O post Fé em Chamas: A Intolerância Religiosa e o Medo do Sagrado no Mundo Atual apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.”(Platão)
A história da humanidade sempre esteve entrelaçada com a fé — e com a violência contra ela. Na Idade Média, as guerras santas, as cruzadas e a Inquisição marcaram uma das fases mais sombrias da civilização. Não existiam internet nem redes sociais, mas o ódio e o fanatismo encontravam caminhos para se espalhar. O sagrado foi manipulado por reis, impérios e clérigos, transformado em instrumento de dominação e medo.
Séculos depois, o cenário se repete sob novas formas. Agora, igrejas, sinagogas, mesquitas e templos são incendiados ou invadidos, enquanto fiéis são mortos em oração. A intolerância religiosa — tema que parecia pertencer aos livros de história — volta a ocupar as manchetes.
No Brasil, as maiores correntes do cristianismo — a Igreja Católica Apostólica Romana e o Protestantismo (Evangélico) — vivem momentos contrastantes: enquanto o número de evangélicos cresce, o de católicos diminui. Paralelamente, as religiões de matrizes africanas, como o Candomblé e a Umbanda, continuam sendo alvo de ataques e preconceito — um eco colonial ainda não superado.
Em outras partes do mundo, o cenário é igualmente grave. Na China, o governo promove uma política sistemática de repressão religiosa, especialmente contra muçulmanos uigures, cristãos e praticantes do Falun Gong. Na Índia, minorias sofrem com o avanço do nacionalismo hindu. No Oriente Médio, a aplicação da sharia em alguns países retira das mulheres direitos básicos e criminaliza a liberdade de crença.
A geografia muda, mas o drama é o mesmo: o poder teme o espírito livre.
Sempre que a espiritualidade autêntica floresce, ela desafia o poder estabelecido. As grandes tradições religiosas — do cristianismo ao islamismo, do judaísmo às crenças afrodescendentes — ensinam valores universais como dignidade humana, amor ao próximo, perdão, desapego ao poder e justiça. Paradoxalmente, são esses valores que ameaçam os sistemas de controle político e econômico.
Por isso, desde os imperadores medievais até os líderes autoritários contemporâneos, há quem tema a força da fé. Na China, templos demolidos e comunidades inteiras enviadas a “campos de reeducação”. No Afeganistão, mulheres impedidas de estudar em nome de uma interpretação extremista de textos religiosos. Na Europa, o medo da imigração islâmica reacende o discurso da intolerância e do fechamento de fronteiras.
Aquilo que deveria servir como ponte entre os povos continua sendo usado como arma política — de manipulação, segregação e domínio.
A globalização e as intensas migrações humanas do século XXI trouxeram nova complexidade à questão religiosa. A fome, as guerras, as mudanças climáticas e as perseguições têm provocado um dos maiores êxodos da história recente, em constante crescimento na última década.
Segundo o Relatório de Tendências Globais do ACNUR (abril de 2025), há 122,1 milhões de pessoas deslocadas à força — um número superior ao de qualquer outro período contemporâneo. O Instituto de Pesquisa da Paz de Oslo (PRIO) contabiliza 11 guerras em andamento no mundo. Milhões de pessoas fogem levando não apenas suas malas, mas também suas crenças e tradições culturais.
Nos países que as recebem, aumentam as tensões. As discussões sobre migração, integração e costumes religiosos tornam-se terreno fértil para o preconceito e a instrumentalização política. Líderes se aproveitam do medo coletivo — do “outro”, do “diferente” — para reforçar discursos nacionalistas, xenófobos e fundamentalistas.
Ontem, queimavam-se “hereges”. Hoje, queimam-se templos, sinagogas e mesquitas. A história muda de cenário, mas a dificuldade humana em aceitar o que não compreende permanece a mesma.
A perseguição contemporânea não nasce apenas do fanatismo, mas também do vazio espiritual que marca o mundo moderno. A espiritualidade substituída pelo consumo, e o sentido de transcendência, pela busca incessante de poder. Em um planeta que perdeu seu eixo moral, a crença do outro se torna incômoda — porque reflete aquilo que nos falta: propósito, esperança e amor.
Quando um governo persegue a fé, teme a consciência que ela desperta. Quando uma sociedade destrói um templo, destrói a parte de si que ainda acredita no invisível.
Quando uma igreja é incendiada, não queima apenas um prédio — queima um símbolo de esperança. Quando um terreiro é destruído, perde-se parte da alma ancestral de um povo. E quando uma mesquita é atacada, ataca-se o direito universal de buscar o divino. Defender o sagrado — qualquer expressão dele — é defender o direito à consciência. E sem consciência, nenhuma civilização sobrevive.
“A escuridão não pode expulsar a escuridão; só a luz pode fazer isso.” (Martin Luther King Jr.)
Enquanto houver poder sendo usado para silenciar o divino, o mundo continuará doente. Mas se houver coragem para amar, compreender e acolher — então, finalmente, a fé deixará de ser bandeira e voltará a ser ponte.
E só então, o ser humano poderá dizer que aprendeu a lição mais antiga — e mais esquecida — da história: não existe paz sem liberdade espiritual.
Quer entender como o medo do diferente ainda alimenta a intolerância religiosa — e como podemos reacender a luz da fé como ponte, e não como chamas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Sandra Moraes
https://www.linkedin.com/in/sandra-balbino-moraes
Confira também: A Caverna do Século XXI: O Mito de Platão e a Era das Redes Sociais
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]]>“O mito da caverna de Platão ilustra a busca pelo conhecimento e a distinção entre o mundo aparente e o mundo da verdade. A história descreve prisioneiros acorrentados numa caverna, que confundem as sombras projetadas na parede com a realidade. Um prisioneiro liberto descobre o mundo exterior, representando a ascensão ao mundo das ideias, e tenta partilhar a verdade com os outros, mas é rejeitado e considerado louco.”
Nos últimos meses, manchetes internacionais relataram assassinatos aparentemente aleatórios, protestos em massa e confrontos violentos: o assassinato de uma jovem imigrante no metrô de Nova York, o atentado contra Charlie Kirk, dezenas de mortos em manifestações no Nepal, além de grandes protestos em Londres, França e Itália.
