alta, inflamações em articulações, intestinos. Até mesmo a pele pode sofrer consequências de hábitos e cuidados, muito mais do que se imagina e se foge de saber.
Quando em consulta, paro para questionar rotina, a primeira justificativa é a falta de tempo. E a quem podemos atribuir essa eterna falta? A nós mesmo, claro. Embora seja mais fácil culpar o trabalho, os filhos, os afazeres, a família e até mesmo a idade. Sim, o estilo de vida moderno é sobrecarregado de competições e metas. De trânsito e pressa, de dias que parecem curtos e com menos do que 24h, de finais de semana que não são usados para descansar e de obrigações infindáveis que tornam a caminhada pesada e, sem dúvida, cheia de empecilhos.
O universo feminino especialmente, tem a herança ancestral, genética e social de obrigações. Mulheres que acordam e já tem uma lista infindável de tarefas a cumprir, que muitas vezes se acumulam, geram angústia e cansaço físico e mental. Mulheres “direitas” cumpridoras de deveres, sem reclamar, resistindo bravamente, resilientes, sem adoecer que são cobradas ainda a terem performances sexuais, esportivas e intelectuais a todo momento, mulheres-maravilha que nunca descansam. E um dia, seus corpos e mentes exauridos, pedem ajuda, dão sinais, adoecem, envelhecem.
O conceito de “inflammaging”, que se refere ao envelhecimento causar inflamação e a inflamação piorar o envelhecimento é muito atual. E se ainda há uma alimentação descuidada, hábitos deletérios como álcool e tabagismo e sedentarismo, esse processo acelera cada vez mais, propiciando inclusive doenças degenerativas e malignas.
Já nascemos com um prazo de validade e nessa pressa de viver às pressas, podemos estar encurtando nosso prazo. Nosso corpo — essa máquina mágica — já vem programado para um funcionamento perfeito, com algumas correções diárias. Nossos hábitos e cuidados podem potencializar ou atrapalhar esse funcionamento.
Seguir um passo a passo de entendimento da mensagem do corpo sobre aquele sintoma é importante para parar, refletir e mudar a rota. Reorganizar a rotina para encaixar a atividade física, fazer higiene do sono para dormir bem e melhor (e mais cedo).
Concentrar as energias na atenção plena para viver o momento presente. Alimentar-se de produtos naturais e saudáveis e abandonar os ultraprocessados e fast food. Estar com quem gosta. Evitar notícias, lugares e pessoas tóxicas. Ter contato com a natureza. Acreditar no processo e seguir.
Por fim, ter cuidado com seu templo, que é seu corpo. Escolher a dedo o que ingerir, sentir, receber e fazer. Acreditar que leva tempo e que esse aprendizado é, sem dúvida, o mais valioso de todos. O do autoconhecimento. Ter o hábito em se cuidar. E sentir prazer no autocuidado.
Sentir-se bem fazendo algo por você, se priorizando e se valorizando.
Sentir na pele o prazer em ser você. E poder desfrutar do resultado.
Repetir para si mesmo e para quem quiser ouvir e sentir:
Autoconhecimento é poder.
Autoamor é cura.
Quer saber mais de que forma o autoamor pode, de fato, transformar sua saúde física e emocional — e curar suas feridas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
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Confira também: Mundo de Meninas: Reflexões Sobre a Adolescência nos Tempos Atuais
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]]>Estava no shopping, num passeio vespertino aleatório de fim de semana e parei pra almoçar comida japonesa.
Como estava lotado, acabei sentando em uma mesa grande destas compartilhadas. Cheia de adolescentes.
Eram cinco meninas creio que entre 16 e 17 anos.
Tão interessante a conversa. O discernimento. As reflexões.
Enquanto eu comia em silêncio, ouvia então atenta a cada detalhe.
Detalhes muito mais interessantes que os livros do Pedro Bandeira da minha geração de escritos sobre essa fase.
O início da conversa era sobre os pratos e as quantias de carboidratos e proteínas. Açúcar nem pensar. Todas bebiam água.
Comparavam as quantidades e os pesos das proteínas que elas tinham direito de acordo com suas avaliações nutricionais.
120g eu posso. Ah eu posso até 150g… elas diziam. Mas sem sofrimento, sem receio. Apenas consciência do que seria bom para cada uma. Estavam, de fato, genuinamente confortáveis com a conversa.
Começaram então a falar da escola, da sala, dos colegas, dos amigos, dos comportamentos.
