O post A Ansiedade que Chega no Fim do Ano: Como Lidar com Expectativas e Pressões apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Pronto, foi só eu ler que faltam 5 semanas para o Natal, que o réveillon é na semana seguinte, que mais um ano que se despede, e já começa um aperto no peito.
Mas, eu tenho que dizer que não é só sobre festas, luzes ou comemorações. É sobre um turbilhão de emoções que chega junto com dezembro: a sensação de que é preciso fechar ciclos, cumprir metas que ficaram pelo caminho, comprar presentes, organizar encontros, reconciliar relações, emagrecer, comer melhor, … e, de alguma forma, mostrar ao mundo que está tudo bem.
Mas, no fundo, nem sempre está. E está tudo bem!
A ansiedade típica de fim de ano nasce da comparação silenciosa com aquilo que idealizamos e não alcançamos. Vem do peso de “precisar” estar feliz, mesmo quando o corpo pede descanso. Vem da expectativa de começar o próximo ano renovado, como se a virada fosse um passe mágico que apagasse frustrações e dúvidas.
Só que não funciona assim.
O fim do ano cria uma fantasia coletiva: a de que tudo deve estar encaixado, resolvido e bonito (claro que já li a minha tendência para 2026).
Não é só em dezembro que se reconcilia. As relações verdadeiras e saudáveis se constroem no cotidiano, na verdade e na vontade genuína não na obrigação da ceia de terminar tudo bem (arroz com ou sem passas?).
Presentes não são prova de afeto, não podem ser exigências impostas pela data. Não há nenhuma obrigação, tem que ser prazer, natural, sem cobrança.
Como pode o espírito de Natal durar apenas alguns dias? Solidariedade, empatia e gentileza não têm calendário. Tem que ser o ano todo em qualquer momento.
E porque tanta expectativa em planejar metas (inalcançáveis) que podem nascer em março, em agosto ou em qualquer terça-feira comum?
O propósito não é um evento, tem que ser uma uma construção.
E daí que nasce a frustração de viver uma realidade que não é verdadeira
A pressão de aparentar alegria pode machucar mais do que se imagina. E de forçar uma intimidade que não existe, um afeto que foi afastado durante todo o ano, um abraço que não existiu nos momentos mais especiais.
Quando você veste uma emoção que não sente, cria uma distância e é dessa falta de autenticidade que nasce a frustração.
Honestamente, há dias mais leves, outros mais densos. Haverá conquistas e haverá mudanças de planos. Isso não define fracasso, é coragem de tentar de novo.
Fim de ano não precisa ser sinônimo de correria emocional. Analise se realmente é a hora de se reconciliar. Se quer realmente esses encontros, presentear as pessoas que você não tem afinidade e nem vontade.
Será que aquelas metas deveriam mesmo estar na sua lista ou você criou em outro momento que ela fazia sentido e agora não mais?
É muito bom recomeçar, antes de tudo, tem que fazer sentido para você, tem que ser de verdade, com vontade. A autenticidade sim é um presente que você se dá e merece. E é dela que nasce a verdadeira paz emocional.
Em vez de correr atrás de expectativas, permita-se celebrar suas pequenas conquistas, a aceitação de que o tempo não foi suficiente ou mesmo não era tempo, de respirar, de construir de forma sólida e forte, de inspirar.
O fim do ano tem que ser algo verdadeiro.
A vida não muda porque o relógio vira, mas muda quando você decide caminhar com autenticidade.
E essa decisão pode acontecer hoje. Ou no dia 31. Ou em qualquer dia do ano.
O importante é que aconteça por você e não pelo calendário.
O fim de ano não é um script que precisa ser seguido, que você tem que estar bem com todo mundo, que você tem que esquecer, mesmo que a ferida ainda esteja aberta e não resolvida, que você tem que participar de tudo, que tem tem que dar presente, mesmo sem condições (nem vou falar do amigo oculto), que tem que estar feliz, em paz… mesmo que não seja verdade. Porque é fim de ano!
O “espírito de Natal” não é uma máscara de felicidade obrigatória. Ele perde o sentido quando se torna cobrança e não escolha.
Respeite o seu tempo, Aliás, o respeito é o melhor presente, a melhor reconciliação.
Não caia na armadilha das redes sociais, da perfeição, do brilho das luzes se nada disso for verdade para você. Daí nasce a frustração, a ansiedade, a tristeza.
Pergunte-se: O que eu realmente preciso neste momento? O que faz sentido para mim, não para o roteiro dos outros? Como posso fechar o ano com verdade, não com aparência?
Livre-se da culpa, que é uma visão negativa de você e da outra pessoa. Assuma responsabilidades, assim você resolve mágoas e ressentimentos. E antes de dizer sim, perceba se faz sentido para você, ou se é só para agradar, ou é medo de desagradar. A melhor coisa é negociar da melhor forma que isso tudo pode ser feito.
Seja gentil quando impor seus limites, diga ‘não’ dizendo ‘sim’, agradeça e diga o que realmente você deseja, isso tudo pode e deve ser combinado e ser bom para todo mundo. Lembre-se que um abraço, um carinho, a autenticidade são essenciais. Fale dos seus rituais que são importantes para você.
Ser vulnerável é libertador, poder falar como se sente, quais são suas reais necessidades (permita que o outro faça também).
Esteja perto de quem é seu porto seguro, que te traz paz e pertencimento.
Tenha cuidado com as palavras, que tem poder.
Exerça o autocuidado, que também é um presente não só para você.
O ano vira em um dia, mas quem decide virar a própria página é você, no seu tempo, com a sua verdade.
O melhor dessa vida para você, sempre!
Quer saber mais sobre como lidar com a ansiedade de fim de ano de forma leve, verdadeira e sem pressões impostas? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até lá!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
Confira também: O Que Vem Depois do Luto: Como Transformar a Dor em Aprendizado e Cura
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]]>O post Performance: Os Riscos Ocultos da Busca pela Produtividade Extrema e pelos Modismos de Saúde apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Todos os dias recebo em meu consultório pacientes querendo usar hormônios e medicações. Mulheres de todas as idades. Que veem principalmente nos hormônios as fontes de todos os seus problemas ou as possíveis soluções para tudo.