Antes do advento das redes, episódios como o maio de 1968 na França, a Primavera de Praga, a queda do Muro de Berlim (1989), os movimentos pelos direitos civis nos EUA (anos 60) ou as Diretas Já no Brasil (anos 80), demonstram que crises sociais sempre encontraram meios de se expressar.
A diferença atual está na velocidade e no alcance global da comunicação: uma agressão local pode se tornar símbolo planetário em questão de horas. Soma-se a isso um pano de fundo material — frustração econômica, inflação, desemprego, acesso precário a serviços básicos e a percepção de privilégios por parte dos que controlam as narrativas.
Eventos violentos compartilham padrões recorrentes: frustração econômica e desigualdade persistente, que corroem a confiança nas instituições; narrativas emocionais que transformam o “outro” em inimigo; percepção de corrupção e captura institucional, levando à busca por formas não convencionais de protesto; e imagens poderosas — antes em jornais e na TV, hoje em vídeos virais — que inflamam a indignação coletiva. A violência, portanto, não é um fenômeno novo, mas um sintoma de tensões sociais mal resolvidas.
O que as redes — TikTok, X, Telegram, Whatsapp e outras — alteraram foi a capacidade de mobilizar multidões em poucas horas e viralizar conteúdos de injustiça com alcance inédito. Isso favorece o surgimento de movimentos descentralizados (“leaderless”) e dificulta ainda mais a articulação de respostas institucionais ou mediações tradicionais.
“Quando falta o pão, todos brigam e ninguém tem razão.”
Migrantes, minorias, elites e adversários políticos passam a ocupar o papel de antagonistas morais, alimentando manifestações e contramanifestações — como nas recentes marchas anti-imigração em Londres —, mas sem oferecer soluções para a falta de equidade, transparência e estabilidade social.
Em vez de pacificar, essas ações radicalizam ainda mais os conflitos. Exemplo disso são as mortes no Nepal, as leis severas contra manifestações na Itália e outras ocorrências semelhantes. A ausência de diálogo e o descompasso entre a narrativa oficial e os fatos sociais aprofundam a crise e o enfraquecimento de instituições.
Narrativas falsas — ou, no mínimo, imprecisas — se disseminam com facilidade. As plataformas digitais deram ao cidadão comum um megafone global — o que, por si só, representa um avanço democrático. Regimes autoritários temem essa voz descentralizada, com razão.
No entanto, os algoritmos que priorizam engajamento tendem a amplificar conteúdos polarizadores, criando bolhas de opinião. Ao mesmo tempo, governos e grupos extremistas utilizam as mesmas plataformas para desinformar, recrutar e desacreditar adversários.
Narrativas binárias como “a culpa é da extrema-esquerda” ou “é tudo culpa da extrema-direita” simplificam realidades complexas e favorecem a manipulação. Aceitar versões únicas é abdicar do pensamento crítico. Crises sociais profundas raramente têm culpados exclusivos — tampouco soluções instantâneas.
A resistência à manipulação começa com o indivíduo. Práticas fundamentais incluem:
No curto prazo, é provável que episódios de violência e protestos esporádicos continuem, impulsionados pela desigualdade, pelas mudanças climáticas e pelas tensões geopolíticas. Ainda assim, o longo prazo reserva potencial de transformação: movimentos civis podem amadurecer em redes mais responsáveis, plataformas podem reformar seus algoritmos, e novas gerações — mais conectadas — podem exigir ética e transparência de suas lideranças.
O futuro social não está escrito. Ele será moldado pelo equilíbrio entre a indignação legítima e a capacidade coletiva de resistir à manipulação.
Vivemos tempos tensos, mas não inéditos. A violência extrema e os movimentos sociais amplos são reflexos de desequilíbrios históricos, agora potencializados pela comunicação instantânea.
Mais do que apontar culpados únicos — sejam ideologias ou tecnologias —, é urgente reconhecer padrões históricos, diversificar fontes de informação e preservar a humanidade do debate público. Só assim poderemos transformar a indignação em construção — e não em fragmentação.
Quer saber mais sobre como o mito da caverna e redes sociais podem revelar caminhos para resistir à manipulação digital? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Sandra Moraes
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Confira também: A Plataforma 2026–2035: O Futuro da Humanidade Entre Riscos e Esperança
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]]>“As sirenes estão soando em todos os principais indicadores.” (Antônio Guterres – Secretário Geral da ONU)
Ser humano em 2025 é habitar no viés de paradoxos: nunca tivemos tantas capacidades — ciência, conectividade, renda média, vida média — claro que o rol de maravilhas disponíveis para aqueles que têm acesso – e, ao mesmo tempo, nunca estivemos tão conscientes de nossos limites ecológicos, da distribuição dos benefícios de toda a evolução cientifica e do conhecimento de forma ampla e equânime, das fragilidades da cooperação internacional e dos efeitos colaterais de uma revolução tecnológica em curso.
Também sei que números algumas vezes são chatos de ler – mas eles mostram de forma inequívoca o quanto precisamos avançar e principalmente o quanto podemos intervir nos aspectos negativos das equações humanas.
De acordo com a OMS, a expectativa de vida global caiu 1,8 ano entre 2019 e 2021 – período pandêmico. Ainda assim, mantém-se muito acima do patamar de três décadas atrás.[1]
Outra conquista silenciosa: as mortes de crianças menores de cinco anos seguem em queda de longo prazo — 4,8 milhões em 2023, contra 12,6 milhões em 1990. Cada redução representa sistemas de saúde mais resilientes, mães mais informadas e vacinas que chegam na hora certa[2].
O Índice de Desenvolvimento Humano global atingiu máximo histórico em 2022, mas a recuperação é desigual: alguns países avançam depressa, outros ficaram para trás.[3]
A queda da pobreza extrema desacelerou após 2020 e, em várias regiões, a recuperação ainda é incompleta. O Banco Mundial tem dados atualizados que mostram “avanços” mais lentos que o desejado.