“Aquela garota muda a voz com os meninos… pra que isso?”
“Aquela novata é bem legal, não falaram com ela mas eu falei e gostei.”
“A sala está muito dividida, tipo guerra fria, e tudo bem, cada um se identifica com quem quiser.”
“Não gosto do jeito de fulana, ciclano é muito exibido, beltrano é bichinho de estimação porque faz o que a outra quer…”
Reflexões juvenis para um almoço despretensioso no sábado. De muito aprendizado.
Modernos. Vorazes. Velozes.
Rapidamente uma se lembrou do horário e todas levantaram com pressa pois precisavam retornar à escola.
Eu disfarçadamente escrevia no meu celular o que ouvia, sorri com o canto da boca.
Pois em 20 anos de consultório, não aprendi tanto sobre o universo adolescente atual quanto em 30 minutos de almoço e escuta da conversa alheia.
Gostei do que ouvi.
Senti consciência, responsabilidade e autocuidado.
Percebi um amadurecimento diferente da minha época, mas logo notei de volta a média das idades pelas gírias na conversa.
Os tempos mudam.
As ideias.
A realidade.
Mas o que não muda.
É a delícia das descobertas de cada idade.
Quer saber mais sobre o que a conversa das adolescentes revela sobre os valores e preocupações da juventude atual? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
CRM 11468-GO
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Confira também: Desejo e Dopamina: Como Controlar Impulsos e Encontrar Equilíbrio
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]]>A palavra desejo por si só tem uma conotação interessante que nos faz refletir. Pode representar algo físico relacionado a amor e sexo por exemplo. Ou a um sentimento de busca, de conquista, de bens materiais, sonhos, lugares, paisagens, amizades, posições, recordes…
A etimologia da palavra “desejo” remonta ao latim “desiderium”, que significa anseio ou falta. Subentende-se, portanto, que desejamos preencher alguma lacuna, ou a sensação de incompletude que é intrínseca ao ser humano e por vezes busca no outro este complemento ou em objetos, ou atitudes ou hábitos.
Falando em desejo a molécula da vez, a dopamina, está presente nessa fisiologia. Ela que dá o impulso. Que estimula e também que recompensa.
“Quando a dopamina é liberada e seus níveis sobem em resposta a algo que ingerimos ou fizemos, o corpo sente prazer, recompensa, euforia. E, então, claro, nós sempre estamos buscando recriar essa sensação”, diz Anna Lembke, psiquiatra norte-americana, autora de Nação Dopamina.
Ela cita a real importância da dopamina em nossas vidas e do prejuízo de termos um excesso de informações e serviços imediatos liberadores de prazeres instantâneos que causam picos de dopamina e também quedas bruscas na tentativa de homeostase (equilíbrio interno) do nosso corpo. O problema é que esta liberação desenfreada e rápida, faz retornos cada vez mais baixos, causando uma necessidade de mais.
Nesse mundo tecnológico no qual estamos expostos aos mais diversos e explosivos estímulos ao alcance de nossas mãos, com apenas um clique damos o comando de liberação do neurotransmissor. Alguns exemplos interessantes de produtos e situações que liberam dopamina: chocolate, sexo, nicotina, cocaína, esportes, compras, anfetaminas.
O corpo sente prazer, recompensa, euforia. E pede mais. Uma luta interna em busca de mais intensidade que termina literalmente na exaustão física, emocional e psíquica.
Lembro de uma paciente que me procurou com desejo de emagrecer, culpando os hormônios pelo ganho de peso e cujos exames laboratoriais estavam alterados. Quando na consulta expliquei sobre os hábitos e a necessidade de ajustar sono de qualidade, alimentação saudável e atividade física. Eis que recebi de resposta: doutora faço tudo isso, mas o que me atrapalha é o chocolate de noite que pego no mercadinho dentro do meu prédio. Prazeres express da nossa vida moderna.
Costumo citar uma frase que me marcou durante minha pós-graduação em Sexologia dita pela querida professora Ana Canosa: “Escolha o seu difícil!”.
A aula era sobre monogamia e não monogamia e os descompassos dos casais quando não estavam de acordo com as escolhas do outro. Mas peguei esse “lema” para a minha vida e levo para o consultório. Fácil não é. A decisão é um desafio, mas requer uma escolha. É mais difícil resistir ao chocolate da meia noite e ir dormir em paz ou ceder à tentação e ao prazer rápido e momentâneo com alto índice glicêmico e lidar com o arrependimento e as consequências do dia seguinte e a longo prazo?
