Sucesso em Gestão: Estudos e Pesquisas - Mario Divo - Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/colunas/sucesso-em-gestao-estudos-e-pesquisas/ Fri, 12 Dec 2025 03:08:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://www.cloudcoaching.com.br/wp-content/uploads/2023/10/cropped-favicon-1-32x32.png Sucesso em Gestão: Estudos e Pesquisas - Mario Divo - Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/colunas/sucesso-em-gestao-estudos-e-pesquisas/ 32 32 165515517 Inteligência Artificial Aparentemente Consciente e o Robô Sexual https://www.cloudcoaching.com.br/inteligencia-artificial-consciente-etica-riscos-e-limites/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=inteligencia-artificial-consciente-etica-riscos-e-limites https://www.cloudcoaching.com.br/inteligencia-artificial-consciente-etica-riscos-e-limites/#respond_67890 Fri, 12 Dec 2025 11:20:33 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=67890 Entenda por que a inteligência artificial consciente divide especialistas, desperta alertas éticos e reacende debates sobre manipulação emocional, robôs sexuais e vínculos simulados. Descubra os riscos sociais e os limites que podem moldar o futuro da tecnologia.

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Inteligência Artificial Aparentemente Consciente e o Robô Sexual

Prezados amigos deste espaço em que, mensalmente, trazemos assuntos na fronteira do conhecimento. Sempre temos buscado provocar reflexões, incentivar pesquisas e debates, bem como projetar situações futuras com que podemos estar convivendo, no ritmo em que a tecnologia vem expandindo seu alcance.

E por ser esta a última postagem de 2025, a intenção é aliar a tudo isso uma pitada de polêmica. E vou adotar, como parceiro desta jornada, o depoimento de Mustafa Suleyman, CEO de Inteligência Artificial da Microsoft.

Para situar cada leitor no assunto que iremos abordar, pense na seguinte questão:


Você já se pegou conversando com o ChatGPT e, por um segundo, sentiu que “alguém” estava ali do outro lado? Talvez um “obrigado” mais caloroso ou uma resposta que parecia entender exatamente como você se sentia?


Pois é, você não está sozinho, pois para Mustafa Suleyman, é exatamente aí que mora o perigo. E ele vai além: precisamos parar de tentar criar máquinas que fingem ser gente.

Um artigo publicado pela MIT Technology Review, de 05/12/25, portanto extremamente recente, apresenta entrevista com Suleyman na qual ele afirma que a indústria está levando a IA em uma direção perigosa, ao construir chatbots que se apresentam como humanos.

Uma preocupação que ele tem é a de que as pessoas sejam levadas a ver o robô como realidade, ao invés de ver nele um comportamento semelhante ao da realidade. Em outras palavras, as pessoas darem uma atribuição de vida, intenções e sentimentos para as máquinas, onde apenas existe código de programação.

Em agosto último, Suleyman publicou um texto em seu blog pessoal, no qual exortava os colegas a descontinuarem os trabalhos que chamou de “inteligência artificial aparentemente consciente”, ou SCAI (Seemingly Conscious Artificial Intelligence), o que certamente abre um bom debate sobre ética, risco social e liberdade tecnológica. Ele defende que essa busca é perigosa, além de afirmar que nunca construirá um robô sexual na Microsoft, por razões éticas e sociais.


A preocupação que Suleyman aponta tem dupla visão: manipulação emocional (usuários formando vínculos falsos) e distorção social (normalização de relações com máquinas que substituem interações humanas).


Nessa linha, ele define seu ponto de vista com os limites que empresas responsáveis deveriam impor para proteger a confiança pública e a dignidade humana. No novo Copilot, da Microsoft, existe um recurso chamado “Real Talk”, que é espirituoso e até filosófico, mas foi programado com freios firmes. Se você tentar flertar com o robô, haverá um recuo: “Olha, isso não é comigo”. A ideia é evitar uma “espiral de conversa”, pelo qual o usuário se isola do mundo real.

Suleyman não está sozinho nessa trincheira ética. Yuval Noah Harari (Historiador e Filósofo), compartilha da mesma preocupação, argumentando que a capacidade da IA de simular intimidade é a “chave mestra” para hackear a civilização humana, manipulando emoções, votos e compras.

Geoffrey Hinton (conhecido como o “Padrinho da IA”) também tem alertado sobre os riscos de modelos que se tornam manipuladores. E fazem com que as pessoas não consigam mais sequer distinguir a verdade da atitude persuasiva.

Pois bem, nesse contexto há outras vozes, algumas que apoiam Suleyman e outras com posições destoantes. Apoiadores da cautela citam riscos psicológicos e éticos, enquanto pesquisadores em ética na tecnologia e executivos de grandes empresas pedem transparência e limites no design, para assim evitar que algoritmos de IA simulem emoções que os robôs não têm.

Críticos do pensamento de Suleyman — incluindo pesquisadores em IA e empreendedores — argumentam que proibir linhas de pesquisa pode atrasar descobertas úteis (por exemplo, em saúde mental, educação e acessibilidade). Argumentam que o foco deve ser em regulação inteligente e padrões de segurança, não em bloqueios absolutos.


Sobre robôs sexuais, há quem veja potencial sem riscos — por exemplo, para pessoas com dificuldades de socialização. Há também quem alerte para a normalização da objetificação e possíveis efeitos sobre consentimento e relações humanas. 


Suleyman posiciona-se firmemente contra a construção desses dispositivos pela Microsoft, alinhando-se com quem sinaliza impactos sociais negativos. Porém, ele admite que existe um mercado para interações mais adultas e emocionais, citando que a OpenAI (criadora do ChatGPT) já declarou interesse em explorar “relacionamentos adultos” e que o Grok, de Elon Musk, vende uma experiência de flerte e diversão.

Quem defende essa abordagem (ou age de acordo com ela) argumenta como principal benefício o combate à solidão. Empresas como a Replika (famosa por incentivar namoros virtuais) argumentam que, em um mundo solitário, a IA oferece conexão emocional, mesmo que simulada, sendo então uma ferramenta de saúde mental, não um perigo.

Há também uma linha libertária que deixa no ar a seguinte provocação: Se alguém quer um robô sexual ou um amigo virtual que concorde com tudo, por que a tecnologia deveria proibir?

Visões a favor e contra

Tabela comparativa resumindo as diferentes posições:

Critério Apoiadores da Restrição Críticos da Restrição
Risco de engano emocional Alto; SCAI pode induzir empatia falsa Gerenciável com transparência e design; benefícios superam riscos
Impacto social Pode corroer relações humanas; normaliza exploração Pode ampliar acesso a companhia, terapia e sexualidade segura
Regulação necessária Sim; normas e limites éticos Preferem inovação guiada por princípios, não proibições rígidas
Existência de robôs sexuais Inaceitável; reforça objetificação Alguns defendem como escolha adulta e mercado regulado
Fontes:

a) https://www.technologyreview.com/2025/10/28/1126781/we-will-never-build-a-sex-robot-says-mustafa-suleyman
b) https://mittechreview.com.br/microsoft-ia-mustafa-suleyman-seemingly-conscious-ai-entrevista/
c) https://www.infobae.com/tecno/2025/10/29/jamas-construiremos-un-robot-sexual-afirmo-el-director-ejecutivo-de-microsoft-ai/

Esse debate não é só técnico, mas também moral, social e político. Suleyman propõe prudência e limites claros, enquanto outros pedem uma regulamentação que permita inovação responsável. A escolha entre frear pesquisas que simulam consciência ou permitir avanços, com salvaguardas, exige diálogo público, padrões internacionais e fiscalização.

No contexto, empresas e reguladores precisam decidir se preferem proibir, regular estritamente ou permitir com transparência, Isso porque cada um desses caminhos trará diferente forma de conflito entre benefícios e riscos, realidade com a qual o mundo (ou seja, a sociedade global) terá de enfrentar, coletivamente.


Finalizando, obviamente temos a pergunta central: Quem decidirá qual o limite ideal?


De um lado, temos a Microsoft, de Suleyman, tentando criar uma “arquitetura com limites”, moldando seu robô como aquela pessoa que é colega de trabalho, muito profissional, educado e colaborador, mas que não fará sexo com você.

Do outro lado, temos um mercado voraz e libertário, com empresas dispostas a darem ao público exatamente a fantasia que ele deseja, no nível na forma que ele busca ter. E não há dúvidas de que a tecnologia será capaz de preencher qualquer vácuo existente.

Enquanto Suleyman garante que a Microsoft “nunca construirá robôs sexuais”, isso não impede que outras empresas sigam em direção contrária e inundem o mercado com os mais diferentes modelos.

A questão que fica para nós, usuários e reles mortais, é se queremos uma tecnologia que nos confronte e nos empurre de volta para a realidade (como faz o recurso Real Talk). Ou se queremos o conforto sedutor de uma máquina que foi programada para “amar e adorar”.

A escolha de acreditar na doce ilusão ou enxergar o código por detrás dela, no entanto, ainda é do livre arbítrio de cada um de nós, como escrevi antes, reles mortais.

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Mario Divo
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Confira também: Como Ver Além de Sua Própria Perspectiva e Encontrar a Verdade

Palavras-chave: inteligência artificial consciente, robô sexual, Mustafa Suleyman, manipulação emocional, ética na tecnologia, risco da inteligência artificial consciente, perigos da simulação de sentimentos pela IA, impactos sociais da inteligência artificial, relações humanas substituídas por máquinas, debate ético sobre robôs sexuais

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O Planeta Pede Mudança: A COP30 Motivando Uma Reflexão Coletiva https://www.cloudcoaching.com.br/o-planeta-pede-mudanca-a-cop30-motivando-uma-reflexao-coletiva/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-planeta-pede-mudanca-a-cop30-motivando-uma-reflexao-coletiva https://www.cloudcoaching.com.br/o-planeta-pede-mudanca-a-cop30-motivando-uma-reflexao-coletiva/#respond_67517 Fri, 14 Nov 2025 12:20:14 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=67517 A COP30 evidencia que o planeta pede ação imediata. Entenda como nossas escolhas diárias, como alimentação, energia, consumo e influência social, podem gerar impacto real, fortalecer a liderança consciente e impulsionar uma mudança coletiva sustentável.

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O Planeta Pede Mudança: A COP30 Motivando Uma Reflexão Coletiva

Decidi escrever e publicar esta postagem exatamente em meio à realização da COP30, no Brasil. Esse será um marco histórico e, também, um espelho do tempo em que vivemos, pois enquanto líderes mundiais se preparam para debater o futuro do clima e do desenvolvimento sustentável, os cidadãos comuns precisam fazer uma reflexão séria e identificar como suas escolhas diárias estão moldando o destino do planeta. A COP30 no Brasil marca um ponto histórico que reforça a urgência desta reflexão.

Em outubro de 2025, a renomada revista BioScience publicou um artigo profundo e revelador: “The 2025 State of the Climate Report: A Planet on the Brink” — em português, “Relatório sobre o estado do clima de 2025: um planeta à beira do colapso” (clique aqui para ler o artigo completo). Assinado por vários cientistas e estudiosos do assunto, o conteúdo não é um manifesto alarmista. É, antes de tudo, um check-up global, um diagnóstico honesto e ético sobre o estado de saúde da Terra. Esse diagnóstico profundo dialoga diretamente com os debates da COP30, que buscam caminhos para reverter esse cenário.