Em 2025, alguns recordes de temperatura já foram ultrapassados em 0,05°C. A temperatura média global cerca de 1,3–1,5°C acima do período pré-industrial, além de calor oceânico recorde. Não é um presságio abstrato: é o pano de fundo que altera segurança alimentar, infraestrutura e saúde. Neste momento, as energias renováveis batem recordes de expansão, lideradas pela solar — um motor concreto de descarbonização quando combinado a redes, armazenamento e eficiência.
A inteligência artificial avança e, com ela, novas regras do jogo: a Lei Europeia de IA entrou em vigor com calendário faseado — um sinal de que é possível inovar com responsabilidade bem como reduzir riscos sistêmicos. Em paralelo, a ONU aprovou o Pacto para o Futuro (com o Compacto Digital Global), visando atualizar a cooperação para esta era.[4] Claro que estamos vivendo o início da fase de aprendizado e diversas nações ao redor do mundo ainda discutem os limites entre regulação e liberdade. No Brasil, essa discussão ainda permeia anseios políticos e de controle de opinião.
Os dados climáticos de 2023–2024 são um alerta inequívoco. Mas alerta não é destino. Duas tendências correm lado a lado: aceleração de risco físico e aceleração de soluções (renováveis, eficiência, armazenamento, gestão de demanda, captura natural de carbono, adaptação baseada em ecossistemas).
Esperança, aqui, não é otimismo ingênuo. É disciplina de execução diante de fatos duros. É usar o que já sabemos que funciona e ampliar escala e velocidade. A humanidade já mostrou que consegue reduzir mortes evitáveis, elevar capacidades humanas e mudar a base energética quando combina ciência, bons incentivos e cooperação.
O convite é simples e exigente: trazer o futuro para o presente, uma política pública, um projeto empresarial bem como uma ação comunitária por vez não estando sujeitas a governos que se alternam a cada 4 anos – política pública para resgatar as gerações perdidas que já nasceram e garantir um futuro de qualidade para aqueles que ainda vão nascer.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como a Plataforma 2026–2035 pode moldar o futuro da humanidade e transformar assim riscos globais em oportunidades reais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Sandra Moraes
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Confira também: Soft Power: A Guerra Civilizacional e a Batalha pelo Imaginário Global
Referências: [1] Organização Mundial da Saúde [2] UNICEF DATA [3] hdr.undp.org+1 [4] digital-strategy.ec.europa.eu Nações Unidas [5] Banco Mundial [6] CNIAM [7] UNICEF DATAhdr.undp.org
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]]>“O verdadeiro domínio não é impor pela força, mas fazer com que o outro deseje o que você quer que ele deseje.” Antonio Gramsci (adaptado)
Não são mais tanques que atravessam fronteiras. Hoje, as armas mais eficazes são invisíveis: algoritmos, padrões de consumo, doutrinas identitárias, pacotes culturais, sistemas de valores.
Estamos vivendo uma guerra civilizacional na qual o poder se exerce não apenas por coerção (Hard Power), mas principalmente pela modelagem de crenças, desejos e identidades — o chamado Soft Power.
Essa guerra não se trava apenas entre nações, mas entre visões de mundo: tecnocracia x tradição, globalismo x identidades locais, utopias digitalizadas x heranças espirituais.
O palco não é apenas o Ocidente em crise, mas um planeta em reconfiguração.
O termo Soft Power foi criado por Joseph Nye, em 1990, para descrever a capacidade de influência por meio da persuasão cultural e simbólica, e não da força. Num mundo moldado pelas mídias, que controlam a narrativa e controlam o comportamento.
Hoje, esse poder é exercido não só por Estados, mas por plataformas digitais, organismos multilaterais, fundações bilionárias e movimentos ideológicos globalizados.[1]
Ele se manifesta por meio da educação, entretenimento, moda, linguagem, comportamento e campanhas sociais – são os algoritmos que selecionam o que deve ser visto, dito ou sentido. O soft power tornou-se a nova moeda de dominação — e sua lógica é silenciosa, mas implacável.
1. Tecnopoder globalizado – Grandes corporações tecnológicas, inteligências artificiais, ciberespionagem e censura algorítmica formam um novo ecossistema de controle e vigilância. O caso da China, com seu sistema de “Crédito Social” e censura digital, é apenas a ponta do iceberg. No Ocidente, a censura é mais sutil: invisibilização, cancelamento, desmonetização, reprogramação de linguagem.
2. Ascensão das teocracias e etnocivilizações – Irã, Índia, China e até setores da Rússia e do mundo árabe reagem ao globalismo com um retorno às suas bases teológicas, culturais e civilizacionais. Em vez de aceitar o modelo liberal-Ocidental como inevitável, essas civilizações reforçam suas mitologias fundadoras. Trata-se de uma guerra narrativa e espiritual, não apenas geopolítica.
Nesse contexto, a crise do Ocidente não é apenas econômica ou política: é ontológica. O Ocidente, herdeiro do Iluminismo, perdeu a fé em si mesmo.
O chamado “movimento woke” é apenas uma expressão específica da lógica do soft power — um desdobramento cultural de um processo mais amplo de reengenharia social. Seu foco em identidades fragmentadas, linguagem politicamente correta e justiça simbólica ecoa o desejo de reconfigurar os fundamentos antropológicos do Ocidente.
Porém, reduzir o soft power ao wokismo seria um erro. Há outras frentes tão ou mais relevantes hoje:
Muito se fala sobre o surgimento de um “Iluminismo Negro” — termo carregado de ambiguidade. De um lado, ele expressa a emergência de vozes antes marginalizadas. De outro, representa uma recodificação da racionalidade Ocidental, que abandona os valores universais em nome de uma justiça de tribos.
A combinação de neorreligiosidade com os algoritmos somados ao ressentimento coletivo forma uma nova ortodoxia: emocional, fluida, persecutória e paradoxalmente intolerante.
A consequência visível desse processo é uma civilização em desintegração simbólica:
Enquanto isso, civilizações concorrentes — islâmica, chinesa, hindu — fortalecem seus fundamentos. Não por saudosismo, mas por estratégia.