A todo momento somos bombardeados de produtos e promoções e vendas e falas, dicas, experts, vídeos, piadas, notícias, cursos, e tantos outros temas que prendem a atenção e sugam a nossa energia. Inclusive de crianças cujos pais também os criam para terem seus desejos atendidos, tentando poupá-los das frustrações mal sabendo que estão causando um prejuízo emocional privando-os de sentirem na pele a vida real e criarem mecanismos de defesa e desenvolvimento mental e emocional.
Risos e choros. Cansaço e energia. Não somos apenas um amontoado de células, mas uma máquina completa com alma, sentimentos e coração. E um cérebro complexo e aprendiz.
A consciência desta inconstância traz paz aos anseios e verdade aos sentimentos. Portanto aceitar sentir o desconforto. Passar pelo sentimento triste, pelo vazio, pela crise existencial sem necessariamente precisar tampar o sol com a peneira com um comer hedônico ou um entorpecente (licito ou ilícito) para acalmar os ânimos ou mascarar as dores.
“A felicidade não é um estado a que a pessoa chega, mas um jeito de viajar.” (Margaret Lee Runbeck)
Mais prazeroso que o fim do caminho é o caminhar. E ainda, escolher lugares bonitos e pessoas leves para compartilhar.
Exatamente por isso que também reconhecer que a ausência do desejo é tediosa, enfadonha triste, desmotivada e infeliz, requer sabedoria. Mesmo para aqueles que supostamente chegaram aos seus ápices de vida, seja financeiro, físico, profissional ou emocional. Que conquistaram todos os seus objetivos. Podem acordar em um belo dia e se perguntar: E agora? Tudo pode se tornar sem sentido. Ou um acúmulo de mesmices que causam desânimo e descontentamento.
Tal qual uma comida gostosa e bem temperada, a vida tem pitadas de sal e doce. Teor azedo, apimentado e agridoce. Adstringente, suave, palatável ou indigesta. Assim será a sua comida, seus temperos, seu sabor. Do jeito que você a transformar. A sua vida é sua responsabilidade.
A insatisfação pode vir tanto da ausência quanto do estímulo excessivo. Curioso, não?
Diz o ditado que “Querer é poder”.
Mas saber pausar pode ser sapiência.
Ter prazer com consciência, isso sim é poder.
Quer saber mais sobre como a dopamina pode influenciar nossas escolhas e emoções no dia a dia? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
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Confira também: Cirurgia e Poesia: A Conexão Entre Arte e Medicina
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]]>Toda cirurgia requer cuidado, atenção e preparo.
Uma equipe em sintonia, materiais selecionados, paciente previamente orientada sobre o pré e o pós-operatório, além do diagnóstico preciso e do melhor tratamento possível decidido.
Tal qual uma orquestra, notas e pontos, cortes e sons, fios e nuances, instrumentos e mãos, cordas e luzes, vozes e toques, teclas e técnicas, funcionam em harmonia, pessoas em sintonia, música e cura.
A cura através das mãos, da mente e do coração. Sim, todo bom cirurgião opera com o coração. Com a alma, o sentimento, a paz que transcende quando está ali concentrado e focado, entregue, entendendo cada passo da patologia, visualizando cada sinal daquele corpo, percebendo cada dificuldade e vencendo os desafios da anatomia e suas perfeitas imperfeições.
Como uma luz que brilha no fim do túnel, começa suave e vai se intensificando, os desafios são superados, mãos e dedos ágeis e habilidosos, bem treinados, olhares atentos, expressões faciais ora tensas, ora leves, desbravando os mistérios da natureza humana, desafiando a lógica da física, dos vasos sanguíneos desviados, dos nervos não seccionados daqueles que estão às vezes com os “nervos à flor da pele”, mas com o cérebro no comando, astuto, tenaz e calmo.
A história da cirurgia, entretanto não é tão poética assim, ou pode-se ainda atribuir um toque obscuro à lá Poe às poesias, pois eram procedimentos às escuras, em anfiteatros lotados de aprendizes e curiosos, que traziam sujeira e fuligem das ruas além do desconhecimento das técnicas de assepsia e antissepsia, o que levava médicos ao centro das cirurgias com aventais sujos de sangue em mesas de madeira igualmente assustadoras.