Vivemos em uma realidade na qual o valor de uma pessoa é dado por sua produtividade. E que é necessário sempre mais. O básico é pouco. O normal é insuficiente e o suprafisiológico é aplaudido. Isso vale para as relações, para o trabalho, para o corpo e a mente.
É só observar a busca desenfreada por profissionais que se dizem especialistas em “performance” e que sequer têm de fato uma inscrição de especialista válida no Conselho Federal de Medicina.
Mas se estiver bem apessoado nas redes sociais, com centenas de milhares de seguidores falando pelos cotovelos de músculos e emagrecimento e vendendo condutas que não encontramos nos guidelines dos conselhos de especialidades, tornam-se referência de busca por pacientes ávidos por acreditarem no que esses profissionais vendem.
Do mesmo jeito que existem as fake news que se compartilham pelo WhatsApp sem antes averiguar a veracidade dos fatos, existem os fake profissionais que são vistos, ouvidos e compartilhados sem se verificar suas inscrições no CFM, ou seu tempo de formação e, muito menos, suas supostas especializações.
No universo feminino, que mais uma vez, entra século e sai século, segue um modismo de beleza imposto sei lá por quem e seguido sei muito menos por quê, nota-se um movimento em massa de harmonização de rostos, corpo e vulvas, tornando todas igualmente equivocadas com sua autoimagem, e encantadas com as promessas mágicas de resultados rápidos e incríveis em pouco tempo e com muitos hormônios e medicamentos, inclusive ansiolíticos e antidepressivos.
Buscam tanto que se perdem. Hormônios demais, bom senso de menos. Resultados imediatos que colocam a saúde e a vida em risco. AVCs, infartos, insônia, surtos psicóticos, menopausa precoce, patologias cardíacas e hepáticas já estão sendo vistas nos consultórios médicos (estes com RQE – Registro de Qualificação de Especialista devidamente aprovados em residências médicas e subespecialidades e reconhecidos em seus Conselhos Regionais de Medicina).
Outro dia, uma paciente de 29 anos me procurou para usar hormônios para mais performance no corpo e na academia. Em primeiro lugar fiquei pensando se deveria contar pra ela, do alto dos meus 46 anos de vida e 20 anos de formada, que ainda tinha uma longa caminhada pela frente e já se encontrava no auge da idade e juventude em termos de corpo. Que ainda viriam maternidade, puerpério e perimenopausa. Que já estava excelente pois se cuidava muito e não haveria necessidade de mais do que já havia alcançado com alimentação e atividade física. E contei.
Conversamos por um longo tempo sobre expectativa e realidade e como essa visão deturpada de saúde vendida nas redes sociais pode ser perigosa e danosa para o corpo e para a saúde mental. Ela concordou e seguiu. E quantas outras não concordam, e retornam cheias de hormônios, voz alterada, magérrimas, apáticas e às vezes irreconhecíveis?
Que tal sermos guias de nossas mentes e investirmos em nossa própria melhor versão com o mínimo de intervenções médicas possível? De acordo com dados da Ginecologia do Esporte – especialidade que estuda a fisiologia esportiva e rendimento da saúde feminina, a melhor resposta física depende da tríade: genética, alimentação, tipo, intensidade e frequência de treinos.
Que tal desembrulhar menos e descascar mais? Entender nossa fisiologia e acolher nossas oscilações de humor, hormônios e corpo.
Reconhecer nossas limitações, já que não somos máquinas de produtividade. Aceitar que a construção da longevidade saudável requer tempo, paciência bem como persistência, cujo resultado se torna mais sólido e estável. Sem modismos, sem excessos.
Apenas confiando e ajudando o processo. Envelhecer e amadurecer. Permitir e sentir. Sorrir e seguir. Parece difícil na prática, mas podemos nos inspirar na poesia para levarmos a vida mais leve e mais feliz.
Pense nisso!
Quer saber mais sobre os riscos ocultos da produtividade extrema e dos modismos de saúde — e como eles podem colocar sua saúde e sua vida em risco? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
CRM 11468-GO
https://www.instagram.com/clamarini/
Confira também: Da Depressão à Menopausa: Sintomas, Relações e Diferenças Importantes
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]]>O luto não é apenas sobre a morte. É sobre tudo aquilo que morre dentro de nós quando algo muda para sempre.
O fim de uma relação, uma despedida sem volta, um sonho que se desfaz.
Cada perda nos obriga a revisitar o sentido da vida e o lugar que ocupamos no mundo.
O luto é uma travessia. Falamos sobre isso no último artigo, não é uma morada.
No início, somos engolidos pela dor e negamos, resistimos, tentamos entender o que não tem lógica. Nem se esforce, acolha.
Mas com o tempo, se permitimos sentir, algo dentro de nós começa a se reorganizar. Receba, aceite e acolha.
Você vai precisar buscar um novo equilíbrio, uma nova forma de continuar amando sem a presença física, seguir em frente sem apagar o passado.
Aceitar não significa concordar com o que aconteceu.
Aceitar é reconhecer que a realidade mudou e que resistir a ela só prolonga o sofrimento.
Quando o ego para de lutar contra o que é, o coração começa a se curar.
É nesse ponto que a dor se transforma em sabedoria. Não é uma tarefa fácil, resistimos!
Depois do luto, aprendemos que a ausência também ensina.
Ela nos mostra o valor da presença, o limite do controle, a importância de viver com entrega, porque tudo é impermanente.
Não é perder esperança é ganhar consciência.
Nos tira da ilusão da permanência e nos coloca diante da verdade da vida: nada é eterno, mas tudo o que é vivido com amor permanece de outra forma.
A vida depois do luto é mais silenciosa, mas também mais autêntica.
