fbpx

Saúde Mental no Trabalho: Os Desafios para Empresas e Colaboradores

Os efeitos da saúde mental no trabalho vão além do nível individual e exigem adaptação das empresas para tornar seus ambientes mais saudáveis. Saiba como identificar sinais, prevenir riscos psicossociais e equilibrar produtividade com bem-estar emocional.

Saúde Mental no Trabalho: Os Desafios para Empresas e Colaboradores

Saúde Mental no Trabalho: Os Desafios para Empresas e Colaboradores
Por Sayuri Tarumoto e Carla Nogueira para #Trendings com a colaboração de Adriana Gomes

Os efeitos da saúde mental no trabalho vão além do nível individual e exigem adaptação das empresas para tornar seus ambientes mais saudáveis

A saúde mental no trabalho é um tema que há anos chama a atenção e, agora, ganha ainda mais relevância dentro e fora das empresas. Os números reforçam essa preocupação: segundo dados do Ministério da Previdência Social (MPS), os afastamentos do trabalho por problemas de saúde mental atingiram um recorde em 2024, com um aumento de 68% em relação ao ano anterior.

Também em 2024, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), reforçando a importância da saúde mental no ambiente de trabalho. Com essa mudança, a partir de 26 de maio de 2025, todas as empresas no Brasil serão obrigadas a adotar medidas para avaliar e gerenciar riscos psicossociais, como estresse, ansiedade e esgotamento profissional.

As altas demandas, a pressão por produtividade, o ritmo acelerado, as altas expectativas e a competitividade do mercado, entre outros fatores, afetam diretamente o bem-estar e a qualidade de vida dos profissionais. Mas como as empresas podem atuar para promover um ambiente corporativo mais saudável e garantir o equilíbrio emocional de seus colaboradores?

No episódio #88 do Lifelong Cast, podcast da ESPM sobre o futuro do trabalho e dos negócios, Adriana Gomes, mestre em psicologia e coordenadora nacional da área de Carreira e Mercado da ESPM, e Fátima Motta, psicanalista e professora da ESPM, falaram sobre os desafios e as soluções para fortalecer a saúde mental no ambiente corporativo.


Impacto da pandemia na saúde mental no trabalho

A pandemia de Covid-19 trouxe à tona diversas questões relacionadas à saúde mental, e os efeitos provenientes desse período são sentidos até hoje. Para Adriana, a crise de saúde evidenciou o quanto o isolamento e a falta de limites entre vida pessoal e profissional afetaram as mentes das pessoas.

“Houve um aumento exacerbado das doenças mentais, como burnout, crises de ansiedade e estresse. Muitos trabalhadores passaram a viver apenas para o trabalho, sem pausas e sem interações sociais adequadas. Para muita gente, o ambiente de trabalho era o único espaço de convivência e, ao perder isso, enfrentaram um grande impacto emocional”, explicou a psicóloga.

Segundo ela, a maior exposição ao tema da saúde mental contribuiu para sua visibilidade e para o aumento da procura por ajuda.

Fátima apontou que a pandemia acelerou uma tendência já existente: o crescimento da ansiedade e da depressão entre os mais jovens, e que isso também está ligado ao impacto das mídias sociais. Isso por conta da maneira como as interações acontecem atualmente, contribuindo para o isolamento emocional.

“Hoje nós temos uma interação muito pouco humana. Apesar de muitas pessoas já terem voltado a trabalhar presencialmente, o olho no olho está ficando cada vez mais complicado. Isso cria uma sensação de isolamento e solidão, mesmo quando estamos cercados de pessoas”, explica a profissional.

Ao mesmo tempo, a psicanalista destacou que as novas gerações demonstram maior consciência sobre a importância da saúde mental no trabalho.


Sinais de alerta

Diversos fatores estressantes que podem impactar a saúde mental influenciam a qualidade de vida e o bem-estar dos colaboradores dentro das organizações. Entre eles estão a sobrecarga de trabalho, as metas inalcançáveis e o controle excessivo.