Restos mortais e de doenças podiam ser vistos e sentidos pelo odor que exalava. Além dos gritos de dor que se misturavam aos cochichos do público ávido por visões assustadoras e ao mesmo tempo reveladoras.
Quando então houve em 1846 a primeira utilização pública do éter para que o paciente não sentisse dor, o então dentista Willian T. G. Morton) utilizou sua técnica de anestesia e finalmente foi demonstrado ali um resultado promissor. A partir do qual pode-se aumentar o número de cirurgias e curas, pois antes muitos mantinham tratamentos clínicos por receio de infligir mais danos indicando a cirurgia.
Outros tantos na mesma época tratavam de pacientes na Londres Vitoriana por meio de conversas e cartas, talvez ali tenhamos os primórdios da telemedicina. Mas, ainda havia um outro desafio: as mortes por infecção pós-operatória que eram taxas alarmantes nos hospitais da época, muito maiores do que nos tratamentos domésticos.
Pesadelos de médicos e pacientes, as infecções inclusive puerperais, mais tarde com o uso de luvas de borracha e o hábito de lavar as mãos é que se pôde notar a redução das mortes e das infecções.
Aberturas de crânios e corpos. Testes com medicações e toxinas. Equívocos científicos que muitas vezes acabavam acertando e tantas outras prejudicando. Poesias de terror. Cenas macabras. Ideais errôneos em nome da Medicina.
Muitos se esqueciam ou ainda hoje vemos profissionais que negam as célebres frases de Hipócrates, pai da medicina, pois foi o primeiro a estabelecer a medicina como profissão baseada em conhecimentos científicos, muito além de superstições e crenças populares. Viveu entre 460aC e 370aC. “Primum non nocere” – primeiro não prejudicar – faz parte do Juramento de Hipócrates que é dito e repetido pelos estudantes ao pegarem seus diplomas. Ou seja, o princípio da não maleficência, um dos principais preceitos da bioética.
Se pararmos para analisar as frases de Hipócrates e o Juramento em si, verdadeiras poesia e ensinamentos de arte e vida estão ali.
“Há, verdadeiramente, duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber; em crer que se sabe está a ignorância.”
“A vida é curta, a arte é longa, a oportunidade é fugaz, a experiência enganosa, o julgamento difícil.”
“A cura está ligada ao tempo e, às vezes, também, às circunstâncias.”
Acredito que estudar medicina e o corpo humano, é um aprendizado de arte, vide artistas e anatomistas como Michelangelo e Andreas Versalius que misturam anatomia às obras de arte as tornavam lindamente reais e admiráveis. Livros e esculturas, pinturas e escritas. Saber e entender a anatomia humana requer, sem dúvida, uma visão poética da vida.
Antes de cada cirurgia, na noite anterior, me permito me concentrar, reler, estudar, pensar e planejar cada passo da técnica que utilizarei no dia seguinte. Conto com o apoio de um ou dois colegas a depender da cirurgia apara que todo o processo ocorra da melhor forma possível, mesmo em casos de intercorrências.
Traço estratégias para os desafios e busco inspiração para o caminho que irei percorrer até o destino final, a cura, ou a melhora daquela doença.
“Não deixemos passar despercebido o outro grande fato de que a ciência não apenas constitui a base da escultura, da pintura, da música e da poesia, mas de que ela própria é poética(…)
É frequente aqueles que se dedicam a pesquisas científicas nos mostrarem que percebem não menos vividamente, mas de maneira mais vívida que outros, a poesia de seus temas.”
(Hebert Spencer – filósofo, biólogo e antropólogo inglês)
Desde a faculdade a cirurgia me encantou, e durante sua execução, entro em um estado meditativo de paz e amor. Paz espiritual por exercer meu trabalho com amor. Sinto um prazer profundo em operar e mais ainda em poder cuidar de pessoas, seus corpos e suas aflições. Em minha cabeça toca uma música, em minhas mãos toco em fios, tesouras e pinças como em teclas ou cordas, com delicadeza e firmeza, com precisão e cuidado.
Como poderia definir essa sensação, senão como uma poesia?
Viva sob minha pele, intensa em minha alma e doce em meu coração.
Quer saber mais sobre a conexão entre arte e medicina? Como a cirurgia combina ciência, arte e emoção para transformar vidas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
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Confira também: A Relação Entre o Cérebro e a Saúde: Muito Além do Corpo
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]]>Em mais de vinte anos de medicina, observando comportamentos, aprendendo sobre diagnósticos e doenças e prevenções, pude ter minha própria percepção das doenças além do corpo.
