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]]>O Copenhagen Institute for Futures Studies (CIFS), com sua vasta experiência em aplicar o Foresight Estratégico a desafios corporativos e sociais em todo o mundo, compilou e refinou dez princípios fundamentais que guiam a maneira eficaz de conduzir essa prática. Esses princípios, que se baseiam em uma combinação de experiência acumulada e inspiração dos pensadores da área, representam a base de uma cultura que permite às organizações não apenas sobreviverem, mas prosperarem em um mundo de tantas transformações.
O texto apresenta o Foresight Estratégico como uma disciplina essencial para a resiliência e o sucesso organizacional, tanto mais em um mundo de complexidade e incerteza crescentes. Em um cenário global marcado por mudanças rápidas e não lineares, a capacidade de antecipar e se preparar para futuros potenciais é mais do que uma vantagem competitiva; é um imperativo para a resiliência e a sustentabilidade de qualquer organização.
O Foresight Estratégico transcende as tradicionais projeções e forecasts, oferecendo uma abordagem de pensamento sistêmico para a construção de futuros organizacionais mais robustos. O CIFS afirma que organizações com a cultura de foresight estratégico tendem a ter um desempenho significativamente superior. Embora cada projeto seja único e deva se adequar a contextos, premissas e objetivos específicos, mesmo aplicações mais simples podem capacitar equipes treinadas a anteciparem melhor o futuro.
Os 10 Princípios para o Desenvolvimento do Foresight Estratégico
O Foresight Estratégico é, acima de tudo, uma abordagem de pensamento sistêmico. Seu propósito é garantir uma visão de alta qualidade sobre os potenciais desfechos futuros, indo além do que as projeções e os forecasts tradicionais podem oferecer. Esse foco se dirige às mudanças potenciais no ambiente externo da organização, incluindo resultados que estão “além dos números” e sinais de impacto que, de outra forma, seriam ignorados. Ao identificar essas dinâmicas, o foresight influencia diretamente no ambiente estratégico e, consequentemente, nas decisões de cunho estratégico.
O Foresight e a Estratégia não são atividades isoladas, mas sim partes complementares de um único processo, o qual visa o sucesso organizacional futuro. É crucial entender que os resultados do foresight não são as estratégias em si, mas sim insights que devem inspirar o planejamento estratégico. A disciplina deve estar sempre ligada a um propósito estratégico, pois devemos entender que:
Essa disciplina nos encoraja a olhar para além do horizonte temporal tradicional do planejamento estratégico (tipicamente de três a cinco anos). Pensar apenas dentro do horizonte atual tende a limitar a “flexibilidade mental” e frequentemente leva a um pensamento dependente do caminho, ou seja, a replicar o presente. Pensar em um prazo mais longo (10+ anos) estimula a exploração de alternativas futuras que podem ser significativamente diferentes do status quo atual.
A versatilidade do foresight permite sua aplicação a diversos contextos, incluindo a Melhor Antecipação Estratégica e Política (para identificar e se preparar mais cedo para futuras oportunidades e riscos), a Inovação em Negócios ou Políticas (para estimular novos pensamentos) e, ainda, a chamada Prova de Futuro (para identificar lacunas e testar estratégias existentes ou propostas contra uma variedade de futuros plausíveis). O contexto de aplicação pode se estender além da organização, inspirando liderança de pensamento ou a definição de visão.
Este é um dos princípios mais importantes: o foresight estratégico não visa fazer previsões do futuro, mas sim explorá-lo em termos de “futuros plausíveis”. O futuro considerado inerentemente imprevisível, com múltiplos fatores interagindo de formas complexas para criar futuros surpreendentes em um mundo não linear. Não há respostas definitivas sobre o que o futuro trará. Portanto, o objetivo é explorar futuros plausíveis, informados por: Trajetórias e fontes externas de mudança, sinais emergentes de mudança e, ainda, incertezas críticas emergentes.
No foresight estratégico, o futuro não é um destino — é uma ferramenta. O processo de foresight em si é considerado tão ou mais importante que os resultados finais. O processo deve ser projetado para desenvolver o aprendizado, ampliar os horizontes dos participantes e ajudar a construir uma compreensão compartilhada dos potenciais resultados futuros. O desafio mais difícil desta disciplina é facilitar a transição, ajudando as pessoas a pensarem no futuro de novas maneiras.
O Foresight tem foco em explorar o futuro antes de considerar as implicações para o presente. A abordagem busca aprender sobre o presente através da lente do futuro, em contraste com a tentativa de entender o futuro a partir da perspectiva do presente. Esta inversão de perspectiva é fundamental para quebrar o ciclo do pensamento de “negócios como de costume”.
O Foresight Estratégico deve ser visto e abordado como uma forma de inteligência coletiva. Afinal, os resultados de um foresight de qualidade só podem ser gerados e avaliados através do diálogo e da troca de ideias entre pessoas que trazem perspectivas diversas para os debates, de forma o mais não partidária possível. Este intercâmbio é a chave para facilitar novas e viáveis perspectivas sobre desenvolvimentos futuros relevantes. Não é possível “estudar o futuro” passivamente e esperar aprender algo de valor.
O foresight tem o papel crucial de desafiar a tendência humana e organizacional de favorecer o futuro dos “negócios como de costume” e de não explorar adequadamente alternativas viáveis. As Imagens antigas e obsoletas do futuro — muitas vezes mantidas pelas organizações — precisam ser, sem dúvida, renovadas. Esta renovação leva a decisões mais informadas e menos obscurecidas por vieses de julgamento e suposições equivocadas. O foresight busca, assim, desafiar modelos mentais e perspectivas organizacionais arraigadas.
Embora o foresight seja um campo bem estabelecido, com uma base acadêmica robusta que adota princípios da boa prática científica, o sucesso do foresight estratégico é pragmático e prático (hands-on). A prática bem-sucedida baseia-se em metodologias rigorosas e estruturadas, mas também na arte sutil da construção de significado (sense making), intuição, curiosidade e criatividade. A aplicação na prática não é, portanto, um mero exercício acadêmico.
Ao integrar estes 10 princípios apresentados pelo CIFS, indivíduos e organizações podem desenvolver a capacidade de antecipação estratégica, transformando a incerteza de um obstáculo em um catalisador para o aprendizado, a inovação e o sucesso duradouro. Vale a pena tentar introduzir em sua organização este tipo de abordagem, ainda que de forma controlada e limitada em seu início. E se você é coach, mentor, consultor ou conselheiro, cabe entender melhor sobre o assunto e orientar seu cliente para que, com o Foresight Estratégico, gere significativo impulsionamento dos negócios.
Eu sou Mario Divo e acompanhe-me pelas mídias sociais ou pelo site www.mariodivo.com.br.
Quer saber mais sobre como o Foresight Estratégico pode transformar o futuro das organizações? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Até nossa próxima postagem!
Mario Divo
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Confira também: Emoção ou Razão: Quem Realmente Guia Nossas Decisões?
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]]>Em minha rotina de sempre buscar o autoconhecimento e ampliar o acesso a conteúdos de qualidade, um dos canais do YouTube que costumo frequentar é o da BBC News Brasil.
Recentemente, tive acesso a um vídeo, publicado em junho de 2025, que me chamou a atenção e que se mostra extremamente atual com relação ao cotidiano das pessoas, de qualquer gênero ou idade. Ali, o fenômeno chamado de Paradoxo da Escolha é apresentado de forma clara: quanto mais opções temos, mais difícil se torna decidir, e menos satisfeitos ficamos com a escolha final.
Isso ocorre, em parte, pelo custo de oportunidade: sentimos a dor psicológica de renunciar às alternativas não escolhidas. Contraditoriamente, vivemos em uma era em que a liberdade de escolha é exaltada como um dos pilares da autonomia individual. A personalização, a variedade e o acesso ilimitado a produtos, experiências e relacionamentos são vistos como conquistas da modernidade.
A psicologia comportamental nos alerta: o excesso de opções pode nos aprisionar em um ciclo de indecisão, ansiedade e arrependimento.