O futuro será definido não apenas pela tecnologia, mas por qual sistema simbólico conseguirá manter coesão, significado e direção.
Estamos diante de um ponto de inflexão. O Ocidente precisa escolher entre:
O Soft Power é inevitável. Mas ele pode ser reorientado. A guerra que vivemos não é contra um inimigo externo, mas contra a própria renúncia ao que nos moldou.
Ainda há tempo para resistir à homogeneização cultural travestida de progresso. Isso não significa negar as lutas legítimas por justiça, mas rejeitar os usos distorcidos que transformam tais causas em ferramentas de fragmentação.
Reencontrar a solidez da cultura Ocidental — sem saudosismo, mas com senso de continuidade — é o desafio dos próximos anos. E essa recuperação exige coragem intelectual, lucidez crítica e, sobretudo, autonomia das narrativas.
Porque o mundo será, inevitavelmente, moldado pelas histórias que escolhemos contar e valores pelos quais lutaremos — e tudo aquilo que aceitamos sem questionar.
Mas, isto já assunto para a próxima coluna. Até lá!
Quer saber mais sobre como o Soft Power influencia identidades e redefine culturas no mundo contemporâneo? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Sandra Moraes
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Confira também: Dividir, Dominar e Vencer: Como a Fragmentação Cultural Ameaça Valores e Identidades
[1] Nye, Joseph. Bound to Lead: The Changing Nature of American Power. Basic Books, 1990. Schwab, Klaus. The Fourth Industrial Revolution. World Economic Forum, 2016. Appiah, Kwame Anthony. The Lies That Bind: Rethinking Identity. Norton, 2018. Harari, Yuval Noah. Homo Deus: Uma breve história do amanhã. Companhia das Letras, 2016. CDC (Centers for Disease Control and Prevention). Youth Risk Behavior Survey, 2023. Banco Mundial. World Development Indicators, 2024. Escobar, Arturo. Designs for the Pluriverse: Radical Interdependence, Autonomy, and the Making of Worlds. Duke University Press, 2018.
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]]>“A primeira regra é manter o espírito imperturbável. A segunda é olhar as coisas de frente e saber o que são.” (Imperador Marco Aurélio)
Nos últimos anos, uma nova consciência cultural tem ganhado espaço em universidades, empresas, instituições e plataformas digitais. Trata-se do fenômeno conhecido como movimento woke, que emergiu como um alerta legítimo para injustiças históricas — racismo, sexismo, desigualdade — e rapidamente se transformou em um movimento global que redefine normas, valores e até mesmo linguagens.
Contudo, à medida que o movimento woke se expande, também cresce o desconforto. O que inicialmente parecia ser um apelo à empatia e à inclusão passou a ser visto por muitos como um projeto de engenharia social que ignora — ou até desmonta — os fundamentos culturais, espirituais e familiares que sustentaram civilizações ao longo dos séculos.
A cada instante, surgem novos conceitos que se apresentam como inéditos, mas que, em essência, representam apenas uma releitura da trajetória humana, tingida por novas cores e orientações muitas vezes marcadas pelo obscurecimento do debate.
Para compreendermos esse movimento — o fenômeno woke e as reações que ele desperta — é preciso sair das trincheiras ideológicas. Devemos procurar o território do pensamento complexo, onde o diálogo e a crítica honesta são indispensáveis.
Diversas tradições culturais, como as africanas, asiáticas e indígenas, sempre trataram questões de pertencimento, espiritualidade e coletividade a partir de paradigmas próprios. Paradigmas distintos do modelo ocidental moderno, centrado na razão, no individualismo e, mais recentemente, nas pautas identitárias.
A sociedade tem sido fragmentada de maneira crescente, isolando indivíduos em nichos cada vez menores e mais frágeis. Não se trata apenas da segmentação entre grupos — todos contra todos — mas também de uma crise mais profunda que atinge símbolos de coesão coletiva, como a fé e a família. Casos de vandalismo contra igrejas cristãs e a transformação silenciosa de templos sagrados em espaços de outras tradições religiosas levantam questões sérias. Questões sobre a convivência entre culturas e o respeito à diversidade espiritual.
Ocorre hoje uma desconstrução de elementos que, para muitos, são os pilares da civilização ocidental. Essa transformação, ainda que motivada por frustrações legítimas e pelo desejo de mudança, não pode acontecer à custa da intolerância, da divisão e da supressão simbólica de tradições fundadoras.
Grandes instituições globais — como a ONU, fundações como Open Society, Rockefeller e Gates — promovem pautas universais a partir de uma visão de mundo que une “progresso moral” com “governança global”.
Governos e elites locais, por sua vez, muitas vezes adotam tais discursos por interesses estratégicos, busca por financiamento ou alinhamento ideológico. Enquanto isso, plataformas digitais e algoritmos promovem uma monocultura global que fragiliza culturas locais, diluindo identidades e enfraquecendo vínculos comunitários.
Esse processo tem sido descrito como uma forma de engenharia social — ora sutil, ora explícita — que redefine normas e deslegitima instituições tradicionais (como a família e a religião cristã). Ele também pavimenta o caminho para novas formas de controle social e político.
A isso se soma um fator demográfico preocupante: a redução da população global. Em diversos países, os saldos entre nascimentos e mortes são negativos. Nações em desenvolvimento estão “envelhecendo antes de enriquecer”, enquanto países ricos enfrentam o risco de colapso por falta de mão de obra para sustentar suas economias.
A queda da natalidade — impulsionada por inseguranças econômicas, urbanização e mudanças culturais — pode levar a uma fragilização das economias e à crescente dependência de sistemas centralizados.
Desde o século XX, pensadores e organismos internacionais vêm discutindo abertamente o controle populacional e o empobrecimento como meios de “sustentabilidade”. Documentos como os do Clube de Roma e diretrizes de várias fundações indicam que esse projeto de reestruturação social não é aleatório, mas parte de uma lógica de concentração de poder e recursos.
