Pauline Charoki - Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/topicos/pauline-charoki/ Tue, 18 Nov 2025 16:10:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://www.cloudcoaching.com.br/wp-content/uploads/2023/10/cropped-favicon-1-32x32.png Pauline Charoki - Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/topicos/pauline-charoki/ 32 32 165515517 Confiança Não Se Conquista – Se Decide https://www.cloudcoaching.com.br/confianca-como-liderar-com-presenca-em-tempos-de-desconexao-humana/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=confianca-como-liderar-com-presenca-em-tempos-de-desconexao-humana https://www.cloudcoaching.com.br/confianca-como-liderar-com-presenca-em-tempos-de-desconexao-humana/#respond_67552 Tue, 18 Nov 2025 13:20:47 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=67552 Em um mundo cada vez mais desconectado, liderar com presença exige consciência, coerência e microgestos que constroem confiança real. Entenda por que confiança é uma decisão — não um atributo — e como essa escolha transforma relações, times e ambientes de trabalho.

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Confiança Não Se Conquista – Se Decide
Como liderar com presença em tempos de desconexão humana

“Confiança é o maior ativo da humanidade — e estamos em déficit. A tecnologia conectou o mundo, mas desconectou as pessoas. Sem reconstruir a confiança entre humanos, nem IA, nem governo, nem mercado nos salvará.”

A tríade da Liderança no século XXI,  Yuval Noah Harari.

A frase de Yuval Noah Harari no HSM 2025 ecoa com potência algo que venho observando, acompanhando profissionais em diferentes organizações: a confiança não é algo que se conquista nem algo que se merece. É algo que se decide.

É uma escolha cotidiana, feita nos microgestos: como escuto, como respondo bem como sustento coerência sob pressão. A confiança é o solo invisível que me afasta ou me aproxima na relação, onde florescem a colaboração, o engajamento e o sentido de pertencimento. E, no entanto, podemos estar tentando “construí-la” do jeito errado.


A armadilha da confiabilidade

Muitas vezes confundimos confiança com confiabilidade. Confiabilidade fala de previsibilidade: regras, processos, valores, códigos de ética. Ela é importante, mas confiança é outra coisa.

Confiabilidade é cumprir o que prometo, entregar no prazo, estar tecnicamente na expectativa, ela se refere a regras, valores, processos. Quantos líderes você conhece que são impecáveis no papel e ainda assim não geram conexão? Que têm equipes que obedecem, mas não confiam?

A diferença está aqui: confiabilidade mora no fazer certo; confiança mora na conexão consciente. Ela é relacional: nasce da autenticidade, se sustenta na coerência entre sentir, dizer e fazer, e ganha densidade na vulnerabilidade. Cumprir regras me dá credibilidade; ser coerente me torna confiante e único(a).


A tríade da conexão: comigo, com o outro, com o ambiente

Se confiança é uma escolha, então ela acontece em três dimensões simultâneas. E é aqui que os microgestos fazem, de fato, toda a diferença.

Comigo: quando não me expresso, perco potência

Lembro de um executivo que se sentia sem poder de ação sobre seu momento profissional. Desmotivado, sem perspectiva. Ao investigarmos, descobrimos que ele vivia fazendo perguntas internas: “Será que minha Diretoria acha o que faço suficiente? Será que tem espaço aqui para ser promovido?” Perguntas legítimas — mas que ficavam presas dentro dele. Ele mesmo dava as respostas, sem nunca as expressar.

O impacto? Quando não me expresso, não me relaciono comigo mesmo. Deixo de ocupar meu espaço. E mais: quando respondo na minha mente as perguntas — perguntas que são para o outro —, então não deixo espaço para a relação acontecer. Não me conecto com possibilidades que só surgem no encontro.

Uma vez que esse executivo se expressou e deixou o espaço para a Diretoria responder, colocou-se em movimento. Novos escopos. Novo sentido. Essa é a magia da confiança: quando me conecto comigo e com o outro, autoconfiança e confiança dada me reconectam, sem dúvida, ao meu potencial e poder de ação.

“Self-trust is the essence of heroism.”
A autoconfiança em si mesmo é a essência do heroísmo.  (Ralph Waldo Emerson)

Com o outro: quando assumo demais, roubo a responsabilidade alheia

Outro caso me vem à mente: uma equipe de liderança. Ao realizar um diagnóstico sobre confiança, aplicando a metodologia STARTRUST, identificamos que a maioria dos líderes tinha um senso de responsabilidade altíssimo, o que parece ser num primeiro momento uma alavanca para atingir os resultados. Tão alto que assumiam a responsabilidade dos outros — equipe, pares, hierarquia.