Esse é o ponto focal do que Barry Schwartz, psicólogo e professor emérito do Swarthmore College, chamou de Paradoxo da Escolha. Em seu livro “The Paradox of Choice: Why More Is Less”, publicado em 2004, Schwartz introduz dois perfis característicos quando da tomada de decisão:
Como citado no vídeo da BBC News Brasil, o paradoxo da escolha está presente em diversas esferas da vida moderna, por exemplo:
Em um supermercado, consumidores foram expostos a duas situações: (a) um estande com 24 sabores de geleia, e (b) um estande com apenas 6 sabores. Embora o estande com mais opções atraísse mais curiosos, o grupo com menos opções comprou significativamente mais. A conclusão? Muitas opções podem atrair, mas poucas ampliam a ação e a satisfação.
A boa notícia é que podemos adotar práticas para reduzir o impacto negativo da sobrecarga decisória:
A verdadeira autonomia não está em ter infinitas opções, mas em saber escolher com consciência e encontrar contentamento naquilo que já temos. Como disse Schwartz em um TED Talk do qual participou:
“Aprender a escolher é difícil. Aprender a escolher bem é ainda mais difícil. E aprender a escolher bem em um mundo de possibilidades ilimitadas pode ser difícil demais”.
Concluindo, ao contrário de nos deixar mais felizes, uma abundância de opções tende a nos bloquear, frustrar e provocar a sensação de que poderíamos ter escolhido melhor. Por essa razão, a simplicidade quando da tomada de decisão, longe de ser uma limitação ou fraqueza, pode ser o caminho mais direto para a serenidade.
Você que é coach, mentor, consultor ou mesmo conselheiro, já pensou nisso? Já levou esses princípios aos seus clientes que sofrem quando da tomada de decisão?
Quer saber mais sobre como o paradoxo da escolha influencia suas decisões e seu bem-estar no dia a dia? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
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Até nossa próxima postagem!
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Confira também: Do Cérebro Sobrecarregado ao Novo Mindset de Vendas: Unindo Neurociência e Experiência do Cliente
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]]>Nesta postagem iremos provocar uma reflexão a partir do livro “Design-Driven Innovation: Changing the Rules of Competition by Radically Innovating What Things Mean”. Em tradução livre: “Inovação Orientada pelo Design: Mudando as Regras da Competição ao Inovar Radicalmente o Significado das Coisas”. Publicado em 2009, o trabalho de Roberto Verganti segue notável e relevante ainda em 2025. Verganti é acadêmico, escritor e consultor italiano reconhecido internacionalmente por seu trabalho sobre inovação orientada pelo design.
Verganti defende a premissa de que empresas podem criar valor duradouro (sustentável) ao redefinir radicalmente o significado de produtos e serviços. Contrariando a visão difundida de que inovar consiste, essencialmente, em adotar novas tecnologias ou em responder diretamente às solicitações do cliente, ele apresenta enquadramento conceitual mais abrangente e transformador.
Embora ambos os modelos possuam mérito, Verganti propõe uma terceira via: a inovação orientada pelo design. Uma via caracterizada pela capacidade de redefinir radicalmente o significado de produtos e serviços para as pessoas. Nesse paradigma, a inovação não reside em ampliar funcionalidades ou aprimorar marginalmente o desempenho. Mas em alterar profundamente o papel simbólico e a experiência associada a um produto.
Dois exemplos paradigmáticos bem conhecidos, como produtos de tecnologia, incluem:
Tais inovações não derivaram de pesquisas de mercado tradicionais, mas de visões ousadas que anteciparam desejos latentes dos consumidores. Verganti identifica como elemento-chave a figura dos “intérpretes” — não no sentido literal de tradutores, mas de profissionais com compreensão profunda, muitas vezes intuitiva, das dinâmicas culturais e de mercado. Entre esses intérpretes, incluem-se designers, pesquisadores, artistas, pensadores, early adopters e trendsetters, capazes de captar necessidades implícitas, valores emergentes e tendências socioculturais antes que elas se tornem evidentes.
Num cenário de abundância informacional, a habilidade de filtrar dados e extrair padrões significativos assumirá valor estratégico. Embora a inteligência artificial contribua com análises e previsões comportamentais, a interpretação criativa e a visão estratégica das pessoas permanecem insubstituíveis para transformar insights em inovações de significado.
5 exemplos contemporâneos mostram com mais clareza como funciona esse conceito defendido por Verganti:
Com relação esse conceito, temos o caso da empresa Patagonia — referência em moda sustentável segundo o relatório The State of Fashion 2025 (Business of Fashion e McKinsey). Ali se transcendeu a noção tradicional de “consumo responsável” ao fomentar as práticas de durabilidade, reparo (manutenção) e compra consciente, criando uma cultura em torno desses valores.
Aplicativos como Calm e Headspace, líderes segundo estudos de mercado como os da Grand View Research, reformularam o conceito de “cuidar de si” ao popularizar práticas de meditação e mindfulness, antes marginalizadas, como componentes essenciais de uma vida equilibrada.
Antes do Swatch, os relógios eram vistos principalmente como instrumentos de precisão para medir o tempo ou, então, como joias de alto valor. A empresa, usando a tecnologia de quartzo, mudou o significado do relógio para “acessório de moda” acessível e divertido. Ela transformou o relógio em algo que a pessoa pode combinar com a roupa, humor ou ocasião, posicionando-se como marca de estilo e expressão pessoal, não de status ou engenharia.
A lâmpada serve para iluminar um espaço, ou seja, sua função é puramente técnica. A Artemide, uma empresa de iluminação, inovou ao mudar esse significado para a linha Metamorfosi, que não apenas ilumina, mas usa a luz e as cores para criar atmosferas diferenciadas e influenciar o humor e a interação social. A luz deixou de ser apenas funcional para se tornar ferramenta que consegue aprimorar o bem-estar e as emoções das pessoas em um determinado ambiente.
Um supermercado geralmente é percebido como local para comprar comida de forma eficiente. O Whole Foods mudou esse significado para “local de experiência gastronômica e de bem-estar”. Ao invés de focar apenas na conveniência ou no preço baixo, a rede criou um espaço específico que celebra a comida orgânica, sustentável e saudável. Dessa forma, transformou a compra de alimentos em ritual de autocuidado e conexão com a natureza.
E com base no que mostramos e nos exemplos dados, podemos entender esse conceito de Verganti sob uma perspectiva estratégica para os anos à frente. A mensagem central para organizações contemporâneas é clara: é essencial evitar o posicionamento exclusivamente reativo ao mercado ou restrito ao avanço tecnológico. Em vez disso, que as empresas procurem adotar estas três linhas de ação:
A inovação orientada pelo design exige coragem para desafiar paradigmas e liderança para levar os consumidores rumo a futuros ainda não imaginados por eles. Num contexto global de elevada complexidade e saturação de ofertas, esta abordagem de Verganti se apresenta como uma das mais promissoras para gerar valor diferenciado e sustentável. E você que é consultor, coach, mentor ou conselheiro, já pensou em como seu cliente poderá se beneficiar desse conceito?
Quer saber mais sobre como a inovação orientada pelo design (Design-Driven Innovation) pode transformar negócios em 2025? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
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Confira também: Marketing ou Publicidade? Um estudo comparativo sobre relacionamento com stakeholders
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]]>Após a leitura de duas matérias bem intrigantes, uma delas publicada no UOL (A renovação dos estudos sobre Contos de Fadas, por Christian Dunker) e outra publicada pela BBC News Brasil (Quanto mais mulheres sobem na vida, casar “para baixo” vira única saída?, por Selim Girit), decidi fazer uma associação entre esses dois conteúdos. Meu objetivo foi o de tentar construir uma ponte entre “contos de fadas e seus arquétipos humanos” com a realidade com que a sociedade se depara na questão dos relacionamentos e casamentos. Nesse desafio de pesquisa contei com a ajuda do aplicativo Gemini, do Google.
É fascinante perceber a mente humana buscando padrões e significados em narrativas para compreender a realidade. Ao mesclar visões da psicologia contemporânea sobre relacionamentos com o universo atemporal dos contos de fadas, as pessoas podem encontrar um cenário rico e, por vezes, surpreendente, sobre o amor na era moderna.
A reportagem da BBC News Brasil levanta um questionamento fundamental: estamos presos a um ideal de amor romântico que, na prática, se mostra insustentável? Aqui cabe lembrar que a premissa de um “final feliz” pré-determinado, onde o príncipe ou a princesa ideal surge para resolver todos os problemas e garantir a felicidade eterna, esse é sim um pilar dos contos de fadas.
