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Você já ouviu falar em líder silencioso?

A capacidade do líder silencioso ouvir os outros e de saber assimilar o que é dito, pode garantir que os liderados se sintam respeitados e com mais presença participativa no trabalho que desenvolvem na empresa.

Amigos, eu acompanho muitos fóruns de debates, desde aqueles com foco eminentemente científico como os de ordem mais prática. Ambos são interessantes e contribuem para a formação de uma base sólida sobre o Coaching e sua aplicabilidade na vida moderna das pessoas e das organizações. Hoje eu trago aqui um artigo que fica no meio termo, mas sugere um tema poucas vezes debatido, que é a característica do líder no que diz respeito à sua extroversão ou introversão.

Minha inspiração nasceu de uma postagem de Philip Spensieri, diretor da empresa The Alternative Board http://www.thealternativeboard.co.uk, para o fórum Business Coaching Best Practices. Ele lança uma questão interessante, pois em grande parte das pesquisas sobre liderança, a figura do líder vem sempre associada a atributos que incluem boa comunicação, energia, dinâmica, carisma e competência motivadora na relação com os liderados. Mas será isso sempre uma verdade?

Como este é um espaço dedicado ao Coach, cabe perguntar: o que tem mostrado a sua experiência pessoal a respeito? Ao desenvolver um trabalho com lideranças ou equipes, esse pressuposto citado tem aparecido, incomodado ou influenciado de alguma forma? Pois vamos conhecer a visão de Philip Spensieri sobre um tipo de liderança que tem sido pouco abordado, que é o “líder silencioso”.

O que seria exatamente esse líder silencioso ou tranquilo? Simplificando, é alguém que tem a capacidade de inspirar, motivar e incentivar através da ação própria ao contrário do uso intensivo de palavras. Enquanto um líder enérgico e extrovertido pode ter o efeito certo e alcançar resultados, em alguns casos ele não será a melhor opção para a empresa ou a equipe. Aquele líder muitas vezes valorizado pela sua forte voz de comando, portanto, não seria a panaceia que resolve todos os casos do mundo.

Logo, a notícia boa é que mesmo as pessoas mais introvertidas podem se converter em lideranças positivas, desde que assumam determinados comportamentos considerados como a chave para o sucesso. E um Coach sabe bem como apoiar para se chegar a isso. Basicamente, são quatro pilares com igual importância: (a) a escuta ativa; (b) honestidade inquestionável; (c) a transparência nos seus atos, e (d) a modéstia.

A capacidade de o líder silencioso ouvir os outros (e de realmente saber assimilar o que lhe é dito) pode garantir que os liderados se sintam respeitados e com mais presença participativa no trabalho que desenvolvem na empresa. Além disso, a relação de confiança crescerá à medida que haja uma aceitação maior do grupo pela percepção de conviverem com uma liderança honesta e verdadeira. Sem dúvida, eis aí um passo certo para a fidelidade dos liderados.

A transparência anda de mãos dadas com a honestidade. Mesmo mostrando-se quieto, calmo e silencioso, o líder deve transmitir aos liderados a sensação de liberdade para o desenvolvimento do trabalho, sem deixar de ser acessível para dar rumo aos assuntos que interessam à equipe. Finalmente, vem o atributo da modéstia pois, mesmo sendo um líder, este nunca poderá se sentir ou se mostrar acima da sua equipe. O segredo está em respeitar os mesmos padrões, regras e responsabilidades que regem a relação funcional de todos os demais membros da empresa.

Essa forma de ver o potencial do líder mais introvertido e silencioso entende que, acima de tudo, os liderados querem confiar em alguém pelo exemplo e pela resposta objetiva que oferece aos problemas da equipe.  É o princípio de liderar pelo exemplo e não apenas por ter a capacidade inata de grande motivador. Enfim, quando o líder constrói as relações corretas com os liderados, não é necessário falar alto e bem para ser escutado, pois antes é preciso ser respeitado a partir dos atributos listados.

Em minha opinião, os atributos acima cabem em qualquer liderança, mas fica quebrada a mística daqueles que acreditam na pessoa falante e motivadora como modelo ideal de liderança. Tudo dependerá do contexto das pessoas, das equipes e dos tipos de negócios empresariais envolvidos. Recado aos amigos Coaches em trabalhos com lideranças: quando se depararem com um profissional qualificado e silencioso, será que uma das metas não será mostrar que uma liderança efetiva não depende de uma liderança extrovertida?

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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