O empobrecimento programado pode ocorrer por múltiplas vias: endividamento crônico, desindustrialização, dependência energética disfarçada de “transição verde” e a concentração de ativos digitais (dados, finanças, propriedade intelectual). Esses processos tendem a enfraquecer a soberania dos povos, tornando os cidadãos mais dependentes de estruturas globais padronizadas.
Nesse cenário, a fé cristã e a família tradicional têm sido alvos recorrentes de desconstrução simbólica. Igrejas que resistem às novas doutrinas sociais — como ideologia de gênero, relativismo moral ou antinatalismo — enfrentam censura, perseguição simbólica e, por vezes, até legal.
Em nome da diversidade, muitos discursos propõem o esvaziamento de valores tradicionais sem apresentar alternativas concretas e funcionais. A consequência é uma “desfundamentação” moral da sociedade, que enfraquece o indivíduo e fortalece a tutela do Estado ou do mercado.
O desafio não é escolher entre passado e futuro, mas construir um presente onde ambos possam dialogar. Sem isso, corremos o risco de perder o essencial — aquilo que nos conecta, nos orienta e nos sustenta como humanidade.
No curto prazo, infelizmente, o projeto de “dividir para dominar” parece avançar com sucesso, travestido de progresso, empatia e inclusão. Mas no médio e longo prazo, já se notam sinais de reação. Grupos e indivíduos começam a despertar, não para novas bandeiras ideológicas, mas para o valor de suas raízes. Há um cansaço das imposições culturais e um desejo crescente de retorno ao essencial, ao enraizado, ao sagrado.
A história está longe de acabar. Mas, quem não enxerga o jogo, acaba se tornando peça dele.
Quer saber mais sobre como a fragmentação cultural pode enfraquecer os valores que sustentam nossa sociedade? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre o tema.
Sandra Moraes
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Confira também: Reciprocidade no Ambiente Corporativo: A Lei do Retorno em Ação
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]]>“A vida é um eco. Se você não gosta do que está recebendo, observe o que está emitindo.” (Ralph Waldo Emerson)
Reciprocidade, no mundo corporativo, é tipo Wi-Fi: quando funciona bem, todo mundo se conecta melhor. Mas basta um canto da empresa virar zona morta — onde só se exige e nada se devolve — que a produtividade começa a falhar, as reuniões viram novelas, e até o cafezinho esfria com desânimo.
Mas, aí entra o grande truque. Líderes, gestores e até os coaches de plantão têm um papel fundamental nesse jogo invisível da reciprocidade. Eles não são apenas “mandantes” de metas e KPIs. São, ou pelo menos deveriam ser, os principais facilitadores dessa troca. Eles estabelecem o tom de como as coisas acontecem dentro da equipe, e como a reciprocidade deve ser praticada no dia a dia.
Você já reparou como aquele chefe que, sem cerimônia, se oferece para ajudar em uma tarefa e, ao mesmo tempo, cobra com fair play, constrói algo muito mais forte do que o chefe que só bate a meta e some para um retiro de coaching na praia? Líderes que praticam a reciprocidade não só motivam, mas criam relacionamentos mais produtivos, onde a confiança vem antes da obrigação.
É claro que há uma linha tênue entre liderança empática e líder sufocante. Ser um líder recíproco não significa dar tudo e esperar que o time se desdobre para fazer o impossível por você. Significa, sim, dar um feedback claro (sem frescuras), dar a liberdade de errar (com responsabilidade), e reconhecer os bons gestos sem virar um espetáculo de gratidão exagerada.
Não adianta dizer “todos podem falar abertamente” e na primeira crítica já virar a cara. Feedback não é uma data mandatória no calendário, onde as pessoas serão avaliadas formalmente – ele acontece todos os dias, a qualquer instante, no momento em que algo acontece e o líder identifica a necessidade de agradecer, ou corrigir, ou ajudar a melhorar alguma atividade.
A mesma lógica vale para os coaches, que muitas vezes entram como mentores de equipes ou até de líderes. Eles precisam entender que a reciprocidade vai além de técnicas de produtividade. Eles devem ser os primeiros a praticar aquilo que ensinam.
Ou seja, se um coach vai instruir sobre “comunicação assertiva”, é preciso que ele também saiba ouvir sem interromper, dar feedback construtivo sem arrogância e, principalmente, encorajar a autonomia de quem está sendo orientado. Reciprocidade aqui se traduz em dar espaço para o outro se desenvolver, enquanto se mantém em constante aprendizado.
Não é à toa que as equipes mais colaborativas, em empresas de sucesso, são aquelas que sabem o valor de uma boa troca. Em vez de disputar a atenção do chefe com gritos silenciosos — “olha como estou ocupado!” — essas equipes sabem que a verdadeira troca vem do trabalho conjunto.
Afinal, produtividade não é só sobre fazer mais, é sobre fazer bem e com mais prazer. E esse prazer vem, em boa parte, da sensação de pertencimento e respeito.
Na convivência social dentro das empresas, o simples fato de um colega dividir um insight ou oferecer ajuda de forma espontânea pode gerar uma onda de pequenas ações que transformam o ambiente. Isso não acontece porque alguém foi “pago” para ser generoso, mas porque o tom foi dado pelas lideranças — por aqueles que sabem que a boa energia circula e cria um ciclo virtuoso.
Ao contrário, é um comportamento consciente. Líderes que querem ser justos e eficazes precisam ser coerentes em sua abordagem. Não adianta ser o chefe bonzinho que sempre entrega o que o time quer se, ao final, não há clareza nos objetivos ou nas expectativas.
A reciprocidade verdadeira é sobre dar e receber de maneira justa e equilibrada. Não é uma troca de favores disfarçada, é uma construção sólida de relações profissionais saudáveis e de longo prazo.
E os coaches, por sua vez, devem lembrar que o processo de orientação também é um caminho de mãos dadas. Não é sobre empurrar a transformação de fora para dentro, mas de criar o espaço para que ela brote de dentro para fora. Em resumo: coaches recíprocos sabem ouvir tanto quanto falam — o que é raro, mas muito eficaz.
