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Setembro Amarelo: Quando os Vínculos Iluminam e Sustentam a Vida

Setembro Amarelo não é só prevenção ao suicídio. É um chamado para lembrar que vínculos, afeto e presença salvam vidas. Descubra como pequenos gestos de cuidado podem fortalecer a saúde mental e iluminar caminhos em meio às incertezas.

Setembro Amarelo: Quando os Vínculos Iluminam e Sustentam a Vida

Setembro Amarelo: Quando os Vínculos Iluminam e Sustentam a Vida

Enquanto me sirvo mais um gole de café, percebo que setembro chega trazendo não apenas a mudança das estações, mas também um convite à pausa e à reflexão. É como se o aroma do café se misturasse ao ar desse mês, lembrando que a vida é feita de encontros simples, mas profundamente significativos.

O Setembro Amarelo nos provoca justamente a olhar para isso: a importância dos vínculos que nos sustentam quando as forças parecem faltar.

Não se trata apenas de uma campanha de prevenção ao suicídio, mas de um movimento que nos lembra que saúde mental também nasce no calor das relações humanas – no afeto, na presença e na escuta verdadeira.

Cada conversa, cada gesto de cuidado, cada espaço de acolhimento que criamos é um lembrete de que não precisamos caminhar sozinhos. É nos vínculos que a vida pulsa com mais força e o mundo se torna mais acolhedor. Setembro nos convida, portanto, a cuidar das nossas conexões – com os outros e com nós mesmos.

Decidi escrever sobre este tema porque tenho percebido, nas interações do dia a dia – seja no trabalho, em conversas rápidas ou até nas redes sociais — o quanto os aspectos ligados à saúde mental estão críticos. Nunca se falou tanto sobre ansiedade, exaustão, solidão e sobre a dificuldade de manter equilíbrio em meio a tantas demandas. Isso me mostra que, mais do que campanhas pontuais, precisamos de uma consciência coletiva para transformar o cuidado em prioridade.

Ao mesmo tempo, reconheço o quanto me sinto privilegiada por estar bem, por ter vínculos fortes que me sustentam e por encontrar nos cafés, nas caminhadas e nas conversas sinceras, um espaço de renovação. Essa sensação de “estar inteira” não me afasta do tema – ao contrário, me dá ainda mais responsabilidade de trazer à tona reflexões que possam inspirar, acolher e fortalecer quem precisa.


Setembro Amarelo – o chamado para viver

Desde 2015, o Setembro Amarelo celebra a prevenção ao suicídio no Brasil, inspirado no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, em 10 de setembro. A campanha reforça: a vida importa, e o tema não está limitado a um dia, mas deve ser lembrado o ano inteiro. Em 2025, a mensagem segue clara:

“Se precisar, peça ajuda!” – um lembrete de que buscar amparo é sinal de coragem, não de fraqueza.

No Brasil, os números permanecem preocupantes, por isso, a campanha nos impele a ouvir, acolher e agir – muitas vezes, com simples gestos que se transformam em atos de cuidado.

E não é apenas no Brasil que o tema desperta atenção. Simon Sinek, em suas reflexões sobre conexões humanas, lembra que amizades genuínas e pequenos gestos podem ser um verdadeiro antídoto emocional.

Ao compartilhar sua visão sobre o quanto amizades genuínas e pequenas demonstrações de presença podem ter um impacto profundo na saúde emocional, sugere que não precisamos de horas para cuidar de um vínculo: oito minutos de atenção real já podem mudar o dia de alguém.

“Oito minutos! Quando alguém te manda uma mensagem dizendo ‘Você tem oito minutos?’, qualquer um de nós pode pausar um filme, sair de uma reunião ou deixar um cômodo para conversar com um amigo que precisa de nós por oito minutos.”


Por que os vínculos importam – visão científica

Não se trata apenas de boas intenções. A ciência mostra que sentir-se conectado faz diferença real na saúde mental e física.

  • Estudos do CDC demonstram que conexões sociais fortes reduzem a ansiedade, a depressão e melhoram o bem-estar geral;
  • A mesma ciência aponta que isolamento e solidão são fatores que levam ao agravamento de transtornos mentais e até ampliam a mortalidade precoce (Escola de Saúde Pública Harvard, PMC, Verywell Mind);
  • Segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), relações saudáveis promovem longevidade, melhoram padrões de sono, alimentação e até fortalecem o sistema imunológico (CDC);
  • Um estudo recente mostra que pessoas com cerca de cinco amigos verdadeiros tendem a ter melhor bem-estar mental; já quem tem pouco mais de três amigos apresenta menor resiliência emocional (New York Post).

Em síntese: vínculos são mais do que companhias – são recursos vitais de vida.


Vínculos que curam, presença que acolhe

No calor de uma conversa, no toque amigo ou na presença silenciosa, encontra-se cura. Relacionamentos saudáveis oferecem:

  • Um chão em que tropeçamos e seguimos adiante;
  • Um espelho que nos ajuda a reconhecer a dor do outro – e a nossa;
  • Um espaço para rir, chorar, partilhar um silêncio cheio de entendimento.

É nessas redes – familiares, amigáveis, comunitárias – que encontramos pertencimento, coragem e, muitas vezes, salvação.

A teoria da “troca de afeto”, por exemplo, mostra que expressar carinho – mesmo em palavras simples – reduz o cortisol (hormônio do estresse) e normaliza o ritmo cardíaco depois de momentos tensos.

Já na adolescência, a qualidade das amizades tem papel protetor contra ansiedade, depressão e pensamentos negativos.


