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Transformações que passamos (parte IV)

Se transformar, crescer, evoluir, como queiram chamar, é um grande se dar conta. Dar se conta de onde estamos, do que está acontecendo, de como funciona esse mundo, o que nós queremos e o que achamos certo.

Tenho uma prima neném. Oito meses. E olhando ela brincar penso o porquê crianças são inocentes e puras. Porque as pessoas gostam tanto de crianças. A ignorância técnica sobre o mundo e a falta de vivência em sociedade faz com que a criança seja ingênua, o que é natural, levando a inocência.

A ingenuidade é colorida, florida, harmoniosa, cheia de vida, de cheiros e sons. A realidade é feita de concreto, vigas, números em contas corrente, lucro e déficit, sobrevivência, cinza.

Essa comparação me faz lembrar uma faixa do CD dos Saltimbancos – A Cidade Ideal.

As pessoas gostam de crianças, pois sentem falta dessa santa ignorância do mundo, desse véu que os protegiam de ver e viver as dores inevitáveis da existência, de ir atrás daquilo que se quer.

E ainda com dor, corremos o risco de não conseguirmos ou não sermos atendidos em nossas expectativas, pois agora convivemos com outras pessoas. Que buscam seus próprios sonhos, que pensam diferente e querem coisas diferentes. Não temos mais o conforto onipresente de nossa mãe. Aquela que sempre colocou nossos sonhos, desejos e conforto em primeiro lugar.

Alguns porquês das transformações ocorrerem. O tempo que passa, ficamos mais velhos, hormônios, outras experiências, outros desejos e expectativas de vida e felicidade. A sociedade que estamos vivendo. Ou você acha que uma jovem da Índia, que vive sob um regime de castas e um peso muito forte da religião, têm os mesmo desejos que uma menina da Califórnia, Estados Unidos?

Há transformações porque envelhecemos. Porque o tempo não para, como já dizia Cazuza.  Porque estamos vivos. Nunca vamos parar de mudar, de crescer. Só quando dermos o ultimo suspiro. Por isso não tenha medo de mudar de ideia, isso é inevitável. E sim, volte atrás. Volte atrás para dizer que mudou e cresceu. Para dizer que viveu.

Se transformar, crescer, evoluir, como queiram chamar, é um grande se dar conta. Dar se conta de onde estamos, do que está acontecendo, de como funciona esse mundo e começarmos a escolher perante o que nós queremos e o que achamos certo.

É se dar conta da verdade sobre as pessoas e o mundo, de como ele foi construído e seus valores. Dar se conta do que os fatos expõem, do que retratam. A ganância, a podridão e a fragilidade da humanidade.

Perceber que a realidade à nossa volta não é boa não significa que somos infelizes, depressivos ou pessimistas. Essas coisas não dependem do fato. Mas sim de como lidamos com ele.

Mas isso já é o próximo texto. Até lá!

Bruno Sales Author
Bruno Sales é Estudante esforçado, entusiasta intelectual e conversador. Estudante de Economia, escritor amador e apreciador de Filosofia e Matemática. Sonha publicar o livro que vem trabalhando faz anos; a médio prazo, adquirir independência financeira e reconhecimento intelectual; a longo prazo, mudar o mundo.
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