Os livros de anatomia, nos primeiros anos, me mostraram o corpo real, palpável, dissecável, explicável e operável. A seguir, microbiologia e imunologia me ensinaram sobre aquilo que não vemos. Uma microscopia vasta e densa que faz parte do nosso mundo e das doenças.
Patologia abriu um novo mundo de células, com lâminas ora intactas, ora totalmente modificadas, displásicas ou mesmo metaplásicas, como nos casos de tumores, por exemplo. Fisiologia me ensinou a perfeita engrenagem, o funcionamento exemplar e quase mágico dos nossos órgãos, com vasos sanguíneos que transportam nossa essência vital.
O coração é nada mais do que uma bomba de fluidos que mecanicamente mantém seus batimentos e o transporte de sangue e oxigênio. No entanto, ele responde às diversas sensações físicas ou emocionais, acelerando de acordo com os neurotransmissores que o comandam. E passando pelas clínicas e especialidades, ao me deparar com a neurologia, pude perceber que somos apenas um grão de areia neste universo levando em conta a imensidão da mente.
O cérebro possui cerca de um quilo e meio de massa esponjosa, composto aproximadamente por 75% de água e, o restante, por proteína e gordura. Um enigma ainda a ser resolvido, ele por si só cria um mundo que ele mesmo nunca viu. Recebe as informações por todo o corpo e devolve um mundo de informações e sensações por vezes indescritíveis. Nosso cérebro é a essência do que somos; o restante é a engrenagem comandada por ele.
Se ficarmos sentados quietos, nosso cérebro processa mais informações em trinta segundos do que o telescópio Hubble. Um pedacinho de córtex de um milímetro cúbico (do tamanho de um grão de areia) possui 2 mil terabytes de informação, o suficiente para armazenar todos os filmes que existem com seus trailers. Estima-se que o cérebro contenha em torno de 200 exabytes de informação, aproximadamente o mesmo que todo o conteúdo digital do mundo atual (segundo a Nature Neuroscience).
É um órgão voraz que representa apenas 2% do peso corporal, mas utiliza 20% da nossa energia. Os músculos usam mais energia, sendo ¼ do total, mas ocupam área corporal maior. O cérebro é então o nosso órgão mais dispendioso porém muito eficiente pois consome apenas 400 calorias de energia diárias. Mais ou menos equivalente a um muffin.
Ao contrário de outras partes do corpo, o cérebro queima 400 calorias independentemente do que você esteja fazendo. No entanto, pensar demais não queima calorias. Pelo contrário, estudos mostram que é um desperdício de energia. Além disso, os cérebros mais eficientes são os que resolvem os problemas rapidamente e ficam em um modo de “espera” em outra parte do tempo.
A célula principal do cérebro é o neurônio que se difere de todas as outras células do corpo. Cada neurônio se conecta a milhares de outros neurônios produzindo trilhões e trilhões de conexões, e nossa inteligência reside nesse emaranhado de sinapses complexas. Mas, atenção, a ideia de que não usamos nem 10% do nosso cérebro é um mito, usamos sim grande parte dele, mas muito ainda se está por descobrir.
Nos séculos XIX e XX quantas lobotomias foram realizadas na tentativa de tratar às cegas desde esquizofrenia, epilepsia e histeria até moças rebeldes que não se encaixavam nos padrões da época…
O procedimento perdeu a popularidade conforme as drogas psicoativas foram surgindo.
O cérebro supera o céu em vastidão,
Pois, justaponha um em outro,
O primeiro abrangerá o segundo
Facilmente, e de quebra você.
(Emily Dickinson)
Ninguém domina os pensamentos e as emoções a despeito do conhecimento de toda a anatomia cerebral. E a consciência? Estaria associada ao sistema límbico comandado pela hipófise? Na verdade, são conjecturas ainda em discussão e em processo de descobertas.
Fisicamente, a doença surge quando há uma falha na engrenagem, mas a maioria delas, exceto as transmissíveis, ocorre por um conjunto complexo de gatilhos, sendo muitas vezes difícil apontar uma causa específica.
Há ainda as doenças genéticas que representam hoje mais de 7 mil tipos conhecidos. E não nos esqueçamos daquelas consequentes ao nosso estilo indolente de vida que são evitáveis à medida que conhecemos os fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, álcool e alimentos processados, industrializados e açucarados, para dizer no geral.