Deixamos de buscar garantias e passamos então a buscar sentido.
E com o tempo, a dor deixa de ser um muro e se torna então uma ponte. Eu estou nesse processo. Uma ponte entre o que fomos e o que estamos nos tornando. E me entrego…
E então, dizem, que compreendemos que o luto não foi o fim, mas um despertar. Um chamado para viver com mais presença, mais consciência, e mais gratidão por tudo que a vida de fato nos permitiu amar. Isso eu percebo em cada segundo do meu dia a dia. É o que me traz paz.
O que estou aprendendo: que não quero ficar presa e nem ter o luto como morada.
Que quero sentir novamente a leveza em meu coração, com alegria e serenidade.
Quero respirar mais leve, amanhecer mais tranquila, enfrentar a ausência, o medo, a culpa, a saudade e o silêncio.
Quero que cada lembrança me acalme, me liberte, me abrace e me de mais coragem.
Quer saber mais sobre como transformar o luto em um processo de cura, aprendizado e reconexão com a vida? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até lá!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
Confira também: O Luto e Suas Formas: Como Enfrentar a Dor da Perda e do Desapego
O post O Que Vem Depois do Luto: Como Transformar a Dor em Aprendizado e Cura apareceu primeiro em Cloud Coaching.
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]]>O luto é um caminho inevitável da existência.
Quando alguém que amamos parte definitivamente deste mundo, somos atravessados pela ausência física. É um vazio que exige tempo, lágrimas, silêncio e também muito acolhimento.
Esse luto pede paciência com o coração, porque não existe fórmula que o apresse: cada um tem seu ritmo para reorganizar a vida sem aquela presença.
Mas existe também o luto da pessoa viva, aquele em que o corpo permanece, mas o vínculo se desfaz. É o término, o afastamento, a distância, a transformação de uma relação.
Esse luto é difícil de nomear, porque não há despedida oficial, não há rituais, não há um fim declarado. Ainda assim, a dor é real, porque a vida precisa seguir sem aquilo que um dia foi importante.
São despedidas acompanhadas de silêncio. É o luto de quem se afasta, de quem muda, de quem já não cabe na nossa vida e mesmo assim deixa saudade.
Esse luto dói porque não há rituais claros de despedida. Ele exige autoempatia e paciência, porque as emoções podem oscilar entre tristeza, raiva, culpa e até esperança de retomada. E tudo isso é natural.
Sair desse luto não significa esquecer, mas reorganizar a vida emocional. É permitir-se sentir, chorar quando for preciso, respeitar o tempo interno e, aos poucos, abrir espaço para o novo.
Cuidar do corpo, observar os pensamentos, nomear os sentimentos. Assim, a dor se transforma em aprendizado e a falta se transforma em um lugar de gratidão pelo que foi vivido.
Procure pessoas de confiança, busque ajuda de profissionais e cultive o equilíbrio com seu próprio processo.
Ambos os lutos pedem acolhimento interno. É preciso permitir-se sentir: a saudade, a raiva, a tristeza, a incompreensão. Resistir às emoções só prolonga o sofrimento.
O processo de cura nasce quando nos damos o direito de viver o que se apresenta, sem pressa, mas com coragem para atravessar.
O luto não é um lugar para morar, mas uma travessia. Uma travessia que ensina sobre amor, impermanência e renascimento.
E mesmo que não seja fácil, com paciência, apoio e cuidado, ele pode abrir espaço para uma vida mais consciente e mais plena.
É uma experiência inevitável da vida. É um processo humano, natural e, ao mesmo tempo, doloroso.
Ele chega quando alguém que amamos parte deste mundo e também quando alguém que amamos permanece vivo, mas já não está mais em nossa vida da mesma forma.
Reorganizar a vida ao redor da ausência é um desafio. A saudade não some, mas a intensidade da dor se transforma.
A cada dia, aprendemos a conviver com o vazio, e com o tempo, ele pode se tornar um espaço de gratidão pela história compartilhada e pelas memórias que ficam.
Apesar das diferenças, ambos os lutos pedem a mesma postura: paciência e autocompaixão. É importante entender que sentir dor não significa fraqueza. Que chorar não é retrocesso. Que se permitir viver o luto é um ato de coragem e de amor próprio.
Ninguém atravessa o luto sem marcas, mas é justamente nessas marcas que nascem a força, a sabedoria e a capacidade de amar de novo, inclusive a si mesmo.
Não é um conselho, mas o que eu estou me permitindo.
Eu me permito sentir, não fugir da dor, não me cobrar, não fingir que nada aconteceu, acolhendo meus sentimentos com respeito.
Exerço a paciência do tempo, sem forma definida, sem querer superar ou apressar, atravessando um passo de cada vez.
Eu me cuido, me alimento, descanso, choro, sofro, agradeço, oro, medito.
Não caminho sozinha, tenho apoio de pessoas queridas, da espiritualidade, da terapia, do compartilhamento.
Eu estou em processo de transformar essa dor do luto em aprendizado, em sabedoria, gratidão e força.
Viver o luto é também uma forma de honrar a vida e abrir espaço para que o amor continue em nós.
Quer saber mais sobre como enfrentar o luto, acolher a dor da perda e do desapego e transformar esse processo em aprendizado e força? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até lá!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
Confira também: A Importância de Usar Filtros Emocionais e Mentais no Dia a Dia
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]]>O post A Importância de Usar Filtros Emocionais e Mentais no Dia a Dia apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Todos os dias, somos bombardeados por informações, movidos pela nossa sede incansável de saber o que acontece. Somos conduzidos pela mídia, redes sociais e pela opinião alheia de pessoas que depositamos confiança.
As opiniões são diversas e quase sempre carregadas de julgamentos e certezas absolutas, todas elas impregnadas dos sentimentos de quem as expressa. O que não percebemos é que, ao absorver essas falas, também carregamos as dores, inseguranças e visões de mundo do outro. E é exatamente aí que mora o perigo.