Qual o impacto? Quando assumo a responsabilidade dos outros, não deixo espaço para que me ajudem, para que contribuam. Deixo de colocar minhas necessidades, não identifico as capacidades do outro, não solicito para coconstruir. E, por fim, sufoco a relação.

Confiar é ocupar seu espaço e deixar o espaço ao outro na relação. Não é fazer tudo certo sozinho, mas saber onde termina minha responsabilidade e começa a do outro. É resistir ao impulso de “garantir” invadindo o território alheio.

Com o ambiente: a escolha que fazemos (consciente ou não)

Simon Sinek, autor e pesquisador em liderança, conta a história de Noah, um barman que trabalha em dois lugares. No primeiro, um hotel, Noah se coloca: escuta os clientes, participa, contribui com ideias, é ele mesmo. No segundo emprego, Noah se desconecta: executa tarefas, não se expressa, não contribui. Mesma pessoa. Escolhas opostas.

Por quê? No hotel, Noah percebeu que o ambiente se interessa por ele. No outro lugar, avaliou — consciente ou inconscientemente — que não havia espaço. E se recolheu, deixando assim de se conectar com ele mesmo e os outros.

Aqui está o ponto: confiar é uma escolha que fazemos diante do ambiente. Na maioria das vezes, essa escolha é automática, invisível. Trabalhamos a confiança justamente para que possamos trazer isso à consciência. Estou me desconectando de mim e dos outros porque avaliei que não há espaço — ou porque nem me dei conta?

Não somos neutros. A cada interação, impactamos todas as frentes. E somos impactados por elas. A pergunta essencial não é “o ambiente é confiável?”, mas sim: que escolha estou fazendo aqui? Estou me conectando ou me recolhendo? E isso é consciente?


Confiança como prática consciente

Trabalhar a confiança é trazer à consciência os comportamentos e escolhas que fazemos — muitas vezes no automático. É perceber: quando me desconecto? Quando invado o espaço do outro? Quando me recolho diante do ambiente sem nem avaliar se há espaço real?

Esse trabalho acontece em todos os níveis e em todas as esferas da vida — do analista ao diretor, do empreendedor ao executivo de multinacional, do barman ao CEO, com os filhos, no casal, os amigos. O denominador comum é o mesmo: confiar é uma prática, não um rótulo. É um jeito de estar em relação que se aprende, se treina, se mede.

No século XXI, reconstruir confiança é um imperativo humano e organizacional. Nenhuma tecnologia — nem mesmo a inteligência artificial — substitui a presença que acolhe, o olhar que escuta, a palavra que honra. Confiar é uma decisão repetida: a engenharia invisível de toda liderança viva.

E então, que escolha de confiança você pode fazer hoje?


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Quer saber mais sobre a confiança bem como liderar com presença em tempos de desconexão humana? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Sara Veloso
Coach Executiva ICF | 25+ anos em liderança e RH global
Especialista em confiança, Advisor STARTRUST, Análise comportamental e estabilização emocional
Criadora e Facilitadora do Programa “Liderar pelo Prisma da Confiança”
contato@saraveloso.coach
https://www.linkedin.com/in/saraveloso-ptfr/

Confira também: A Magia das Provas de Escuta: Como Criar Conexões Verdadeiras e Comunicação de Alto Impacto


Referências:
Yuval Noah Harari – Nexus: A Brief History of Information Networks from the Stone Age to AI, Setembro 2024
Simon Sinek – What IS Trust Actually? – Junho 2022 –  Simon Sinek – YouTube
Emerson, R. W. Self-Reliance. In Essays: First Series. Boston: James Munroe and Company, 1841


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A Magia das Provas de Escuta: Como Criar Conexões Verdadeiras e Comunicação de Alto Impacto https://www.cloudcoaching.com.br/a-magia-das-provas-de-escuta-como-criar-conexoes-verdadeiras-e-comunicacao-de-alto-impacto/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-magia-das-provas-de-escuta-como-criar-conexoes-verdadeiras-e-comunicacao-de-alto-impacto https://www.cloudcoaching.com.br/a-magia-das-provas-de-escuta-como-criar-conexoes-verdadeiras-e-comunicacao-de-alto-impacto/#respond_67135 Tue, 21 Oct 2025 14:20:05 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=67135 Em tempos de pressa e ruído, escutar é pouco; é preciso provar que se escuta. As provas de escuta constroem confiança, dissolvem mal-entendidos e criam vínculos autênticos. Aprenda como aplicá-las para elevar sua comunicação e criar conexões verdadeiras.