E o estresse? O estilo apressado e conturbado da vida moderna, cheio de afazeres em listas de agendas intermináveis, gera ansiedade, burnout, depressão, pânico e se torna um gatilho para diversas compulsões e vícios.
O corpo adoece à medida que a mente padece.
Quantas fibromialgias e outras doenças autoimunes, além de gastrites, enxaquecas, lombalgias, artralgias, dores torácicas, insônias e tantas outras nomenclaturas para sinais, sintomas e diagnósticos poderiam ser evitados com o manejo do stress, autoconhecimento e principalmente autoaceitação….
Como humanos que somos, temos nossas fragilidades e imperfeições e aceitá-las faz parte do autoconhecimento, da autocompaixão e principalmente, da cura.
Padre Anchieta dizia que:
“A vida é como vidro e fogo, vidro que com um sopro se faz, fogo que com um sopro se apaga”.
Um sopro de lucidez e paz, de entendimento e aprendizado, de fé e paciência.
Para cada passo dado nessa vida.
Quer saber mais sobre a relação entre o cérebro e a saúde física e mental, e a importância do autoconhecimento para o equilíbrio e a cura? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
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Confira também: Como os Hormônios Afetam Seu Bem-Estar: O Guia Completo
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]]>A palavra hormona ou hormônio representa uma substância química específica fabricada pelo sistema endócrino ou por neurónios altamente especializados e que funciona como um sinalizador celular. O termo provém do grego ormóni (ὁρμῶν) que significa evocar ou excitar. São liberados na corrente sanguínea e atuam sobre tecidos-alvo, ligando-se a receptores específicos.
Recebo diariamente em meu consultório pacientes em busca de explicações hormonais para suas questões físicas, emocionais e psicológicas, que variam desde depressão, ansiedade, queda de cabelo, acne, ganho de peso até insônia.
É claro que hormônios como estradiol, progesterona e testosterona diminuem sua produção no climatério e na menopausa, sendo as quedas responsáveis por uma série de sintomas que variam desde mudanças de humor, cansaço, esquecimentos, desânimo, baixa libido, pele e unhas secas, mucosas ressecadas, insônia e ganho de peso.
No entanto, há outros hormônios, como os tireoidianos e a prolactina, produzidos pela hipófise, que também têm várias repercussões clínicas em nosso organismo.
Existem ainda outros tipos de hormônios, também bastante estudados e de grande importância nos dias atuais, intensos, modernos e acelerados.
Uma das principais causas da ausência de serotonina no cérebro está relacionada à falta de bons hábitos, como alimentação adequada, momentos de lazer, prática de exercícios físicos, etc. Como esse hormônio nos proporciona a sensação de felicidade e bem-estar, estabelecer hábitos que estimulem isso é fundamental. Neste contexto, a alimentação desempenha um papel determinante, sendo a forma mais fácil de absorver triptofano, substância responsável pela produção de serotonina.
Portanto, aposte em alimentos como carnes e lácteos, e evite uma dieta rica em açúcar e farinhas processadas, que dificultam o funcionamento intestinal e, consequentemente, a absorção de triptofano.
Outro fator que pode interferir nos níveis de serotonina no organismo são altos níveis de estresse, que elevam os índices do hormônio cortisol.
Por isso, muitas medicações utilizadas para tratar essas condições atuam aumentando a serotonina e regulando seu funcionamento. Em muitos casos, o problema não está na falta dessa substância, mas sim em sua transmissão.
Dessa forma, muitos antidepressivos fazem com que o paciente sinta melhora no humor e diminuição da ansiedade, através da recaptação do hormônio (reabsorção do neurotransmissor para que seja utilizado novamente). Assim, o medicamento aumenta a quantidade de serotonina nos espaços entre os neurônios, permitindo que ela realize seu efeito.
Quando a serotonina está em baixas concentrações, a pessoa tende a sentir o impacto nas áreas em que ela atua, como humor, sono e apetite. Entre os principais sintomas da falta desse hormônio estão irritação, ansiedade e insônia. Outros sintomas que podem surgir incluem: fadiga e cansaço, mau funcionamento do intestino, enxaqueca, alterações no desejo sexual, distúrbios de memória e concentração, e instabilidade emocional de forma geral. Além disso, índices exacerbados de serotonina podem causar sintomas como irritação, agitação, tremores, febre e vermelhidão.