Conforme aponta Girit (2025), a noção de que existe a “alma gêmea” predestinada, uma pessoa especial capaz de nos completar, isso pode ser grande desserviço à busca por relacionamentos saudáveis. Essa crença idealizada, muitas vezes reforçada por narrativas românticas, pode gerar frustração e desilusão quando a realidade acabar não correspondendo à fantasia. O artigo argumenta que o amor romântico, embora instigante em sua fase inicial, muitas vezes cega os indivíduos para incompatibilidades cruciais e para a necessidade de uma escolha mais consciente e pragmática do parceiro.
No texto da BBC News Brasil destaca-se a importância de uma escolha baseada na análise de compatibilidade, na comunicação efetiva e na capacidade de adaptação, em vez de uma paixão cega e avassaladora. Relacionamentos saudáveis, argumenta a matéria, exigem comunicação, negociação, flexibilidade e, acima de tudo, o reconhecimento de que o outro é um indivíduo com suas próprias falhas e qualidades. O “amor à primeira vista”, tão romantizado, muitas vezes se traduz em projeções e idealizações que se desfazem diante da rotina e dos desafios da vida a dois.
Essa visão contrasta diretamente com a simplicidade e a ausência de conflito que permeiam os desfechos dos contos de fadas tradicionais. Neles, o “depois” do casamento é geralmente um vazio — um ponto final que implica que, superado o obstáculo inicial (o vilão, a maldição, a prova de valor), a vida seguirá em perfeita harmonia. A ausência de representação dos desafios diários, das pequenas desavenças, das necessidades de adaptação e do trabalho contínuo que um relacionamento real exige pode ser um contraponto à compreensão do amor. A felicidade, no mundo real, não é um destino estático. É a jornada construída a dois — com altos e baixos, aprendizados e crescimentos.
O autor, em sua análise, transcende a superficialidade das histórias infantis e mergulha em camadas psíquicas. Longe de serem meros entretenimentos, os contos de fadas são, para muitos estudiosos, poderosas ferramentas de elaboração de conflitos internos e externos, espelhos do inconsciente coletivo e guias para o amadurecimento (Dunker, 2025).
Ele ainda ressalta que os contos de fadas não devem ser vistos como cartilhas de comportamento ou manuais de relacionamento, mas sim como narrativas que ecoam arquétipos e dilemas humanos universais. A princesa aprisionada não é apenas uma moça bonita, mas a representação de um indivíduo em busca de sua liberdade e autonomia. O príncipe, por sua vez, simboliza a força, a coragem e a capacidade de superação necessárias para enfrentar os desafios da vida.
O “final feliz” não é necessariamente sobre casamento perfeito, mas sobre a superação de um obstáculo interno, a conquista da maturidade, a descoberta da própria força. A “beleza” da princesa pode ser interpretada como a descoberta do valor próprio e da autoestima, e não apenas atributo físico. A função psíquica dessas narrativas, como enfatiza (Dunker, 2025), reside na capacidade de lidar com ambiguidade, o mal, falta e castração, elementos intrínsecos à condição humana que versões “adocicadas” dos contos tendem a ignorar.
Um conceito particularmente relevante ao analisarmos a relação entre contos de fadas e relacionamentos modernos é o da hipogamia. Conceitualmente, a hipogamia descreve o casamento ou união em que uma pessoa se casa com alguém de um status socioeconômico ou social inferior ao seu. Nos contos de fadas, isso é frequentemente representado por princesas que, por alguma reviravolta do destino, se casam com plebeus, ou por heroínas de origem humilde que se casam com príncipes.
Este é o exemplo mais icônico de hipogamia nos contos de fadas. Cinderela, uma jovem oprimida e de status social extremamente baixo (quase uma serva), ascende socialmente ao se casar com o Príncipe. Sua “recompensa” por sua bondade e beleza é a entrada em uma vida de riqueza e poder, algo inatingível por seus próprios meios.
Embora a princesa Aurora seja de status real, o príncipe Philip (que a resgata) também é de status nobre. A “ascensão” aqui não é socioeconômica, mas sim a passagem de um estado de inércia e aprisionamento para um de vida e liberdade através do amor.
Branca de Neve, uma princesa exilada e forçada a viver como serva, é resgatada e se casa com o Príncipe. Novamente, há uma ascensão de status e uma restauração de sua posição social legítima através do casamento.
A hipogamia nos contos de fadas reforça a ideia de que o casamento pode ser um veículo para a ascensão social e material, especialmente para as mulheres. O valor de uma personagem feminina muitas vezes está atrelado à sua capacidade de atrair um parceiro de status superior, que a “salve” de uma vida de dificuldades. Isso sugere que a segurança e a felicidade nascem de um parceiro que pode prover e proteger, um eco de estruturas sociais e econômicas antigas.
No entanto, como Girit (2025) afirma, os relacionamentos modernos estão se distanciando dessa visão. A busca por um parceiro de status social ou econômico “superior” perde força diante da valorização da compatibilidade emocional, intelectual e de valores. Hoje, a independência financeira e a autonomia pessoal são cada vez mais importantes. A ideia de que o casamento é o principal meio de ascensão social é menos proeminente. Casais buscam paridade, parceria e cocriação de uma vida em comum, onde a “recompensa” não é necessariamente um salto de status, mas sim a construção de uma relação significativa e equitativa.
É possível identificar tanto pontos de dissonância quanto de alinhamento, desde que os contos sejam interpretados em perspectiva mais profunda e menos literal.
Vejamos a seguir algumas dissonâncias:
Nos contos de fadas, muitas vezes a resolução dos problemas depende de uma intervenção externa e mágica (fada madrinha, ajudantes sobrenaturais). Essa dependência contrasta fortemente com a ênfase atual na autonomia individual, na responsabilidade pessoal e na capacidade de cada um de construir a própria felicidade. No amor contemporâneo, espera-se que ambos os parceiros sejam agentes ativos de sua própria vida e do relacionamento, cocriando o futuro juntos. A expectativa de que um parceiro “resolva” todos os problemas do outro é irreal e prejudicial.
A hipogamia proeminente nos contos de fadas, onde o casamento é um meio de ascensão social e econômica, contrasta com a tendência atual de buscar paridade e compatibilidade de valores. O foco mudou da segurança material provida por um parceiro de status superior para a construção de um relacionamento baseado em respeito mútuo, apoio emocional e interesses compartilhados. A “recompensa” não é mais um castelo, mas a vida feliz e autêntica construída a dois.
A idealização presente nos contos, onde o parceiro perfeito surge para resolver todos os problemas e completar o outro, choca-se com a necessidade de aceitação da imperfeição e da realidade multifacetada do outro. O amor moderno exige um olhar mais crítico e menos romântico para o outro, reconhecendo suas qualidades e defeitos, suas forças e vulnerabilidades. A busca por um ideal inatingível leva à frustração e à incapacidade de valorizar as pessoas reais que se apresentam.
Muitas personagens femininas nos contos de fadas são retratadas como passivas, esperando por um salvador. Embora haja reinterpretações modernas que buscam dar mais força a essas personagens, a essência original muitas vezes contrasta com a valorização do protagonismo feminino, da equidade de gênero e da parceria igualitária nos relacionamentos atuais. As mulheres buscam e merecem ser parceiras ativas e com voz, e não apenas coadjuvantes na história do outro.
Os contos geralmente terminam com a resolução definitiva do conflito principal (“e viveram felizes para sempre”), transmitindo a ideia de que, após o obstáculo, a vida se torna uma placidez eterna. Em contrapartida, relacionamentos reais são uma jornada contínua de gerenciamento de conflitos, aprendizado, negociação e crescimento. A ideia de que “viveram felizes para sempre” sem mais problemas é uma falácia que pode gerar expectativas irrealistas e desmotivar a superação dos desafios inerentes à vida a dois.
Por outro lado, não podemos esquecer dos alinhamentos possíveis de serem encontrados, como veremos por estes exemplos a seguir:
A estrutura da “jornada do herói” (ou da heroína), presente em muitos contos de fadas (o chamado à aventura, os desafios, a superação de provações), pode ser reinterpretada como a jornada de autoconhecimento e amadurecimento que precede e acompanha um relacionamento saudável. Conforme enfatiza Dunker (2025), os contos de fadas são uma forma de “fazer as pazes com o mal”, de integrar a falta e as imperfeições. Antes de encontrar o “outro”, é fundamental encontrar a si mesmo, compreender as próprias necessidades, medos e desejos. Relacionamentos bem-sucedidos frequentemente emergem de indivíduos que já possuem um bom grau de autoconsciência e autoaceitação.
