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Solidão: A Epidemia Silenciosa que Adoece o Mundo Conectado

Vivemos cercados de conexões digitais, mas cada vez mais distantes uns dos outros. Entenda por que a solidão virou uma epidemia silenciosa global e descubra como pequenas atitudes podem resgatar o pertencimento, a empatia e o vínculo que nos faz humanos.

Solidão: A Epidemia Silenciosa que Adoece o Mundo Conectado

Solidão: A Epidemia Silenciosa que Adoece o Mundo Conectado

Olá!

Você já ouviu falar na epidemia de solidão?

Trata-se de uma situação que vem crescendo nas últimas décadas de forma profunda. Atinge diferentes faixas etárias e está representada não somente pelo fato de estar sozinho fisicamente, mas sim em se sentir desconectado. Tal sensação pode causar doenças físicas e emocionais e ainda trazer prejuízos para a condução da vida diária.

Os estudiosos do assunto começaram a chamar de uma epidemia silenciosa, e alguns países, como Japão e EUA, já têm iniciativas públicas e ministérios para acompanhar e tratar da saúde da população atingida.

Em um mundo amplamente conectado, trata-se de uma certa contradição. No entanto, estamos falando da conexão humana verdadeira e do sentimento de pertencimento que está na base das necessidades humanas.

As redes sociais promovem interações superficiais e não satisfatórias, além de ampliar o sentimento de inadequação pela comparação constante.

Assim, cada vez mais, o modelo de vida conectada e urbana promove o afastamento — seja pela falta de tempo, de segurança — e o que chamamos de independência pode vir a ser isolamento. Após a pandemia de COVID-19, a situação se agravou ainda mais com formatos de trabalho e relações familiares à distância.

Sheila Liming, professora do Champlain College, em Vermont, Estados Unidos, afirma que, embora os especialistas digam que a pandemia de covid-19 teve um enorme impacto no sentimento de solidão, devido ao isolamento social, o fenômeno começou muito antes e está relacionado ao desenvolvimento da tecnologia.

Para a especialista, esse cenário tem múltiplos fatores, sendo um deles a falta de tempo para a interação social,  aliado ao fato de que muitos acreditam que interagir é uma perda de tempo. Sentem-se culpados por não fazer nada, por passar tempo com alguém ou simplesmente por estar na presença de outras pessoas.

Além disso, a professora menciona a falta de espaços para encontros sem custos e ainda a ideia de que a vida nos EUA foi concebida para privilegiar condições de solidão e isolamento, em que a privacidade é vista como um privilégio. Cultivamos essas condições de privacidade como demonstração de sucesso: casa, carro, clube, condomínio.


Os dados sobre o assunto são bastante preocupantes.

Em 2023, Vivek Murthy, cirurgião-geral dos Estados Unidos, divulgou um relatório em que declarou que os americanos se sentem solitários, o que representa uma ameaça ao bem-estar físico e emocional, além de ser um enorme problema de saúde pública. Ele comparou o impacto da solidão na saúde a fumar quinze cigarros por dia.

O estudo aponta ainda que de 2003 a 2020, o tempo médio de isolamento social entre os cidadãos passou de 142 horas para 166 horas mensais, sendo os jovens os mais afetados.

De acordo com a publicação MedScape, de abril de 2024, as empresas Meta e Gallup elaboraram relatórios sobre a prevalência do sentimento de isolamento social e solidão. O estudo State of Social Connections, por sua vez, analisou esse fenômeno em sete países, incluindo o Brasil.

Os resultados indicam que cerca de 24% da população mundial relata sentir-se muito ou bastante solitária. No Brasil, 15% das pessoas se consideram muito solitárias, 38% pouco solitárias e 47% afirmam não se sentir solitárias. A mesma pesquisa também revelou que mais da metade das crianças e adolescentes se sentem solitários pelo menos durante parte do tempo.

Já para os idosos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que uma em cada quatro pessoas idosas sofre de isolamento social em todas as regiões do mundo. Em 2023, lançou uma comissão internacional para estudar e enfrentar a solidão, reconhecendo-a como uma preocupação global de saúde pública.


Estamos sim, diante de uma epidemia — e com o risco dos jovens só conhecerem um mundo assim, de pessoas isoladas.

Como vimos, a situação não está restrita aos idosos que lidam com a perda de vínculos ou mobilidade. Os jovens têm muita dificuldade de formar vínculos e se sentem excluídos, sofrendo grande pressão social.

