Você confunde Evolução Espiritual ou Espiritualidade com Religião?
Quando a evolução espiritual ou espiritualidade é confundida com religião, isso indica uma falta de entendimento do verdadeiro processo de autoconhecimento e autodescoberta.
E o que é o autoconhecimento e a autodescoberta?
Tem-se falado muito sobre o autoconhecimento, mas frequentemente esquecemos de mencionar que, para estar nesse processo, é necessário permitir-se olhar e revisitar os defeitos, aceitá-los, para então abrir espaço para a autoconsciência.
Evolução essa que é compreender que o sofrimento e a alegria são apenas formas de mostrar a importância do que precisamos aprender pelas experiências, as quais muitas vezes trazem dores e que, se souber perceber, refletir, analisar que nada acontece por acaso e resistir menos, poderá vivenciar a jornada da vida com comportamentos e atitudes mais positivas, crescerá e se desenvolverá nas etapas da vida.
A CNV – Comunicação Não Violenta é uma oportunidade de aprender, viver e praticar, deixando o automatismo para trazer a consciência à tona. Consciência essa que transcende ao que o Homem acha que tem, que é tomar conhecimento, aceitar seus defeitos, integrá-los ao invés de negar ou lutar contra.
A CNV nos apoia a perceber 3 fatores importantes pelos quais várias pessoas reagem com violência:
O primeiro fator é a linguagem na qual fomos ensinados a usar.
Uma linguagem que desconecta, que é do julgamento, do certo e errado do bom e do mau, da exigência, da ameaça, da dominação, da obediência, da autoridade, apesar de acreditar que está se expressando bem, que é verdadeiro, mas deixa um rastro pelo caminho.
O segundo fator é como nos ensinaram a pensar e a nos comunicarmos.
Na minha percepção, muitos de nós não sabem pensar, e por que escrevo isso? Porque na maioria das vezes é buscado ter respostas prontas, sem refletir, se influencia pelas distorções, vieses e comportamentos comuns para poder ser aceito pelo grupo, pois se pensar, ser ou fazer diferente, será rejeitado ou excluído, e as crenças que vêm das histórias que nos contaram para nos educar e que aprendemos a nos contar para viver, e acabamos vivendo a vida do conto, desconectado da realidade.
E o terceiro fator são as estratégias que aprendemos para influenciar os outros e a nós mesmos.
Aprendemos a usar estratégias, sem antes entender o que é importante, ou seja, as necessidades / valores. Vale lembrar a frase de Marshall quando ele diz: “Todo conflito nasce de necessidades não atendidas”. Quando não sabemos as necessidades, buscamos estratégias que na maioria das vezes não atendem nenhuma das necessidades dos envolvidos, e elas fracassam.
A CNV nos ensina a saber utilizar uma linguagem, pensamentos e formas de nos comunicar que possam influenciar a capacidade para contribuir de forma voluntária para o bem-estar de si mesmo e dos outros.
Com a CNV, aprende-se a se expressar de forma autêntica, quem se é e o que está vivo, sem críticas ou análises externas que venham insinuar que o que está sentindo está errado.
Quando se pratica a CNV, aprende-se a tomar consciência da linguagem utilizada para que seja possível contribuir na construção de relações mais autênticas, empáticas e saudáveis de forma pacífica, compassiva e cuidadosa. Assim, é possível perceber o autodesenvolvimento, o autoconhecimento, a autodescoberta, levando à autoconsciência, que é a espiritualidade ou evolução espiritual.
Mas vale lembrar que todo este processo tem início, meio, mas jamais tem fim. O Homem é produto e produtor de si mesmo em toda sua jornada, sendo ela contínua.
Em suma, o autoconhecimento não é apenas enxergar o que é bom ou bonito, ou só a luz. Mas também a sombra, que é feia e normalmente procuramos esconder de nós mesmos a todo custo.
Você pôde observar que espiritualidade não necessariamente é religião. E, se fosse, já teria resolvido uma série de questões, dores e sofrimentos porque haveria refletido com profundidade. E teria chegado à conclusão que tudo que sente está dentro de si mesmo e não vem de ninguém e de nada externo.
Então, quando for buscar ou estiver na jornada de autoconhecimento, olhe seus defeitos, julgamentos, análises, críticas, interpretações e avaliações de si mesmo e dos outros. E lembre-se de que, quando você apontar o dedo para o outro, saiba que você está falando do que precisa ver em si mesmo.
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como diferenciar a evolução espiritual de religião e aprofundar seu autoconhecimento? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Um grande abraço,
Wania Moraes Troyano
Especialista em Resiliência Científica e Neurociências
http://www.waniamoraes.com.br/
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