Os vilões e desafios nos contos de fadas podem simbolizar os obstáculos internos e externos que um casal precisa enfrentar em conjunto: medos, inseguranças, problemas de comunicação, pressões sociais, dificuldades financeiras, crises existenciais etc. A capacidade de superar esses desafios juntos, de aprender com eles e de fortalecer o vínculo através da adversidade, é um pilar dos relacionamentos duradouros. Os contos nos ensinam sobre resiliência e a importância de não desistir diante das dificuldades.
A essência da busca pelo “outro” nos contos de fadas, mesmo que idealizada, reflete a necessidade humana fundamental de conexão, de amor e de pertencimento, um pilar dos relacionamentos duradouros. Embora a forma dessa busca possa ser ingênua nos contos, o desejo subjacente por um vínculo profundo e significativo é universal, permanecendo central nos relacionamentos contemporâneos.
Embora o “felizes para sempre” dos contos de fadas seja utópico em sua literalidade, o desejo por um relacionamento duradouro, com felicidade, realização mútua e significado, permanece. A diferença é que esse “final feliz” é visto como uma construção contínua. Um projeto a ser lapidado diariamente, e não um estado permanente alcançado de uma vez por todas. É um “final feliz” que se redefine a cada dia, baseado na escolha consciente de estar junto e de investir no relacionamento.
Em muitos contos, o amor (ou a experiência que leva ao amor) atua como um catalisador para a transformação e o crescimento dos personagens. Isso ressoa com a ideia de que relacionamentos saudáveis nos impulsionam ao amadurecimento, nos tornam pessoas melhores, nos desafiam a sair da zona de conforto e nos permitem explorar novas facetas de nós mesmos. A boa e harmoniosa parceria nos oferece um espelho e serve como suporte para a nossa evolução pessoal.
A fusão das perspectivas de Girit (2025), na BBC News Brasil, e de Dunker (2025), no UOL, oferece um caminho interessante para alcançar o complexo terreno dos relacionamentos modernos. Os contos de fadas, quando lidos com a profundidade que merecem e com uma compreensão de suas funções psíquicas, são mais do que meras fantasias. Tornam-se repositórios de sabedoria arquetípica, que nos convidam a refletir sobre nossos desejos mais profundos e nossos medos mais arraigados.
No entanto, é crucial que nos desprendamos da ingenuidade que algumas de suas interpretações superficiais, especialmente a ênfase na hipogamia como caminho para a felicidade, podem incutir. O amor nunca está lastreado por um conto de fadas onde o “príncipe encantado” ou a “princesa perfeita” resolve tudo e garante a felicidade eterna. É, sim, a construção diária, a negociação constante, a dança complexa entre a individualidade e a união. Exige autoconhecimento, inteligência emocional, empatia, comunicação transparente e a capacidade de aceitar a imperfeição, tanto a nossa quanto a do outro.
Abandonar o ideal do “felizes para sempre” como um destino mágico não significa abandonar a busca pela felicidade a dois. Significa, sim, abraçar a beleza da jornada, com seus altos e baixos, suas alegrias e seus desafios. Saber que o verdadeiro encanto não está na ausência de problemas, mas na capacidade de enfrentá-los juntos, reinventando o amor a cada novo capítulo. Afinal, a vida real é o maior e mais belo de todos os contos de fadas jamais produzidos ao longo da história humana.
Quer saber mais sobre como a hipogamia e os contos de fadas influenciam nossas expectativas sobre o amor na vida adulta? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
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Mario Divo
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Confira também: Sharenting: Você sabe como isso diz respeito aos seus filhos?
Dunker, C. (2025, 25 de maio). A renovação dos estudos sobre contos de fadas. UOL Tilt – Blog do Dunker. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/blog-do-dunker/2025/05/25/a-renovacao-dos-estudos-sobre-contos-de-fadas.htm
Girit, S. (2025, 25 de maio). Quanto mais mulheres sobem na vida, casar “para baixo” vira única saída? BBC News Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c1w3dxz4q7eo
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]]>A ascensão das redes sociais transformou radicalmente a maneira como interagimos, comunicamos e compartilhamos informações. Nesse cenário digital, como sabemos em constante evolução, surge um fenômeno complexo e multifacetado: o sharenting.
O termo, uma junção das palavras em inglês “share” (compartilhar) e “parenting” (parentalidade), refere-se à prática dos pais de compartilhar online informações, fotos e vídeos de seus filhos, principalmente em plataformas de mídia social.
Embora a intenção por trás do sharenting muitas vezes seja positiva — celebrar marcos do desenvolvimento infantil, conectar-se com familiares e amigos distantes, ou até mesmo buscar apoio e compartilhar experiências com outras famílias — essa prática levanta uma série de questões cruciais sobre privacidade, segurança e o impacto, a longo prazo, no desenvolvimento humano das crianças.
Em um mundo onde a pegada digital se torna cada vez mais indelével, é imperativo analisar os desafios inerentes ao sharenting e oferecer orientações para uma abordagem mais consciente e responsável. A aparentemente inocente prática de compartilhar momentos da vida das crianças em redes sociais pode acarretar uma série de questões éticas e de segurança, por exemplo:
A exposição constante da imagem e informações pessoais da criança (que obviamente ocorre sem o seu consentimento), representa uma invasão de privacidade. Desde os primeiros anos de vida, a criança tem sua intimidade exposta ao público, criando assim um histórico digital que ela não controlou e nem escolheu. Essa falta de autonomia sobre sua própria imagem pode ter implicações psicológicas no futuro, afetando sua autoestima e senso de identidade;
Compartilhar detalhes como a rotina da criança, localização em tempo real ou informações sobre seu status social pode, inadvertidamente, atrair a atenção de predadores e pessoas mal-intencionadas. Fotos e vídeos, mesmo os considerados inofensivos, podem ser manipulados e utilizados em contextos prejudiciais, incluindo a exploração sexual infantil. É bem tênue o limite seguro de compartilhar com um círculo restrito de amigos e familiares vis-à-vis a exposição para um público desconhecido.
À medida que as crianças crescem, elas desenvolvem a própria identidade e desejam controlar a forma como são percebidas pelo mundo. O sharenting precoce pode moldar uma identidade digital preexistente, construída pelos pais, não alinhada com a autoimagem que a criança desenvolve ao longo do tempo. Isso pode gerar conflitos, constrangimento e dificuldades na construção de uma identidade autêntica na vida adulta.
A exposição constante à vida idealizada de outras crianças pode gerar, naquelas crianças que crescem sob o julgamento crítico das redes sociais, sentimentos de inadequação, inveja e pressão para corresponder a padrões irreais. A comparação constante com os “melhores momentos” compartilhados por outras famílias pode, de fato, afetar negativamente a autoestima e o bem-estar emocional.
Em um mundo cada vez mais vigiado e com tecnologias de reconhecimento facial em desenvolvimento, a vasta quantidade de informações e imagens de uma criança pode comprometer seu direito ao anonimato no futuro. Isso pode ter implicações em diversas áreas, desde oportunidades de emprego até a possibilidade de ela ser rastreada e identificada em diferentes contextos.
Embora as implicações legais do sharenting ainda precisam ser debatidas e definidas em diferentes contextos é possível que, no futuro, crianças que tiveram sua privacidade excessivamente exposta por seus pais busquem recursos legais por danos morais e violação de direitos. A falta de legislação específica torna esse um campo complexo e em constante evolução.
Diante dos desafios e riscos apresentados pelo sharenting, conforme descrito acima, é fundamental que os pais adotem uma abordagem mais consciente e responsável ao compartilhar informações sobre seus filhos.
Algumas orientações importantes dadas por especialistas de várias áreas de estudo, que não se esgotam aqui, incluem:
Antes de compartilhar qualquer informação, foto ou vídeo, os pais devem se colocar no lugar da criança e questionar se a exposição seria algo que eles gostariam para si mesmos. A privacidade da criança tem prioridade máxima.