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A Magia das Provas de Escuta: Como Criar Conexões Verdadeiras e Comunicação de Alto Impacto

Não basta escutar: é preciso fazer com que o outro se sinta escutado para usufruir de uma comunicação realmente influente e engajadora. Quando oferecemos provas de escuta genuínas, então nosso interlocutor tende a se desarmar e a trocar o modo defensivo pelo cooperativo.

As conversas tornam-se mais produtivas, autênticas e menos dependentes de argumentações e justificativas desnecessárias. Ambientes de alta segurança psicológica — onde a confiança predomina — são construídos sobre provas de escuta consistentes.

Como diz Alejandro Jodorowsky:

“Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo e o que você ouve […], o que você quer ouvir e o que você acha que entendeu, há um abismo”.

As provas de escuta, tanto as dadas quanto as solicitadas, ajudam a reduzir esse abismo e dessa forma permitem verificar se ambos os interlocutores estão realmente sintonizados — “na mesma página”.


As armadilhas mais comuns

Muitas vezes com intenção empática — usamos expressões como “entendi” ou “entendo”. Acontece que não temos lugar de fala para afirmar que entendemos; só a outra pessoa pode decidir, diante da nossa prova de escuta, se realmente se sentiu compreendida. Não basta dizer que entendemos: precisamos expressar O QUE entendemos, para que o interlocutor decide se se sentiu escutado.

Outro padrão frequente — quanto mais percebemos que nosso interlocutor se distancia, mais tendemos a usar perguntas fechadas do tipo “Tá ok?”, “Beleza?”, “Certo?”, “Entendeu?”. Essas expressões não constroem relação; apenas refletem a nossa ansiedade diante do abismo que se aprofunda.


Como dar provas de escuta sem cair em armadilhas

Costumamos delegar ao nosso corpo a missão de mostrar que estamos escutando. O contato visual, o sorriso, a postura corporal, os movimentos de cabeça e as microexpressões são sinais importantes que refletem a elevação do nosso nível de presença e atenção. No entanto, é quando as provas se tornam verbais que ganham todo seu poder.

Diferente da escuta em si, que pode parecer subjetiva e difícil de apreender cientificamente, as provas de escuta verbais são objetivas, mensuráveis e podem ser reproduzidas a partir de padrões de linguagem. É por isso que estão no coração do estudo da escutatória.

Um bom começo é reutilizar as palavras exatas do interlocutor em nossas respostas. Afinal, quais são as palavras que a pessoa mais quer ouvir? O seu nome — e as próprias palavras. O reuso e o espelhamento constroem rapport e sintonia, funcionando inclusive de forma assíncrona (por mensagem ou e-mail). Pense na ferramenta do reuso no WhatsApp que nos permite conectar o momento da resposta ao momento da fala original. Sem ela, acontecem muitos mal-entendidos.

Pois bem, nas conversas olho no olho, é a mesma coisa, o risco de falar de momentos diferentes da conversa é grande. A ferramenta do reuso, além de sincronizar falas e respostas permite exercitar nossa liberdade de conduzir a conversa escolhendo quais palavras do outro queremos focar em primeiro.

Mas atenção: o simples reuso, embora necessário, ainda não é suficiente. Ele não oferece feedback real. Não basta ouvir para entender; não é porque reusamos as palavras do outro que compreendemos o que ele realmente quis dizer. Essa é a armadilha — e a beleza — da subjetividade da linguagem.


O núcleo das provas de escuta

Uma prova de escuta é dizer ao outro o que as palavras dele fizeram em nós: escutar a sim mesmo qual foi o impacto do que foi dito e verbalizá-lo de maneira emocionalmente inteligente. Ou seja, uma prova de escuta também é mini feedback que acaba servindo como uma prova de empatia.

Três caminhos para começar:

1. Impacto em nós

Provar escuta não é adivinhar o que o outro sente; é dizer o que eu senti diante da história ou das palavras dele. Para isso, é útil desenvolver um léxico emocional que nos permita expressar sentimentos e necessidades de forma assertiva.