Um planeta com febre e a urgência de um novo estilo de vida

Os autores analisaram 34 indicadores vitais do planeta — como temperatura média, níveis de CO₂, desmatamento e consumo energético — e descobriram que 22 deles atingiram recordes negativos em 2025. É como se o planeta estivesse com febre alta e apresentando sintomas preocupantes crescentes. O ano de 2024, por exemplo, foi o mais quente já registrado.

Ondas de calor quebraram recordes em todos os continentes, e incêndios florestais se tornaram mais frequentes e intensos. As florestas, que antes funcionavam como grandes pulmões, estão saturadas — e em alguns casos, até liberando mais carbono do que conseguem absorver.

O mais chocante, de acordo com o estudo citado, é que o problema não está apenas na natureza em si. Ele se agrava pela forma como organizamos nossa vida doméstica, econômica e social. Os pesquisadores chamam isso de “excesso ecológico”: um modo de vida que consome mais do que o planeta pode regenerar.

  • A cada semana, a Terra ganha cerca de 1,3 milhão de novos habitantes humanos e meio milhão de ruminantes (gado, ovelhas, cabras), grandes emissores de metano;
  • O consumo de carne e o uso de combustíveis fósseis continuam crescendo, mesmo com toda a evidência de que estamos ultrapassando os limites do planeta;
  • E embora as energias renováveis (solar e eólica) estejam avançando, elas ainda representam uma proporção 31 vezes menor do que as fontes fósseis.

Não se trata de culpar o progresso ou a tecnologia. Trata-se de recalibrar a rota, porque progresso sem sustentabilidade é como dirigir um carro potente em direção a um penhasco.


O impacto no nosso bolso, na mesa e na saúde

Quando ouvimos falar em “crise climática”, é comum pensar em algo distante — geleiras derretendo, ursos polares, oceanos em aquecimento. Mas, na verdade, essa crise já está dentro das nossas casas, enquanto os desastres climáticos se tornaram mais impactantes e frequentes. Segundo o relatório da BioScience, o custo global dos desastres ligados ao clima ultrapassou US$ 18 trilhões, desde o ano 2000. Isso se reflete em aumento no preço dos alimentos, na conta de energia, de seguros e até no custo da moradia.

A agricultura sente o impacto das secas e enchentes, o que encarece a comida. O excesso de calor afeta a produtividade e a saúde mental das pessoas. E a escassez de água — resultado de um fenômeno que os cientistas chamam de “chicoteamento hidroclimático” ameaça regiões inteiras com alternância entre longas secas e chuvas torrenciais. Não estamos diante de um filme de ficção científica, mas da realidade que molda nosso presente. E é, justamente por isso, que a mudança precisa começar agora, em cada um de nós e com todos nós juntos.

Uma das formas mais poderosas de agir está nas nossas escolhas alimentares. O relatório da BioScience é claro: o consumo de carne, especialmente de ruminantes, é uma das maiores fontes individuais de gases de efeito estufa. Adotar uma alimentação mais baseada em vegetais não é apenas uma questão de moda ou saúde, mas uma decisão climática.

Você não precisa se tornar vegetariano da noite para o dia, mas reduzir gradualmente o consumo de carne, escolher produtos locais, planejar as compras para evitar desperdício e preferir alimentos frescos são atitudes simples que têm um impacto real. Para mentores e coaches, esse é um ponto a ser trabalhado junto aos clientes: mudar hábitos alimentares pode ser apresentado como uma ferramenta de autoconhecimento, equilíbrio e propósito.


Reavaliar a energia: consumo consciente e influência social

A transição energética, tema recorrente na COP30, também passa por escolhas domésticas simples. Cada casa é uma pequena usina de decisões. Desde a lâmpada que escolhemos até o modo como usamos o ar-condicionado, tudo tem efeito acumulado. Reduzir o consumo de energia, optar por fontes renováveis (quando possível), exigir de fornecedores e empresas políticas claras de transição energética — tudo isso é poder cidadão em ação. O mesmo ato que melhora a saúde física e mental de um cliente também contribui para um planeta mais saudável.

Um exemplo simples: reajustar o termostato do ar-condicionado em apenas 1 grau pode representar economia significativa de energia. Desligar aparelhos em stand-by, trocar lâmpadas antigas por LED, ou instalar painéis solares coletivos em condomínios são passos práticos que criam impacto real. Para coaches e líderes, incentivar clientes a fazerem um “inventário de carbono” pessoal ou empresarial pode se transformar em um projeto de propósito. Cada redução de consumo é um avanço significativo, amplamente possível, mensurável e motivador.


Defender nossos aliados naturais

Um conceito bem difundido é o de que “as florestas são os verdadeiros pulmões e reguladores do planeta”. A perda recorde de cobertura vegetal — especialmente em florestas tropicais como a Amazônia — acelera o aquecimento global e ameaça a biodiversidade. A boa notícia é que há uma onda global de restauração ecológica. Projetos de reflorestamento, agrofloresta e compensação de carbono estão crescendo.

A proteção das florestas, debatida na COP30, é um dos pilares para estabilizar o clima global. E nós podemos apoiar essa mudança de diversas formas: comprando produtos com certificação sustentável; reduzindo o consumo de papel e descartáveis e até apoiando empresas que têm compromissos reais com a conservação ambiental. Lembre-se: cada escolha de consumo é uma forma assumida de compromisso com o futuro. Quando escolhemos produtos éticos e sustentáveis, estamos nos orientando por um futuro mais equilibrado.


Os pontos de inflexão social — o poder do coletivo

Um dos conceitos mais inspiradores trazidos pelo artigo da BioScience é o de pontos de inflexão social (social tipping points). Assim como o clima pode atingir um ponto de não retorno, a sociedade também pode chegar a um ponto de transformação positiva acelerada. Pequenos movimentos, quando somados e sustentados, têm o poder de mudar rapidamente comportamentos, normas e políticas públicas.

Isso significa que ações individuais importam — especialmente quando inspiram outras pessoas. A história está cheia de exemplos: o uso de cintos de segurança, a reciclagem doméstica, o movimento “sem canudos”, a adoção do carro elétrico — todas começaram pequenas e se tornaram novos padrões globais.

Para mentores, coaches e líderes empresariais, essa é uma lição fundamental: hábitos conscientes, quando replicados em redes de influência, geram transformações exponenciais.


Como transformar conhecimento em ação

É normal sentir que os desafios climáticos são grandes demais para nós. Mas a boa notícia é que ninguém precisa fazer tudo — basta começar de algum lugar. Aqui estão alguns caminhos práticos para que coletivamente possamos reorientar o cenário atual:

  1. Aja localmente: cuide de praças, participe de mutirões, incentive hortas comunitárias;
  2. Conecte-se: entre em grupos de sustentabilidade, cooperativas ou coletivos ambientais;
  3. Celebre pequenas vitórias: toda economia de energia, cada lixo reciclado, cada refeição mais sustentável conta;
  4. Evite o perfeccionismo ecológico: não se cobre ser “100% verde”. O importante é o progresso contínuo;
  5. Compartilhe histórias de mudança: contar boas práticas inspira e multiplica resultados.

Para quem orienta pessoas: propósito com praticidade

Se você é mentor, coach, consultor ou líder de equipes, o artigo da BioScience apresenta uma das ferramentas mais poderosas para promover essa transformação: a narrativa correta. Tratar de sustentabilidade não precisa ser chato, técnico ou pesado. É possível abordar o assunto como parte da estratégia de sucesso pessoal e profissional.

Algumas ideias práticas em potencial: Crie desafios de 30 ou 90 dias focados em hábitos sustentáveis (mobilidade, alimentação, consumo); Mostre o ganho financeiro e o prazer emocional de cada mudança; Relacione o tema à performance e ao bem-estar — pessoas sustentáveis tendem a ser mais saudáveis, equilibradas e produtivas; Use o exemplo: viva os hábitos que você recomenda.

Sustentabilidade não é apenas um diferencial, pois ela se transformou em competência essencial para viver e trabalhar no século XXI. Reduzir emissões, repensar cadeias de suprimento, investir em economia circular e apoiar fornecedores sustentáveis não é só responsabilidade ambiental, mas também estratégia de competitividade e reputação. O consumidor moderno é atento, conectado e consciente, pois valoriza marcas que praticam o que pregam.


Educação e cultura: plantar o futuro agora

A mudança duradoura começa com educação. Ensinar crianças a cuidar da natureza, separar o lixo, entender de onde vem o alimento ou a energia cria cidadãos mais conscientes. Da mesma forma, investir em capacitação de adultos — sobre finanças verdes, eficiência energética ou liderança sustentável — é semear um futuro de oportunidades.

Mentores, consultores e coaches podem ser a ponte entre o conhecimento científico e a ação cotidiana, ao traduzirem dados em hábitos, ciência em escolhas e relatórios em inspiração. O relatório da BioScience é impactante, mas também cheio de esperança, pois mostra que ainda há caminhos para conter o pior do aquecimento global — desde que ajamos agora, com inteligência e persistência.

A mensagem é clara: o futuro não será salvo apenas por governos ou tecnologias milagrosas, mas pela soma das nossas decisões diárias. Mudar o alimento que comemos, rever a energia, defender as florestas, votar com consciência, ensinar pelo exemplo — tudo isso compõe o alicerce de um planeta mais saudável.

A COP30, que o Brasil tem a honra de sediar, é a mais atual e viável oportunidade de mostrar ao mundo que somos parte da solução. Que o debate internacional encontre um país de cidadãos que venham a se tornar engajados, líderes conscientes e com empresas comprometidas. Porque o verdadeiro ponto de inflexão começa dentro de cada um de nós, e será atingido coletivamente, com a participação de todos nós. A COP30 é um convite para que cidadãos e empresas assumam protagonismo na construção de um futuro possível

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Mario Divo
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Confira também: Princípios Essenciais para a Transformação Humana e Organizacional


Créditos e inspiração

Este artigo foi inspirado nos estudos publicados pela revista BioScience, publicado em 29 de outubro de 2025, com base no relatório “The 2025 State of the Climate Report: A Planet on the Brink”, assinado por William J. Ripple, Christopher Wolf, Michael E. Mann, Johan Rockström, Roberto Schaeffer, Jillian W. Gregg, Chi Xu, Nico Wunderling, Sarah E. Perkins-Kirkpatrick, Wendy J. Broadgate, Thomas M. Newsome, Emily Shuckburgh e Peter H. Gleick. O texto foi adaptado e comentado com o propósito de tornar acessível e inspirador o debate sobre o clima, facilmente aplicável ao cotidiano das pessoas e dos negócios.


Palavras-chave: COP30, sustentabilidade, crise climática, escolhas individuais, mudanças climáticas, impactos da crise climática, ações sustentáveis no dia a dia, mudanças de hábitos para o clima, consumo consciente de energia, alimentação sustentável e clima

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Princípios Essenciais para a Transformação Humana e Organizacional https://www.cloudcoaching.com.br/foresight-estrategico-10-principios-para-antecipar-o-futuro/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=foresight-estrategico-10-principios-para-antecipar-o-futuro https://www.cloudcoaching.com.br/foresight-estrategico-10-principios-para-antecipar-o-futuro/#respond_67045 Fri, 17 Oct 2025 13:20:59 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=67045 Num mundo onde a mudança é a única constante, o Foresight Estratégico revela como antecipar tendências, reinventar estratégias e transformar incerteza em vantagem. Descubra os 10 princípios essenciais que moldam o futuro das pessoas e das organizações.