À medida que a criança cresce e desenvolve a capacidade de compreender, é crucial obter seu consentimento antes de compartilhar informações sobre ela. Respeitar sua decisão, mesmo que diferente da dos pais, é fundamental para promover sua autonomia e senso de respeito.
Evitar o compartilhamento excessivo de detalhes pessoais, como a rotina diária, localização em tempo real, informações sobre a escola ou atividades extracurriculares. Optar por compartilhar apenas momentos significativos e relevantes, com moderação.
Utilizar as configurações de privacidade das plataformas de mídia social para limitar o público que pode visualizar as publicações. Compartilhar apenas com um círculo restrito de amigos e familiares de confiança.
Evitar a publicação de fotos ou vídeos que possam ser considerados constrangedores, humilhantes ou que exponham a criança a situações vulneráveis. Pensar nas possíveis interpretações e no impacto futuro dessas imagens.
Os pais devem ter muito cuidado ao divulgarem informações em plataformas abertas, onde o conteúdo pode ser facilmente acessado, copiado e compartilhado por público desconhecido.
Os pais precisam se manter informados sobre os riscos associados ao compartilhamento online, em que estão atuantes o cibercrime, a exploração infantil e a manipulação de imagens. Ter medidas de segurança para proteger a família é essencial neste cenário.
À medida que a criança cresce, conversar sobre os riscos e benefícios da internet e das redes sociais é obrigação dos pais. Ensinar sobre privacidade, segurança e importância de proteger informações pessoais também deve estar na agenda.
Os pais devem compreender que as informações compartilhadas online podem permanecer na internet indefinidamente. Considerar o impacto a longo prazo dessas publicações na vida da criança e respeitar seu direito de ter um passado digital mais reservado.
Atenção sempre presente está em encontrar um equilíbrio saudável entre compartilhar momentos especiais e proteger a privacidade e a segurança da criança. A celebração e a conexão podem ocorrer de maneiras mais privadas e seguras.
A sociedade como um todo e as plataformas de mídia social também têm papel crucial a desempenhar. É necessário promover a conscientização sobre os riscos do sharenting, desenvolver diretrizes éticas, legislação e regulamentações que protejam os direitos das crianças, e, além disso, implementar mecanismos eficazes para prevenir a exploração e o abuso.
As plataformas digitais, em particular, devem investir em ferramentas e recursos que permitam aos pais melhor gestão da privacidade de seus filhos, oferecer informações claras sobre os riscos e as melhores práticas, e — sem dúvida — agir prontamente em casos de conteúdo prejudicial ou exploração. Enfim, o sharenting é um fenômeno complexo que reflete a interseção entre a parentalidade e a cultura digital contemporânea.
Embora a intenção dos pais muitas vezes seja positiva, é crucial reconhecer os desafios significativos que essa prática pode apresentar para a privacidade, segurança e o desenvolvimento humano das crianças. Ao adotar abordagem consciente e responsável, priorizando a privacidade e o bem-estar de seus filhos, os pais podem mitigar os riscos do sharenting e assim garantir que a experiência online deles seja mais segura e positiva.
Por fim, a educação, o diálogo aberto e a colaboração entre pais, sociedade e plataformas digitais são essenciais para construir um ambiente online mais protetor e respeitoso para as futuras gerações. Em um mundo cada vez mais digitalizado, a proteção da infância é um imperativo ético e social que não pode ser negligenciado.
Que fique bem evidente que esta postagem explora os desafios do sharenting pela perspectiva de orientação a quem tem filhos, mas como potencial motivação de um olhar de atenção para profissionais de RH e de desenvolvimento humano.
Quer saber mais quais são os principais riscos associados ao sharenting bem como medidas que os pais podem adotar para proteger a privacidade e o bem-estar digital dos filhos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.mariodivo.com.br.
Até nossa próxima postagem!
Mario Divo
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Confira também: Marketing ou Publicidade? Um estudo comparativo sobre relacionamento com stakeholders
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]]>Amigos leitores, no mês passado apresentamos um cenário sobre tendências da comunicação corporativa, baseado em estudo do Grupo In Press. Agora, como um complemento, apresentaremos resumo do estudo desenvolvido pelo instituto de pesquisas Marketing Sherpa, subsidiária da empresa MECLABS Institute.
O MECLABS é um laboratório de ciências com consultoria, ajudando gestores e lideranças a otimizarem o desempenho financeiro de seus programas de vendas e marketing. Esse conhecimento nasce de um método científico utilizando a criação de experimentos do mundo real.
Esse estudo explora a popularidade de diferentes estratégias de promoção de negócios, oferecendo insights valiosos para profissionais de marketing e empreendedores. Ele se baseia em dados exclusivos da empresa de pesquisas DesignRush, que analisou um conjunto de palavras-chave como proxy da demanda geral por serviços usados para promover um negócio, em 2024. Ainda que centrado nos EUA, o resultado pode ser estendido a outras praças, sem muitas variações (clique aqui para ler o estudo completo).
Liderado por Daniel Burstein, Diretor Sênior de Conteúdo e Marketing do MECLABS, o estudo revela que o marketing supera a publicidade em popularidade, refletindo a abordagem como as empresas têm promovido seus produtos e serviços. Enquanto a publicidade tradicional, como anúncios em revistas, jornais e TV, já foi um pilar das estratégias promocionais, hoje as opções são vastas e crescentes, incluindo marketing de conteúdo, SEO e iniciativas orientadas por Inteligência Artificial.

Essa tendência, citada anteriormente, reflete uma mudança significativa nas estratégias promocionais dos negócios e das marcas ao longo das últimas décadas. Anteriormente, as empresas dependiam fortemente de compras de mídia em veículos impressos e televisivos. Hoje, uma gama de estratégias disponíveis é vasta e em constante crescimento.
O desenvolvimento web também se destacou nesse estudo, sendo quase três vezes mais citado do que o design gráfico. Isso reflete a importância dos websites como meio de comunicação de produtos e serviços, permitindo que as empresas respondam rápida e agressivamente às oportunidades.
Uma limitação assumida pelos pesquisadores é de que a pesquisa de palavras-chave pode refletir a terminologia que as empresas consideram, ao invés da demanda subjacente. No entanto, entender as palavras que os clientes potenciais usam é extremamente útil e pode contribuir com a adequada mensagem de marketing. Ferramentas que otimizam o SEO de forma automatizada e a criação de websites mais inteligentes podem aumentar a demanda por serviços especializados e transformar métodos tradicionais.
Para profissionais e empresas no campo do desenvolvimento humano, esses insights destacam a importância de se manterem atualizados e adaptarem continuamente as estratégias de comunicação e marketing junto aos seus públicos de interesse. A otimização para mecanismos de busca pode se expandir para influenciar as visões gerais de IA nos resultados dos mecanismos de busca, destacando assim a importância de uma equipe de consultores humanos para ajudarem a navegar nessas mudanças.
O artigo conclui sobre a necessidade de uma reflexão quanto ao futuro, questionando como as tendências encontradas podem ou não mudar, nos próximos anos. O avanço da IA e as ferramentas de automação no SEO podem impactar a demanda por serviços, exigindo que gestores, lideranças e profissionais evoluam e se adaptem.
E vocês, amigos leitores, qual a percepção que têm desse tema ao darem foco para o cenário brasileiro?
Quer saber mais qual a principal diferença apontada no estudo entre marketing e publicidade na promoção de negócios? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
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Confira também: Tendências de Comunicação em 2025: Estratégias para Marcas e Organizações
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]]>O cenário da comunicação corporativa está em constante evolução, e para 2025, as transformações serão ainda mais profundas. O Grupo In Press reuniu insights de 13 líderes de comunicação de algumas das maiores empresas do Brasil, clientes das agências InPress Porter Novelli, FleishmanHillard Brasil e Brodeur Partners Brasil, para destacar as principais tendências que moldarão a conexão entre marcas, organizações e seus públicos.
A seguir, apresentamos um resumo das principais previsões e estratégias que devem orientar empresas e profissionais da área, em 2025 e nos próximos anos, conforme o estudo citado.
Sempre citada como uma das influências típicas de um chamado mundo VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), em um ambiente volátil a reputação corporativa continuará sendo um dos ativos mais valiosos das empresas. Em um ambiente onde as crises podem surgir rapidamente e se espalhar nas redes sociais, é essencial que marcas invistam em transparência, responsabilidade social e alinhamento com os valores de seus consumidores. A comunicação deve ser autêntica e consistente, reforçando a confiança do público e mitigando riscos reputacionais.
