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Você não precisa ser simpático e nem agradar a todo mundo!

Você pode ser exatamente do jeito que você é, sem se preocupar com a opinião alheia. Fazendo bem o seu trabalho, você não precisa manter protocolos sociais e nem tampouco participar de grupos e turmas. Será?

Olá!

A principal necessidade do ser humano é ser aceito. Podemos Suportar uma enormidade de problemas, desafios, dificuldades, necessidades, mas não suportamos muito tempo a rejeição, seja ela de nossa família, de nossos amigos ou de qualquer outro sistema social.

Quando inicio uma de minhas palestras com frases como esta, sempre encontro na plateia algum olhar de reprovação ou de questionamento e não raramente sou abordado ao final, durante os autógrafos e fotos por estas pessoas que olham no fundo da minha alma e sentenciam: Não concordo com você. Sou como sou e as pessoas vão ter que me aceitar deste jeito.

Às vezes terminam a frase com uma expressão tão brasileira que não tem uma tradução eficiente em outra língua: “To nem aí”.

Foi pensando nesta turma que resolvi escrever o artigo de hoje. De fato, todas elas sem exceção têm razão. Você não precisa mudar o seu jeito de ser.

Você pode ser exatamente do jeito que você é, sem se preocupar com a opinião alheia.

Fazendo bem o seu trabalho, você não precisa manter protocolos sociais e nem tampouco participar de grupos e turmas.

A liberdade de ser quem você é fará com que você seja um especialista em ser você mesmo.

Já sabendo que você é como é devido ao fato de gostar de ser assim, fatalmente você se aceitará cada vez mais em um eterno processo de refinamento de suas atitudes.

Só que não!

O mercado de trabalho é regido por práticas comerciais e a empresa onde atuamos, de fato, compra nossas competências para que estas sejam aplicadas aos processos de negócio que ela comanda no mercado. Assim sendo, a empresa, através de seus representantes (nossos colegas) possui expectativas de como devemos nos comportar, interagir, atuar, produzir e gerir.

Da mesma forma como nós escolhemos o filme que vamos assistir em um cinema, o prato que vamos experimentar em um restaurante ou mesmo a roupa que vamos vestir, a empresa escolhe as melhores pessoas para ingressarem na empresa, para receberem incentivos de desenvolvimento e ainda decide quem ficará ou não na empresa.

O valor que é atribuído profissionalmente a cada um de nós, depende de conceitos e das expectativas de outras pessoas que de fato são nossos clientes.

Mas e sempre existe um “mas”, como disse no inicio da nossa conversa, você não precisa moldar-se ao modelo preconizado pela empresa.

Para ilustrar meu pensamento, vou recorrer a uma figura folclórica do mercado de cutelaria (fabricação de facas e afins) o Sr. Zakharov.

Diz a lenda que o patriarca da família é um excelente ferramenteiro e que por muitos anos criou verdadeiras obras de arte na forma de facas e canivetes, contudo também era conhecido por uma característica interessante: Ele não vendia suas facas para qualquer pessoa. Por serem especiais e feitas artesanalmente ele só vendia para pessoas que soubessem cuidar bem da faca. Caso contrário, ela sofreria com a ação do tempo.

Interessante que ele não mudava o seu produto para agradar o cliente. Ele mudava de cliente para preservar o produto.

Assim como estou sugerindo que você faça. Não mude sua forma de ser. Você é perfeito como uma faca Zakharov.

Mas antes de sair por ai dizendo que todos devem aceitar você do jeito que você é, certifique-se que assim como as facas Zakharov, você como profissional, possui algumas características:

  • Você é especialista naquilo que faz;
  • Quando no ambiente de trabalho, você é o melhor entre os melhores;
  • O que você oferece à empresa onde trabalha é uma atuação única e sem concorrentes;
  • A empresa onde você atua, realmente precisa do seu trabalho e não há como substituir;
  • Você possui uma reputação inabalável com várias referências positivas;
  • Quando uma pessoa pensa em fazer algo parecido, cita você como o paradigma a ser alcançado;
  • Por ultimo, seu preço é elevado, mas não proibitivo.

Agora que você conhece a regra do jogo, se foi capaz de responder com toda certeza sim, para os itens acima, você está liberado para ser quem você é e atuar da forma como melhor lhe convier.

Poxa, você não conseguiu?

Então sugiro refletir um pouco mais sobre a necessidade de aceitação do seu produto por seus clientes.

Como uma última peça de convencimento, pense comigo sobre como você entrou na empresa que você trabalha:

  • Primeiro avaliaram seu currículo;
  • Depois fizeram uma entrevista de triagem;
  • Depois uma entrevista técnica;
  • Depois a entrevista com o gestor;
  • Depois você, já contratado, passou por um período de experiência;
  • Periodicamente, você passa por uma rodada de avaliação de performance, onde os melhores são promovidos;
  • Às vezes, você olha para o lado e vê um colega que foi desligado e outro que foi promovido;
  • Outros tantos recebem incentivos para desenvolvimento.

Em todos os passos, a empresa que é a sua cliente avaliou o produto profissional que lhe foi entregue, valorizando ou não esta entrega.

Desta forma, caso seu cliente não esteja feliz com o produto entregue, você não precisa mudar o produto, mas como no caso do Sr. Zakharov, vai precisar mudar de cliente.

Pense nisto!

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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