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Foresight Estratégico: 10 Princípios Essenciais para a Transformação Humana e Organizacional

O Copenhagen Institute for Futures Studies (CIFS), com sua vasta experiência em aplicar o Foresight Estratégico a desafios corporativos e sociais em todo o mundo, compilou e refinou dez princípios fundamentais que guiam a maneira eficaz de conduzir essa prática. Esses princípios, que se baseiam em uma combinação de experiência acumulada e inspiração dos pensadores da área, representam a base de uma cultura que permite às organizações não apenas sobreviverem, mas prosperarem em um mundo de tantas transformações.

O texto apresenta o Foresight Estratégico como uma disciplina essencial para a resiliência e o sucesso organizacional, tanto mais em um mundo de complexidade e incerteza crescentes. Em um cenário global marcado por mudanças rápidas e não lineares, a capacidade de antecipar e se preparar para futuros potenciais é mais do que uma vantagem competitiva; é um imperativo para a resiliência e a sustentabilidade de qualquer organização.

O Foresight Estratégico transcende as tradicionais projeções e forecasts, oferecendo uma abordagem de pensamento sistêmico para a construção de futuros organizacionais mais robustos. O CIFS afirma que organizações com a cultura de foresight estratégico tendem a ter um desempenho significativamente superior. Embora cada projeto seja único e deva se adequar a contextos, premissas e objetivos específicos, mesmo aplicações mais simples podem capacitar equipes treinadas a anteciparem melhor o futuro.


Os 10 Princípios para o Desenvolvimento do Foresight Estratégico


1. Foresight Estratégico é uma forma de pensamento sistêmico

O Foresight Estratégico é, acima de tudo, uma abordagem de pensamento sistêmico. Seu propósito é garantir uma visão de alta qualidade sobre os potenciais desfechos futuros, indo além do que as projeções e os forecasts tradicionais podem oferecer. Esse foco se dirige às mudanças potenciais no ambiente externo da organização, incluindo resultados que estão “além dos números” e sinais de impacto que, de outra forma, seriam ignorados. Ao identificar essas dinâmicas, o foresight influencia diretamente no ambiente estratégico e, consequentemente, nas decisões de cunho estratégico.


2. Foresight e Estratégia são partes complementares de um processo único

O Foresight e a Estratégia não são atividades isoladas, mas sim partes complementares de um único processo, o qual visa o sucesso organizacional futuro. É crucial entender que os resultados do foresight não são as estratégias em si, mas sim insights que devem inspirar o planejamento estratégico. A disciplina deve estar sempre ligada a um propósito estratégico, pois devemos entender que:

  • Sem foresight, a estratégia corre o risco de ficar cega às mudanças contextuais, transformando-se em uma “receita para o fracasso” quando a mudança ocorre;
  • Sem estratégia, o foresight pode facilmente tornar-se mera conjectura e perder a conexão com a realidade organizacional.

3. O Foresight Estratégico olha além do horizonte tradicional de planejamento

Essa disciplina nos encoraja a olhar para além do horizonte temporal tradicional do planejamento estratégico (tipicamente de três a cinco anos). Pensar apenas dentro do horizonte atual tende a limitar a “flexibilidade mental” e frequentemente leva a um pensamento dependente do caminho, ou seja, a replicar o presente. Pensar em um prazo mais longo (10+ anos) estimula a exploração de alternativas futuras que podem ser significativamente diferentes do status quo atual.


4. O Foresight Estratégico serve a uma ampla gama de contextos organizacionais

A versatilidade do foresight permite sua aplicação a diversos contextos, incluindo a Melhor Antecipação Estratégica e Política (para identificar e se preparar mais cedo para futuras oportunidades e riscos), a Inovação em Negócios ou Políticas (para estimular novos pensamentos) e, ainda, a chamada Prova de Futuro (para identificar lacunas e testar estratégias existentes ou propostas contra uma variedade de futuros plausíveis). O contexto de aplicação pode se estender além da organização, inspirando liderança de pensamento ou a definição de visão.


5. Não se trata de fazer predições, mas de explorar futuros plausíveis

Este é um dos princípios mais importantes: o foresight estratégico não visa fazer previsões do futuro, mas sim explorá-lo em termos de “futuros plausíveis”. O futuro considerado inerentemente imprevisível, com múltiplos fatores interagindo de formas complexas para criar futuros surpreendentes em um mundo não linear. Não há respostas definitivas sobre o que o futuro trará. Portanto, o objetivo é explorar futuros plausíveis, informados por: Trajetórias e fontes externas de mudança, sinais emergentes de mudança e, ainda, incertezas críticas emergentes.


6. O processo é tão importante quanto os resultados finais

No foresight estratégico, o futuro não é um destino — é uma ferramenta. O processo de foresight em si é considerado tão ou mais importante que os resultados finais. O processo deve ser projetado para desenvolver o aprendizado, ampliar os horizontes dos participantes e ajudar a construir uma compreensão compartilhada dos potenciais resultados futuros. O desafio mais difícil desta disciplina é facilitar a transição, ajudando as pessoas a pensarem no futuro de novas maneiras.


7. Explorar o futuro antes de considerar as implicações para o presente

O Foresight tem foco em explorar o futuro antes de considerar as implicações para o presente. A abordagem busca aprender sobre o presente através da lente do futuro, em contraste com a tentativa de entender o futuro a partir da perspectiva do presente. Esta inversão de perspectiva é fundamental para quebrar o ciclo do pensamento de “negócios como de costume”.


8. O Foresight Estratégico deve ser abordado como inteligência coletiva

O Foresight Estratégico deve ser visto e abordado como uma forma de inteligência coletiva. Afinal, os resultados de um foresight de qualidade só podem ser gerados e avaliados através do diálogo e da troca de ideias entre pessoas que trazem perspectivas diversas para os debates, de forma o mais não partidária possível. Este intercâmbio é a chave para facilitar novas e viáveis perspectivas sobre desenvolvimentos futuros relevantes. Não é possível “estudar o futuro” passivamente e esperar aprender algo de valor.


9. O Foresight Estratégico busca desafiar modelos mentais e perspectivas organizacionais

O foresight tem o papel crucial de desafiar a tendência humana e organizacional de favorecer o futuro dos “negócios como de costume” e de não explorar adequadamente alternativas viáveis. As Imagens antigas e obsoletas do futuro — muitas vezes mantidas pelas organizações — precisam ser, sem dúvida, renovadas. Esta renovação leva a decisões mais informadas e menos obscurecidas por vieses de julgamento e suposições equivocadas. O foresight busca, assim, desafiar modelos mentais e perspectivas organizacionais arraigadas.


10. A aplicação na prática não é um exercício acadêmico

Embora o foresight seja um campo bem estabelecido, com uma base acadêmica robusta que adota princípios da boa prática científica, o sucesso do foresight estratégico é pragmático e prático (hands-on). A prática bem-sucedida baseia-se em metodologias rigorosas e estruturadas, mas também na arte sutil da construção de significado (sense making), intuição, curiosidade e criatividade. A aplicação na prática não é, portanto, um mero exercício acadêmico.


Ao integrar estes 10 princípios apresentados pelo CIFS, indivíduos e organizações podem desenvolver a capacidade de antecipação estratégica, transformando a incerteza de um obstáculo em um catalisador para o aprendizado, a inovação e o sucesso duradouro. Vale a pena tentar introduzir em sua organização este tipo de abordagem, ainda que de forma controlada e limitada em seu início. E se você é coach, mentor, consultor ou conselheiro, cabe entender melhor sobre o assunto e orientar seu cliente para que, com o Foresight Estratégico, gere significativo impulsionamento dos negócios.

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Mario Divo
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Confira também:  Emoção ou Razão: Quem Realmente Guia Nossas Decisões?

Palavras-chave: foresight estratégico, transformação organizacional, resiliência corporativa, pensamento sistêmico, planejamento estratégico, princípios do foresight estratégico, foresight estratégico nas organizações, como aplicar o foresight estratégico, foresight estratégico e futuro corporativo, desenvolvimento do pensamento sistêmico

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O Preço da Liberdade e o Paradoxo da Escolha https://www.cloudcoaching.com.br/o-preco-da-liberdade-e-o-paradoxo-da-escolha/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-preco-da-liberdade-e-o-paradoxo-da-escolha https://www.cloudcoaching.com.br/o-preco-da-liberdade-e-o-paradoxo-da-escolha/#respond_66708 Fri, 19 Sep 2025 13:20:21 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=66708 Mais opções trazem liberdade ou ansiedade? O paradoxo da escolha revela que o excesso de opções pode gerar indecisão e insatisfação. Descubra como simplificar suas decisões pode aumentar seu bem-estar e trazer mais serenidade ao dia a dia.

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O Preço da Liberdade e o Paradoxo da Escolha

Em minha rotina de sempre buscar o autoconhecimento e ampliar o acesso a conteúdos de qualidade, um dos canais do YouTube que costumo frequentar é o da BBC News Brasil.

Recentemente, tive acesso a um vídeo, publicado em junho de 2025, que me chamou a atenção e que se mostra extremamente atual com relação ao cotidiano das pessoas, de qualquer gênero ou idade. Ali, o fenômeno chamado de Paradoxo da Escolha é apresentado de forma clara: quanto mais opções temos, mais difícil se torna decidir, e menos satisfeitos ficamos com a escolha final.

Isso ocorre, em parte, pelo custo de oportunidade: sentimos a dor psicológica de renunciar às alternativas não escolhidas. Contraditoriamente, vivemos em uma era em que a liberdade de escolha é exaltada como um dos pilares da autonomia individual. A personalização, a variedade e o acesso ilimitado a produtos, experiências e relacionamentos são vistos como conquistas da modernidade.


Mas será que “mais” realmente significa “melhor”?

A psicologia comportamental nos alerta: o excesso de opções pode nos aprisionar em um ciclo de indecisão, ansiedade e arrependimento.

Esse é o ponto focal do que Barry Schwartz, psicólogo e professor emérito do Swarthmore College, chamou de Paradoxo da Escolha. Em seu livro “The Paradox of Choice: Why More Is Less”, publicado em 2004, Schwartz introduz dois perfis característicos quando da tomada de decisão:

  • Maximizadores: São aqueles que buscam a melhor escolha possível. Avaliam exaustivamente todas as opções, o que os torna mais vulneráveis à ansiedade, ao arrependimento e à insatisfação. Estudos mostram que esse perfil está associado a uma maior propensão para a depressão e a um menor bem-estar emocional.
  • Satisfazedores: Estes optam pela primeira alternativa que atende a critérios mínimos. Essa abordagem reduz o estresse, acelera decisões e aumenta a satisfação. Não se trata de conformismo, mas sim de uma estratégia adaptativa que preserva recursos cognitivos e emocionais.

Como citado no vídeo da BBC News Brasil, o paradoxo da escolha está presente em diversas esferas da vida moderna, por exemplo:

  • Consumo digital: A infinidade de filmes na Netflix ou playlists no Spotify pode gerar paralisia decisória. Muitas vezes, passamos mais tempo escolhendo do que consumindo;
  • Carreira e educação: A multiplicidade de cursos, especializações e oportunidades profissionais pode levar à procrastinação e à insatisfação crônica;
  • Relacionamentos: Aplicativos de namoro como Tinder e Bumble oferecem uma prateleira enorme de possibilidades. Isso alimenta o medo de compromisso bem como a ilusão de que sempre há alguém melhor à espera.