Já os adultos, muitas vezes nesta jornada de cuidar dos pais e dos filhos, somado ao trabalho e outras demandas, acabam descuidando do convívio social interativo — e vão sentir as consequências mais à frente.

Sintomas como depressão, ansiedade e insônia vêm, muitas vezes, de um quadro de isolamento social e necessitam de uma escuta profissional e acolhimento.

Precisamos ficar atentos aos comportamentos que enfatizam o quadro. Ao estimularmos a performance e os sucessos estamos focados no individualismo e na competitividade, esquecendo de ensinar a empatia e a colaboração.

Cada vez mais, estimulamos a validação externa na forma de “likes” e reprimimos o erro e a vulnerabilidade.

A velocidade e o imediatismo impedem a reflexão e o autoconhecimento tornando nós mesmos uma companhia tediosa. Ou seja, é muito difícil ficar sozinho e lidar com a solitude — e não com a solidão.

Neste contexto, a competição do jogo on-line, as curtidas e a comparação tornam-se elementos muito importantes para a “sobrevivência emocional”. Quando não estão lá, trazem um enorme vazio e o sentimento de inadequação.

Vemos que, em resposta a esses sentimentos, surge a agressividade, atitudes hostis, impaciência — o que dificulta mais ainda a convivência social.


Quais atitudes podemos tomar?

Ensinar a educação emocional, não ter medo de falar das emoções, valorizar a colaboração, empatia e o cuidado com o outro, promover momentos de desconexão tecnológica e conexão pessoal.

Livros, jogos, filmes podem ajudar a criar essas possibilidades de vínculos. Atividades lúdicas, como cozinhar, pintar são possibilidades para ampliar a conexão humana.

Para as crianças, histórias colaborativas que falem das emoções ou a prática de inverter papéis, para que ela imagine o que o outro sentiu, são algumas das ideias práticas para enfatizar a conexão e a educação emocional.

A valorização dos vínculos deve ser promovida, ensinada e cultivada. Muitas vezes, é mais fácil permanecer conectado ao algoritmo do que à vida. Será que é esse mundo que queremos viver?


Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre as causas e consequências da solidão na sociedade contemporânea e que atitudes práticas podem ajudar a reverter esse cenário? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar!

Mônica Barg
https://www.monicabarg.com.br

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Mônica Barg Author
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Mônica Barg é uma profissional experiente, atuando como Coach, Mentora e Psicanalista. Ela é caracterizada por sua curiosidade incessante, sua acolhida calorosa, sua produtividade incansável e seu espírito empreendedor. Sua busca constante é pela melhor informação e conteúdo, seja relacionado a temas ou indivíduos. Tem uma crença profunda no potencial individual de cada pessoa e adota abordagens inovadoras para se conectar com a essência única de cada indivíduo, buscando a evolução e a entrega do melhor em desenvolvimento humano. Com uma carreira de mais de 30 anos, acumulou experiência executiva em diversas áreas, incluindo atendimento ao cliente, desenvolvimento de novos negócios e gestão comercial. Possui um amplo conhecimento dos processos e estruturas corporativas, bem como uma compreensão profunda da cultura organizacional. Além disso, tem uma extensa experiência de mais de 1500 horas em atendimentos individuais para orientação e desenvolvimento de pessoas, bem como orientação para o desenvolvimento e implementação de ações empreendedoras e processos organizacionais. Sua abordagem é caracterizada por uma visão sistêmica, combinada com uma profunda percepção do indivíduo, o que lhe permite traduzir em estratégias de atuação tanto em nível individual quanto empresarial. Possui uma formação sólida, sendo Mentora certificada pela FGV-RJ e Escola de Mentores, Mestranda em Gestão do Conhecimento pela FUNIBER, com Pós-Graduação em Psicologia Positiva e Coaching pela UCAM-RJ, bem como certificações em Coaching pela SBP e Crescimentum. Ela é Psicanalista certificada pela SBPI-SP, com Pós-graduação em Administração e Psicanálise do Século XXI, ambos pela FAAP. Adicionalmente, Monica possui certificações em Coaching Evolutivo, Coaching de Liderança e Formação em Psicanálise pela AEDP em Nova York. Sua formação acadêmica inclui uma graduação em Arquitetura pela UFRJ.
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