O papel das instituições e da comunidade

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é um dos maiores símbolos desse cuidado coletivo. Com presença em quase todas as capitais, oferece apoio emocional voluntário, gratuito e anônimo, pelo telefone 188, chat e até presencialmente. Mais do que responder ao desespero imediato, essa rede traduz em prática uma mensagem poderosa: sempre existe alguém disposto a escutar, sem juízo, com empatia e presença.

Mas o CVV não está sozinho. Campanhas como o Setembro Amarelo mobilizam escolas, empresas, universidades, igrejas, grupos de jovens e comunidades inteiras a falarem abertamente sobre saúde mental. Esse movimento coletivo ajuda a quebrar o silêncio, reduzir o estigma e mostrar que pedir ajuda é um ato de coragem — não de fraqueza.

Quando a comunidade se engaja, cria-se uma cultura de cuidado que vai além do individual. Um ambiente de trabalho pode se tornar mais saudável se abrir espaço para diálogos genuínos. Uma escola pode salvar vidas ao treinar professores e colegas para reconhecer sinais de sofrimento. Uma igreja ou associação de bairro pode ser o ponto de apoio onde alguém encontra acolhimento.

Essa rede de instituições, somada aos nossos vínculos pessoais, é o que sustenta a esperança. Porque saúde mental não se constrói sozinha: ela nasce no encontro entre pessoas, no cuidado compartilhado e na consciência de que a vida é responsabilidade de todos nós.


Cultivar vínculos: um convite para cada café

Neste Setembro Amarelo, proponho um ritual silencioso, porém potente: cultivar conexões:

  • Pergunte com verdade: “Como você está?” pode ser o fôlego que alguém precisa para respirar de novo;
  • Esteja presente: seja escuta ativa, olhar atento, toque que acolhe na hora certa;
  • Compartilhe seu tempo: um café, uma mensagem, um silêncio à volta da mesa – pequenos atos que trazem vida;
  • Cuide de si para cuidar do outro: nem sempre temos forças, mas permitir que alguém cuide de nós é também um ato de cuidado;
  • Acolha o silêncio do outro: invisível do lado de fora, mas grito de ajuda por dentro.

Conclusão: a vida compartilhada é vida amparada

A vida se renova nos pequenos gestos – como no primeiro gole de café que desperta e aquece. Mas não floresce sozinha. Somos feitos de encontros, de vínculos que nos sustentam e de redes que nos lembram que não precisamos caminhar isolados.

No Setembro Amarelo, esse lembrete ganha ainda mais força. A saúde mental se fortalece quando temos alguém para dividir o peso dos dias — seja em uma conversa rápida, em um silêncio respeitado ou em um olhar que diz: “eu estou aqui”.

As relações não eliminam as dificuldades, mas tornam o caminho mais leve. Elas funcionam como pontos de apoio em meio às incertezas, mostrando que não é preciso ter todas as respostas para ser presença significativa na vida de alguém.

Que este setembro nos lembre de oferecer – e também aceitar — a presença do outro. Porque cada vínculo cuidado pode salvar alguém… inclusive nós mesmos.

E você, quais vínculos têm iluminado sua vida? Compartilhe suas impressões conosco e continue essa conversa no próximo Café com Sassá!


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Quer saber mais sobre a importância da campanha Setembro Amarelo e de que forma pequenos gestos de presença e cuidado podem se transformar em pilares de prevenção e fortalecimento da saúde mental? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Salete Deon
Especialista em Gestão de Carreira e Desenvolvimento de Lideranças, Segurança Psicológica de Times pelo IISP, Liderança Feminina pela StartSe/SBE, Coach Executiva (PCC), Palestrante, Top Voice Linkedin, Fundadora da DeON Consulting
https://www.linkedin.com/in/salete-deon/
salete@deonconsulting.com.br

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Salete Deon Author
Salete Deon é fundadora da Deon Consulting. Especialista em Gestão de Carreira e Desenvolvimento de Liderança, Executive Coach e Mentora. Atua com executivos e profissionais que buscam apropriar-se de suas realizações e potencializar seus talentos em prol do que é importante em sua vida e carreira. Atua também no desenvolvimento e fortalecimento de lideranças e equipes. Faz uso de metodologias ágeis e colaborativas, tais como: “Action Learning” e ACP. Executiva com mais de 25 anos de experiência nas áreas de Supply Chain, Procurement e Recursos Humanos em empresas multinacionais. Experiente na liderança de equipes multifuncionais e culturais no Brasil e no Exterior. Foi Diretora de Supply Chain em uma joint venture na Colômbia. Foi sócia da Unblur Consultoria. Faz parte do Programa Mentoria Colaborativa Nós Por Elas, Delas Pra Elas e Carreira 50+ do IVG – Instituto Vasselo Goldoni e do Programa Elas na Indústria da FIESP. Coautora do Livro “Mentores e suas Histórias Inspiradoras”, lançado pela Editora Leader. Top Voice Linkedin onde escreve a Newsletter “Café com Sassá”. É Bacharel em Serviço Social, pós-graduada em Administração de Empresas pela UNIVILLE, com MBA em Administração Global SOCIESC/Universidade de Lisboa e MBA Executivo pela FGV-SP. Professional Certified Coach (PCC) pelo International Coaching Federation (ICF) e Action Learning Coach pelo World Institute for Action Learning (WIAL). É Certificada para Assessments de Inteligência Emocional EQ-I e EQ 360, MBTI II, Pontos Fortes Clifton Strengths, Segurança Psicológica de Times, Hogan, TKI e DISC.
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