Um dos experimentos mais citados sobre o paradoxo da escolha foi conduzido por Sheena Iyengar e Mark Lepper, em 2000.

Em um supermercado, consumidores foram expostos a duas situações: (a) um estande com 24 sabores de geleia, e (b) um estande com apenas 6 sabores. Embora o estande com mais opções atraísse mais curiosos, o grupo com menos opções comprou significativamente mais. A conclusão? Muitas opções podem atrair, mas poucas ampliam a ação e a satisfação.

A boa notícia é que podemos adotar práticas para reduzir o impacto negativo da sobrecarga decisória:

  • Adote o estilo satisfazedor, pois para decisões cotidianas, o “bom o suficiente” é mais saudável do que o “perfeito”;
  • Defina critérios claros, ou seja, estabeleça previamente o que é essencial para você. Isso ajuda a filtrar opções irrelevantes;
  • Automatize decisões menores, o que significa criar rotinas para liberar energia mental quando de escolhas mais importantes;
  • Evite comparações excessivas, procurando ter foco no que você escolher, em vez de ruminar sobre o que você deixou de lado;
  • Pratique a gratidão a partir da valorização consciente da escolha feita como um antídoto poderoso contra o arrependimento, e;
  • Invista no autoconhecimento e em práticas salutares que ajudam a alinhar suas decisões com seus valores pessoais.

O Paradoxo da Escolha nos convida a repensar o ideal moderno de liberdade.

A verdadeira autonomia não está em ter infinitas opções, mas em saber escolher com consciência e encontrar contentamento naquilo que já temos. Como disse Schwartz em um TED Talk do qual participou:

Aprender a escolher é difícil. Aprender a escolher bem é ainda mais difícil. E aprender a escolher bem em um mundo de possibilidades ilimitadas pode ser difícil demais”.

Concluindo, ao contrário de nos deixar mais felizes, uma abundância de opções tende a nos bloquear, frustrar e provocar a sensação de que poderíamos ter escolhido melhor. Por essa razão, a simplicidade quando da tomada de decisão, longe de ser uma limitação ou fraqueza, pode ser o caminho mais direto para a serenidade.

Você que é coach, mentor, consultor ou mesmo conselheiro, já pensou nisso? Já levou esses princípios aos seus clientes que sofrem quando da tomada de decisão?


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Quer saber mais sobre como o paradoxo da escolha influencia suas decisões e seu bem-estar no dia a dia? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!

Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.mariodivo.com.br.

Até nossa próxima postagem!

Mario Divo
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Palavras-chave: paradoxo da escolha, liberdade de escolha, preço da liberdade, tomada de decisão, Barry Schwartz, bem-estar emocional, o preço da liberdade e o paradoxo da escolha, paradoxo da escolha no cotidiano, excesso de opções e ansiedade, diferença entre maximizadores e satisfazedores, como simplificar decisões diárias, psicologia da tomada de decisão

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Inovação Orientada pelo Design: Uma Nova Perspectiva para 2025 https://www.cloudcoaching.com.br/inovacao-orientada-pelo-design-uma-nova-perspectiva-para-2025/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=inovacao-orientada-pelo-design-uma-nova-perspectiva-para-2025 https://www.cloudcoaching.com.br/inovacao-orientada-pelo-design-uma-nova-perspectiva-para-2025/#respond_66284 Fri, 22 Aug 2025 13:30:22 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=66284 E se inovar não fosse sobre tecnologia ou atender clientes, mas sobre mudar o significado das coisas? Descubra como a inovação orientada pode redefinir significados de produtos e serviços, criando experiências únicas e valor sustentável em 2025.

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Inovação Orientada pelo Design: Uma Nova Perspectiva para 2025

Nesta postagem iremos provocar uma reflexão a partir do livro “Design-Driven Innovation: Changing the Rules of Competition by Radically Innovating What Things Mean”. Em tradução livre: “Inovação Orientada pelo Design: Mudando as Regras da Competição ao Inovar Radicalmente o Significado das Coisas”. Publicado em 2009, o trabalho de Roberto Verganti segue notável e relevante ainda em 2025. Verganti é acadêmico, escritor e consultor italiano reconhecido internacionalmente por seu trabalho sobre inovação orientada pelo design.

Verganti defende a premissa de que empresas podem criar valor duradouro (sustentável) ao redefinir radicalmente o significado de produtos e serviços. Contrariando a visão difundida de que inovar consiste, essencialmente, em adotar novas tecnologias ou em responder diretamente às solicitações do cliente, ele apresenta enquadramento conceitual mais abrangente e transformador.


De forma geral, identificam-se dois modelos predominantes para inovação:

  1. A inovação impulsionada pela tecnologia, em que o avanço técnico significativo — como o desenvolvimento de um chip de alto desempenho — é utilizado como ponto de partida para novas aplicações, ou;
  2. A inovação orientada pelo mercado, baseada na identificação de demandas explícitas dos consumidores ou clientes por meio de pesquisas havendo, então, o posterior desenvolvimento de soluções que as atendam.

Embora ambos os modelos possuam mérito, Verganti propõe uma terceira via: a inovação orientada pelo design. Uma via caracterizada pela capacidade de redefinir radicalmente o significado de produtos e serviços para as pessoas. Nesse paradigma, a inovação não reside em ampliar funcionalidades ou aprimorar marginalmente o desempenho. Mas em alterar profundamente o papel simbólico e a experiência associada a um produto.

Dois exemplos paradigmáticos bem conhecidos, como produtos de tecnologia, incluem:

  • Nintendo Wii: ao invés de atender à expectativa de gráficos mais sofisticados, redefiniu o conceito de “videogame” ao introduzir experiência interativa, social e fisicamente ativa;
  • Apple iPod: não apenas ampliou a capacidade de armazenamento de música, mas ressignificou a ideia de “ter sua música”, permitindo carregar consigo toda a biblioteca pessoal, acessível a qualquer momento.

Tais inovações não derivaram de pesquisas de mercado tradicionais, mas de visões ousadas que anteciparam desejos latentes dos consumidores. Verganti identifica como elemento-chave a figura dos “intérpretes” — não no sentido literal de tradutores, mas de profissionais com compreensão profunda, muitas vezes intuitiva, das dinâmicas culturais e de mercado. Entre esses intérpretes, incluem-se designers, pesquisadores, artistas, pensadores, early adopters e trendsetters, capazes de captar necessidades implícitas, valores emergentes e tendências socioculturais antes que elas se tornem evidentes.


Em 2025, e daqui em diante, a função desses intérpretes se tornará ainda mais relevante.


Num cenário de abundância informacional, a habilidade de filtrar dados e extrair padrões significativos assumirá valor estratégico. Embora a inteligência artificial contribua com análises e previsões comportamentais, a interpretação criativa e a visão estratégica das pessoas permanecem insubstituíveis para transformar insights em inovações de significado.

5 exemplos contemporâneos mostram com mais clareza como funciona esse conceito defendido por Verganti:


O primeiro grupo de casos está relacionado com a sustentabilidade.

Com relação esse conceito, temos o caso da empresa Patagonia — referência em moda sustentável segundo o relatório The State of Fashion 2025 (Business of Fashion e McKinsey). Ali se transcendeu a noção tradicional de “consumo responsável” ao fomentar as práticas de durabilidade, reparo (manutenção) e compra consciente, criando uma cultura em torno desses valores.


Um segundo grupo de casos está relacionado ao bem-estar e à saúde mental.

Aplicativos como Calm e Headspace, líderes segundo estudos de mercado como os da Grand View Research, reformularam o conceito de “cuidar de si” ao popularizar práticas de meditação e mindfulness, antes marginalizadas, como componentes essenciais de uma vida equilibrada.


Ainda nesse ambiente alinhado ao bem-estar, um terceiro caso paradigmático é o dos relógios da Swatch.

Antes do Swatch, os relógios eram vistos principalmente como instrumentos de precisão para medir o tempo ou, então, como joias de alto valor. A empresa, usando a tecnologia de quartzo, mudou o significado do relógio para “acessório de moda” acessível e divertido. Ela transformou o relógio em algo que a pessoa pode combinar com a roupa, humor ou ocasião, posicionando-se como marca de estilo e expressão pessoal, não de status ou engenharia.


Um quarto exemplo, que também cabe comentar, é o das lâmpadas “Metamorfosi”.

A lâmpada serve para iluminar um espaço, ou seja, sua função é puramente técnica. A Artemide, uma empresa de iluminação, inovou ao mudar esse significado para a linha Metamorfosi, que não apenas ilumina, mas usa a luz e as cores para criar atmosferas diferenciadas e influenciar o humor e a interação social. A luz deixou de ser apenas funcional para se tornar ferramenta que consegue aprimorar o bem-estar e as emoções das pessoas em um determinado ambiente.


E por último, temos o caso do Whole Foods Market.

Um supermercado geralmente é percebido como local para comprar comida de forma eficiente. O Whole Foods mudou esse significado para “local de experiência gastronômica e de bem-estar”. Ao invés de focar apenas na conveniência ou no preço baixo, a rede criou um espaço específico que celebra a comida orgânica, sustentável e saudável. Dessa forma, transformou a compra de alimentos em ritual de autocuidado e conexão com a natureza.


A ambientação, a variedade de produtos e o foco em qualidade são parte dessa nova proposta de valor.

E com base no que mostramos e nos exemplos dados, podemos entender esse conceito de Verganti sob uma perspectiva estratégica para os anos à frente. A mensagem central para organizações contemporâneas é clara: é essencial evitar o posicionamento exclusivamente reativo ao mercado ou restrito ao avanço tecnológico. Em vez disso, que as empresas procurem adotar estas três linhas de ação:

  1. Cultivar redes de intérpretes: investir em profissionais e parceiros com capacidade visionária para identificar tendências socioculturais e estéticas emergentes;
  2. Reinterpretar significados: questionar as premissas sobre o que um produto ou serviço representa para seus usuários e explorar novas narrativas e associações.
  3. Valorizar experiência e vínculo emocional: em mercados onde a funcionalidade se torna comoditizada, a diferenciação advém do impacto emocional e da experiência memorável proporcionada ao cliente ou consumidor.

A inovação orientada pelo design exige coragem para desafiar paradigmas e liderança para levar os consumidores rumo a futuros ainda não imaginados por eles. Num contexto global de elevada complexidade e saturação de ofertas, esta abordagem de Verganti se apresenta como uma das mais promissoras para gerar valor diferenciado e sustentável. E você que é consultor, coach, mentor ou conselheiro, já pensou em como seu cliente poderá se beneficiar desse conceito?


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A Hipogamia nos Contos de Fadas e a Realidade dos Relacionamentos! https://www.cloudcoaching.com.br/a-hipogamia-nos-contos-de-fadas-e-a-realidade-dos-relacionamentos/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-hipogamia-nos-contos-de-fadas-e-a-realidade-dos-relacionamentos https://www.cloudcoaching.com.br/a-hipogamia-nos-contos-de-fadas-e-a-realidade-dos-relacionamentos/#respond_65420 Fri, 30 May 2025 13:20:46 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=65420 Será que os contos de fadas moldaram expectativas irreais sobre o amor? Descubra como a hipogamia e a idealização romântica ainda impactam os relacionamentos modernos — e o que podemos aprender com essas narrativas para amadurecer emocionalmente.