Pense em uma situação: alguém próximo, tomado pela emoção de uma experiência pessoal mal resolvida, opina sobre um tema que também é importante para você. Por exemplo, uma pessoa que passou por uma separação dolorosa, ainda marcada por mágoas e ressentimentos. Se você compartilha com ela um momento difícil do seu relacionamento, é provável que receba conselhos contaminados por julgamentos e fragilidades.
Sem a intenção de te prejudicar, essa pessoa pode estimular você a desistir, a tomar decisões precipitadas ou até a romper um vínculo sem antes passar por etapas essenciais de diálogo, reflexão e amadurecimento. Assim, corre-se o risco de perder oportunidades, deixar de viver processos importantes ou até abrir mão de um projeto de vida.
O filtro é, portanto, uma ferramenta de proteção emocional e mental. Ele nos permite ouvir sem nos aprisionar. Observar sem carregar. Aprender sem se perder.
Usar filtros não significa ignorar o que o outro sente ou pensa, mas reconhecer que o que vem dele pertence à sua história, não à nossa. Ao desenvolver esse discernimento, abrimos espaço para decisões mais conscientes, livres de contaminação emocional e mais alinhadas à nossa verdade.
A maturidade emocional nasce justamente quando aprendemos a distinguir entre o que é nosso e o que não é. Nem tudo o que chega até nós precisa ser absorvido. Muitas vezes, basta acolher, agradecer e deixar passar.
Muitas vezes, sem perceber, absorvemos esses ‘conselhos’ e agimos sem refletir se aquilo realmente faz sentido para a nossa vida.
Há quem nos influencie porque acredita estar nos ajudando, mas há também quem, consciente ou inconscientemente, nos direcione para escolhas que seriam benéficas para si mesma e não para nós.
É por isso que os filtros internos são tão importantes. Eles funcionam como um mecanismo de proteção, que nos ajuda a separar o que é válido do que é apenas ruído.
Filtrar não é desconsiderar a fala do outro, mas sim avaliar: isso serve para mim? Isso tem conexão com a minha verdade?
A intuição, aliada à busca pela verdade e à observação dos fatos, é um guia poderoso. Ela nos permite perceber quando um conselho vem de um lugar contaminado por dores pessoais e quando realmente pode contribuir para o nosso crescimento.
Não seja esponja. Seja filtro. Absorva apenas o que nutre, fortalece e está alinhado com a sua essência.
Use filtro diante do que o mundo despeja sobre você e faça suas escolhas sem a influência do olhar do outro. Na hora de decidir, carregue somente o que te pertence.
Quer saber mais sobre como os filtros emocionais e mentais podem transformar suas escolhas e proteger sua essência? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até lá!
Márcia Rosa
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Confira também: A Cilada Invisível: Como a Cegueira da Atenção Sabota Seus Relacionamentos
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]]>A depressão é uma doença mental. Ela se caracteriza por alterações na atividade cerebral que levam a um quadro duradouro de tristeza ou perda de interesse por atividades corriqueiras.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com essa doença no mundo. A doença é mais observada em mulheres e pode levar ao suicídio, que é a segunda maior causa das mortes entre jovens de 15 a 29 anos.
Por se tratar de um mal silencioso e incapacitante, a depressão foi classificada como o mal do século. Atualmente, ela também é a principal causa de afastamento do trabalho.
O Brasil é o país com a maior prevalência de depressão na América Latina, de acordo com o relatório “Depressão e outros transtornos mentais”, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Aproximadamente 5,8% da população brasileira sofre de depressão, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros.
A nível continental, o Brasil aparece atrás apenas dos Estados Unidos, onde segundo a OMS, 5,9% da população sofre de transtornos de depressão.
Estão mais suscetíveis por atravessarem períodos complicados, de grandes transformações hormonais, como a gravidez, a menopausa, e o período que precede o aparecimento da primeira menstruação. Soma-se à isso a pressão social de beleza, perfeição, bondade e juventude.
Estudos mostram que as mulheres sofrem mais violência, conjugal ou não e têm um salário em média 24% mais baixo do que os homens. Elas também são responsáveis pela organização familiar e 71% das tarefas domésticas. Esse acúmulo de carga física e mental não contribui para a preservação da saúde mental.
Como identificar? E Principalmente o que fazer e quem procurar para tratar? Pode estar associada à menopausa? Ou ainda, pode ser confundida com a menopausa?
A depressão não tem uma causa definida. Fatores genéticos têm grande influência para uma pessoa que desenvolve essa disfunção, mas eles não são decisivos para desencadeá-la.
Pessoas com predisposição podem nunca desenvolver a doença, enquanto outras podem passar a sofrer com ela, ainda que não tenham histórico na família.
A depressão é um problema mental e físico. No meio científico, ela também é conhecida como transtorno depressivo maior ou distúrbio depressivo maior.
Sua origem não pode ser determinada com precisão, mas ela envolve causas genéticas, psicológicas e sociais. O histórico familiar, as experiências traumáticas vividas por uma pessoa e o uso de medicamentos ou drogas também são fatores que podem desencadear um quadro de depressão.
O cérebro humano é formado por células chamadas de neurônios, que se comunicam entre si por meio de substâncias chamadas de neurotransmissores. Essa troca de informações é o que permite o bom funcionamento do sistema nervoso.
No caso de uma pessoa com esse transtorno, os neurotransmissores não cumprem sua função parcial ou totalmente, prejudicando o humor e o bom funcionamento do organismo do paciente.
Todas as pessoas podem passar por períodos de tristeza, às vezes prolongada. O corpo humano é programado para reconhecer situações de perigo, estresse ou angústia e se preparar para enfrentá-las.
Ao detectar uma ameaça, o cérebro produz substâncias químicas que acionam outras glândulas espalhadas pelo corpo. Elas, por sua vez, produzem os seus próprios compostos, que atuam no organismo do indivíduo gerando impulsos.