O relacionamento entre marcas e seus diferentes públicos de interesse, os chamados “stakeholders”, será cada vez mais colaborativo. Empresas que envolvem seus públicos na criação de produtos, serviços e campanhas ganham maior engajamento e lealdade. A cocriação não apenas fortalece a conexão com cada pessoa em seu papel relativo às marcas (seja consumidora direta ou indireta da marca), mas também gera conteúdos mais autênticos e alinhados às expectativas do mercado.
A disseminação de desinformação continua sendo um grande desafio para marcas e organizações. O compromisso com fontes confiáveis e a promoção da educação midiática serão fundamentais para mitigar os impactos das fake news. Além disso, a tecnologia será uma grande aliada, com o uso de inteligência artificial e blockchain para verificar a autenticidade das informações compartilhadas.
O marketing de influência seguirá sendo peça-chave na comunicação das marcas, mas com um foco cada vez maior na autenticidade e na conexão genuína entre influenciadores e suas audiências. Parcerias estratégicas com criadores de conteúdo que compartilham valores e propósitos semelhantes aos das empresas serão determinantes para campanhas de sucesso, reforçando credibilidade e impacto junto ao público-alvo.
A personalização do conteúdo e a abordagem humanizada serão diferenciais competitivos para as marcas. Os consumidores esperam experiências mais próximas e relevantes de suas realidades cotidianas, e isso exige uma comunicação que possa considerar suas necessidades e preferências individuais. O uso de dados e inteligência artificial ajudará a criar narrativas mais direcionadas e eficazes.
Questões ambientais, sociais e de governança (ESG) continuarão no centro das estratégias de comunicação. Empresas que demonstram como propósito o compromisso genuíno com práticas sustentáveis e responsabilidade social terão maior vantagem competitiva e conquistarão a confiança do público. Transparência e ações concretas serão fundamentais para evitar o risco de greenwashing.
A transformação digital impactará ainda mais a forma como as marcas se comunicam. A inteligência artificial, realidade aumentada e a automação permitirão interações mais dinâmicas e personalizadas, enquanto novas plataformas e formatos emergirão como canais estratégicos de engajamento.
A transparência, o engajamento autêntico e o uso adequado da tecnologia serão essenciais para construir relações sólidas e duradouras com os públicos. Ao incorporar essas tendências em suas estratégias, as empresas estarão mais preparadas para se destacar em um mercado em constante transformação.
As referências apresentadas neste artigo, inspiradas no estudo do Grupo InPress, são portanto um guia valioso para as empresas que desejam construir uma comunicação relevante, transparente e engajadora, em 2025 e nos anos vindouros. Adotando uma abordagem estratégica alinhada às expectativas de seus públicos, essas empresas estarão bem preparadas para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades neste novo cenário.
Quer saber mais de que forma a comunicação corporativa pode se adaptar ao ambiente volátil e ao impacto das redes sociais na reputação das marcas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
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Confira também: A Face Oculta do Mundo Digital: Exploração Humana e Custo Ambiental
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]]>A Inteligência Artificial (IA) é celebrada como uma das maiores conquistas tecnológicas da humanidade, revolucionando indústrias, otimizando processos e até mesmo transformando a vida cotidiana. No entanto, sob a superfície reluzente das inovações, existe uma realidade pouco conhecida: a base da IA não é apenas formada por algoritmos avançados, mas também existe um imenso contingente de trabalhadores invisíveis que sustentam sua funcionalidade. Além disso, há um custo ambiental significativo relacionado à operação dessas tecnologias.
Os trabalhadores precarizados que sustentam essa tecnologia merecem reconhecimento, compensação justa e melhores condições de trabalho, pois são os responsáveis por realizar tarefas essenciais, como rotulação de dados e moderação de conteúdo. Além disso, é essencial que tratemos o impacto ambiental da IA com seriedade, buscando alternativas que minimizem os danos ao planeta.
A transição para um ecossistema digital mais ético e sustentável é desafiadora, mas é absolutamente necessária. Ao promover a transparência, a regulamentação e a conscientização, podemos garantir que os avanços tecnológicos sirvam a um propósito maior: melhorar a vida de todos, sem comprometer a dignidade humana ou o futuro sustentável do planeta. A geografia do trabalho digital também é desigual, pois a maior parte das tarefas simples e mal remuneradas acontece em países do Sul Global, enquanto o design e o gerenciamento dos sistemas de IA permanecem concentrados no Norte Global.
Isso, conforme definem alguns estudiosos, reflete uma estrutura colonialista moderna, onde os recursos – incluindo trabalho humano – são explorados de forma assimétrica. Conforme destacado no projeto Fairwork, coordenado pela International Labour Organization (ILO), empresas do mundo digital atuam como “máquinas de extração”, absorvendo capital, trabalho e dados para gerar lucro. Essa extração frequentemente negligencia a proteção dos trabalhadores ao longo da cadeia de suprimentos, o que inclui tarefas perigosas e psicologicamente desgastantes, como a moderação de conteúdo sensível.
Moderadores de conteúdo são responsáveis por revisar materiais na internet para garantir a conformidade com as diretrizes dadas pelas plataformas. Muitas vezes, eles enfrentam imagens de violência, exploração sexual, pornografia infantil e outras formas de conteúdo perturbador. Esses trabalhadores desempenham papel crucial na criação de um ambiente digital mais seguro, mas frequentemente sofrem de estresse pós-traumático e, como deveria ser, nem sempre recebem suporte psicológico suficiente.
Empresas e plataformas de crowdworking organizam essa força de trabalho global, muitas vezes ocultando a verdadeira dimensão e o impacto desses empregos para manter a confidencialidade dos processos e evitar questionamentos éticos. Apesar disso, o suporte oferecido por empresas de tecnologia quase nunca é o adequado para superar os problemas derivados desse trabalho.
Em países africanos, a média salarial de moderadores de conteúdo para empresas de tecnologia não é compatível com suas tarefas emocionalmente extenuantes. Além disso, muitas das plataformas utilizam contratos fragmentados e proíbem os trabalhadores de falar sobre suas atividades. Criam uma cadeia de trabalho invisível, mas essencial para o funcionamento do mundo digital tal qual o conhecemos hoje.
Estudos recentes, como o conduzido por Moritz Altenried, exploram o conceito da “plataforma como fábrica”, mostrando como empresas organizam o trabalho digital para maximizar a produtividade, enquanto minimizam a visibilidade e os direitos dos trabalhadores. Uma estrutura descrita como “Taylorismo Digital”, em que as tarefas são fragmentadas e alienantes, exacerbando a precariedade laboral. A ética na produção digital deveria guiar as condições de trabalho.
Bernardo Paci, outro estudioso do assunto, argumenta que é crucial expandir a discussão ética para incluir a cadeia de produção da IA. Isso é especialmente relevante para os trabalhadores de baixa qualificação, conhecidos como ghost workers (trabalhadores fantasmas). Eles executam tarefas invisíveis, mas essenciais, enfrentando desigualdades de poder e recursos. Esse cenário cria um paradoxo ético: a tecnologia que promete melhorar as condições de vida do ser humano frequentemente explora os seus próprios criadores invisíveis
Os data centers que armazenam e processam imensos volumes de dados, necessários para treinamento de modelos de IA, consomem enormes quantidades de energia. A pegada ecológica é exacerbada pela necessidade de hardware especializado, que resulta na geração de lixo eletrônico, além do consumo de recursos não renováveis. O ciclo de vida desses sistemas, que inclui a extração de matérias-primas e o descarte inadequado de resíduos, contribui para uma crise ambiental amplamente ignorada.
Organizações como a African Content Moderators Union e o Distributed Artificial Intelligence Research Institute têm desempenhado papel importante ao denunciar essas questões e cobrar mais responsabilidade corporativa. É vital apoiar iniciativas que amplifiquem as vozes desses trabalhadores e incentivem a adoção de políticas éticas nessa indústria. Além disso, a educação e a conscientização do público sobre os custos ocultos da IA são fundamentais. Consumidores utilizam amplamente ferramentas digitais, como assistentes virtuais e plataformas de mídia social, sem compreender o trabalho (des)humano por trás delas.