2. Reconhecer sem necessariamente concordar

Provar escuta é identificar e legitimar o que há de positivo, justo ou verdadeiro na fala do outro, mesmo quando não concordamos. Narrativas que validam a fala do interlocutor fortalecem a relação e a confiança.

3. Se interessar genuinamente

Perguntas abertas bem escolhidas colocam o interlocutor no centro, mesmo em situações de tensão. Não é curiosidade invasiva, é se interessar pelo porquê do pensamento diferente. O outro sempre tem boas razões para ter razão. A arte está em acolher essas razões sem precisar concordar ou discordar.

Exemplos:

Imaginamos uma fala no ambiente corporativo vindo de um liderado:

Estou fazendo o que pediram, eu faço minhas contribuições, mas sinceramente parece que tudo já está decidido lá em cima e que não adianta fazer sugestões de melhoria”.

  • Impacto em nós: Fico grato que esteja fazendo suas contribuições e sinto muito que ache que não adianta fazer sugestões de melhoria. Com isso fico aflito, pois vejo que não conseguimos mostrar a importância que damos para seus esforços….” depois seguem o posicionamento, pergunta e resolução.
  • Reconhecimento: Realmente não adianta fazer sugestões de melhoria quando sentimos que está tudo decidido lá em cima. É natural que vc questione a necessidade de fazer suas contribuições. Agora eu tenho uma visão diferente…” depois seguem o posicionamento que pode divergir, pergunta e resolução.
  • Interesse e curiosidade: “Poxa que situação, fiquei curioso, o que te leva a achar que está todo decidido lá em cima? Me diga mais?”  depois das perguntas investigativas fica mais fácil fazer as provas de escuta 1 e 2 para depois seguir para o posicionamento, e resolução.

Conclusão

As provas de escuta funcionam como pontes: reduzem distâncias, dissolvem mal-entendidos fomentam a confiança e calçam ambientes colaborativas. Quando damos a nossa escuta, então damos ao outro uma experiência rara: a de ser levado a sério.

Em tempos de pressa, polarização e discursos prontos, desenvolver a capacidade de escutar — e mais ainda, de provar que escutamos — é um ato de coragem e sofisticação relacional. Uma oportunidade para ser uma pessoa, uma mãe, um pai, um profissional diferenciado. Afinal as pessoas florescem quando recebem atenção.


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Quer saber mais sobre a escutatória e como aplicar provas de escuta para criar conexões verdadeiras e comunicação de alto impacto? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Thomas BRIEU
https://www.linkedin.com/in/thomas-brieu/
https://www.instagram.com/thomasbrieu_/
Autor do livro “Escutatória” – Link: https://www.h1editora.com/produto/escutatoria-150183
Coautor do livro “Escute Expresse e Fale” – https://encurtador.com.br/31Vwa

Confira também: A Arte de Isolar o Fato do Seu Julgamento

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A Arte de Isolar o Fato do Seu Julgamento https://www.cloudcoaching.com.br/a-arte-de-isolar-o-fato-do-seu-julgamento/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-arte-de-isolar-o-fato-do-seu-julgamento https://www.cloudcoaching.com.br/a-arte-de-isolar-o-fato-do-seu-julgamento/#respond_66748 Tue, 23 Sep 2025 14:20:28 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=66748 Você já pensou como seria sua vida se conseguisse transformar críticas em diálogos construtivos? Ao diferenciar observação de julgamento, abre-se a chance de reduzir conflitos, fortalecer relações e criar uma comunicação mais empática e poderosa.

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A Arte de Isolar o Fato do Seu Julgamento

Olá,

 

Sou Pauline Charoki, advogada educadora e empreendedora no Brasil há 17 anos. Em 2014, me formei ao método Do It – Escutatória do Thomas Brieu.

 

Hoje atuo como professora e palestrante, realizo cursos, estudos e vivências em inteligência emocional, psicologia positiva e neurociência, CNV, gestão de conflitos, liderança, venda e comunicação produtiva.

 

Thomas Brieu e eu somos sócios da DO IT – Escutatória que oferece ferramentas práticas para uma comunicação que seja ao mesmo tempo assertiva e humanizada, exigente e empática, firme e aberta.

 

Esta coluna, em parceria com Thomas Brieu, revisita a comunicação pelo prisma de quem escuta para promover uma comunicação autêntica que desarma e conecta.

 

Seja bem-vindo(a)!

