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Sobre criatividade (e um agradecimento pessoal)!

Vamos atacar de criatividade! Quem saberia responder a seguinte pergunta: Como alguns grupos conseguem alcançar um extraordinário nível de criatividade em processos de solução de problemas?

Vou começar meu texto com agradecimento especial à Sociedade Brasileira de Coaching que, na newsletter de setembro, faz elogio especial a mim como autor e Coach. Nossa relação ficou fortalecida quando representei a SBC no Congresso de Coaching em Liderança e Saúde: Teoria, Prática e Resultados, em 2012, promovido pelo McLean Hospital e a Harvard Medical School, e oferecido pelo Institute of Coaching, de Boston – EUA. Naquele evento, compartilhei conclusões de uma pesquisa com especialistas do mundo todo. Infelizmente, minha agenda não permite participar da edição que acontece hoje e amanhã, mas fica minha certeza de que a Flora Victoria e o Villela da Matta darão, mais uma vez, contribuição expressiva para a comunidade internacional de Coaching.

Agora, vamos atacar de criatividade. Quem saberia responder a seguinte pergunta: Como alguns grupos conseguem alcançar um extraordinário nível de criatividade em processos de solução de problemas?

O trabalho em que vou me basear para o tema foi publicado, em 2014, em uma das mais importantes referências científicas em Administração, o Academy of Management Review. A autoria é de Sarah Harvey, da prestigiada University College London, e o título é Síntese Criativa: Explorando o processo de extraordinária criatividade em grupo. A autora parte do princípio de que há grupos de pessoas que trabalham mesmo em conjunto e apresentam ideias criativas, consistentes e diferentes do que sempre se praticou na mesma situação.

Uma das premissas dos estudiosos do tema é de que o sucesso do grupo tem grande relação com a interdisciplinaridade das pessoas. Mas para a autora, o segredo está em se buscar a “síntese criativa”, o que significa integrar as perspectivas de cada membro do grupo às dos demais membros, criando um efeito de entendimento comum e compartilhado daquilo que, originalmente, é exclusivo de cada pessoa (entendimento coletivo). Dessa forma, a síntese funciona como um mapa que orienta o desenvolvimento de ideias que são importantes para, depois, alcançar o aperfeiçoamento da síntese através de um processo em que as pessoas colaborem entre si de forma coletiva. São todos construindo os avanços necessários ao consolidar as semelhanças encontradas entre as ideias, apesar de reconhecer as diferenças que possam existir entre elas.

O processo não é fácil, pois dependerá de cada pessoa saber conter sua ansiedade de que o grupo chegue logo a uma conclusão. Também é fundamental que nenhum elemento do grupo busque ser o “dono da melhor ideia”, pois na síntese ninguém terá exclusividade sobre a proposição final. É a combinação de vários recursos (sociais, cognitivos e de contexto) do próprio ambiente onde o grupo estiver trabalhando que contribuirá para se chegar à síntese criativa. Então, crescerá a chance de o grupo alcançar a proposta que significará extraordinário avanço.

A síntese criativa não é uma ideia única e específica; ela é um novo modo de entender o que é cada ideia e suas possibilidades. A síntese de ideias do grupo pode ser descrita como criativa porque se trata de um novo padrão, uma construção coletiva que foge tanto da compreensão original típica de um brainstoming como de uma nova alternativa de dar perspectivas ao problema. Isso ocorre da mesma forma que, no caso da inovação organizacional, há uma recombinação e síntese de conhecimentos de diferentes domínios. Nesse caminho da síntese aqui mostrada, o elemento criativo está na capacidade de criar máxima conexão entre as ideias do grupo.

A criatividade acontece porque o espaço que existe entre as diferentes perspectivas dos membros do grupo oferece uma oportunidade para o desenvolvimento de uma conexão entre elas, e tudo ficará ainda melhor quanto mais se estimular a divergência. Quando o grupo todo compartilhar do mesmo entendimento do problema, a síntese encontrada levará a até mais de um caminho criativo de solução e, pela própria natureza do processo, viabilizará contínua revisão. Segundo Sarah Harley, é mais importante o processo de seguidamente ajustar interações e o alinhamento dos membros do grupo do que os métodos que só estimulam a criatividade.

E agora, pense nas suas experiências de geração de ideias em grupo e compare com essa proposta que busca obter a síntese criativa. Você acha que pode funcionar? Se você já teve essa experiência, conte para os leitores.

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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