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Violência contra a mulher: precisamos falar sobre isso!

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, mostram que praticamente todos os indicadores relativos à violência contra mulheres apresentaram crescimento no último ano.

Violência contra a mulher: precisamos falar sobre isso!

Violência contra a mulher: precisamos falar sobre isso!

No início deste mês foi lançada a Campanha “Agosto Lilás” de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Ela faz referência ao aniversário da Lei Maria da Penha, instituída pela Lei nº 11.340 (de 07 de agosto de 2006), que em 2022 completou 16 anos.

Um tema bastante pertinente, considerando que em pleno século XXI, a mulher ainda sofre constantemente violências. Segundo o Instituto Maria da Penha há 5 tipos de violências:

Física

Condutas que ofendam a integridade ou a saúde corporal da mulher, como espancamentos, atirar objetos, sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento, lesões com objetos cortantes ou perfurantes, ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo e tortura.

Psicológica

Conduta que causem danos emocionais e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, como por exemplo: ameaças, constrangimentos, humilhações, manipulações, isolamentos (proibir de estudar e viajar ou de falar com amigos e parentes), vigilância constante, perseguição contumaz, insultos, chantagens, exploração, limitação do direito de ir e vir, ridicularização, tirar a liberdade de crença, distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade (gaslighting)

Sexual

Conduta que a force a presenciar, manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força: estupro, obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa, impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação ou limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher.

Patrimonial

Conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidade, como controlar o dinheiro, deixar de pagar pensão alimentícia, destruição de documentos pessoais, furto, extorsão ou dano, estelionato, privar de bens, valores ou recursos econômicos, causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste.

Moral

Conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, como por exemplo: acusar a mulher de traição, emitir juízos morais sobre a conduta, fazer críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, mostram que praticamente todos os indicadores relativos à violência contra mulheres apresentaram crescimento no último ano. Um aumento de 3,3% na taxa de registros de ameaça, e crescimento 0,6% na taxa de lesões corporais dolosas em contexto de violência doméstica entre 2020 e 2021. Os registros de crimes de assédio sexual e importunação sexual cresceram 6,6% e 17,8%, respectivamente

Com a necessidade de isolamento social, devido à pandemia, os problemas foram agravados, durante o primeiro ano da pandemia, a cada minuto 8 mulheres apanharam no Brasil. No mesmo período, 2,1 milhões sofreram ameaças com faca ou arma de fogo e 1,6 milhão foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento.

Dentre alguns possíveis motivos para esse aumento, é o fato das mulheres em situações de violência doméstica, serem expostas a conviver mais tempo com seus potenciais agressores. Muitas vezes impossibilitadas de acessarem serviços públicos e redes de apoio.

Nos feminicídios, o principal autor é o companheiro ou ex-companheiro da vítima (81,7%), seguido de parente (14,4%). Assim como nas violências sexuais, na maioria das vezes (8 em cada 10 casos), quem comete o crime é um conhecido da vítima. O que torna a denúncia um desafio ainda maior para elas.

Outro dado chocante quando analisamos os registros de estupro no Brasil é a idade das vítimas. O grupo que conta com o maior percentual é o de 10 a 13 anos, seguido das crianças de 5 a 9 anos

Um outro fator preocupante é receio das vítimas de denunciarem seus agressores tornando-os impunes. Dentre os motivos pelos quais as vítimas não denunciam as agressões sofridas às autoridades policiais são diversos. Desde a dificuldade de compreensão do próprio fenômeno enquanto crime, medo de retaliação do autor, constrangimento e até receio da possível revitimização que possa ocorrer ao realizar a denúncia.

COMO TUDO COMEÇOU?

A sociedade foi construída por muitos anos dentro de um contexto do homem como protagonista, educado para não chorar, para ser o conquistador, ver a mulher como prêmio, como posse, ser o provedor, dominador e apesar de mais de 50 anos dos movimentos feministas, que questionaram este modelo social, e contribuíram para mudanças significativas, o machismo ainda insiste em perpetuar e prevalece na mentalidade de muitos homens.

Parte, ainda se sente desprestigiado e ameaçado por tais conquistas legítimas das mulheres e quando confrontados, o sentimento de direito sobre o outro, de honra ferida, emerge trazendo emoções primárias à tona.

