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A Mediação e as Tecnologias de Convivência

Bem como as tecnologias de nossos aparelhos se desenvolveram, as tecnologias de convivência também. Muitas pessoas neste mundo globalizado que vivemos têm trabalhado para encontrar caminhos de paz e construir espaços sociais mais saudáveis.

Tecnologias de Convivência: O que Mediação tem a ver com isso?

A Mediação e as Tecnologias de Convivência

A Mediação é um processo conversacional, facilitado por uma terceira pessoa, cujo objetivo é restabelecer a condição de escuta e compreensão dos interesses recíprocos numa situação difícil.

Geralmente, quando se instala uma situação conflituosa, as pessoas tendem a criar obstáculos para escutar e legitimar o outro e isso torna ainda mais difícil a negociação entre elas. As emoções passam a guiar o processo, aumentando o desconforto até da presença dessas pessoas num mesmo ambiente.

No meu trabalho com equipes é comum que as pessoas estejam se evitando e, mesmo ocupando o mesmo espaço de convivência, usem inúmeras estratégias para não compartilhar espaços e decisões. Isso é um sintoma importante a se observar no cotidiano. A convivência saudável é perceptível pelo bem-estar das pessoas nas interações cotidianas.

Há grupos que evitam se encontrar no café, outros que fazem de tudo para sair para almoço sem convidar determinadas pessoas. No home office há quem veja que alguém não está bem e ignore completamente aquela pessoa, como se ela nem estivesse compartilhando o mesmo espaço, outros casos em que se criam grupos de troca de mensagens e excluam determinadas pessoas.

Mas, não é assim mesmo? Você pode estar me perguntando daí. Eu penso que é assim quando a convivência não está bem.

Aprendi com uma grande amiga que intimidade não se improvisa, então é claro que podem existir pessoas que se afinem de modo a tornarem-se mais próximas e isso tenha origem no ambiente de trabalho e transborde para outras áreas da vida.

Porém, quando a exclusão é deliberada, quando alguém é inviabilizado no grupo, quando as pessoas se evitam, temos uma importante informação de que esse grupo não está bem enquanto grupo.

Sem que haja segurança emocional num grupo não é possível haver engajamento e colaboração. Estes são atributos de um processo de pertencimento, construção de corresponsabilidade, de considerar-se visto e importante para aquele grupo.

Uma equipe que não está bem como equipe não irá alcançar um bom desempenho. Ouso ainda dizer que talvez nem mesmo as pessoas em suas atribuições específicas alcancem suas melhores versões num ambiente que não lhes propicia isso.

Há tantos anos escutando pessoas, sou convicta do valor de desenvolver espaços saudáveis de convivência dentro das empresas e organizações e venho construindo espaços colaborativo-dialógicos e capacitando as pessoas para as tecnologias de convivência.

A Mediação, os Círculos Restaurativos, as Práticas Colaborativo-Dialógicas, a Sociocracia, a Democracia Profunda, são algumas metodologias possíveis para esses trabalhos. A escolha do método está relacionada à necessidade do grupo contratante e aos objetivos traçados a partir da escuta da demanda local.

Assim como as tecnologias dos nossos aparelhos, da ciência ou da meteorologia se desenvolveram, as tecnologias de convivência também. Muitas pessoas neste mundo globalizado que vivemos estão trabalhando para encontrar caminhos de paz e construir espaços sociais mais saudáveis.

Como cantava Renato Russo na música Índios do Legião Urbana “mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente”. Estamos muito adoecidos como sociedade e precisamos chegar neste ponto de dor para entender que está na hora de criar espaços saudáveis de pertencimento. Que o mundo do trabalho não pode mais seguir sugando a vida das pessoas, mas ao contrário, precisa ser fonte de cuidado como estratégia de sustentabilidade do próprio negócio.

Aprender a conviver num mundo onde se prega tanto individualismo é libertador e pode fazer muito pela qualidade de vida e do trabalho das pessoas. As mudanças estão visíveis aos nossos olhos em tantos aspectos e este é um momento bastante oportuno de propiciar mudança também no campo dos relacionamentos interpessoais e coletivos dentro do ambiente de trabalho.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a Mediação e as tecnologias de convivência? Então, entre em contato comigo! Terei o maior prazer em ajudar.

Um abraço,

Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni

Confira também: Mediação? Será que isso é para mim?

 

Juliana Polloni é mediadora de conflitos em organizações e famílias, com experiência de mais de 15 anos de atuação. É facilitadora de conversações colaborativo-dialógicas com Certificado Internacional de Práticas Colaborativo-Dialógicas pelo Houston Galveston Institute, Taos Institute e Interfaci e especialista em Comunicação Não-Violenta. Advogada, Mestre e Doutora, coautora de livros, treinadora e palestrante com foco em comunicação, relações interpessoais e gestão de conflitos. Por meio da Plural Desenvolvimento Humano tem aperfeiçoado equipes de trabalho para uma melhor convivência e maior bem-estar relacional e emocional dentro das organizações.
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