 

Pauline Charoki

A Arte de Isolar o Fato do Seu Julgamento

‘’ A forma mais elevada da consciência humana é a habilidade de observar sem julgar’’ (J. Krishnamurti)

Para inaugurar esta coluna sobre Escutatória e padrões de linguagem, propomos um desafio simples e poderoso: trocar, de forma consciente, nossos julgamentos por observações. Essa escolha, aparentemente sutil, é a chave para transformar embates em encontros genuínos e autênticos.

De um lado, tem o julgamento: uma análise, uma avaliação. É a nossa visão particular do mundo, nossa interpretação independente se está certo ou coerente com a realidade.
Do outro lado, tem a observação: uma descrição, usando palavras que o outro não vai contestar. Descrever o ato, a cena de tal forma que quem escuta poderia desenhá-la.

O exercício diário é aprender a não expor julgamentos mas apenas descrever a situação, o que incomoda ou agrada. Observar sem avaliar.

A observação é fundamental na resolução de conflitos porque ela faz a diferença entre o que é E o que eu penso.

A observação representa um lugar onde o diálogo se torna possível.

A descrição de fatos contribui para a aproximação de perspectivas entre pessoas que pensam diferente e diminui assim a resistência em ouvir o outro.

O olhar de cada um é relacionado com as vivências dele. São essas interpretações diferentes do mundo que também geram conflitos. Ter consciência e aceitar isso é o primeiro passo.

Uma vez tendo consciência e aceitando isso, como explorar o mundo particular da outra pessoa? 

Com curiosidade genuína, fazendo perguntas para entender a motivação/intenção da pessoa por trás de um comportamento que, a princípio, você não entende.

Isolar o fato permite falar do mesmo evento vivenciado juntos, começando portanto com um acordo.

É mais fácil ouvir “essa semana observei que você chegou terça e quinta com 1h de atraso.” em vez de “você se atrasou muito essa semana.”

Ou “quando cheguei em casa às 20h, vi roupas espalhadas no chão e pratos sujos na pia” em vez de “estava uma bagunça quando cheguei.”

Observação é o que está diante dos nossos olhos. Julgamento é o que colocamos sobre isso.

O julgamento na sua cabeça é natural, ele fala a respeito do que sente e sente falta naquela. Não é para ignorá-lo, é para olhar para ele e então decidir ”colocar na prateleira” para escolher expor outras palavras.

Palavras que serão melhor escutadas pelo seu interlocutor. Porque comunicação se trata do impacto de como eu falo.


Por que isso importa?

Porque a escuta se fecha diante do julgamento.

Quando julgamos, colocamos o outro na defensiva.

Quando observamos, criamos um ponto de partida comum — um solo compartilhado para a conversa continuar.

Na Escutatória, aprender a diferenciar observação de julgamento é uma das primeiras práticas para transformar reações impulsivas em respostas conscientes.


Como observar sem avaliar? 

  1. Ser o mais específico possível;
  2. Evitar generalizar com palavras como: nunca, nada, sempre, tudo. (Porque vamos combinar que raramente é nunca ou sempre!);
  3. Não usar adjetivos ou palavras que personalizam a fala como muito, ruim, errado… ou julgam, rotulam a pessoa como prolixa, agressiva;
  4. Falar na primeira pessoa ‘’vejo, observei, eu não recebi” em vez de apontar para o outro dizendo ‘’você”.

Vou dar alguns exemplos de uma avaliação que se torna uma observação:

  • Que pessoa grossa! -> a observação seria: Ela desligou o telefone enquanto eu estava falando;
  • Ele não me ama! -> a observação seria: Faz 2 semanas que estou esperando a ligação dele;
  • Você não está estudando! -> a observação seria: Estou vendo você olhar pela janela e não estou vendo você escrever;
  • Você está distraído! -> a observação seria: Eu reparei que vc não escutou o que acabei de falar.

O que você percebe nessas frases de observação?

  • mais precisão com uso de números;
  • fala na primeira pessoa;
  • e fica bem fácil visualizar a cena.

A observação é um convite à colaboração enquanto o julgamento gera cobrança e reação.

Se essa reflexão fez sentido pra você, então compartilhe nos comentários:

Qual situação recente teria mudado se você usasse uma observação em vez de um julgamento?


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Quer saber mais sobre como diferenciar observação e julgamento pode transformar sua comunicação? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Pauline Charoki
https://escutatoria.com

Não deixe de acompanhar a nova coluna Escutatória & Padrões de Linguagem Colaborativos.

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