Como aliado e estudioso do assunto, reconheço que temos muita luta pela frente para garantir a equidade. Prova disso são os dados de representatividade das mulheres em Conselhos de grandes empresas, na política. Além disso, as discrepâncias salariais, a falta de equidade, o maior esforço que a mulher precisa demonstrar em relação ao homem, para ser considerada competente.

COMO MUDAR ESTA REALIDADE?

Considerando que ela foi construída ao longo do tempo por uma questão cultural que sempre privilegiou os homens, é preciso desconstruir essa mentalidade do universo masculino desde a mais tenra idade.

Por mais que ainda existam famílias com vieses conservadores, a família é o espaço onde o indivíduo recebe seus primeiros conceitos e valores. E que depois são reforçados e solidificados pela escola e relações. Formar indivíduos que privilegiem o respeito pelo próximo, independentemente de gênero, identidade, faixa etária, raça, etnia, orientação sexual ou qualquer outra condição e característica é um papel importante da família e da escola num primeiro momento.

É fundamental que a sociedade como um todo se posicione e crie meios para garantir a dignidade da mulher. Amparando-a por meio de legislações específicas. Além disso, a criação de mais delegacias da mulher estruturadas para receber as denúncias com pessoas capacitadas para ouvi-las e acolhê-las e maior efetividade e rapidez das medidas protetivas.

Incentivo às ONGs que oferecem assistências às mulheres vítimas de violência domésticas com atuação em parceria com o governo.

Disseminação maciça de conteúdos educativos para ressignificação do papel do homem na sociedade e mobilização da sociedade civil, empresas, associações, iniciativa privada e governamental.

VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU: O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?

A resposta é simples. Tudo.

Martin Luther King tem uma frase famosa “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.

O Brasil teve um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas em 2021. Diante desse contexto, omitir-se não é opção e você tem o poder de contribuir para mudar esta realidade.

A luta é constante e as ações necessárias são muitas, mas com organização, consciência e união social, podemos mudar esta realidade. Faça parte deste movimento.

Se você sofre violência doméstica ou conhece alguém que esteja nesta situação.

NÃO SE CALE, LIGUE 180!

Este é o canal de atendimento criado especialmente para lidar com casos de violência doméstica. Além de receber denúncias, também pode ser utilizado para a solicitação de informações sobre delegacias próximas e redes de acolhimento.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como evitar a violência contra a mulher? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Luciano Amato
http://www.trainingpeople.com.br/

Confira também: Abordagem: A Primeira Impressão é a que fica!

 

Pós-Graduado em Tecnologia Assistiva pela Fundação Santo André/ITS Brasil/Fundação Don Carlo Gnocchi (Itália/Milão). Pós-graduado em Psicologia Organizacional pela UMESP e Graduado em Psicologia pela UNIMARCO. Extensão em Gestão de Diversidade pela PUC (Trabalho final: “O impacto do imaginário dos líderes no processo de diversidade e inclusão nas organizações”), Credenciado em Holomentoring, Coaching e Advice pelo Instituto Holos. Formação em Coaching Profissional pela Crescimentum. Formação em Facilitação Digital pela Crescimentum, Formação em RH e Mindset Ágil pela Crescimentum. Formado como analista DISC Vivência de 30 anos na área de RH, em subsistemas como Recrutamento & Seleção, Treinamento, Qualidade, Avaliação de Desempenho e Segurança do Trabalho. Desempenhou papéis fundamentais em empresas como Di Cicco., Laboratório Delboni Auriemo, Wal Mart, Compugraf, Mestra Segurança do Trabalho.Atualmente é Diretor da TRAINING PEOPLE responsável pela estratégia e coordenação de equipe multidisciplinar especializada em temas como Diversidade, Liderança e Gestão, Vendas, Educação Financeira, Comunicação, Turismo e Segurança do Trabalho. Coach de transição de carreira, desenvolvimento de competências e de líderes e Mentor em Empreendedorismo e Diversidade, Equidade e Inclusão.Presidente e Fundador do Instituto Bússola Jovem, projeto social com foco em jovens de baixa renda que tem por missão transformar vidas através da Educação, Trabalho e Carreira. Colunista das Revista Cloud Coaching. Atua como Mentor no Programa Nós por Elas do Instituto Vasselo Goldoni.Coautor do livro: Segredos do sucesso: da teoria ao topo – histórias de executivos da alta gestão pela Editora Leader e do livro Gestão Humanizada de Pessoas pela Editora Leader. Coordenador e coautor do livro Diversidade em suas dimensões pela Editora Literare Books.
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