O deslumbramento com as capacidades da IA muitas vezes oculta esses custos e riscos associados com a sua produção. Enquanto consumidores, desenvolvedores e formuladores de políticas, temos a responsabilidade de questionar e reformular as práticas que sustentam essas tecnologias. A IA só será verdadeiramente ética e inclusiva quando reconhecer e valorizar os trabalhadores que a constroem. É fundamental transformar a exploração invisível em um modelo de trabalho justo e transparente
Para quem quiser avançar nesse assunto, sugiro alguns estudos, como ponto de partida. Eles destacam a interconexão entre a realidade do trabalho digital precarizado e os desafios ambientais decorrentes do avanço tecnológico. Fornecem uma base sólida para a pesquisa e a formulação de propostas para alcançarmos um mundo melhor para todos.
Quer saber mais sobre a face oculta do mundo digital e da tecnologia? E como a revolução digital moldada pela inteligência artificial pode equilibrar avanços tecnológicos com ética no trabalho e sustentabilidade ambiental? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
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Confira também: Situationship e Seus Impactos na Vida Profissional da Geração Z
Fontes e Leituras Recomendadas: Altenried, M (2022): The Digital Factory. The Human Labor of Automation. University of Chicago Press. Altenried, M. (2021). The platform as factory: Crowdwork and the hidden labor behind artificial intelligence. Capital & Class, 45(2), 145-162. https://doi.org/10.1177/0309816820957293 Bender, E. M., Gebru, T., McMillan-Major, A., & Shmitchell, S. (2021). On the dangers of stochastic parrots: Can language models be too big? Proceedings of the 2021 ACM Conference on Fairness, Accountability, and Transparency, 610-623. https://doi.org/10.1145/3442188.3445922 Casilli, Antonio & Tubaro, Paola (2020): "The Trainer, the Verifier, the Imitator: Human Platform Workers in AI Development", Big Data & Society. Graham, M., & Anwar, M. A. (2021). The global gig economy: Towards a planetary labour market? First Monday, 26(3). https://doi.org/10.5210/fm.v26i3.11227 Gray, M. L., & Suri, S. (2020). Ghost work: How to stop Silicon Valley from building a new global underclass. Houghton Mifflin Harcourt. Heeks, R., & Shekhar, S. (2022). Datafication, artificial intelligence and development: Definitions and conceptual foundations. Information Technology for Development, 28(1), 1-22. https://doi.org/10.1080/02681102.2021.1939981 Isaac, M., & Browne, M. (2022). The environmental impact of AI: Hidden costs of data. Energy Research & Social Science, 82, 102276. https://doi.org/10.1016/j.erss.2021.102276 Leurs, K., & Shepherd, T. (2021). Datafication and discrimination: Artificial intelligence and the ethics of inclusion. Big Data & Society, 8(1). https://doi.org/10.1177/20539517211010288 Mateescu, A., & Elish, M. C. (2020). AI and labor: A worker-centered approach. Data & Society Research Institute. McKinsey & Company. (2022). Addressing the environmental costs of AI: Strategies for sustainable development. https://www.mckinsey.com OECD. (2021). The impact of AI on work and the workforce: A global perspective. OECD Digital Economy Papers, No. 316. https://doi.org/10.1787/20716826 Paci, B (2024): The Hidden Abode of Artificial Intelligence Production. Thesis Eleven. Paci, B., & Hafermalz, E. (2021). Digital labor and the hidden work of AI: Ethics, challenges, and implications. Journal of Business Ethics. https://doi.org/10.1007/s10551-021-04935-4 Platform Fairwork. (2022). Fairwork report 2022: The global gig economy and labor conditions. https://www.fairwork.org Roberts, S. T. (2021). Behind the screen: Content moderation in the shadows of social media. Yale University Press. Simon, J. P., & Tossut, S. (2023). Artificial intelligence and sustainability: The hidden costs. Telecommunications Policy, 47(2), 102465. https://doi.org/10.1016/j.telpol.2022.102465 Smith, A., & Neuwirth, R. (2021). The environmental and social challenges of the AI revolution. AI & Society, 36(4), 987-1001. https://doi.org/10.1007/s00146-021-01148-6 Star, S. L., & Strauss, A. (2020). Layers of invisibility in work and AI-driven systems. Work, Employment and Society, 34(6), 1024-1040. https://doi.org/10.1177/0950017020936935 United Nations Environment Programme (UNEP). (2021). The environmental impacts of electronic waste: A policy perspective. https://www.unep.org Zuboff, S. (2020). Surveillance capitalism and the challenge of labor ethics in the AI age. Journal of Information Technology & Politics, 17(1), 1-18. https://doi.org/10.1080/19331681.2019.1715636
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]]>Esta postagem foi resultado de um trabalho feito com um monte de algoritmos. O mote inicial estava em uma reportagem publicada no site da BBC (acesse aqui a reportagem completa) com o título “Situationship: o que significa o tipo de relacionamento abraçado pela geração Z”. Eu me perguntei:
Para resumir, Situationship é o nome dado a uma abordagem pragmática sobre amor e sexo. Os jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010 não priorizam compromissos românticos da mesma forma que as gerações anteriores. Mas isso não quer dizer que eles tenham desinteresse em romance e relacionamentos íntimos. Na verdade, eles estão descobrindo novas formas de satisfazer seus desejos e necessidades como um caminho que se encaixe melhor em suas vidas. Uma área cinzenta entre a amizade e o relacionamento amoroso. O termo Situationship começou a ganhar força após a pandemia de 2020, até atingir recorde de pesquisas mais recentes no Google.
Decidi realizar uma pesquisa usando o ChatGPT, conjugando práticas, tendências e aquilo que os futurólogos projetam. Fiz uma releitura do que foi gerado pela plataforma, construindo um texto mais próximo do meu entendimento. E o que está postado a seguir poderá despertar vários tipos de emoções, mas acreditem que, por mais fortes que elas sejam, será difícil barrar essa onda em que os jovens buscam “estar em uma situação sem qualquer compromisso ou expectativa de futuro”.
Além do site da BBC, utilizei como fonte, dois relatórios de grande reputação:
Eles buscam autenticidade e liberdade no ambiente de trabalho e, essencialmente, na vida pessoal. Seu desenvolvimento está sendo moldado por uma era digital intensa. Como resultado, surgiram novas perspectivas sobre o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, bem como sobre os planos de carreira.
Em termos profissionais, um dos aspectos centrais da Geração Z é a busca por propósito. Enquanto gerações anteriores se concentraram em estabilidade financeira e crescimento linear, esses jovens valorizam trabalhos que reflitam seus valores e interesses pessoais. Preferem empresas que promovam diversidade, inclusão e responsabilidade social. Nos relacionamentos, essa geração também tende a priorizar a individualidade e o bem-estar pessoal. Em vez de manter um casamento ou relacionamento de longo prazo, com sacrifício próprio, eles buscam uma conexão mais igualitária, com foco na compatibilidade emocional e no respeito mútuo.
A vida pessoal e a profissional estão mais interligadas para eles, e isso se reflete em como desejam ser vistos e tratados no ambiente de trabalho: como seres humanos complexos, com vidas além das funções profissionais. A Geração Z cresceu em um ambiente de rápidas transformações tecnológicas e crises econômicas. Essas experiências geraram uma visão pragmática e cética sobre o trabalho tradicional. Eles tendem a enxergar o trabalho de maneira mais flexível e não estão dispostos a sacrificar sua saúde mental e emocional em busca de uma carreira tradicional.
Eles querem crescimento, mas esperam que as empresas ofereçam planos de carreira menos rígidos. Esses jovens desejam a oportunidade de desenvolver várias habilidades e se movimentar entre diferentes funções ou áreas. Assim, podem ganhar experiências diversificadas e se sentir mais realizados profissionalmente. Para os gestores, lidar com a Geração Z requer um novo modelo de liderança, mais colaborativo e menos hierárquico. A insistência dessa geração em feedback contínuo e seu desejo por reconhecimento rápido criam desafios para gestores acostumados a uma progressão mais lenta e formal.