Esses impulsos aumentam a percepção da pessoa, gerando o chamado estado de alerta. Eles fazem os músculos ficarem tensos, o coração bater mais rápido e os pulmões se esforçarem mais no mecanismo da respiração, como se o corpo estivesse diante de uma ameaça externa.
Quando o cérebro entende que não há perigo para o indivíduo, os níveis hormonais caem e o corpo retorna ao estado de repouso.
No caso de uma pessoa depressiva, ocorre o inverso: uma deficiência na produção de neurotransmissores. Assim, o organismo fica mais lento e as funções do corpo podem acabar prejudicadas, como a digestão, a circulação do sangue e o sistema imunológico. Em casos mais graves, a depressão pode levar a problemas de memória e esterilidade.
Baixa autoestima, perda de interesse por atividades de rotina, pouca energia e dores sem causa definida também são sinais recorrentes desse transtorno. Delírios e alucinações também podem ocorrer em casos mais graves.
Do ponto de vista clínico, somente são considerados como depressão os sintomas que persistem por, pelo menos, duas semanas.
A depressão clássica também é conhecida como transtorno depressivo maior e se caracteriza por um sentimento constante de tristeza profunda, fadiga, distúrbios do sono e falta de vontade de fazer atividades corriqueiras ou prazerosas, como trabalhar, estudar, comer, divertir-se, fazer sexo e assim por diante.
A Menopausa se caracteriza pela parada produção hormonal, quando há também a ausência de menstruação e presença exatamente desses sintomas acima descritos, entre outros. Se não estiverem presentes sintomas bem conhecidos como fogachos, irritabilidade e queixas urogenitais como ressecamento vaginal e dor na relação ou mesmo infecções de repetição, fica realmente bem difícil distinguir uma entidade da outra.
Embora fale-se muito de menopausa hoje em dia nas mídias sociais e nas rodas de conversas, muitas mulheres ainda sentem vergonha ou preconceito com o assunto, assim como na depressão.
Acredito que em ambos os casos, por medo de expor fragilidades e anseios, receio de não se sentir a mulher maravilha, heroína que todos esperam que as mulheres sejam. Exemplo de coragem, resiliência, entendimento e complacência. Tudo o que a sociedade imprime à figura feminina.
Tanto é que nos primeiros meses de queda hormonal, quando as mulheres se tornam menos tolerantes, agressivas, impacientes e irritadas, são logo convocadas a procurarem seus médicos por não estarem agindo “normalmente”.
Os principais hormônios são Estradiol e Progesterona, características femininas e maternais acompanham esses marcadores bioquímicos. Conferem a receptividade, a tolerância e a subjetividade do universo feminino.
Ao iniciar a montanha russa hormonal, entre picos e quedas das taxas, é como se virasse uma chave no cérebro das mulheres, que param e repensam toda a sua vida. Acabam se questionando e buscando respostas para tanta dedicação, muitas vezes sem reconhecimento ou gratidão.
Muitas delas, param para se olhar, escutar seus corpos e ouvir seus corações. Outras permanecem inertes no frenesi de cumprimento de tarefas, mas percebem não terem a mesma vontade ou energia para seguirem neste caminho. E eis que surgem nos consultórios médicos com a queixa mais frequente nesta fase: exaustão.
Claro, imagine o quanto deve ser exaustivo permanecer uma vida inteira cumprindo listas intermináveis de tarefas, e ainda tendo que corresponder às expectativas de excelência e perfeição… No momento do colapso mental e físico é que muitas se autodiagnosticam com depressão. E até recorrem aos consultórios de psiquiatras que não raro prescrevem antidepressivos para o tal diagnóstico.
Ainda peregrinam em especialistas de “performance” que prometem resultados incríveis principalmente no emagrecimento, na libido e na cognição com bombas de estimulantes, antidepressivos, ansiolíticos hormônios e anabolizantes em toda a sorte de “receitas de bolo” que já recebi nos meus atendimentos. O resultado é: confusão e inquietude entre efeitos colaterais indesejados e até irreversíveis.
A maturidade e a experiência adquiridas ao longo da vida, podem causar mais segurança do que estranheza, mais aceitação do que incerteza, mais beleza do que volatilidade. Sentimentos mais sólidos e reais sobre o que se quer e o que não se quer. Entendimento do corpo e dos sinais que ele emite. Sensibilidade apurada e intuição que se manifestam se houver permissão.
Nesta fase, mais do que nunca, autoconhecimento é poder e autoamor é cura.
Olhar-se no espelho e reconhecer sua história. Erros e acertos, Vitórias e derrotas. E acima de tudo, conquistas. Perceber que para ter chegado a esta altura da vida, foram necessários muitos aprendizados. Mudanças, inclusive hormonais, bioquímicas e enzimáticas. Nada disso pode ser desprezado, ou melhor, menosprezado.
Muitas pacientes descrevem esse lugar como “ladeira abaixo”. Eu vejo como o topo. O topo da evolução e da montanha. Um lugar que merece ser, sem dúvida, comemorado e contemplado. Dali pode-se olhar para trás, e adiante. Observar a vista e sentir o gosto da vitória. De ter conseguido chegar até ali com suas próprias pernas e caminhada.
E depois dali? O que vem?
Cabe a cada uma continuar construindo sua história, seu legado, suas memórias. Sem medo, apenas apreciando o sabor de ter conseguido, e ainda querer mais, muito mais.
Pense nisso!
Quer saber mais sobre como diferenciar sintomas da depressão e da menopausa para cuidar melhor da saúde feminina? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
CRM 11468-GO
https://www.instagram.com/clamarini/
Confira também: Prazo de Validade — Será que Temos Mesmo?
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]]>Há alguns dias venho falando sobre esse assunto motivada por um post de minha nora que é fotógrafa nos EUA e me veio logo à mente o exemplo clássico de um famoso experimento de Simons e Chabris (1999), no qual participantes contavam passes de bola entre jogadores e não perceberam um gorila atravessando a cena.
Esse é um exemplo que ilustra um fenômeno estudado pela psicologia e pelas neurociências chamado Cegueira da Atenção (Inattentional Blindness).