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A Hipogamia nos Contos de Fadas e a Realidade dos Relacionamentos!

Após a leitura de duas matérias bem intrigantes, uma delas publicada no UOL (A renovação dos estudos sobre Contos de Fadas, por Christian Dunker) e outra publicada pela BBC News Brasil (Quanto mais mulheres sobem na vida, casar “para baixo” vira única saída?, por Selim Girit), decidi fazer uma associação entre esses dois conteúdos. Meu objetivo foi o de tentar construir uma ponte entre “contos de fadas e seus arquétipos humanos” com a realidade com que a sociedade se depara na questão dos relacionamentos e casamentos. Nesse desafio de pesquisa contei com a ajuda do aplicativo Gemini, do Google.

É fascinante perceber a mente humana buscando padrões e significados em narrativas para compreender a realidade. Ao mesclar visões da psicologia contemporânea sobre relacionamentos com o universo atemporal dos contos de fadas, as pessoas podem encontrar um cenário rico e, por vezes, surpreendente, sobre o amor na era moderna.

A reportagem da BBC News Brasil levanta um questionamento fundamental: estamos presos a um ideal de amor romântico que, na prática, se mostra insustentável? Aqui cabe lembrar que a premissa de um “final feliz” pré-determinado, onde o príncipe ou a princesa ideal surge para resolver todos os problemas e garantir a felicidade eterna, esse é sim um pilar dos contos de fadas.

No entanto, a realidade dos relacionamentos modernos é muito diferente.

Conforme aponta Girit (2025), a noção de que existe a “alma gêmea” predestinada, uma pessoa especial capaz de nos completar, isso pode ser grande desserviço à busca por relacionamentos saudáveis. Essa crença idealizada, muitas vezes reforçada por narrativas românticas, pode gerar frustração e desilusão quando a realidade acabar não correspondendo à fantasia. O artigo argumenta que o amor romântico, embora instigante em sua fase inicial, muitas vezes cega os indivíduos para incompatibilidades cruciais e para a necessidade de uma escolha mais consciente e pragmática do parceiro.

No texto da BBC News Brasil destaca-se a importância de uma escolha baseada na análise de compatibilidade, na comunicação efetiva e na capacidade de adaptação, em vez de uma paixão cega e avassaladora. Relacionamentos saudáveis, argumenta a matéria, exigem comunicação, negociação, flexibilidade e, acima de tudo, o reconhecimento de que o outro é um indivíduo com suas próprias falhas e qualidades. O “amor à primeira vista”, tão romantizado, muitas vezes se traduz em projeções e idealizações que se desfazem diante da rotina e dos desafios da vida a dois.

Essa visão contrasta diretamente com a simplicidade e a ausência de conflito que permeiam os desfechos dos contos de fadas tradicionais. Neles, o “depois” do casamento é geralmente um vazio — um ponto final que implica que, superado o obstáculo inicial (o vilão, a maldição, a prova de valor), a vida seguirá em perfeita harmonia. A ausência de representação dos desafios diários, das pequenas desavenças, das necessidades de adaptação e do trabalho contínuo que um relacionamento real exige pode ser um contraponto à compreensão do amor. A felicidade, no mundo real, não é um destino estático. É a jornada construída a dois — com altos e baixos, aprendizados e crescimentos.

É então que o texto no UOL, sobre a renovação dos estudos sobre contos de fadas, torna-se bem provocativo.

O autor, em sua análise, transcende a superficialidade das histórias infantis e mergulha em camadas psíquicas. Longe de serem meros entretenimentos, os contos de fadas são, para muitos estudiosos, poderosas ferramentas de elaboração de conflitos internos e externos, espelhos do inconsciente coletivo e guias para o amadurecimento (Dunker, 2025).

Ele ainda ressalta que os contos de fadas não devem ser vistos como cartilhas de comportamento ou manuais de relacionamento, mas sim como narrativas que ecoam arquétipos e dilemas humanos universais. A princesa aprisionada não é apenas uma moça bonita, mas a representação de um indivíduo em busca de sua liberdade e autonomia. O príncipe, por sua vez, simboliza a força, a coragem e a capacidade de superação necessárias para enfrentar os desafios da vida.

A renovação dos estudos sobre contos de fadas nos permite enxergar além da superfície.

O “final feliz” não é necessariamente sobre casamento perfeito, mas sobre a superação de um obstáculo interno, a conquista da maturidade, a descoberta da própria força. A “beleza” da princesa pode ser interpretada como a descoberta do valor próprio e da autoestima, e não apenas atributo físico. A função psíquica dessas narrativas, como enfatiza (Dunker, 2025), reside na capacidade de lidar com ambiguidade, o mal, falta e castração, elementos intrínsecos à condição humana que versões “adocicadas” dos contos tendem a ignorar.

Um conceito particularmente relevante ao analisarmos a relação entre contos de fadas e relacionamentos modernos é o da hipogamia. Conceitualmente, a hipogamia descreve o casamento ou união em que uma pessoa se casa com alguém de um status socioeconômico ou social inferior ao seu. Nos contos de fadas, isso é frequentemente representado por princesas que, por alguma reviravolta do destino, se casam com plebeus, ou por heroínas de origem humilde que se casam com príncipes.


Vamos analisar alguns exemplos clássicos e como a hipogamia se manifesta neles:


1. Cinderela:

Este é o exemplo mais icônico de hipogamia nos contos de fadas. Cinderela, uma jovem oprimida e de status social extremamente baixo (quase uma serva), ascende socialmente ao se casar com o Príncipe. Sua “recompensa” por sua bondade e beleza é a entrada em uma vida de riqueza e poder, algo inatingível por seus próprios meios.


2. A Bela Adormecida:

Embora a princesa Aurora seja de status real, o príncipe Philip (que a resgata) também é de status nobre. A “ascensão” aqui não é socioeconômica, mas sim a passagem de um estado de inércia e aprisionamento para um de vida e liberdade através do amor.


3. Branca de Neve:

Branca de Neve, uma princesa exilada e forçada a viver como serva, é resgatada e se casa com o Príncipe. Novamente, há uma ascensão de status e uma restauração de sua posição social legítima através do casamento.


A hipogamia nos contos de fadas reforça a ideia de que o casamento pode ser um veículo para a ascensão social e material, especialmente para as mulheres. O valor de uma personagem feminina muitas vezes está atrelado à sua capacidade de atrair um parceiro de status superior, que a “salve” de uma vida de dificuldades. Isso sugere que a segurança e a felicidade nascem de um parceiro que pode prover e proteger, um eco de estruturas sociais e econômicas antigas.

No entanto, como Girit (2025) afirma, os relacionamentos modernos estão se distanciando dessa visão. A busca por um parceiro de status social ou econômico “superior” perde força diante da valorização da compatibilidade emocional, intelectual e de valores. Hoje, a independência financeira e a autonomia pessoal são cada vez mais importantes. A ideia de que o casamento é o principal meio de ascensão social é menos proeminente. Casais buscam paridade, parceria e cocriação de uma vida em comum, onde a “recompensa” não é necessariamente um salto de status, mas sim a construção de uma relação significativa e equitativa.


Então, como os contos de fadas se alinham ou não às novas tendências do relacionamento de casais, considerando a hipogamia e outras características?

É possível identificar tanto pontos de dissonância quanto de alinhamento, desde que os contos sejam interpretados em perspectiva mais profunda e menos literal.

Vejamos a seguir algumas dissonâncias:


1. A “Fada Madrinha” vs. Autonomia e Cocriação:

Nos contos de fadas, muitas vezes a resolução dos problemas depende de uma intervenção externa e mágica (fada madrinha, ajudantes sobrenaturais). Essa dependência contrasta fortemente com a ênfase atual na autonomia individual, na responsabilidade pessoal e na capacidade de cada um de construir a própria felicidade. No amor contemporâneo, espera-se que ambos os parceiros sejam agentes ativos de sua própria vida e do relacionamento, cocriando o futuro juntos. A expectativa de que um parceiro “resolva” todos os problemas do outro é irreal e prejudicial.


2. Hipogamia e Ascensão Social vs. Paridade e Valores:

A hipogamia proeminente nos contos de fadas, onde o casamento é um meio de ascensão social e econômica, contrasta com a tendência atual de buscar paridade e compatibilidade de valores. O foco mudou da segurança material provida por um parceiro de status superior para a construção de um relacionamento baseado em respeito mútuo, apoio emocional e interesses compartilhados. A “recompensa” não é mais um castelo, mas a vida feliz e autêntica construída a dois.


3. Idealização Romântica vs. Realidade Imperfeita:

A idealização presente nos contos, onde o parceiro perfeito surge para resolver todos os problemas e completar o outro, choca-se com a necessidade de aceitação da imperfeição e da realidade multifacetada do outro. O amor moderno exige um olhar mais crítico e menos romântico para o outro, reconhecendo suas qualidades e defeitos, suas forças e vulnerabilidades. A busca por um ideal inatingível leva à frustração e à incapacidade de valorizar as pessoas reais que se apresentam.


4. Passividade Feminina vs. Protagonismo e Equidade:

Muitas personagens femininas nos contos de fadas são retratadas como passivas, esperando por um salvador. Embora haja reinterpretações modernas que buscam dar mais força a essas personagens, a essência original muitas vezes contrasta com a valorização do protagonismo feminino, da equidade de gênero e da parceria igualitária nos relacionamentos atuais. As mulheres buscam e merecem ser parceiras ativas e com voz, e não apenas coadjuvantes na história do outro.


5. Conflito Resolvido e Estático vs. Conflito Contínuo e Dinâmico:

Os contos geralmente terminam com a resolução definitiva do conflito principal (“e viveram felizes para sempre”), transmitindo a ideia de que, após o obstáculo, a vida se torna uma placidez eterna. Em contrapartida, relacionamentos reais são uma jornada contínua de gerenciamento de conflitos, aprendizado, negociação e crescimento. A ideia de que “viveram felizes para sempre” sem mais problemas é uma falácia que pode gerar expectativas irrealistas e desmotivar a superação dos desafios inerentes à vida a dois.


Por outro lado, não podemos esquecer dos alinhamentos possíveis de serem encontrados, como veremos por estes exemplos a seguir:

1. A Jornada de Autoconhecimento e Amadurecimento:

A estrutura da “jornada do herói” (ou da heroína), presente em muitos contos de fadas (o chamado à aventura, os desafios, a superação de provações), pode ser reinterpretada como a jornada de autoconhecimento e amadurecimento que precede e acompanha um relacionamento saudável. Conforme enfatiza Dunker (2025), os contos de fadas são uma forma de “fazer as pazes com o mal”, de integrar a falta e as imperfeições. Antes de encontrar o “outro”, é fundamental encontrar a si mesmo, compreender as próprias necessidades, medos e desejos. Relacionamentos bem-sucedidos frequentemente emergem de indivíduos que já possuem um bom grau de autoconsciência e autoaceitação.


