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Vamos criar histórias de ficção?

Deixando de lado a essência do rigor científico nas pesquisas sobre Coaching e passando a uma dimensão plausível, não necessariamente real, sobre um Coach prestando serviço a jogadores de futebol. Funciona?

Às vezes a gente tem a vontade de viajar pelo texto e criar uma história de ficção só para sair do sério. Deixar de lado a essência do rigor científico nas pesquisas sobre Coaching e passar a uma dimensão plausível, porém não necessariamente real. Então, hoje a vontade cresceu e eu resolvi assumir essa linha de trabalho no blog para mostrar, mesmo que numa “brincadeirinha”, o que seriam um Coach e um conselheiro prestando serviço a jogadores de futebol na escolha de carreira.

Primeiramente, vamos definir o nosso “cliente”. Como quem acompanha futebol sabe, o time do Ituano sagrou-se Campeão Paulista de 2014. Para lembrar que não foi um acaso, na sua trajetória o time superou o Corinthians, venceu o São Paulo, eliminou o Palmeiras e ganhou do Santos na final. Todo o elenco de jogadores do Ituano, uma bela mescla de novos e experientes, custa mensalmente ao clube menos do que um único jogador de ponta de qualquer dos times grandes citados.

Com a conquista, os atletas ganharam visibilidade nacional e, o clube já cogita que será difícil resistir ao assédio de times maiores com ofertas salariais tentadoras. Quem era desconhecido passou a ser cobiçado; quem já era experiente ganhou novo impulso no mercado. Para o time do Ituano a próxima competição de 2014 será o Campeonato Brasileiro da Série D e, no ano que vem, terá o direito de disputar a Copa do Brasil. Caso a vença, disputará a Copa Libertadores da América em 2016. Por interesse da direção do clube (aqui começa a história de ficção) contrataram um Coach para ajudar os jogadores na difícil decisão sobre seus futuros profissionais: ficar ou sair.

Para um empresário-conselheiro que olhe seu cliente em perspectiva arrojada e materialista, não há dúvidas de que o jogador deverá aceitar qualquer convite que lhe traga oportunidade de destaque no clube grande, com salário melhor e projeção pessoal crescente. Quem sabe, em pouco tempo, não venha um convite da Europa? A simples visão da possibilidade levantada pelo conselheiro de ir jogar na Inglaterra, Espanha, Itália ou outro país por si só já é tentadora. Mesmo para um jogador veterano, ir para outro clube ganhar um bom dinheiro em final de carreira é algo que já faz sorrir.

Se o conselheiro entender o contexto do cliente pela perspectiva menos materialista que do caso anterior e com projeção de médio prazo, poderá dizer ao jogador que a família já está instalada em Itu, filhos na escola e o ambiente é acolhedor. O salário que ganha poderá renegociar, ainda que menos do que ganharia fora, mas em um clube que poderá projetá-lo ainda mais no ano que vem com a Copa do Brasil 2015. Vale a pena investir em participar do projeto de crescimento do Ituano e de uma exposição ainda mais ampla no cenário nacional. Apostar em um ganho maior no futuro, ter a estabilidade familiar numa cidade bem agradável e aproveitar o momento vitorioso. Para que sair, mesmo ganhando mais, e trocar a certeza de ser titular por um banco de reservas no time grande?

Claro que, para efeito desta nossa viagem pela ficção, tudo está muito simplificado. Mas alguém viu impropriedade, erro ou sugestão fora do normal para a relação entre o empresário-conselheiro e o seu jogador-cliente? O que significa dizer que um aconselhamento sério e competente tenderá a sempre apontar caminhos positivos e factíveis. Mas como, nessa mesma situação, agiria um Coach experiente na esfera de opções de carreira?

O Coach trabalha com perguntas para estimular a reflexão do atleta quanto às várias perspectivas que a troca de clube ou a permanência no Ituano poderiam trazer à sua vida. Sem a influência direta de qualquer opinião externa e com base nas próprias respostas, tendo o apoio emocional do Coach quando necessário, o atleta decidiria o rumo a tomar com a convicção de ter pensado em todos os aspectos que influenciam sua opção e seu futuro. Por isso, sempre afirmo e reafirmo: a essência do Coaching é estimular a autorreflexão do cliente, seja um executivo, estudante ou jogador de futebol!

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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