Empresas precisarão adaptar suas estruturas para permitir que essa geração sinta que pode crescer sem precisar abandonar o emprego a cada novo desafio. Além disso, a Geração Z tende a rejeitar a ideia de “viver para trabalhar”. Ao invés disso, trabalham para ter uma vida satisfatória e equilibrada. Esse valor pressiona empresas a adotarem políticas mais flexíveis, por exemplo, home office, semanas de trabalho reduzidas e horários de trabalho mais adaptáveis. Esses jovens também se preocupam em prestigiar ambientes que respeitem suas identidades, o que tem levado empresas a revisarem políticas de diversidade, equidade e inclusão.
Em vez de carreiras fixas, o conceito de “carreiras em portfólio” deverá ganhar força. Esse modelo permitirá que profissionais naveguem entre empregos, projetos como freelancers e outros empreendimentos. Assim, eles não estarão limitados a uma única função ou a uma única empresa.
A tendência de rejeitar o modelo tradicional de casamento ou relacionamento, por sua vez, pode refletir numa sociedade que valoriza conexões mais abertas e honestas. Isso permite que a Geração Z redefina o que significa estar em um relacionamento de longo prazo. Esse novo conceito de relação, focado na autonomia e no apoio mútuo, tem o potencial de reduzir o estresse associado a pressões sociais e, além disso, possibilita uma rede de suporte mais ampla e flexível.
Eles esperam que seus empregadores compartilhem desses valores e mantenham uma postura transparente e autêntica. A falta de alinhamento em questões de propósito e impacto social pode levar essa geração a buscar oportunidades que sejam mais coerentes com suas crenças e valores. Eles são menos propensos a aceitar autoridade baseada apenas em idade ou posição. Ao invés disso, valorizam a experiência prática e preferem modelos de liderança rotativa e colaborativa. Nesse tipo de modelo, qualquer pessoa no grupo pode assumir a liderança dependendo do contexto.
Isso representa uma transição marcante para as empresas, que agora precisam considerar abordagens de liderança mais flexíveis para atender às expectativas dos jovens colaboradores, como aponta um relatório da Stanford University. Outro ponto essencial é a importância que a Geração Z atribui à saúde mental e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ao contrário das gerações anteriores, que muitas vezes percebem o trabalho como parte central da identidade, essa geração deseja separar o trabalho do seu bem-estar pessoal.
A Deloitte aponta que a Geração Z não se apega à ideia de lealdade corporativa. Devido a crises financeiras, como a de 2008, e ao crescimento do trabalho freelancer, esses jovens já não esperam uma permanência longa em uma única organização. Isso exige que as empresas adaptem suas estratégias de retenção. Elas precisam buscar o alinhamento de seus valores com os dos jovens bem como oferecer oportunidades para desenvolvimento pessoal e profissional.
As mudanças trazidas pela Geração Z nas áreas de trabalho e relacionamentos refletem uma adaptação ao contexto digital e a um ambiente de crises múltiplas. Com isso, eles trazem ao mundo corporativo e aos relacionamentos uma busca por autenticidade, equilíbrio e flexibilidade. Essa busca tem o potencial de reconfigurar estruturas e valores sociais de forma significativa. Empresas que reconhecem e se adaptam a essas demandas da Geração Z poderão, de fato, atrair e reter talentos. Já aquelas que resistirem a essas mudanças poderão enfrentar dificuldades para manter sua relevância e competitividade no mercado.
Isso reflete seu desejo de experimentação e liberdade em múltiplos aspectos da vida. No trabalho, o conceito de Situationship traduz-se em uma preferência por trajetórias de carreira não-lineares. Eles valorizam o desenvolvimento de experiências diversas que podem complementar suas identidades e interesses. Essa postura menos convencional e mais pragmática desafia as práticas tradicionais de crescimento hierárquico, bem como compromissos de longo prazo.
Os jovens da Geração Z tendem a querer papéis que evoluam com suas expectativas e que ofereçam mobilidade. Empresas que conseguirem captar e respeitar essa visão inovadora dos relacionamentos terão maior facilidade em atrair e reter talentos dessa geração. Elas criarão ambientes onde a autenticidade, o bem-estar e a adaptabilidade são priorizados. Esses elementos estarão no centro das relações profissionais e pessoais.
Quer saber mais sobre como o Situationship impacta as expectativas e relações profissionais dos jovens da Geração Z? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar sobre isso!
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Confira também: Agenda ESG x Agenda ASGI: O Novo Paradigma da Ética Empresarial
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]]>Nos últimos anos, o conceito de ESG (Environmental, Social, Governance) tornou-se central nos debates sobre sustentabilidade corporativa, governança e responsabilidade social. Empresas de todos os setores passaram a adotar práticas que visam mitigar os impactos ambientais, promover o bem-estar social e garantir a governança transparente e ética.
No entanto, recentemente, um novo termo está ganhando espaço em vários níveis de abordagem: ASGI (Ambiental, Social, Governança e Integridade), que inclui a Integridade como componente adicional.
A introdução da Integridade como pilar fundamental na agenda ASGI reflete, principalmente, a crescente preocupação com a ética nos negócios e o combate à corrupção, o que tem levado a uma diferenciação entre as duas abordagens.
Este artigo busca comparar as agendas ESG e ASGI, explorar o que levou à criação dessa diferença e discutir a tendência de incorporar a ASGI aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030 da ONU.
O conceito de ESG nasceu na década de 2000, mas solidificou-se a partir de um relatório conjunto da ONU e do Pacto Global, em 2004, intitulado Who Cares Wins (em versão livre, “Quem se importa, vence”). O relatório destacou a importância de fatores ambientais, sociais e de governança na avaliação dos riscos e oportunidades corporativas.
O conceito de ASGI surge agora como uma evolução do conceito de ESG, incorporando um quarto elemento: a Integridade. Esse novo conceito nasceu impulsionado pelo aumento dos debates sobre a necessidade de combater práticas corruptas. Além disso, busca garantir conformidade ética e promover maior transparência e responsabilidade (accountability) no ambiente corporativo.
A agenda ASGI inclui os mesmos três pilares da ESG (Ambiental, Social e Governança). No entanto, adiciona a Integridade como o compromisso das empresas com uma atuação ética, transparente e responsável. Esse pilar inclui o cumprimento de leis e normas, além do combate à corrupção de forma ativa e proativa.
A crescente complexidade das cadeias globais de suprimento e a pressão social por práticas empresariais mais éticas impulsionaram a criação da agenda ASGI.
Embora o ESG já incluísse componentes de governança, muitas empresas limitavam suas iniciativas à conformidade mínima com regulamentações. Sem necessariamente incorporar práticas anticorrupção ou um compromisso amplo com a integridade. Empresas que priorizavam apenas os pilares ambiental e social, mas que negligenciavam a ética corporativa, começaram a enfrentar críticas severas.
A Controladoria Geral da União (CGU) no Brasil, por exemplo, desempenhou um papel importante na disseminação da ASGI. A instituição destacou a necessidade de adicionar a Integridade como um quarto pilar, garantindo que as práticas de sustentabilidade também fossem acompanhadas por um compromisso ético genuíno.
Cabe lembrar, como informação, que a agenda ASGI começou sua adoção formalmente por volta de 2019, à medida que governos e organizações corporativas, especialmente na América Latina, passaram a entender a importância de associar práticas de sustentabilidade com o compromisso explícito pela integridade.
Embora a agenda ESG já fosse utilizada, tornava-se evidente que, sem foco explícito em Integridade, seria difícil garantir que as operações empresariais se mantivessem sustentáveis e éticas no longo prazo.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada pelas Nações Unidas em 2015, estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com metas ambiciosas para transformar o mundo, combatendo a pobreza, promovendo a prosperidade e protegendo o meio ambiente. Embora os ODS abordem questões ambientais, sociais e de governança, a Integridade como pilar explícito ainda não estava presente nas discussões iniciais pela ONU.
Diante da nova percepção que gerou a agenda ASGI, existe uma crescente expectativa de que a Integridade precisa ser parte integrante dos ODS. Esse aspecto é especialmente relevante em áreas como o objetivo 16, que trata de “Paz, Justiça e Instituições Eficazes”. Esse objetivo se alinha diretamente aos princípios de governança transparente e ética. E abre espaço para a adoção da agenda ASGI em programas que buscam cumprir os ODS.
O ESG tem sido amplamente adotado como modelo para alinhar negócios com o desenvolvimento sustentável. No entanto, a incorporação da Integridade representa um passo essencial para garantir que a sustentabilidade seja, de fato, conduzida de forma ética e transparente.
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Até nossa próxima postagem!
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