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Se todo movimento se organiza no tempo, o que esperamos, parados?

Por enquanto, estamos parados – olhando. Então a máxima de Sócrates “Todo movimento se organiza no tempo” perde força, significado e significância.

Se todo movimento se organiza no tempo, o que esperamos, parados?

Se todo movimento se organiza no tempo, o que esperamos, parados?

Em pleno século XXI, 22 anos após a virada do milênio e há 77 anos desde o fim da 2ª Grande Guerra, estamos em uma “nova” Guerra. Pior – ao longo destes 77 anos houve um cem números de outras guerras. Impossível evitar, em qualquer avaliação que se faça, que não desejamos evitá-las.

Em qualquer análise que se faça o contingente populacional do planeta sempre foi muito maior do que aquele empregado nas guerras. Tratamos sempre como se fosse um evento em algum lugar, que não nos diz respeito, longínquo o bastante para não incomodar – seja pela destruição, seja pelo ruído, sejam as perdas humanas ou materiais da sociedade civil. Então, simplesmente ignoramos. O fato é que a pátria mãe de todos os humanos se chama Planeta Terra – os danos de uma guerra e seus desdobramentos são sempre mais duradouros que a própria guerra.

No vale tudo o uso de táticas de guerra que incluem um número elevado de práticas indivisíveis, registradas na história ou não, autorizadas ou não, vimos não faz tempo o uso de artefato atômico, Napalm, contaminação de água e alimentos para impedir o consumo das tropas e população civil, não aliadas.

Sim, continuamos sem conseguir impedir algo tão medieval e desumano quanto uma guerra. Iniciada nesta última semana de fevereiro de 2022, estava anunciada há anos, como praticamente todas que pude estudar. Se foram anunciadas e todos sabiam – o que aconteceu? Qual movimento nos escapou? Qual a explicação para não nos movimentarmos? Fato é que, sabendo ou não quem é Vladimir Putin, seremos impactados.

Impossível pensar no equilíbrio, como indivíduo, com uma guerra no quintal.

Eis aí uma ação humana que destrói tudo o que foi construído até aqui: os direitos civis, coletivos e individuais; a igualde, a harmonia, a felicidade, a prosperidade – Tudo o que se conhece perde o sentido – o que importa agora é acreditar que nenhuma das 10.000 bombas atômicas [2],somando-se o total declarado de ogivas, pelos EUA e Rússia, apenas, Será lançado. Que a máxima perversa de manutenção dessas armas em favor de manutenção da Paz, como consequência do equilíbrio de forças, seja mantido.

Por enquanto, estamos parados – olhando. Então a máxima de Sócrates “Todo movimento se organiza no tempo” perde força, significado e significância. Passado todo o tempo da nossa História, no que tange a Guerras – ficamos imóveis, inertes: seja como civilização, cidadão, indivíduo. Impensável um governo exigir/recrutar, almas da sua nação, para pegar em armas e defender – matando outro cidadão/humano – os ideais do poder não humano.

Tudo parece muito primata – quando muito evoluído – medieval. No entanto as manchetes são desta semana mesmo. Então, para o que estamos evoluindo? Somos um grande número que afirma categoricamente, que a inteligência artificial é um risco contra a raça humana – roubará empregos, individualidade, acabará com o conceito democrático, relegará o homem a um nível primata de inteligência. Esses medos todos estão baseados – talvez inconscientemente – na total falta de movimento.[3]

Sempre foi assim. Do imobilismo indiferente até a guerra fulminante. O que os Estados europeus fizeram quando Hitler quebrou o Tratado de Versalhes? E quando o Eixo Berlim-Roma foi firmado?

A resposta é: nada. Hitler visava impedir a expansão da União Soviética e do socialismo em direção à Europa ocidental, os outros países da região não se opuseram ao crescimento alemão, nem mesmo quando houve a remilitarização e as anexações (invasões) de outros territórios. A desconfiança sobre a aproximação entre Itália e Alemanha foi minimizada com um discurso de Mussolini: “a implementação do eixo Berlim-Roma não está voltada contra outros países. Nós, nazistas e fascistas, desejamos a paz”. Hitler invadiu a Polônia, em 1939, buscando recuperar o domínio sobre a cidade de Danzig. Diante da insistência e sucesso de Hitler em reconquistar Danzig, Reino Unido e França declararam guerra a Alemanha de Hitler no dia 3 de setembro de 1939. Esse foi o início da Segunda Guerra Mundial.[4]

Se todo movimento se organiza no tempo, o que esperamos, parados?

Citei este exemplo apenas por ser mais conhecido e ter maior número de referências. No entanto para qualquer história de guerra que se for contar – o início tem bases conhecidas e antecedentes claros – que os humanos da nossa Terra preferem não ver, não contestar ou ainda, não entender a cadeia de eventos óbvios que levam ao extermínio da lucidez, da humanidade. A guerra nos faz regredir, todos os humanos, à idade da Irracionalidade. São os tempos em que agimos como animais ferozes para determinação de poder sobre um território.

Fica sem importância a quântica, a vida no espaço, o 9G japonês, entre milhares de outros importantes avanços da ciência – quando utilizamos todo o conhecimento sem um mínimo de respeito pelas vidas da nação Terra – e para tanto, o movimento organizado no tempo, precisa ser capaz de impedi-las.

Uma morte no campo de guerra afeta toda a humanidade. Nunca foi algo distante o bastante para não atingir a todos.

“O tempo é a imagem móvel da eternidade” Platão – TIMEU – 37d.

Gostou do artigo? Quer discutir mais sobre esse tema? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Sandra Moraes
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Referências:

[1] “Se todo movimento se organiza no tempo…”, Aristóteles – Livro IV da Física (10)

[2] Além das forças convencionais, a Rússia possui o maior número de armas nucleares do mundo. São cerca de 4.500 ogivas, sendo que 1.600 são operacionais. EUA: Ogivas: 5.500 Ogivas ativas: 1.375. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/02/09/qual-pais-tem-mais-armas-nuclearea.htm

[3] https://oglobo.globo.com/mundo/perfil-oficial-da-ucrania-compara-putin-hitler-nas-redes-isso-nao-um-meme-mas-nossa-a-sua-realidade-agora-25407895

[4] https://www.politize.com.br/segunda-guerra-mundial/

Confira também: O Homem e o Tempo

 

Sandra Moraes é Jornalista, Publicitária, Relações Públicas, frequentou por mais de 8 anos classes de estudos em Filosofia e Sociologia na USP.É professora no MBA da FIA – USP. Atuou como Executiva no mercado financeiro (Visa International (EUA); Banco Icatu; Fininvest; Unibanco; Itaú e Banco Francês e Brasileiro), por mais de 25 anos. Líder inovadora desenvolveu grandes projetos para o Varejo de moda no país (lojas Marisa – Credi 21), ampliando a sua larga experiência com equipes multidisciplinares, multiculturais, altamente competitivos, inovadores e de alta volatilidade.
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