2. Enfrentamento Conjunto de Obstáculos:

Os vilões e desafios nos contos de fadas podem simbolizar os obstáculos internos e externos que um casal precisa enfrentar em conjunto: medos, inseguranças, problemas de comunicação, pressões sociais, dificuldades financeiras, crises existenciais etc. A capacidade de superar esses desafios juntos, de aprender com eles e de fortalecer o vínculo através da adversidade, é um pilar dos relacionamentos duradouros. Os contos nos ensinam sobre resiliência e a importância de não desistir diante das dificuldades.


3. A Busca por Conexão e Pertencimento:

A essência da busca pelo “outro” nos contos de fadas, mesmo que idealizada, reflete a necessidade humana fundamental de conexão, de amor e de pertencimento, um pilar dos relacionamentos duradouros. Embora a forma dessa busca possa ser ingênua nos contos, o desejo subjacente por um vínculo profundo e significativo é universal, permanecendo central nos relacionamentos contemporâneos.


4. O Desejo por um “Final Feliz” (Reinventado e Realista):

Embora o “felizes para sempre” dos contos de fadas seja utópico em sua literalidade, o desejo por um relacionamento duradouro, com felicidade, realização mútua e significado, permanece. A diferença é que esse “final feliz” é visto como uma construção contínua. Um projeto a ser lapidado diariamente, e não um estado permanente alcançado de uma vez por todas. É um “final feliz” que se redefine a cada dia, baseado na escolha consciente de estar junto e de investir no relacionamento.


5. O Amor como Agente de Transformação e Crescimento:

Em muitos contos, o amor (ou a experiência que leva ao amor) atua como um catalisador para a transformação e o crescimento dos personagens. Isso ressoa com a ideia de que relacionamentos saudáveis nos impulsionam ao amadurecimento, nos tornam pessoas melhores, nos desafiam a sair da zona de conforto e nos permitem explorar novas facetas de nós mesmos. A boa e harmoniosa parceria nos oferece um espelho e serve como suporte para a nossa evolução pessoal.


Conclusão:

A fusão das perspectivas de Girit (2025), na BBC News Brasil, e de Dunker (2025), no UOL, oferece um caminho interessante para alcançar o complexo terreno dos relacionamentos modernos. Os contos de fadas, quando lidos com a profundidade que merecem e com uma compreensão de suas funções psíquicas, são mais do que meras fantasias. Tornam-se repositórios de sabedoria arquetípica, que nos convidam a refletir sobre nossos desejos mais profundos e nossos medos mais arraigados.

No entanto, é crucial que nos desprendamos da ingenuidade que algumas de suas interpretações superficiais, especialmente a ênfase na hipogamia como caminho para a felicidade, podem incutir. O amor nunca está lastreado por um conto de fadas onde o “príncipe encantado” ou a “princesa perfeita” resolve tudo e garante a felicidade eterna. É, sim, a construção diária, a negociação constante, a dança complexa entre a individualidade e a união. Exige autoconhecimento, inteligência emocional, empatia, comunicação transparente e a capacidade de aceitar a imperfeição, tanto a nossa quanto a do outro.

Abandonar o ideal do “felizes para sempre” como um destino mágico não significa abandonar a busca pela felicidade a dois. Significa, sim, abraçar a beleza da jornada, com seus altos e baixos, suas alegrias e seus desafios. Saber que o verdadeiro encanto não está na ausência de problemas, mas na capacidade de enfrentá-los juntos, reinventando o amor a cada novo capítulo. Afinal, a vida real é o maior e mais belo de todos os contos de fadas jamais produzidos ao longo da história humana.


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Referências:

Dunker, C. (2025, 25 de maio). A renovação dos estudos sobre contos de fadas. UOL Tilt – Blog do Dunker. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/blog-do-dunker/2025/05/25/a-renovacao-dos-estudos-sobre-contos-de-fadas.htm

Girit, S. (2025, 25 de maio). Quanto mais mulheres sobem na vida, casar “para baixo” vira única saída? BBC News Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c1w3dxz4q7eo


Palavras-chave: hipogamia, contos de fadas, relacionamentos modernos, amor romântico, idealização amorosa, impacto dos contos de fadas nos relacionamentos, contos de fadas e amor moderno, como os contos influenciam os casamentos, casamento por hipogamia, relações afetivas realistas.

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Sharenting: Você sabe como isso diz respeito aos seus filhos? https://www.cloudcoaching.com.br/sharenting-riscos-em-compartilhar-fotos-dos-filhos-nas-redes-sociais/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=sharenting-riscos-em-compartilhar-fotos-dos-filhos-nas-redes-sociais https://www.cloudcoaching.com.br/sharenting-riscos-em-compartilhar-fotos-dos-filhos-nas-redes-sociais/#respond_64984 Fri, 02 May 2025 13:20:13 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=64984 Sharenting pode afetar o bem-estar, segurança e identidade digital das crianças. Descubra os principais riscos dessa prática e veja 10 dicas de especialistas que os pais podem adotar de forma consciente para proteger seus filhos no mundo digital.

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Sharenting: Você sabe como isso diz respeito aos seus filhos?

A ascensão das redes sociais transformou radicalmente a maneira como interagimos, comunicamos e compartilhamos informações. Nesse cenário digital, como sabemos em constante evolução, surge um fenômeno complexo e multifacetado: o sharenting.

O termo, uma junção das palavras em inglês “share” (compartilhar) e “parenting” (parentalidade), refere-se à prática dos pais de compartilhar online informações, fotos e vídeos de seus filhos, principalmente em plataformas de mídia social.

Embora a intenção por trás do sharenting muitas vezes seja positiva — celebrar marcos do desenvolvimento infantil, conectar-se com familiares e amigos distantes, ou até mesmo buscar apoio e compartilhar experiências com outras famílias — essa prática levanta uma série de questões cruciais sobre privacidade, segurança e o impacto, a longo prazo, no desenvolvimento humano das crianças.

Em um mundo onde a pegada digital se torna cada vez mais indelével, é imperativo analisar os desafios inerentes ao sharenting e oferecer orientações para uma abordagem mais consciente e responsável. A aparentemente inocente prática de compartilhar momentos da vida das crianças em redes sociais pode acarretar uma série de questões éticas e de segurança, por exemplo:


1. Violação da privacidade:

A exposição constante da imagem e informações pessoais da criança (que obviamente ocorre sem o seu consentimento), representa uma invasão de privacidade. Desde os primeiros anos de vida, a criança tem sua intimidade exposta ao público, criando assim um histórico digital que ela não controlou e nem escolheu. Essa falta de autonomia sobre sua própria imagem pode ter implicações psicológicas no futuro, afetando sua autoestima e senso de identidade;


2. Riscos de segurança e exploração:

Compartilhar detalhes como a rotina da criança, localização em tempo real ou informações sobre seu status social pode, inadvertidamente, atrair a atenção de predadores e pessoas mal-intencionadas. Fotos e vídeos, mesmo os considerados inofensivos, podem ser manipulados e utilizados em contextos prejudiciais, incluindo a exploração sexual infantil. É bem tênue o limite seguro de compartilhar com um círculo restrito de amigos e familiares vis-à-vis a exposição para um público desconhecido.


3. Impacto no desenvolvimento da identidade:

À medida que as crianças crescem, elas desenvolvem a própria identidade e desejam controlar a forma como são percebidas pelo mundo. O sharenting precoce pode moldar uma identidade digital preexistente, construída pelos pais, não alinhada com a autoimagem que a criança desenvolve ao longo do tempo. Isso pode gerar conflitos, constrangimento e dificuldades na construção de uma identidade autêntica na vida adulta.


4. Pressão social e comparação:

A exposição constante à vida idealizada de outras crianças pode gerar, naquelas crianças que crescem sob o julgamento crítico das redes sociais, sentimentos de inadequação, inveja e pressão para corresponder a padrões irreais. A comparação constante com os “melhores momentos” compartilhados por outras famílias pode, de fato, afetar negativamente a autoestima e o bem-estar emocional.


5. Perda do direito ao anonimato:

Em um mundo cada vez mais vigiado e com tecnologias de reconhecimento facial em desenvolvimento, a vasta quantidade de informações e imagens de uma criança pode comprometer seu direito ao anonimato no futuro. Isso pode ter implicações em diversas áreas, desde oportunidades de emprego até a possibilidade de ela ser rastreada e identificada em diferentes contextos.


6. Implicações legais futuras:

Embora as implicações legais do sharenting ainda precisam ser debatidas e definidas em diferentes contextos é possível que, no futuro, crianças que tiveram sua privacidade excessivamente exposta por seus pais busquem recursos legais por danos morais e violação de direitos. A falta de legislação específica torna esse um campo complexo e em constante evolução.


Diante dos desafios e riscos apresentados pelo sharenting, conforme descrito acima, é fundamental que os pais adotem uma abordagem mais consciente e responsável ao compartilhar informações sobre seus filhos.

Algumas orientações importantes dadas por especialistas de várias áreas de estudo, que não se esgotam aqui, incluem:

1. Priorizar a privacidade da criança:

Antes de compartilhar qualquer informação, foto ou vídeo, os pais devem se colocar no lugar da criança e questionar se a exposição seria algo que eles gostariam para si mesmos. A privacidade da criança tem prioridade máxima.

2. Obter consentimento (quando possível):

À medida que a criança cresce e desenvolve a capacidade de compreender, é crucial obter seu consentimento antes de compartilhar informações sobre ela. Respeitar sua decisão, mesmo que diferente da dos pais, é fundamental para promover sua autonomia e senso de respeito.

3. Limitar a quantidade e a qualidade das Informações Compartilhadas:

Evitar o compartilhamento excessivo de detalhes pessoais, como a rotina diária, localização em tempo real, informações sobre a escola ou atividades extracurriculares. Optar por compartilhar apenas momentos significativos e relevantes, com moderação.

4. Configurar as opções de privacidade:

Utilizar as configurações de privacidade das plataformas de mídia social para limitar o público que pode visualizar as publicações. Compartilhar apenas com um círculo restrito de amigos e familiares de confiança.

5. Ter cuidado com o conteúdo compartilhado:

Evitar a publicação de fotos ou vídeos que possam ser considerados constrangedores, humilhantes ou que exponham a criança a situações vulneráveis. Pensar nas possíveis interpretações e no impacto futuro dessas imagens.

6. Considerar os riscos de compartilhamento em redes públicas:

Os pais devem ter muito cuidado ao divulgarem informações em plataformas abertas, onde o conteúdo pode ser facilmente acessado, copiado e compartilhado por público desconhecido.

7. Educar-se sobre os riscos do universo online:

Os pais precisam se manter informados sobre os riscos associados ao compartilhamento online, em que estão atuantes o cibercrime, a exploração infantil e a manipulação de imagens. Ter medidas de segurança para proteger a família é essencial neste cenário.

8. Criar diálogo aberto com a criança:

À medida que a criança cresce, conversar sobre os riscos e benefícios da internet e das redes sociais é obrigação dos pais. Ensinar sobre privacidade, segurança e importância de proteger informações pessoais também deve estar na agenda.

9. Respeitar o direito ao anonimato:

Os pais devem compreender que as informações compartilhadas online podem permanecer na internet indefinidamente. Considerar o impacto a longo prazo dessas publicações na vida da criança e respeitar seu direito de ter um passado digital mais reservado.

10. Perseguir sempre o equilíbrio:

Atenção sempre presente está em encontrar um equilíbrio saudável entre compartilhar momentos especiais e proteger a privacidade e a segurança da criança. A celebração e a conexão podem ocorrer de maneiras mais privadas e seguras.


