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Uma doença chamada Assédio Moral

Burnout, Depressão, Absenteísmo, Presenteísmo, Ansiedade, Pânico: Qual a causa mais aparente? O Assédio Moral, às vezes incentivado pela própria cultura organizacional.

Uma doença chamada Assédio Moral

Uma doença chamada Assédio Moral

Burnout, Depressão, Absenteísmo, Presenteísmo, Ansiedade, Pânico: muito se tem falado sobre as doenças mentais que estão afetando os trabalhadores na pós-pandemia afastando milhares das empresas. Pouco se tem falado sobre as causas, que são o foco da questão. Há uma necessidade crescente de conversar abertamente sobre o assunto, principalmente cobrando um posicionamento das empresas.

Quero falar especificamente sobre a causa mais aparente, às vezes incentivada pela própria cultura organizacional, e que cresce de um modo assustador: o Assédio Moral.

De acordo com a definição do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT):

“Assédio moral é a exposição de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício das suas atividades. É uma conduta que traz danos à dignidade e à integridade do indivíduo, colocando a saúde em risco e prejudicando o ambiente de trabalho”.

Levantamento do mesmo TST mostra que nos últimos dois anos o número de denúncias e processos contra Assédio Moral triplicou no país. Alarmante, na verdade.

Podemos aqui discutir o assunto do ponto de vista teórico, sobre os dados, mas prefiro o lado prático: só no último mês recebi 6 novos clientes com o mesmo problema. Eles estão adoecendo por conta do Assédio Moral que sofrem a cada dia. Formamos um grupo multidisciplinar para lidar com o problema, mas registrar algumas histórias dividindo a dor dessas pessoas é uma maneira de honrá-las. Os nomes são fictícios.

O chefe fez Joana falsificar relatórios

Joana já não dorme à noite. Além da insônia não consegue concentrar-se. E desenvolveu a Síndrome do Intestino Irritável. Absolutamente tudo que come lhe faz mal. Emagreceu, perdeu o namorado e está morrendo de medo de ficar desempregada.

Sem atingir as metas da empresa – que de fato são surreais – o seu chefe descobriu uma maneira de protelar a realidade. Confiando que a sua área vai se recuperar agora que a Covid parece estar sob controle. Então criou um esquema e fez Joana participar dele caso não quisesse ser demitida. Agora, ela é cúmplice, sob vigilância o tempo todo: proibida qualquer interação com colegas. E ainda ouve piadas do chefe.

Carolina é humilhada o tempo todo

Com mais de 60 anos, ativa e muito inteligente, Carolina é funcionária pública e trabalha com dados. As suas publicações são extremamente importantes para fundamentar políticas públicas. A sua gerente, no entanto, seja por incompetência ou inveja do seu conhecimento, passou a tratar com ela aos berros diante de todos. Batendo as mãos na mesa e insistindo que está errada.

Carolina pode comprovar a correção do seu trabalho, mas a gerente simplesmente ignora. Todos na sala silenciam diante das agressões verbais, das acusações injustas de erros, xingamentos. Não são poucas as vezes em que a gerente solicita trabalhos que, de fato, nunca srão usados. E Carolina ainda tem a difícil missão de corrigir as produções equivocadas da gerente.

Como resultado, Carolina sofre de Dores Crônicas, problemas digestivos e tem queda de imunidade ficando sujeita a doenças diversas.

O histórico da gerente assediando outras pessoas não é pequeno, mas todos ignoram. Carolina é apenas a funcionária da vez.

Leila foi acusada de não saber administrar orçamentos

Diretora de área de uma grande empresa que sofreu muito com as restrições da pandemia. Leila teve que ouvir do presidente, durante uma reunião do conselho, que a empresa não tinha alcançado, durante a pandemia, as metas previstas porque nenhum dos diretores sabia controlar os orçamentos.

De acordo com o mesmo presidente, os diretores sabem, sim, vender. Mas não administrar. Detalhe: em plena pandemia os serviços prestados subiram até 100%. A pressão é constante e nenhum dos diretores tem coragem de se posicionar porque o presidente não permite objeções, e o conselho fica quieto.

Leila sofre pressão da equipe que precisa trabalhar três vezes mais, e de cima: sente-se encurralada. Os seus dias são preenchidos por reuniões online (em alguns dias passam de 10). Resolve problemas internos e com clientes, e as reuniões de motivação do presidente viraram, de fato, um filme de terror. Há mais de um ano.

Explicando o Assédio Moral

Assédio Moral é crime estipulado no artigo 203 do Código Penal: Frustração de Direito assegurado por Lei Trabalhista, e só se configura com a repetição de práticas constrangedoras ao longo do tempo.

Nem sempre os agressores assediam de modo intencional e nem sempre se dão conta de que estão praticando violência psicológica pelo abuso de poder. Assim como as vítimas não são pessoas frágeis, com transtornos ou incapacidades necessariamente. Em muitas ocasiões elas são apenas vistas como uma ameaça ao poder do agressor.

Não é incomum que as agressões sejam dirigidas a minorias, a mulheres e, hoje, a idosos. É uma forma de discriminação que deve, e precisa, ser combatida. Já que as consequências podem ser graves ao causar danos psicológicos, físicos e emocionais. Inclusive suicídio.

A melhor maneira de combater o Assédio Moral no ambiente de trabalho é, além de atitudes efetivas das empresas, a solidariedade entre colegas do trabalho; Ao testemunhar cenas, por exemplo, de humilhação, abuso, agressão e constrangimento, denunciar. Lembrando que um dia pode estar no lugar do outro e que precisará de apoio também. O medo e o silêncio apenas reforçam o poder do agressor.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o Assédio Moral no ambiente de trabalho e como combatê-lo? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

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Isabel C Franchon, Coach desde 2008, atua com o Desenvolvimento Profissional e Pessoal voltados para a Carreira, Competências, Liderança, Comunicação Interpessoal, Compliance & Ética e Coaching de Times. Facilita Workshops, Treinamentos e Oficinas em empresas de médio/grande porte através de empresa própria e em parceria com Consultorias de DH. Graduada em Jornalismo, tem MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores, pela FGV; Pós-graduação em Transdisciplinaridade em Saúde, Educação e Liderança, pela Universidade Holística Internacional; Especialização em Marketing pela MM School; Formação em Compliance Anticorrupção, pela LEC; Especialização em Metodologia QEMP para empreendedores, pela Clinton Education. Fez formação em Master, Executive, Leader & Business Coach, pelo Behavioral Institute. Certificada em Positive Coaching Com Robert Dilts e Richard Moss. É membro do International Coaching Council (ICC) desde 2008.
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