Trata-se da incapacidade de perceber algo claramente visível porque estamos com a atenção voltada para outra coisa. Na vida cotidiana, ela nos faz ignorar sinais emocionais de quem está ao nosso lado, detalhes de processos que conduzimos, oportunidades ou ameaças claras, porque estamos cegos pela nossa própria atenção seletiva.
O nosso cérebro possui capacidade de processamento limitada e prioriza informações que considera relevantes, filtrando o resto. Esse mecanismo é vital para a sobrevivência, mas pode se tornar uma armadilha quando operamos no piloto automático, na pressa e na sobrecarga mental.
Além disso, vários fatores contribuem como a pressa do dia a dia, o estresse, a falta do autocuidado, o foco excessivo em problemas ou metas rígidas que ainda gera mais ansiedade, entre outros que distraem a nossa percepção da realidade.
Esses impactos na nossa vida pessoal, faz com que deixemos de perceber que precisamos de atenção e ajuda, que ignoramos os sinais quando o corpo fala e não compreendemos os padrões emocionais que sabotam nossas relações.
É indispensável cultivar a presença consciente e revisar as nossas percepções.
Quando você não percebe o cansaço do outro porque está focado nas suas demandas (medos, cobranças, celular, trabalho), quando não percebe os sinais de afastamento emocional, quando não vê gestos de carinho porque está esperando palavras específicas de validação, quando não escuta de forma ativa e empática o que o outro realmente quer dizer porque está apenas esperando para rebater ou se defender.
Todos nós corremos todos os dias (vale outro artigo) para alcançar alguma coisa (se é que sabemos o que queremos) e acabamos ligando o piloto automático na escuta e na fala sem perceber que deixou faz tempo de olhar nos olhos e de estar presente.
Ficamos tão centrados no que falta em nós ou no que desejamos receber que não vemos o que o outro está oferecendo de forma diferente.
Preocupações com a carreira, com as finanças, com os filhos, com a saúde acabam drenando nossa energia.
Fora as expectativas que nos causam frustrações e deixamos o afeto esquecido e tememos de conversar o que precisa ser resolvido e ajustado.
Você pode começar a repensar fazendo uma autorreflexão e respondendo verdadeiramente como se sente e que necessidades precisam ser atendidas.
Outras práticas indispensáveis e que colaboram, em muito, como: o Mindfulness, os exercícios de respiração, o diálogo aberto, o autoconhecimento, a autorreflexão, a escuta de qualidade, a autoestima.
Comece com o simples, respire, faça pausas conscientes, converse olhando nos olhos, se liberte do julgamento, check o que você ouviu se foi o que o outro falou, valorize os pequenos gestos, observe sem colocar adjetivos, pergunte sobre a pessoa e faça que esse movimento seja de mão dupla, crie momentos de vocês, que seja 15 minutos, 1 vez por semana, mas comece.
E não tenha medo de falar como se sente, ser vulnerável é libertador.
A Cegueira da Atenção te distrai da relação amorosa, da sua presença e do seu projeto de futuro.
Apenas observe o outro quando falar, esteja realmente naquele lugar, perceba as mensagens subliminares, como o tom de voz, os gestos, pergunte, escute.
E você, já sabe dizer se está repetindo padrões?
O que você escolheria fazer diferente hoje se realmente visse quem está ao seu lado?
Quer saber mais sobre quais sinais do seu relacionamento você pode estar ignorando por estar no piloto automático? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até lá!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
Confira também: Reencontros ou Repetições? Quando Reatar com o Ex Pode Ser um Risco Emocional
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]]>Pensando em valores humanos, me pego a analisar o nosso prazo de validade.
Pela medicina, passando pelas classificações fisiológicas, nascemos, crescemos, reproduzimos, envelhecemos e morremos. No caso das mulheres há algumas nuances agora bem faladas e discutidas nas redes sociais e mídias em geral: Menopausa. A palavra da vez. O nome da moda. O tema mais discutido em entrevistas, podcasts, posts, stands, vídeos e programações. Muito fala-se. Muito sabe-se. Pouco se vive… na pele, na essência, na verdade.
Mulheres se comparam com outras mulheres. E homens comentam em suas rodas de amigos também em tom de comparação, ou mesmo chacota, mas todos sob a mesma ótica: a juventude.
Fisiologicamente, nossas células começam a envelhecer desde o momento que nascemos. Nossa genética perfeitamente programada para o nosso prazo de validade. Que pode ser até estendido a depender dos cuidados, mas não há como ser infinito.
Pensar em juventude é pensar em vida, em chama acesa, em energia, curiosidade, irreverência e alegria em seguir. E quem disse que estas sensações estão associadas à idade? Nossos corpos caminham por uma longa estrada de uso e desuso e às vezes, abuso. Mas nossas mentes podem permanecer intactas, ou ainda aprimorar-se. Junte a isso os benefícios da sabedoria do amadurecimento. Do novo olhar. Do entendimento de sermos eternos aprendizes.
Algumas necessidades deixam de ser urgentes e outras tornam-se novas. O olhar deixa de estar no outro para estar para si, para dentro, para o seu ‘infinito particular’. Para a sua infinidade de descobertas e de novos prazeres. Para perceber que querer sempre menos, deixa tudo mais simples e nos faz mais felizes.
Situações cotidianas, como um café com uma pessoa querida, um barulhinho bom de chuva, um livro novo ou aquele que adorou ler na sua estante, um passeio no parque, os desenhos nas nuvens, a brisa leve e fresca do nascer do sol e o calor alaranjado do pôr do sol.
Pequenos sorrisos cotidianos que trazem grandes alegrias. A chance de ver poesia no que não se via. Um bom gole de água gelada num dia muito quente. Um mergulho no mar para reenergizar. Tantas possibilidades de felicidades. Um beijo gostoso em quem se ama. Um abraço quentinho vendo filme. Uma ligação repentina de uma amiga. O sorriso inocente de uma criança e o olhar sábio de quem é mais velho que a gente.