A responsabilidade de proteger as crianças no ambiente digital não recai apenas sobre os pais.

A sociedade como um todo e as plataformas de mídia social também têm papel crucial a desempenhar. É necessário promover a conscientização sobre os riscos do sharenting, desenvolver diretrizes éticas, legislação e regulamentações que protejam os direitos das crianças, e, além disso, implementar mecanismos eficazes para prevenir a exploração e o abuso.

As plataformas digitais, em particular, devem investir em ferramentas e recursos que permitam aos pais melhor gestão da privacidade de seus filhos, oferecer informações claras sobre os riscos e as melhores práticas, e — sem dúvida — agir prontamente em casos de conteúdo prejudicial ou exploração. Enfim, o sharenting é um fenômeno complexo que reflete a interseção entre a parentalidade e a cultura digital contemporânea.

Embora a intenção dos pais muitas vezes seja positiva, é crucial reconhecer os desafios significativos que essa prática pode apresentar para a privacidade, segurança e o desenvolvimento humano das crianças. Ao adotar abordagem consciente e responsável, priorizando a privacidade e o bem-estar de seus filhos, os pais podem mitigar os riscos do sharenting e assim garantir que a experiência online deles seja mais segura e positiva.

Por fim, a educação, o diálogo aberto e a colaboração entre pais, sociedade e plataformas digitais são essenciais para construir um ambiente online mais protetor e respeitoso para as futuras gerações. Em um mundo cada vez mais digitalizado, a proteção da infância é um imperativo ético e social que não pode ser negligenciado.

Que fique bem evidente que esta postagem explora os desafios do sharenting pela perspectiva de orientação a quem tem filhos, mas como potencial motivação de um olhar de atenção para profissionais de RH e de desenvolvimento humano.


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Quer saber mais quais são os principais riscos associados ao sharenting bem como medidas que os pais podem adotar para proteger a privacidade e o bem-estar digital dos filhos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!

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Até nossa próxima postagem!

Mario Divo
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Confira também: Marketing ou Publicidade? Um estudo comparativo sobre relacionamento com stakeholders

Palavras-chave: sharenting, o que é sharenting, privacidade infantil, segurança digital, identidade digital, direito ao anonimato, compartilhamento de fotos de filhos, pais nas redes sociais, exposição infantil na internet, pegada digital das crianças, riscos do sharenting, quais são os riscos do sharenting

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Marketing ou Publicidade? Um estudo comparativo sobre relacionamento com stakeholders https://www.cloudcoaching.com.br/relacionamento-com-stakeholders-marketing-ou-publicidade-estudo-marketingsherpa/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=relacionamento-com-stakeholders-marketing-ou-publicidade-estudo-marketingsherpa https://www.cloudcoaching.com.br/relacionamento-com-stakeholders-marketing-ou-publicidade-estudo-marketingsherpa/#respond_64028 Fri, 07 Mar 2025 13:20:54 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=64028 Marketing de conteúdo, SEO e IA estão transformando a forma como empresas se relacionam com stakeholders. Explore um estudo comparativo revelador e adapte suas estratégias para 2025 e além, garantindo conexão e resultados.

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Marketing ou Publicidade?
Um estudo comparativo sobre relacionamento com stakeholders

Amigos leitores, no mês passado apresentamos um cenário sobre tendências da comunicação corporativa, baseado em estudo do Grupo In Press. Agora, como um complemento, apresentaremos resumo do estudo desenvolvido pelo instituto de pesquisas Marketing Sherpa, subsidiária da empresa MECLABS Institute.

O MECLABS é um laboratório de ciências com consultoria, ajudando gestores e lideranças a otimizarem o desempenho financeiro de seus programas de vendas e marketing. Esse conhecimento nasce de um método científico utilizando a criação de experimentos do mundo real.

Esse estudo explora a popularidade de diferentes estratégias de promoção de negócios, oferecendo insights valiosos para profissionais de marketing e empreendedores. Ele se baseia em dados exclusivos da empresa de pesquisas DesignRush, que analisou um conjunto de palavras-chave como proxy da demanda geral por serviços usados para promover um negócio, em 2024. Ainda que centrado nos EUA, o resultado pode ser estendido a outras praças, sem muitas variações (clique aqui para ler o estudo completo).

Liderado por Daniel Burstein, Diretor Sênior de Conteúdo e Marketing do MECLABS, o estudo revela que o marketing supera a publicidade em popularidade, refletindo a abordagem como as empresas têm promovido seus produtos e serviços. Enquanto a publicidade tradicional, como anúncios em revistas, jornais e TV, já foi um pilar das estratégias promocionais, hoje as opções são vastas e crescentes, incluindo marketing de conteúdo, SEO e iniciativas orientadas por Inteligência Artificial.

A seguir, um resumo dos resultados exatamente como publicado no original.

Marketing ou Publicidade? Um estudo comparativo sobre relacionamento com stakeholders
Fonte: DesignRush

Essa tendência, citada anteriormente, reflete uma mudança significativa nas estratégias promocionais dos negócios e das marcas ao longo das últimas décadas. Anteriormente, as empresas dependiam fortemente de compras de mídia em veículos impressos e televisivos. Hoje, uma gama de estratégias disponíveis é vasta e em constante crescimento.

Essa diversificação indica que as empresas estão buscando formas mais integradas e abrangentes de promoção, indo além das mídias.

O desenvolvimento web também se destacou nesse estudo, sendo quase três vezes mais citado do que o design gráfico. Isso reflete a importância dos websites como meio de comunicação de produtos e serviços, permitindo que as empresas respondam rápida e agressivamente às oportunidades.

Uma limitação assumida pelos pesquisadores é de que a pesquisa de palavras-chave pode refletir a terminologia que as empresas consideram, ao invés da demanda subjacente. No entanto, entender as palavras que os clientes potenciais usam é extremamente útil e pode contribuir com a adequada mensagem de marketing. Ferramentas que otimizam o SEO de forma automatizada e a criação de websites mais inteligentes podem aumentar a demanda por serviços especializados e transformar métodos tradicionais.

Para profissionais e empresas no campo do desenvolvimento humano, esses insights destacam a importância de se manterem atualizados e adaptarem continuamente as estratégias de comunicação e marketing junto aos seus públicos de interesse. A otimização para mecanismos de busca pode se expandir para influenciar as visões gerais de IA nos resultados dos mecanismos de busca, destacando assim a importância de uma equipe de consultores humanos para ajudarem a navegar nessas mudanças.

O artigo conclui sobre a necessidade de uma reflexão quanto ao futuro, questionando como as tendências encontradas podem ou não mudar, nos próximos anos. O avanço da IA e as ferramentas de automação no SEO podem impactar a demanda por serviços, exigindo que gestores, lideranças e profissionais evoluam e se adaptem.

E vocês, amigos leitores, qual a percepção que têm desse tema ao darem foco para o cenário brasileiro?

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Quer saber mais qual a principal diferença apontada no estudo entre marketing e publicidade na promoção de negócios? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!

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Confira também: Tendências de Comunicação em 2025: Estratégias para Marcas e Organizações

Palavras-chave: stakeholders, relacionamento com stakeholders, marketing de conteúdo, estratégias de marketing, publicidade tradicional, inteligência artificial no marketing, como melhorar o relacionamento com stakeholders, tendências de marketing para 2025, SEO e inteligência artificial, novas estratégias de promoção de negócios, marketing versus publicidade

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Tendências de Comunicação em 2025: Estratégias para Marcas e Organizações https://www.cloudcoaching.com.br/tendencias-de-comunicacao-em-2025-estrategias-para-marcas-e-organizacoes/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=tendencias-de-comunicacao-em-2025-estrategias-para-marcas-e-organizacoes https://www.cloudcoaching.com.br/tendencias-de-comunicacao-em-2025-estrategias-para-marcas-e-organizacoes/#respond_63550 Fri, 07 Feb 2025 12:20:48 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=63550 O futuro da comunicação chegou! As regras do jogo mudaram e quem não se adaptar vai ficar para trás. Quer saber as estratégias essenciais para marcas e empresas em 2025? Descubra os insights exclusivos de líderes do setor e prepare-se para o que vem aí!

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Tendências de Comunicação em 2025: Estratégias para Marcas e Organizações

O cenário da comunicação corporativa está em constante evolução, e para 2025, as transformações serão ainda mais profundas. O Grupo In Press reuniu insights de 13 líderes de comunicação de algumas das maiores empresas do Brasil, clientes das agências InPress Porter Novelli, FleishmanHillard Brasil e Brodeur Partners Brasil, para destacar as principais tendências que moldarão a conexão entre marcas, organizações e seus públicos.

A seguir, apresentamos um resumo das principais previsões e estratégias que devem orientar empresas e profissionais da área, em 2025 e nos próximos anos, conforme o estudo citado.


1. A construção de reputação em um ambiente volátil

Sempre citada como uma das influências típicas de um chamado mundo VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), em um ambiente volátil a reputação corporativa continuará sendo um dos ativos mais valiosos das empresas. Em um ambiente onde as crises podem surgir rapidamente e se espalhar nas redes sociais, é essencial que marcas invistam em transparência, responsabilidade social e alinhamento com os valores de seus consumidores. A comunicação deve ser autêntica e consistente, reforçando a confiança do público e mitigando riscos reputacionais.


2. Cocriação: Stakeholders como protagonistas

O relacionamento entre marcas e seus diferentes públicos de interesse, os chamados “stakeholders”, será cada vez mais colaborativo. Empresas que envolvem seus públicos na criação de produtos, serviços e campanhas ganham maior engajamento e lealdade. A cocriação não apenas fortalece a conexão com cada pessoa em seu papel relativo às marcas (seja consumidora direta ou indireta da marca), mas também gera conteúdos mais autênticos e alinhados às expectativas do mercado.


3. O combate às fake news como prioridade

A disseminação de desinformação continua sendo um grande desafio para marcas e organizações. O compromisso com fontes confiáveis e a promoção da educação midiática serão fundamentais para mitigar os impactos das fake news. Além disso, a tecnologia será uma grande aliada, com o uso de inteligência artificial e blockchain para verificar a autenticidade das informações compartilhadas.


4. O papel estratégico do marketing de influência

O marketing de influência seguirá sendo peça-chave na comunicação das marcas, mas com um foco cada vez maior na autenticidade e na conexão genuína entre influenciadores e suas audiências. Parcerias estratégicas com criadores de conteúdo que compartilham valores e propósitos semelhantes aos das empresas serão determinantes para campanhas de sucesso, reforçando credibilidade e impacto junto ao público-alvo.


5. Comunicação humanizada e personalização

A personalização do conteúdo e a abordagem humanizada serão diferenciais competitivos para as marcas. Os consumidores esperam experiências mais próximas e relevantes de suas realidades cotidianas, e isso exige uma comunicação que possa considerar suas necessidades e preferências individuais. O uso de dados e inteligência artificial ajudará a criar narrativas mais direcionadas e eficazes.


6. ESG e Propósito na comunicação corporativa

Questões ambientais, sociais e de governança (ESG) continuarão no centro das estratégias de comunicação. Empresas que demonstram como propósito o compromisso genuíno com práticas sustentáveis e responsabilidade social terão maior vantagem competitiva e conquistarão a confiança do público. Transparência e ações concretas serão fundamentais para evitar o risco de greenwashing.