O tratamento para aumentar a serotonina geralmente é feito de duas formas: mudanças de hábitos e/ou uso de medicação, como antidepressivos e suplementos vitamínicos, dependendo do caso.
Nesse sentido, podem ser indicados suplementos vitamínicos — as vitaminas do complexo B, por exemplo, são grandes aliadas na produção de serotonina. Alimentos ricos em triptofano (aminoácido que aumenta a produção de serotonina no sistema nervoso central), como chocolate, carne branca, banana, abacaxi, tomate, leite e seus derivados, e castanha do Pará, também podem ser recomendados.
Além disso:
Não é novidade que os exercícios físicos são benéficos à saúde e podem alterar as concentrações hormonais no corpo, incluindo a serotonina. De forma geral, a prática de atividades físicas é uma das maneiras mais saudáveis de aumentar a produção de serotonina no organismo. Por isso, quando incluímos esse hábito em nossa rotina, é comum sentirmos maior sensação de bem-estar, disposição e felicidade.
Já ouviu falar sobre pessoas que sofrem de um tipo de depressão sazonal, que as afeta durante os períodos mais frios do ano? Isso pode ocorrer devido à falta de vitamina D, um nutriente importante para a produção de serotonina. Por isso, tomar sol pode ajudar muito a equilibrar os níveis desse hormônio, tão importante para nosso bem-estar.
Entretanto, é preciso tomar cuidado. A exposição solar em excesso ou de forma inadequada pode ser prejudicial. Então, opte sempre por se expor ao sol nos horários seguros: antes das 10h e depois das 16h. Se você mora em uma região onde o clima é mais fechado ou não consegue tomar sol regularmente devido a outras questões, busque a orientação de um médico. Dessa forma, ele poderá indicar uma suplementação de vitamina D, se necessário.
Como vimos, a serotonina é responsável, entre outras coisas, pela regulação do humor. Nada melhor para isso do que valorizar momentos de lazer e garantir que façam parte da rotina. Muitas pessoas abdicam de pequenos momentos diários de lazer, como assistir algo que gostam, passar tempo com a família, ter contato com a natureza, relaxar, etc. No entanto, isso pode ser prejudicial ao pleno funcionamento do corpo.
Esses hormônios são neurotransmissores que de alguma forma afetam e interferem nas sensações de bem-estar, prazer e felicidade:
Os hormônios são substâncias que atuam diretamente em nossa sensação de bem-estar e felicidade. No entanto, lembre-se que cultivar bons hábitos pode ser a principal forma de mantê-los em seus níveis normais e possibilitar uma boa qualidade de vida.
O bom funcionamento do nosso organismo requer que nossa fisiologia e bioquímica estejam em pleno funcionamento. No entanto, não podemos esquecer que, para que tudo se encaixe perfeitamente como em uma engrenagem, é preciso haver sintonia entre mente, corpo e espírito. Esse entendimento leva ao conceito de autoconhecimento e à aceitabilidade de cada fase de nossas vidas e suas repercussões nos nossos dias.
A sabedoria que muitas vezes buscamos no mundo exterior e nos livros encontra-se bem aqui, diante dos nossos olhos e debaixo da nossa pele. Basta parar para sentir, ver e ouvir.
Permita-se.
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Confira também: O que te impede de ser feliz?
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]]>Já parou para pensar o que te motiva, te impulsiona e o que te desanima, te atrapalha e te impede de ser feliz?
Há uma tendência natural de autossabotagem no que diz respeito aos planos de felicidade ou ainda, uma espécie de hábito de colocar a culpa e os dissabores sob a responsabilidade do outro.
O caminho mais fácil, mais simples e mais óbvio. Mas não necessariamente o melhor ou de sucesso. Refletir sobre a autorresponsabilidade é um grande desafio. É como tirar a venda dos olhos e dar um passo adiante na evolução, como ser humano, com consciência sobre si e sobre a sociedade em que se vive.
Ao visualizar o seu trajeto de vida, tal qual uma montanha, há que se traçar planos e estratégias, pensar nos desvios do caminho e nas intempéries. Entender que pode-se dar uma volta inútil no mesmo lugar ou pegar um atalho, além de muitas vezes serem necessárias pausas ou retrocessos, passos atrás, para a melhor visão do contexto todo.
O fôlego pode ser curto, ou estar a todo vapor. Pensar em comida e água, autocuidado e também em preservação do que está ao seu redor para não ruir ou causar danos na estrada.