No final das contas, a reciprocidade no ambiente corporativo é como aquele software de gestão que ninguém vê, mas sem o qual tudo desanda. Funciona nos bastidores, impulsiona resultados, e o melhor: não trava quando mais se precisa. Uma prática silenciosa que, de tão eficaz, deveria ser promovida a política pública — ou, pelo menos, virar KPI de quem lidera.
Porque, sim, um gesto sincero pode ser o melhor investimento de longo prazo. E o retorno, embora não venha com juros compostos, sempre chega. De preferência, em forma de colaboração, confiança e aquele raro, mas possível, “ufa, aqui vale a pena trabalhar”. E tudo começa com um simples “obrigado”, um “como posso ajudar?” ou, para ser mais direto, um “vamos juntos nessa”.
Como você tem praticado a reciprocidade no seu ambiente de trabalho — e o que poderia mudar a partir de agora?
Quer saber mais sobre como aplicar a reciprocidade no trabalho e no ambiente corporativo de forma prática e estratégica? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre o tema.
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Confira também: Desafios e Transformações da Sociedade no Século XXI
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]]>“Quem quiser conservar um enxame de abelhas num curso desejável se dará melhor cuidando das flores no campo, não adestrando cada abelha”. (Zygmunt Bauman)¹
Neste início do Século XXI, estamos vivendo, talvez, a maior revolução na história humana. O comportamento social impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças culturais, dinâmicas econômicas, geopolítica e crises climáticas afetam as relações sociais e as estruturas do nosso meio de forma profunda e avassaladora.
A interconectividade global, facilitada pela internet, redefiniu a forma como as pessoas interagem, influenciando tanto as relações pessoais quanto as estruturas sociais mais amplas.
A crescente valorização da individualidade e da diversidade tem moldado novos padrões de comportamento. Ao mesmo tempo, o anonimato na internet tem potencializado discursos de ódio e cyberbullying.
A influência da imprensa e dos meios de comunicação na construção de narrativas, pode moldar percepções e direcionar debates, influenciando a formação da opinião pública. Em alguns casos, a ênfase excessiva em determinadas pautas pode favorecer a manipulação e dificultar um debate mais equilibrado.
Além disso, o afastamento, principalmente dos jovens, de literaturas mais construtivas do pensamento crítico está reduzindo a capacidade de reflexão aprofundada e argumentação fundamentada, tornando o debate público mais suscetível a discursos emocionais.
Setores da nossa sociedade defendem que essas mudanças comportamentais podem comprometer a estrutura social. Essa visão, no entanto, desconsidera que as transformações sociais ocorrem devido a uma combinação de fatores históricos, culturais e tecnológicos, mais como consequência do que propriamente por uma ação coordenada e intencional de determinados grupos.
Contudo, a polarização crescente e a maneira como as informações são disseminadas podem construir percepções de ameaça. A chave para um debate saudável está na valorização do pensamento crítico e na busca por fontes diversificadas de informação, evitando a adesão cega a narrativas amplificadas nas redes sociais.
Assim como as máquinas transformaram o trabalho manual e a economia no século XIX, a IA está remodelando a maneira como interagimos com a informação, executamos tarefas e tomamos decisões. A automação impulsionada pela IA tem potencial para eliminar diversas profissões tradicionais, ao mesmo tempo em que cria novas oportunidades em áreas especializadas e criativas.
Além disso, a IA está influenciando o comportamento social ao personalizar conteúdos, prever preferências e até mesmo moldar debates públicos, o que levanta preocupações sobre privacidade, viés algorítmico e manipulação digital.
Se a Revolução Industrial trouxe uma migração em massa para os centros urbanos e uma nova estrutura de classes, a Revolução da IA pode gerar uma descentralização do trabalho, aumentando desigualdades para aqueles que não conseguirem se adaptar às novas exigências tecnológicas. A questão central que se impõe é: como equilibrar o avanço tecnológico com a preservação da autonomia humana e a redução das desigualdades sociais.
O fato é que a adoção de novos parâmetros de produção, mais saudáveis e sustentáveis não está ao alcance de todos, favorecendo os grandes conglomerados industriais em detrimento das pequenas empresas familiares.
Além desses aspectos, muitas correntes espiritualistas propagam a ideia de que o planeta está em um processo de elevação de consciência, buscando eliminar padrões negativos e promover um mundo mais equilibrado.
Ainda que algumas dessas visões possam ser interpretadas como idealistas ou metafísicas, elas desempenham um papel relevante ao pontuar os impactos negativos do modelo econômico vigente. Além disso, muitos grupos espiritualistas têm incentivado ações concretas, como o engajamento em projetos sociais, defesa do meio ambiente e promoção do bem-estar emocional e mental.
Ao comparar essas mudanças com outros períodos da história, é possível encontrar paralelos históricos como a Revolução Industrial, por exemplo, que transformou drasticamente o comportamento social, alterando estruturas de trabalho, organização urbana e relações interpessoais.
A digitalização da comunicação e a interconectividade global amplificam transformações culturais em um ritmo sem precedentes, tornando os desafios e oportunidades ainda mais intenso.
Essa fluidez constante exige uma adaptação contínua e um olhar atento para as consequências das mudanças em curso. A capacidade de adaptação e o equilíbrio entre inovação e preservação dos valores humanos serão fundamentais para garantir uma sociedade mais inclusiva, conectada e sustentável.
Para enfrentarmos esse cenário, precisaremos adotar uma postura crítica e reflexiva, investindo em educação de qualidade, promovendo a alfabetização digital e incentivando o pensamento crítico e o debate público de alto nível. O desenvolvimento ético da inteligência artificial e a regulação de suas aplicações devem ser prioridade, assim como políticas públicas voltadas à redução das desigualdades sociais.
Quer saber mais sobre os desafios e transformações da sociedade no século XXI e como equilibrar o avanço tecnológico com a preservação dos valores humanos em uma sociedade cada vez mais digital e polarizada? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre o tema.