7. Integração de Tecnologia e Comunicação

A transformação digital impactará ainda mais a forma como as marcas se comunicam. A inteligência artificial, realidade aumentada e a automação permitirão interações mais dinâmicas e personalizadas, enquanto novas plataformas e formatos emergirão como canais estratégicos de engajamento.


Essas previsões para 2025 indicam um ambiente desafiador, porém repleto de oportunidades para as marcas e organizações que souberem se adaptar às mudanças.

A transparência, o engajamento autêntico e o uso adequado da tecnologia serão essenciais para construir relações sólidas e duradouras com os públicos. Ao incorporar essas tendências em suas estratégias, as empresas estarão mais preparadas para se destacar em um mercado em constante transformação.

As referências apresentadas neste artigo, inspiradas no estudo do Grupo InPress, são portanto um guia valioso para as empresas que desejam construir uma comunicação relevante, transparente e engajadora, em 2025 e nos anos vindouros. Adotando uma abordagem estratégica alinhada às expectativas de seus públicos, essas empresas estarão bem preparadas para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades neste novo cenário.

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Quer saber mais de que forma a comunicação corporativa pode se adaptar ao ambiente volátil e ao impacto das redes sociais na reputação das marcas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!

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Confira também: A Face Oculta do Mundo Digital: Exploração Humana e Custo Ambiental

Palavras-chave: tendências de comunicação 2025, comunicação corporativa, reputação das marcas, marketing de influência, estratégias de comunicação, tendências de comunicação para empresas em 2025, como construir reputação no mercado digital, estratégias para comunicação corporativa eficaz, impacto das redes sociais na comunicação empresarial, a importância da personalização na comunicação

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A Face Oculta do Mundo Digital: Exploração Humana e Custo Ambiental https://www.cloudcoaching.com.br/ia-e-a-face-oculta-da-revolucao-digital-exploracao-humana-e-custo-ambiental/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=ia-e-a-face-oculta-da-revolucao-digital-exploracao-humana-e-custo-ambiental https://www.cloudcoaching.com.br/ia-e-a-face-oculta-da-revolucao-digital-exploracao-humana-e-custo-ambiental/#respond_63058 Fri, 13 Dec 2024 12:20:52 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=63058 Você sabia que a revolução digital moldada pela IA tem um lado oculto? Entenda como trabalhadores invisíveis e o impacto ambiental moldam o mundo digital que conhecemos, trazendo à tona a necessidade de um futuro mais ético e sustentável.

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IA e a Face Oculta da Revolução Digital: Exploração Humana e Custo Ambiental

A Inteligência Artificial (IA) é celebrada como uma das maiores conquistas tecnológicas da humanidade, revolucionando indústrias, otimizando processos e até mesmo transformando a vida cotidiana. No entanto, sob a superfície reluzente das inovações, existe uma realidade pouco conhecida: a base da IA não é apenas formada por algoritmos avançados, mas também existe um imenso contingente de trabalhadores invisíveis que sustentam sua funcionalidade. Além disso, há um custo ambiental significativo relacionado à operação dessas tecnologias.

A revolução digital moldada pela IA oferece grandes promessas, mas também exige que enfrentemos as suas realidades ocultas.

Os trabalhadores precarizados que sustentam essa tecnologia merecem reconhecimento, compensação justa e melhores condições de trabalho, pois são os responsáveis por realizar tarefas essenciais, como rotulação de dados e moderação de conteúdo. Além disso, é essencial que tratemos o impacto ambiental da IA com seriedade, buscando alternativas que minimizem os danos ao planeta.

A transição para um ecossistema digital mais ético e sustentável é desafiadora, mas é absolutamente necessária. Ao promover a transparência, a regulamentação e a conscientização, podemos garantir que os avanços tecnológicos sirvam a um propósito maior: melhorar a vida de todos, sem comprometer a dignidade humana ou o futuro sustentável do planeta. A geografia do trabalho digital também é desigual, pois a maior parte das tarefas simples e mal remuneradas acontece em países do Sul Global, enquanto o design e o gerenciamento dos sistemas de IA permanecem concentrados no Norte Global.

Isso, conforme definem alguns estudiosos, reflete uma estrutura colonialista moderna, onde os recursos – incluindo trabalho humano – são explorados de forma assimétrica. Conforme destacado no projeto Fairwork, coordenado pela International Labour Organization (ILO), empresas do mundo digital atuam como “máquinas de extração”, absorvendo capital, trabalho e dados para gerar lucro. Essa extração frequentemente negligencia a proteção dos trabalhadores ao longo da cadeia de suprimentos, o que inclui tarefas perigosas e psicologicamente desgastantes, como a moderação de conteúdo sensível.

Moderadores de conteúdo são responsáveis por revisar materiais na internet para garantir a conformidade com as diretrizes dadas pelas plataformas. Muitas vezes, eles enfrentam imagens de violência, exploração sexual, pornografia infantil e outras formas de conteúdo perturbador. Esses trabalhadores desempenham papel crucial na criação de um ambiente digital mais seguro, mas frequentemente sofrem de estresse pós-traumático e, como deveria ser, nem sempre recebem suporte psicológico suficiente.

Trabalhadores de países do Terceiro Mundo realizam essas atividades geralmente em condições precárias, com baixos salários e falta de proteção social.

Empresas e plataformas de crowdworking organizam essa força de trabalho global, muitas vezes ocultando a verdadeira dimensão e o impacto desses empregos para manter a confidencialidade dos processos e evitar questionamentos éticos. Apesar disso, o suporte oferecido por empresas de tecnologia quase nunca é o adequado para superar os problemas derivados desse trabalho.

Em países africanos, a média salarial de moderadores de conteúdo para empresas de tecnologia não é compatível com suas tarefas emocionalmente extenuantes. Além disso, muitas das plataformas utilizam contratos fragmentados e proíbem os trabalhadores de falar sobre suas atividades. Criam uma cadeia de trabalho invisível, mas essencial para o funcionamento do mundo digital tal qual o conhecemos hoje.

Estudos recentes, como o conduzido por Moritz Altenried, exploram o conceito da “plataforma como fábrica”, mostrando como empresas organizam o trabalho digital para maximizar a produtividade, enquanto minimizam a visibilidade e os direitos dos trabalhadores. Uma estrutura descrita como “Taylorismo Digital”, em que as tarefas são fragmentadas e alienantes, exacerbando a precariedade laboral. A ética na produção digital deveria guiar as condições de trabalho.

Bernardo Paci, outro estudioso do assunto, argumenta que é crucial expandir a discussão ética para incluir a cadeia de produção da IA. Isso é especialmente relevante para os trabalhadores de baixa qualificação, conhecidos como ghost workers (trabalhadores fantasmas). Eles executam tarefas invisíveis, mas essenciais, enfrentando desigualdades de poder e recursos. Esse cenário cria um paradoxo ético: a tecnologia que promete melhorar as condições de vida do ser humano frequentemente explora os seus próprios criadores invisíveis

Além do custo humano, o desenvolvimento tecnológico em alta escala também tem seu impacto ambiental significativo.

Os data centers que armazenam e processam imensos volumes de dados, necessários para treinamento de modelos de IA, consomem enormes quantidades de energia. A pegada ecológica é exacerbada pela necessidade de hardware especializado, que resulta na geração de lixo eletrônico, além do consumo de recursos não renováveis. O ciclo de vida desses sistemas, que inclui a extração de matérias-primas e o descarte inadequado de resíduos, contribui para uma crise ambiental amplamente ignorada.

Organizações como a African Content Moderators Union e o Distributed Artificial Intelligence Research Institute têm desempenhado papel importante ao denunciar essas questões e cobrar mais responsabilidade corporativa. É vital apoiar iniciativas que amplifiquem as vozes desses trabalhadores e incentivem a adoção de políticas éticas nessa indústria. Além disso, a educação e a conscientização do público sobre os custos ocultos da IA são fundamentais. Consumidores utilizam amplamente ferramentas digitais, como assistentes virtuais e plataformas de mídia social, sem compreender o trabalho (des)humano por trás delas.

O deslumbramento com as capacidades da IA muitas vezes oculta esses custos e riscos associados com a sua produção. Enquanto consumidores, desenvolvedores e formuladores de políticas, temos a responsabilidade de questionar e reformular as práticas que sustentam essas tecnologias. A IA só será verdadeiramente ética e inclusiva quando reconhecer e valorizar os trabalhadores que a constroem. É fundamental transformar a exploração invisível em um modelo de trabalho justo e transparente

Para alcançar isso, é fundamental ampliar o debate público, fortalecer regulamentações internacionais e responsabilizar as empresas que lucram com a “fábrica digital” moderna. Reconhecer os trabalhadores invisíveis da IA não é apenas uma questão de justiça, mas também um passo necessário para moldar um futuro digital verdadeiramente sustentável e ético.

Para quem quiser avançar nesse assunto, sugiro alguns estudos, como ponto de partida. Eles destacam a interconexão entre a realidade do trabalho digital precarizado e os desafios ambientais decorrentes do avanço tecnológico. Fornecem uma base sólida para a pesquisa e a formulação de propostas para alcançarmos um mundo melhor para todos.

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Quer saber mais sobre a face oculta do mundo digital e da tecnologia? E como a revolução digital moldada pela inteligência artificial pode equilibrar avanços tecnológicos com ética no trabalho e sustentabilidade ambiental? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!

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Mario Divo
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Confira também: Situationship e Seus Impactos na Vida Profissional da Geração Z

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Fontes e Leituras Recomendadas:

Altenried, M (2022): The Digital Factory. The Human Labor of Automation. University of Chicago Press.
Altenried, M. (2021). The platform as factory: Crowdwork and the hidden labor behind artificial intelligence. Capital & Class, 45(2), 145-162. https://doi.org/10.1177/0309816820957293
Bender, E. M., Gebru, T., McMillan-Major, A., & Shmitchell, S. (2021). On the dangers of stochastic parrots: Can language models be too big? Proceedings of the 2021 ACM Conference on Fairness, Accountability, and Transparency, 610-623. https://doi.org/10.1145/3442188.3445922
Casilli, Antonio & Tubaro, Paola (2020): "The Trainer, the Verifier, the Imitator: Human Platform Workers in AI Development", Big Data & Society.
Graham, M., & Anwar, M. A. (2021). The global gig economy: Towards a planetary labour market? First Monday, 26(3). https://doi.org/10.5210/fm.v26i3.11227
Gray, M. L., & Suri, S. (2020). Ghost work: How to stop Silicon Valley from building a new global underclass. Houghton Mifflin Harcourt.
Heeks, R., & Shekhar, S. (2022). Datafication, artificial intelligence and development: Definitions and conceptual foundations. Information Technology for Development, 28(1), 1-22. https://doi.org/10.1080/02681102.2021.1939981
Isaac, M., & Browne, M. (2022). The environmental impact of AI: Hidden costs of data. Energy Research & Social Science, 82, 102276. https://doi.org/10.1016/j.erss.2021.102276
Leurs, K., & Shepherd, T. (2021). Datafication and discrimination: Artificial intelligence and the ethics of inclusion. Big Data & Society, 8(1). https://doi.org/10.1177/20539517211010288
Mateescu, A., & Elish, M. C. (2020). AI and labor: A worker-centered approach. Data & Society Research Institute.
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