O passado é história. O futuro surpresa. E o presente é uma dadiva.
No universo masculino me parece que estes conceitos estão bem estabelecidos. Mas no feminino… ah aí é outra conversa. Aliás é muita conversa, debate, entrevista, combate, conquista.
Ouvir de uma paciente no consultório que está no Climatério ou Menopausa e se sente infeliz, me deixa angustiada. Porque o motivo muitas vezes é essa sensação de envelhecimento. Imposta pela sociedade e reforçada entre as mulheres.
É claro que mudanças ocorrem, como irritabilidade, fadiga, ansiedade e depressão, fogachos, insônia, unhas e cabelos quebradiços, névoa mental, perda da libido… para citar os mais comuns, mas há ainda formigamento na pele, secura de mucosas incluído olhos e ouvidos, ganho de peso, mudança na digestão, tonturas, zumbido no ouvido…. A frase que mais ouço é:
– Eu não estou me reconhecendo.
Mulheres tentando entender suas oscilações hormonais e físicas e comportamentais, criticadas e comparadas pela sociedade, por outras mulheres e até por seus maridos.
– Você me diz que está na menopausa então está igual à uma árvore seca, disse um uma vez para minha paciente.
Chocante realidade e infeliz comparação. Impacta, mas persiste. Dói, mas permanece, pois, encontra lugar e espaço de fala e tem permissão das próprias mulheres.
Essa visão pessimista do passar da idade das mulheres é irritante para dizer o mínimo, mas é também castradora. Esta mulher que envelhece e muda sua autopercepção para menos atraente me faz questionar. Esta baixa libido que tanto se queixam é causada apenas pela queda hormonal desta fase ou por esta falsa sensação que muitas têm de que não são mais atraentes?
É claro que quando se fala em desejo e libido, existem múltiplos fatores que incluem a relação do casal, fatores emocional, psicológicos, financeiros, familiares, sociais e o próprio cansaço desta rotina atual intensa, freneticamente moldada para a produtividade e cheia de desafios mentais e interrelacionais.
Mas, esta cobrança por um ideal surreal de beleza que se intensifica com o passar do tempo para as mulheres, enquanto homens sorriem com suas barrigas salientes em mesas de bares falando de suas conquistas, entre suas rugas e carros importados, é injusta em vários níveis.
Se uma mulher entra na menopausa, e faz procedimentos, é criticada por um suposto excesso. Se não os faz, é considerada desleixada ou descuidada. E assim segue uma carga de cobranças extremas em todos os aspectos unilateral e em uníssono.
E se essa mulher se permite ser quem é, entende do seu corpo, dos seus desejos e da sua sensualidade, é claro que será criticada, exorcizada, demonizada e excluída. Desde sempre e ainda é assim.
Desde os primórdios mulheres poderosas convivem com estereótipos ligados à sensualidade. Peguemos o exemplo de Cleópatra, nascida e criada no império Egípcio, viveu tudo o que a capital cultural do mundo naquela época podia proporcionar. Astuta e intelectual, era poliglota, sendo fluente em sete línguas, ao mesmo tempo em que desenvolveu incrível habilidade para estabelecer relações interpessoais, que não raramente se tornavam políticas. E
la vivenciou batalhas, exílios, fugas, financiou projetos científicos e ajudou na construção do acervo de um ícone global, a Biblioteca de Alexandria. Seu legado transcende sua morte, trazendo sua influência a partir do século XX quando passou a ser vista como um símbolo de poder feminino. Como ela, muitas mulheres tiveram um papel histórico de contribuições que até hoje são negadas ou reduzidas aos homens que se relacionavam.
Este ano vivenciamos dois marcos históricos na medicina em relação à saúda da mulher. O primeiro foi no congresso da AUA (American Urological Association) que pela primeira vez estabeleceu um Guideline (espécie de protocolos guias para médicos baseados em artigos científicos) sobre Síndrome Urogenital na Menopausa, que representa um conjunto de sintomas vaginais e urológicos como infecção de repetição, incontinência urinária, secura vaginal e dor na relação sexual. O maior congresso de urologia do mundo que só contemplava sintomas masculinos, finalmente olhou para a saúde feminina.
O outro marco aconteceu este mês de julho em uma reunião do FDA, cujo presidente, Dr. Marty Makary, médico do hospital John Hopkins, se posicionou totalmente à favor da reposição hormonal na menopausa, deixando bem claro grandes equívocos cometidos na medicina em relação a este e outros temas (que ele narra em um livro chamado Blind Spots).
Uma reunião entre médicos e médicas à favor da qualidade de vida das mulheres que foram privadas de um tratamento ideal para seus sintomas tão visíveis e reais, totalmente tratáveis e ainda para as doenças silenciosas como as cardiovasculares, as neurológicas e a osteoporose.
Congressos, encontros, discussões, pesquisas, debates, entre cientistas e a população, são cada vez mais necessários em prol da saúde como um todo. Em especial da saúde feminina.
Um passo de cada vez, alguns pequenos, outros maiores, com a visão no horizonte, ao longe. Com coragem e verdade. Aceitação e beleza. Empoderamento e, principalmente sororidade. Algumas mulheres ainda não perceberam que unidas e se respeitando, são muito mais poderosas e livres.
Por outro lado, muitos homens têm enxergado a vida sob nova ótica, a da caminhada em conjunto, de mãos dadas e bem compartilhada.
Esse prazo de validade que citei existe de fato, que seja cumprido da melhor forma e na melhor companhia. Dia após dia. De altos e baixos, de quedas e erguidas, de desejos e dissabores, de dores e prazeres, de luz e escuridão. Afinal, o nome disso é vida.
Quer saber mais sobre como a percepção social sobre o envelhecimento feminino influencia a autoestima e a qualidade de vida das mulheres na menopausa? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Prazer, Clarissa!