Sandra Moraes
https://www.linkedin.com/in/sandra-balbino-moraes
Confira também: Respeito e Reputação: O Perigo das Palavras Impensadas
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]]>“É preferível sofrer a injustiça do que praticá-la” (Inspiração Socrática)
Você já parou para pensar no poder devastador de uma conversa informal? Aquela que começa no cafezinho, se espalha como um vírus e, de repente, transforma-se em uma avalanche de julgamentos e condenações?
Na complexa teia social em que vivemos, a história de um indivíduo pode ser construída e destruída com a velocidade de um raio. Os espaços de diálogo e compartilhamento, muitas vezes se transformam em campos de batalha onde a maledicência e a difamação se tornam armas utilizadas com requintes de crueldade. Um comentário malicioso ou uma interpretação equivocada pode desmoronar, em segundos, a história de uma pessoa — essa construção social tão frágil.
A simples ação de oferecer carona a vizinhos, um gesto de cortesia e solidariedade, pode ser interpretada de maneiras diversas e até mesmo maliciosas, dependendo do olhar de quem observa. Aquele que ajuda, de repente, se vê no centro de olhares desconfiados, de cochichos maldosos, de julgamentos sumários.
E o pior de tudo é que, na maioria das vezes, o alvo da fofoca sequer tem a chance de se defender. A maledicência se espalha sorrateiramente, como um incêndio silencioso, consumindo tudo o que encontra pela frente.
As palavras, como projéteis teleguiados, atingem seus alvos com precisão, ferindo a honra, a dignidade, o prestígio. As interpretações, como veneno insidioso, corroem a alma, envenenam as relações, destroem vidas.
A base ética da comunicação exige que sejamos responsáveis por nossas palavras e conscientes do impacto que elas podem causar. Antes de proferir qualquer comentário sobre alguém, é fundamental oferecer o benefício da dúvida e buscar, de fato, a verdade dos fatos.
Mais assustador sobre o que vemos e falamos sobre os fatos que assistimos, são as consequências para a vida das pessoas que são o alvo de muitos. Em geral, as pessoas que estão por qualquer motivo um pouquinho mais em evidência para um grupo – como por exemplo, uma figura pública, um chefe, um colega que demonstra genialidade em suas tarefas – normalmente, o objetivo dos comentários é diminuir, destruir, tornar vil.
Em 2023, registraram-se 104.421 processos de crimes contra a honra em todo o Brasil, o que representa um aumento de 8,4% em relação ao ano anterior.
Os crimes contra a honra são mais comuns na Justiça Estadual, com 98.718 processos em 2023.
A maioria dos processos de crimes contra a honra se refere a casos de injúria (58,5%), seguida por difamação (33,4%) e calúnia (8,1%).
Diferentemente do que acontece nas redes sociais onde tudo é público, as “fofocas” maléficas do “café” vão destruindo a imagem e o objeto da perseguição e/ou difamação não sabe. Quando perceber, verá destruída a sua reputação e não saberá exatamente o que aconteceu.
Para Spinoza: “Não concordo com uma palavra do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la”. A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não podemos confundi-la com a licença para difamar e caluniar.
Que a sabedoria dos filósofos nos ilumine e nos guie na busca pela verdade, pela ética na comunicação bem como pela tolerância às diferenças. Que usemos nossas palavras para construir pontes, não para cavar abismos.
Quer saber qual o impacto social e jurídico das conversas informais que envolvem fofocas e julgamentos precipitados sobre outras pessoas? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre o tema.
Sandra Moraes
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Confira também: Adaptar-se e Resistir: Como a Mudança Impulsiona o Sucesso Pessoal e Profissional
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]]>“A excelência não é um ato, mas um hábito.” (Aristóteles)
“A ordem é o que dá forma ao caos.” (Platão)
Nos acostumamos a buscar conselhos, dicas e profissionais especializados que nos ajudem a definir o melhor comportamento, a escolha das palavras mais adequadas, a forma como nos vestimos e as atitudes que podem impactar nosso sucesso.
Contudo, essa busca por aprimoramento pessoal frequentemente esconde uma realidade preocupante: índices alarmantes de tristeza, insatisfação com a vida e até mesmo o desejo de acabar com a própria existência têm se mostrado consistentes e crescentes ao longo do tempo. A este cenário, soma-se a inação social que impede que novas gerações superem as conquistas de seus antecessores.
Os avanços tecnológicos, a medicina mais eficiente e os modelos disruptivos na produção e distribuição de bens não trouxeram a satisfação esperada. Ao contrário, são frequentemente vistos como ameaças à humanidade, seja pela possibilidade de perda de empregos, seja pelo controle sobre nosso comportamento e livre arbítrio.
Entretanto, existem princípios tradicionais que podem atenuar, e em alguns casos até eliminar, esses desafios. Não se trata de soluções rápidas ou fórmulas mágicas, mas de abordagens que requerem uma reestruturação profunda dos paradigmas existentes.
Educação pelo exemplo é uma das chaves. Filhos não escutam; eles copiam. Os pais precisam estar cientes de suas ações e da importância da coerência em suas atitudes, se desejam manter a harmonia e o equilíbrio familiar.
Quando os adultos não conseguem deixar os celulares de lado para uma conversa significativa, os filhos se tornam dependentes digitais. Dizer a uma criança que não se deve mentir ou tomar o que não é seu, enquanto se faz uso de “mentirinhas sociais” e invade-se a privacidade dos outros, é uma contradição que gera sérios problemas.
Quem nunca ouviu a frase “Vista a camisa da empresa”? Cuidado! O que realmente importa é vestir a própria camisa; você deve se empenhar porque é o melhor que pode ser. O resultado positivo dessa atitude reverberará nas equipes e na sociedade como um todo. Fazer o melhor e cuidar do coletivo é uma forma de garantir um ambiente propício ao crescimento e à evolução.
A organização dos espaços em que vivemos é igualmente fundamental. Viver em um ambiente desordenado, seja em casa ou no local de trabalho, representa um desafio constante.
