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Sem violência, por favor!

Princípios básicos de uma vida saudável e harmônica, a tolerância, a compreensão e o respeito às diferenças têm sido ignorados, criando uma ferida profunda em nossa sociedade. Agir para a cura depende das atitudes de cada um.

Sem violência, por favor! Os males da violência, da intolerância e do desrespeito às diferenças para a sociedade brasileira!

Sem violência, por favor!

Princípios básicos de uma vida saudável e harmônica, a tolerância, a compreensão e o respeito às diferenças têm sido ignorados, criando uma ferida profunda em nossa sociedade. Agir para a cura depende das atitudes de cada um.

O país está dividido. É a manchete de jornais e TVs, onde comentaristas noticiam os conflitos pré-eleições presidenciais: nós e eles. Mas quem somos nós, e quem são eles? Afinal, com quem está a verdade? O que é bom, ruim, pior, “menos pior”? Depende do ponto de vista.

Exatamente. Depende do ponto de vista.

As opiniões e posições são formadas através da cultura e educação; da história pessoal, das experiências, da maneira como se adquire e se processam as informações; passam pelo crivo dos valores e das crenças que fazem parte de cada um e adquirem consistência nas interações. Não se trata de certo x errado.

Há o que eu gosto. E o que eu não gosto. O que acredito. E o que não acredito. O que eu quero. E o que não quero.

Verdades absolutas, como a Terra ser redonda e girar em torno do Sol, são poucas. A maioria é suportada pelas ciências – portanto, quase não há certezas incontestáveis na vida, além da morte.

O que há, são opiniões. E o direito a elas deve ser respeitado, ou há o risco de cada um se tornar exatamente aquilo (ou aquele) que critica e rejeita com violência: esse é o cerne da questão embutida no julgamento.

“Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”

A frase acima, atribuída ao escritor e filósofo Voltaire (provavelmente apenas uma frase da biógrafa para resumir seu pensamento a favor da liberdade de expressão) simplesmente desapareceu no cenário atual, que já provocou até mortes entre amigos, consequência de discussões.

O que acontece é que as opiniões são virulentas, exageradas, sem bom senso, sem respeito e sem compaixão. A violência tomou lugar das opiniões.

Há, com certeza, intolerância quando se fala de política, de religião, de futebol. Sem falar dos preconceitos raciais e sexuais. É certo que é quase impraticável não julgar, pois faz parte de quem somos: exatamente por isso é um exercício constante – colocar-se de lado para ouvir o outro e considerar o que está dizendo. Ainda que não concorde.

“O indivíduo que quer ter uma resposta para o problema do mal, tal como ele se apresenta hoje em dia, precisa, acima de tudo, de autoconhecimento; quer dizer, do conhecimento mais absoluto possível da sua própria realidade. Ele deve conhecer profundamente quanto bem ele pode fazer e que crimes é capaz, e deve ficar alerta para não considerar uma coisa como real e a outra como ilusão. Ambas são elementos dentro da sua natureza e ambas devem vir à luz nele, caso queira – como deveria – viver sem se enganar ou se iludir” (Carl Jung)

Somos complexos e nossas relações mais ainda: vivemos em um ciclo onde reagimos constantemente a feedbacks que nos levam a novas ações. E nesse ciclo nossa tendência é repetir, repetir e repetir indefinidamente – e assim é com a sociedade que avança e retrocede como se jamais fosse possível encontrar um caminho.

Nada disso exclui, com certeza, o direito e a razão de se lutar pelo que se acredita.

Afinal, é o que move o mundo. Isso vale para tudo, inclusive para a política: o que não vale, com certeza é fazer das ideias e posições uma arma de destruição, já que o bem comum está – ou deveria estar – acima de tudo.

Reconhecer a profunda interligação e interdependência entre todos os seres humanos, a natureza e o universo, leva ao que se costuma chamar de ecologia política, das qualidades que inserimos em nossas relações em sociedade – pessoais, sociais, ambientais e, por extensão, universal.

O país, a cidade, o bairro – a pólis – começam em nossa casa e só depois se ampliam para o espaço do governo. A pergunta é: como exercemos nosso papel?

“Liberdade, igualdade e fraternidade fizeram o grito de guerra da modernidade. Liberdade, diversidade e tolerância constituem a fórmula do armistício da pós-modernidade. E com a tolerância transformada em solidariedade, o armistício pode mesmo se transformar em paz” (Zygmunt Bauman)

Ser politicamente correto designa atitudes que não ferem nem a dignidade nem o direito do outro, seja ele quem for, esteja em que condições estiver. A aceitação da diversidade e a superação de preconceitos estão, de fato, na raiz dessas atitudes que buscam a convivência pacífica, construtiva, evolutiva, baseada no respeito ao outro.

Na base desse comportamento estão os princípios morais e éticos que nos movem. Por moral, entendemos as normas de conduta internalizadas que determinam nosso comportamento, aquele modo costumeiro de agir, de relacionarmo-nos com os outros, e que dependem muitas vezes da cultura. Já a ética é o que guia a ação – os motivos, princípios, máximas, circunstâncias, causas e conhecimento das consequências dessas ações.

Temos história! Sabemos exatamente onde estamos nos metendo ao eleger nossos governantes; sabemos onde vai dar; sabemos que com certeza nos decepcionaremos; ficaremos revoltados; nos sentiremos traídos.

A pergunta que se coloca é: se sabemos de tudo isso, por que continuar a criar conflitos e a exercer violência no espaço mais sagrado que existe, que é o das nossas relações familiares, pessoais, sociais? Feridas não se curam facilmente.

Há um espaço de ação que está vago e que pode ser preenchido por todos – a ação efetiva de construir uma sociedade justa a partir do lugar que se ocupa, das pequenas atitudes, da compaixão, do trabalho, da luta inclusiva, da conscientização de cada um.

Não existem messias (…) Se esperarmos um messias, ficaremos esperando; se reagirmos aos desafios do presente e do futuro como agentes morais responsáveis, como aspirantes a cidadãos peregrinos, estaremos agindo. Quando agimos, um processo cumulativo se desdobra, líderes emergem e novos horizontes de aspiração realista se apresentam.” (Richard Falk, Explorações à Margem do Tempo)

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como a violência, a intolerância, a incompreensão e o desrespeito às diferenças são danosas à nossa sociedade? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

Confira também: Precisamos aprender a conversar sobre a morte

 

Isabel C Franchon, Coach desde 2008, atua com o Desenvolvimento Profissional e Pessoal voltados para a Carreira, Competências, Liderança, Comunicação Interpessoal, Compliance & Ética e Coaching de Times. Facilita Workshops, Treinamentos e Oficinas em empresas de médio/grande porte através de empresa própria e em parceria com Consultorias de DH. Graduada em Jornalismo, tem MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores, pela FGV; Pós-graduação em Transdisciplinaridade em Saúde, Educação e Liderança, pela Universidade Holística Internacional; Especialização em Marketing pela MM School; Formação em Compliance Anticorrupção, pela LEC; Especialização em Metodologia QEMP para empreendedores, pela Clinton Education. Fez formação em Master, Executive, Leader & Business Coach, pelo Behavioral Institute. Certificada em Positive Coaching Com Robert Dilts e Richard Moss. É membro do International Coaching Council (ICC) desde 2008.
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