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Ser Sincericida é diferente de Ser Autêntico

Suas palavras causam impacto e pode ser negativo ou positivo. Tome cuidado para não achar que você esteja sendo autêntico quando na verdade você não está.

Ser Sincericida é diferente de Ser Autêntico

Ser Sincericida é diferente de Ser Autêntico

Acontece em várias interações, inclusive nas minhas em que recebo a percepção do outro como um soco na boca do estômago. Durante os longos anos de mundo corporativo nunca soube lidar com isso e acreditava que eu era fraca por não saber devolver à altura. Ou porque era incompetente neste quesito, pois me sinto melhor quando dou um retorno para o outro com cuidado. 

Sou da geração Baby Boomberg e a forma mais “direta” era vista como uma competência chamada sinceridade ou autenticidade. E quem não a tinha, poderia não chegar a uma posição de liderança. Com o passar dos anos pude perceber que alguns dos meus gestores eram mais cuidadosos que outros na maneira de dar um retorno. Então fiquei refletindo que essa era a maneira que eu gostaria e ao mesmo tempo pensava se haveria espaço para os demais poderem mudar.

Nós, seres humanos, somos gregários e precisamos nos sentir pertencidos. Quando se recebe uma avaliação do outro com pouco cuidado, para muitos a autoestima e a autoconfiança pode ser trincada. Consertar isso pode levar muito tempo ou talvez não ser restaurada porque a pessoa pode acreditar que ela é muito ruim mesmo. As pessoas que são sincericidas aprenderam que é essa a maneira que irá fazer o outro se movimentar e melhorar. Porque foi assim que aprenderam e deu certo para elas. Ainda hoje existem pessoas que acreditam que essa seja a melhor forma e concorda com esse tipo de fala. Contudo, na grande maioria percebo que se trata de um tiro no pé. Pode gerar conflitos irreversíveis chegando até à demissão por problemas de relacionamento com a gestão.

Segundo Mike Robins a autenticidade, muitas vezes, pode ser mal interpretada ou compreendida.

Algumas das razões já abordamos acima e aqui podemos completar. Falar o que pensa ou sente na cara da pessoa; não se incomodar com o que outros vão pensar da gente; emoção e sentimento não cabem; é preciso ser frio. E estar sozinho é o preço que se paga para ser verdadeiro..

Na minha percepção observo que a síndrome do impostor pode estar ligada a essas interações sincericidas ao longo da infância. Uma vez que nossa personalidade e autoestima é forjada a partir dessa época.

Ser autêntico é ser responsável pelo impacto que minha fala causa no outro. É muito mais difícil do que se pode imaginar porque a tendência é dizer o que está errado no outro. Sem procurar entender o que pode estar acontecendo ou o que levou o outro fazer o que fez.

Ser autêntico é inicialmente na minha percepção falar a partir de coração e não estou aqui dizendo que tem que ser bonzinho, mas sim real. Ter a clareza e a certeza de que do outro lado tem um ser humano como eu. Um ser humano com sentimentos e necessidades que precisam ser atendidas, assim como, as minhas.

Ser autêntico é ser você por completo, reconhecendo, entendendo e incluindo a luz e a sombra que existe em cada um de nós. Ser autêntico começa com a própria honestidade e clareza da nossa vulnerabilidade, atenção, abertura e curiosidade para buscar o equilíbrio entre o que pensa, sente e quer. Porque quando um deles fica sem ser notado, se abre um buraco.

Quando nossa fala é autêntica conseguimos abrir um canal de conexão com o outro.

E o que dizemos e fazemos estarão alinhados e coerentes ao nosso eu em essência. Quando temos a clareza do que sentimos e o que é importante para nós, deixamos o lugar de defesa. E buscamos o lugar de sintonia para poder se conectar. Na CNV dizemos que saímos da fala do chacal (nossa sombra) e entramos em conexão com a girafa (nossa luz ou eu em essência).

Existem diversos benefícios em ser autêntico e aí vão alguns: confiamos mais em nós mesmos; nos libertamos das amarras, crenças e as ressignificamos, dos próprios julgamentos e da opinião dos outros; aprendemos a lidar com nossas emoções e a sair do primarismo da paralisação, fuga ou ataque; melhoramos nossa qualidade de vida, saúde e bem-estar; desenvolvemos melhor nossa resiliência; conquistamos paz de espírito, autoaceitação, autoapreciação, autocompaixão e podemos levar a vida com mais leveza.

Então aqui vai meu convite para você:

Quando for dar um feedback ou um retorno para alguém, preste atenção porque suas palavras causam impacto e pode ser negativo ou positivo.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como ser autêntico, reconhecendo, entendendo e incluindo a luz e a sombra que existe em cada um de nós? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Abraço,

Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/

Confira também: O Desafio de Levar a CNV para o Ambiente de Trabalho

 

Wania Moraes Troyano possui MBA em Gestão de Negócios e Coaching, Pós-Graduada em Dinâmicas dos Grupos Administradora de Empresas e Pedagoga, com mais de 30 anos com sólida carreira corporativa em empresas multinacionais e em cargos de gestão e assessoria executiva. Foco em Desenvolvimento Humano, especialista em CNV-Comunicação Não Violenta, Coach em Resiliência, Profissional, Vida e Executivo, Neurocoaching, mentora e supervisora para líderes e coaches, com mais de 1000 horas em processos de Coaching. Facilitadora de Grupos. Especialista nos assessments de Estilos de Liderança e Resiliência. Palestrante e Facilitadora de Grupos. Facilitadora em Barras de Access – Expansão da Consciência. Co-autora do livro Coaching Aceleração de Resultados, Capítulo Quantos Antes Melhor! Programa Mulheres Poderosas, na alltv.com.br, todas as terças-feiras, 15h00 às 16h00. Voluntária em programas de Jovens Aprendizes.
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