O que vier externamente será um aprendizado, como vento, chuva, buracos, galhos, árvores, animais e uma série de outros imprevistos, aliás muitas vezes previsíveis. Por mais que nos preparemos, em alguns momentos nos sentiremos despreparados. Por mais que saibamos o que nos compete, ainda assim colocaremos a culpa em outros ou em coisas ou mesmo no tempo ou em uma força maior castigadora e impiedosa.
Por isso, antes mesmo de olhar para a montanha e seu cume, há que se olhar para dentro. Nosso coração inquieto, nossa alma sedenta e nosso corpo vivente, ou sobrevivente, a escolha é nossa. A imagem externa é a mesma, a forma de olhar e encarar depende de cada um. O preparo para esse projeto é nosso.
A chegada ao fim, a satisfação, a superação e a energia da conquista é toda nossa. E ainda, a visão do topo e o desejo de novos projetos ou mesmo a vontade de ficar ali, quieto, observando, admirando e se estabelecendo naquela zona de conforto, também é de cada um. Não se deve comparar. Competir também é particular, mas ainda afirmo, a competição consigo mesmo é a mais árdua de todas.
Afinal, aquela conquista é para si ou para os outros? Há uma necessidade de aprovação ou a satisfação de chegar ao topo é sua e de mais ninguém?
Como disse Clarice Lispector em Perto do Coração Selvagem, “A Vida humana é mais complexa: resume-se na busca do prazer, no seu temor, e sobretudo na insatisfação dos intervalos.” Pois dar-se conta que o tempo passa e nossas responsabilidades aumentam não é fácil, “Crescer dói. Respirou muito devagar e com cuidado. Tornar-se dói.”, disse ainda em A Maçã no Escuro.
Os maiores obstáculos podem não vir do mundo externo e sim de dentro de nós. Para encará-los é preciso coragem, disposição para o autoconhecimento e compreensão de nossas emoções, traumas, necessidades e hábitos.
Embora boa parte das patologias ainda sejam idiopáticas, ou seja, de causa desconhecida, sabe-se que o nosso corpo é uma máquina em pleno funcionamento que depende da nossa manutenção (como eu citei na minha outra matéria – O corpo).
Sabe-se ainda que muitas condições ditas crônicas, são causadas por nossos próprios hábitos associados à nossa genética que inflamam nossas células, tecido e órgãos e perpetuam um processo de doença que não cessa. E ao revermos tais hábitos e atitudes, notamos acentuada melhora do corpo e mesmo da mente como um todo.
Há ainda o conceito de Inflammaging no qual o envelhecimento inflama e a inflamação envelhece.
Ouço então indiretamente que a paciente quer ser emagrecida e não emagrecer. Quer ser curada e não curar-se, quer ser rejuvenescida e não rejuvenescer, quer ser acalmada e não acalmar-se. E por aí vai…
Partimos então para o tratamento que vem de fora para dentro com medicações que emagrecem, curam, rejuvenescem e acalmam. Como um curativo na ferida que não foi resolvida, apenas tampada para não ser vista. Mas continua lá, inflamada, doendo e muitas vezes sangrando, nos lembrando que deve ser olhada e entendida.
Instinto e medo devem ser ouvidos e sentidos na mesma proporção. Nossa essência é única e a sensação de se ver e se colocar em primeiro plano é a maior vitória de todas. Saber quando devemos dizer não e esquecer de esperar aprovações alheia.
O medo direciona e desafia, e traz o entendimento do que não é para nós, não serve, não acrescenta e não aprimora. A intuição faz a distinção entre eles e nos direciona ao nosso bem estar e nossa saúde mental, espiritual e física.
Lembrar de não remoer o passado pois já se foi, e se tornou aprendizado, ao invés de ficar às voltas pensando em culpa ou culpados. Parar de tentar prever o futuro, pois ainda não chegou e pode gerar ansiedade extrema e incontrolável. Planejar sim, remoer ou prever não. O momento presente como a própria palavra diz é uma dádiva. Chegamos até aqui e se prestarmos bastante atenção, aproveitamos cada segundo dos próximos passos.
Como eu sempre digo, autoconhecimento é poder e autoamor é cura. Afinal, ter prazer no autocuidado é o nosso verdadeiro poder.
Que tal escolher hoje tornar-se a versão mais poderosa de você mesmo?
Pense nisso com carinho!
Quer conversar mais sobre o que te impede de ser feliz? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
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Confira também: O Corpo Humano: Uma Orquestra Mágica e Fascinante
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