Clarissa Marini
Ginecologista, Sexóloga & Escritora
CRM 11468-GO
https://www.instagram.com/clamarini/
Confira também: O Corpo Feminino e a Jornada de Ser Inteira: Da História ao Prazer
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]]>Esta semana, em uma conversa com um amigo de longa data, falamos sobre términos de relacionamento.
Discutimos como contar aos mais próximos que o casal chegou ao fim, como dividir os bens pessoais, como vivenciar o luto. Questões profundas e delicadas que, inclusive, tratarei com mais detalhes no próximo artigo.
Mas nossa conversa evoluiu… para o pós-término.
Falamos sobre os novos casos, os “contatinhos”, os “ficantes”, enfim, a fase em que a vida segue. Até aí, tudo dentro do esperado.
Mas então surgiu uma pergunta mais complexa: E quando o seu novo caso passa a ser… com o seu ex?
“Como assim?”, questionei.
Não foi justamente a falta de interesse afetivo, a monotonia, a rotina exaustiva e a ausência de planos em comum que levaram à separação? Não era essa a reclamação que vocês haviam me contado?
Sim, tudo isso estava presente.
Mas agora, curiosamente, o ex volta a ser interessante, justamente por não ser mais um relacionamento. Só um caso, leve, sem cobranças. Sem pressão, sem compromisso.
Será que esse desejo de se reencontrar é mesmo livre, leve… ou carrega alguma expectativa não revelada?
Em qualquer tipo de relação, por mais casual que pareça, a honestidade é essencial. Só assim ninguém se machuca.
Segui questionando: Vocês estabeleceram limites? Regras claras? Acordos?
Era um caso “recorrente”: pelo menos duas vezes por mês, se encontravam. E então levantei outra questão: e as consequências emocionais? As feridas do término estavam realmente curadas? Ou alguém ali, no fundo, ainda espera uma reconciliação?
É preciso cautela. Porque, sim, a parte boa existe: a intimidade, a conexão física, o respeito mútuo, o conforto do conhecido. Mas também existe o risco de reabrir dores mal resolvidas.
O ciúme pode aparecer, mesmo sem compromisso. O apego pode se intensificar, mesmo sem responsabilidade. E a confusão emocional pode virar um novo ciclo de sofrimento.
Acredito que a maturidade emocional pode, sim, contribuir para um reencontro mais consciente em que o companheirismo se mostre presente tanto nos bons quanto nos maus momentos, sem cobranças desnecessárias.
Apoiar um ao outro diante dos desequilíbrios, quando surgirem, será essencial.
E entender que a liberdade dentro da relação não significa ausência de cuidado, mas sim a construção de um espaço seguro, leve e, ao mesmo tempo, protegido.
No mais, desejo coragem e sabedoria.
E você? Já viveu algo parecido? Como lidou?
Quer saber mais sobre o risco emocional e os cuidados que você precisa considerar antes de retomar uma relação com um ex-parceiro, mesmo que pareça algo casual? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até lá!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
Confira também: Como Gerir as Nossas Emoções e Seus Desafios (parte II)
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]]>No artigo anterior (leia aqui), falamos sobre a dificuldade de gerir as nossas emoções — mas não sobre a sua impossibilidade. De fato, é possível, sim, desde que haja empenho.
Nas reuniões de Mentoria, abordamos questões de convivência e a dificuldade que muitas pessoas têm de expressar como realmente se sentem. Muitas vezes, acabamos por aceitar migalhas emocionais ou até sufocar nossos próprios sentimentos.
Em diversos relatos, escuto que a solidão parece ser ainda pior do que estar em um relacionamento triste, vazio ou distante — mas que, ao menos, oferece uma presença física ao lado.
Existe a ideia de que só se é verdadeiramente feliz quando se está em um relacionamento amoroso. E, muitas vezes, delega-se ao outro a responsabilidade pela nossa felicidade. Esse é um erro comum — e que causa muita frustração. Pode estar ligado à baixa autoestima ou a crenças enraizadas de que essa seria a única forma de viver plenamente.
É natural querer ter alguém ao lado, compartilhar a vida com outra pessoa. Mas quando esse desejo se transforma em uma fixação, é indispensável rever nossas crenças e investigar de onde vem essa necessidade que gera tanta ansiedade e angústia.
Experiências passadas mal resolvidas podem ser a raiz desse vazio. Por isso, é importante contar com uma rede de apoio e aprender a identificar os sinais que o corpo e a mente nos enviam.
Em determinado momento da minha vida, acreditei que comprar roupas e sapatos resolveria esse desconforto interno. Foi difícil perceber que a questão não era a ausência de outra pessoa — mas a minha própria companhia, que eu ainda não sabia valorizar. Com o tempo, por meio do autoconhecimento, pude ressignificar meus valores e meu propósito.
Essa vivência me levou a expandir horizontes e, além do Direito, buscar outras formas de compreender os relacionamentos — não apenas os meus, mas também os de outras pessoas.
Práticas como exercícios físicos, mindfulness, yoga e meditação ajudam a enxergar a solidão sob uma nova perspectiva, despertando o amor-próprio.
Desconectar-se das redes sociais também faz uma enorme diferença. Comparações constantes distorcem a realidade e fazem parecer que o problema é só nosso. Mas não é. Esse é um processo natural da vida, que requer autocompaixão e autoempatia. Acredite: é possível superar — eu consegui, e você também pode.
Além de buscar o apoio de um profissional, experimente práticas simples como exercícios de respiração, descanso mental, autorreflexão e reconexão com pessoas que acolham você sem julgamentos.
Mas nunca se esqueça: é maravilhoso estar com alguém — mas, se você amar a própria companhia, nunca estará só. Use esse tempo para descobrir o melhor em você.
“Quem conhece os outros é sábio; quem conhece a si mesmo é iluminado.” (Lao-Tsé)
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como gerir suas emoções no dia a dia e desenvolver amor-próprio mesmo nos momentos mais difíceis? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até lá!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
Confira também: Como Gerir as Nossas Emoções e Seus Desafios (parte I)
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