Uma demanda comum em um processo de Coaching está associada à liderança motivacional, ou seja, o que muitos definem como a capacidade de alguém motivar a equipe e assumir a liderança em torno de um objetivo comum. Pesquisando sobre o tema, para um assunto em particular, encontrei textos e estudos que considerei interessantes como base da postagem desta semana. E eu começo com a pesquisa publicada pelos respeitados Bruce J. Avolio e Bernard M. Bass (You Can Drag a Horse to Water but You Can’t Make It Drink Unless It Is Thirsty – The Journal of Leadership Studies, vol. 4, nº 1), em 1998.
Naquele estudo, os pesquisadores tentavam explicar as razões de muitos programas de treinamento em liderança perderem força assim que as pessoas voltavam ao cotidiano de trabalho. Eles assumiam que para a formação de líderes gerar mudanças duradouras de atitude ou comportamento, os participantes deveriam estar prontos e determinados a mudar. Para isso, essencial era eles entenderem os porquês do treinamento, das necessidades de mudar e, acima de tudo, terem aplicação nessa mudança. Ou seja, “você pode levar o cavalo perto da água, mas ele só vai beber se estiver com sede”.
A partir dessa metáfora, Avolio e Bass criaram uma linha de pensamento em torno do tema, segundo a qual entre os componentes da liderança deveria haver um foco na individualidade, considerando que só consegue ser líder e motivar a equipe aquela pessoa disposta a melhorar o seu próprio desempenho. De um modo geral, a pesquisa indicou que o impacto na liderança se mostrava reduzido quando o plano de desenvolvimento não incluía uma meta específica ou mesmo não envolvia a ação prática e o follow-up.
Derivaram então algumas implicações para o campo de desenvolvimento humano. Preparar o contexto e proporcionar facilitação para os treinandos são, possivelmente, os dois pontos mais críticos a merecer atenção. Anos se passaram, muitos outros pesquisadores se inspiraram no estudo de Avolio e Bass e contribuíram com atualizações do estudo. Em 2001, James Collins estruturou várias premissas então vigentes em seu livro (Good to Great: Why Some Companies Make the Leap . . . and Others Don’t, Harper Collins Publishers), abordando como grandes empresas conquistam desempenho sustentado no longo prazo.
Para Collins, é fundamental entender adequadamente os cinco níveis da hierarquia de um verdadeiro líder, sendo um erro não identificar o contexto e a competência individual afim a cada nível: (1) o menor deles é quando a pessoa é especialista no seu trabalho (ou em área específica), conquistando assim a confiança dos colegas; (2) quando a pessoa de uma área se dá bem com os colegas, tem capacidade de comunicação e integra as habilidades dos outros para cumprir as metas; (3) refere-se ao profissional que sabe combinar os recursos que lhe são disponibilizados com os diferentes conjuntos de habilidades das várias equipes que trabalham com ele; (4) este é o caso de um líder especial, que tem visão e competência para agregar os três níveis anteriores, mas muitas vezes é mais temido pela força do que reverenciado. Finalmente, Collins atribui o quinto nível ao melhor e mais qualificado líder como alguém invisível, nunca arrogante, com a capacidade de conduzir os liderados para a ação necessária, sem soberba ou ameaças. Que tal refletir a esse respeito?
Participe da Conversa