No lar, a saúde está intimamente ligada à higiene, o que exige a manutenção de um espaço limpo e arrumado: é preciso descartar o lixo, cuidar das roupas, manter a cozinha em ordem, limpar os sapatos e se desfazer de itens com validade vencida, incluindo alimentos e remédios esquecidos.
No ambiente corporativo, um espaço empoeirado e a desorganização de pastas e arquivos, tanto físicos quanto digitais, podem resultar em atrasos e na repetição de tarefas já realizadas, além de dificultar a compreensão do contexto evolutivo das demandas.
A organização transcende a mera estética; ela é crucial para a saúde mental e emocional, proporcionando um ambiente que favorece a concentração e o bem-estar. Um espaço bem organizado promove não apenas eficiência, mas também um estado mental propício para a criatividade e a produtividade.
Buscar ajuda profissional é, por fim, uma ferramenta valiosa para o autocuidado. Muitas vezes, a vida apresenta desafios que parecem intransponíveis, e é crucial entender que pedir apoio não é um sinal de fraqueza, mas uma demonstração de coragem e autoconhecimento. Os profissionais da saúde mental estão preparados para oferecer suporte e estratégias que facilitam mudanças comportamentais significativas.
Mudança deve ser vista não como um objetivo final, mas como um processo contínuo e dinâmico. A vida nos apresenta uma série de desafios e circunstâncias que exigem adaptações constantes e um crescimento pessoal significativo. Aceitar essa jornada de transformação é a oportunidade de nos tornarmos versões mais completas de nós mesmos.
A teoria da evolução de Darwin frequentemente é reduzida à ideia de que apenas os mais fortes sobrevivem. Contudo, uma análise mais profunda da história humana revela que a verdadeira sobrevivência reside na capacidade de adaptação.
Essa habilidade é crucial para que indivíduos e comunidades prosperem diante das adversidades. O recente período de pandemia de COVID-19 evidenciou nossa capacidade de reação rápida e resiliência — mudamos a forma como trabalhamos, nos reunimos e celebramos momentos importantes, adaptando até tradições familiares ao ambiente digital.
Assim, é fundamental reconhecer que a transformação pessoal e coletiva não é um destino fixo, mas uma jornada que se desdobra ao longo da vida. Cada experiência, seja positiva ou negativa, oferece lições valiosas para nosso desenvolvimento.
Enfrentar e navegar por essas transições pode ser uma experiência profundamente enriquecedora, proporcionando não apenas crescimento, mas também uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo ao nosso redor. Ao aceitarmos que a transformação é uma jornada sem fim, somos convidados a encarar os desafios com coragem e resiliência.
Quer saber mais sobre o papel da organização no processo de adaptação e resistência às mudanças? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre o tema.
Sandra Moraes
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Confira também: Seja autêntico sem se tornar um pária!
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]]>“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.” (Sócrates)
Ser autêntico em um mundo que prefere a perfeita conformidade, oferece benefícios aos que se libertam do código social sem se tornar um pária.
O mundo premia a conformidade e o encaixe em moldes pré-definidos. Além da conformidade, a sociedade do século XXI exige a habilidade de sobreviver em ambientes polarizados e reativos.
Ao se livrar das máscaras sociais, você se aprofunda no autoconhecimento, explorando valores, paixões e talentos únicos. Essa jornada de autodescoberta abre portas para a realização pessoal, para uma vida, de fato, alinhada com sua essência.
Para ser você mesmo, então você precisa entender seus motivos, paixões, sentimentos, pontos fortes, fracos e os valores que guiam a sua vida. Trata-se de conhecer e aceitar nossos milhares de jeitos, que formam um jeito único. Só você pode ser você: esta é, sem dúvida, sua vantagem competitiva neste mundo.
Atraia pessoas que te apreciam pelo que você é, criando laços autênticos e duradouros. Sem a necessidade de fingir ou se encaixar em padrões, você se abre para relacionamentos mais leves, honestos e gratificantes.
Ao aceitar e amar quem você é, sem se importar com a opinião dos outros, você então cultiva uma autoestima forte e resiliente. Essa confiança em si mesmo empodera você para tomar decisões alinhadas com seus valores e objetivos.
Quando você inicia um processo de autoconhecimento, você vai enxergar aspectos positivos e também aspectos negativos. Em outras palavras, coisas que você gosta e coisas que você desgosta. Esses aspectos negativos podem gerar desconforto e temos uma tendência a nos esquivar ou então distorcer fatos importantes sobre a nossa história. Distorcer um fato relevante vai prejudicar sua autoconsciência.
Sem amarras sociais, você se sente livre para explorar sua criatividade e gerar ideias inovadoras. Essa autenticidade pode levar você ao sucesso profissional e pessoal, abrindo portas para novos desafios e oportunidades.
Autenticidade não existe sem prática. De nada adianta se conhecer extremamente bem se você guardar tudo para si pelo resto da vida. Essa parte exige coragem. A autenticidade só acontece através de situações diversas e desafios complexos. Comportamento é ação, ou seja, agir de acordo com seus valores, preferências e crenças. Contudo…
“… autenticidade não se reflete na compulsão por ser você mesmo, mas na expressão natural e livre de sentimentos, motivos e inclinações centrais” (Kernis & Goldman, 2006)
Ao se expressar livremente, você contribui para a construção de um mundo mais diverso e tolerante, onde diferenças são valorizadas e respeitadas.
Ser aberto e transparente nas relações com os mais próximos. Trata-se de desenvolver um ambiente de confiança e intimidade que promove a expressão genuína do seu ser. Espera-se que uma pessoa com essa característica esteja envolvida em relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios. Como você é genuíno (e não falso) nas interações com os mais próximos, as pessoas podem assim conhecer seu verdadeiro ser (e não uma persona criada).
Trata-se de encontrar o seu lugar no mundo, vivendo de acordo com seus valores e crenças, sem abrir mão da sua essência – você encontrará realização pessoal e contribuirá para um mundo mais autêntico e tolerante.
Quer saber mais sobre como ser autêntico? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre o tema.
Sandra Moraes
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Confira também: Comportamento: O Impacto das Redes Sociais na Sociedade
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