Além da ansiedade e depressão, há a síndrome do burnout, cujos sinais são difíceis de reconhecer, fazendo com que muitas pessoas ignorem os sintomas até que o quadro se agrave.

Adriana pontua que os sintomas podem aparecer de várias formas: “As pessoas começam a ter dor de cabeça, pressão alta, insônia, dores musculares, irritabilidade, e ao invés de tratar a causa, tratam os sintomas. Tomam remédio para dor de cabeça, mas continuam sobrecarregadas. Até que um dia, sofrem um infarto ou colapsam”.

No podcast, a coordenadora sugeriu que as pessoas que passam por isso precisam buscar a raiz do problema, que pode estar na relação ruim com o trabalho ou no ambiente corporativo, além de alertar sobre a importância de ficar atento aos sinais.


Conscientização e o papel da liderança

Adriana e Fátima enfatizaram que tanto colaboradores quanto gestores e líderes precisam se conscientizar sobre as questões de saúde mental no ambiente corporativo. Elas ressaltaram ainda a importância do autoconhecimento: ao se conhecerem melhor, os profissionais conseguem assim fazer escolhas mais assertivas para seu bem-estar e desenvolvimento.

De acordo com Fátima, as lideranças corporativas precisam deixar o preconceito de lado a fim de construírem um ambiente de trabalho mais saudável. “É compreender que uma pessoa com ansiedade ou depressão pode até melhorar sua produtividade se for tratada”, disse a psicanalista. “É aprender a identificar sinais como um colaborador muito calado, sem vontade de trabalhar, que começa a faltar muito ou até chorar em reuniões.” Muitos executivos, inclusive, passam por esses problemas de saúde.

Ao mesmo tempo, ela apontou que os líderes não precisam e nem devem assumir um papel terapêutico, mas sim saber encaminhar os funcionários para o suporte adequado.

“O líder não é psicólogo, psiquiatra ou psicanalista. O papel dele é cuidar do ambiente, porque muitas vezes é este que adoece as pessoas. Ele precisa garantir que o local de trabalho não seja tóxico e observar se há sobrecarga. Pequenas atitudes fazem a diferença, como perceber se alguém está exausto e perguntar se a pessoa está bem”, finalizou.

Para saber mais sobre o assunto, assista ao episódio completo do Lifelong Cast #88 sobre saúde mental no ambiente de trabalho:

Link original da matéria: #Trendings

(*) Sayuri Tarumoto é designer com mais de 20 anos de experiência em design gráfico, web, ilustração, branding e apps. Atualmente na Light Pyx Design e Conteúdo, já liderou equipes como Diretora de Criação na LightPyxis e Designer Sênior no LightHouse. Formada em Desenho Industrial pela UNESP, combina criatividade e precisão em soluções visuais de alto impacto.

(**) Carla Nogueira é consultora de RH, coach e mediadora com mais de 30 anos de experiência em desenvolvimento de lideranças e gestão de conflitos. Psicóloga pela Universidade Gama Filho, possui MBA em Recursos Humanos e Marketing pela PUC-Rio e mestrado em Psicologia pela Universidade Católica de Petrópolis.


Gostou do artigo?

Quer saber mais quais ações práticas você pode adotar — como colaborador ou líder — para contribuir com um ambiente de trabalho mais saudável mental e emocionalmente? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar com você a respeito.

Adriana Gomes
Mestre em Psicologia Social e do Trabalho
https://www.vidaecarreira.com.br

Confira também: Soft Skills e Hard Skills: Entenda o que as Empresas Mais Buscam

Palavras-chave: saúde mental no trabalho, ambiente corporativo saudável, risco psicossocial, bem-estar emocional, síndrome de burnout, como promover saúde mental no trabalho, sinais de risco psicossocial nas empresas, prevenção da síndrome de burnout, desafios da saúde mental no ambiente corporativo, estratégias para bem-estar emocional no trabalho, a importância da saúde mental no trabalho, a importância de um ambiente corporativo saudável
Adriana Gomes é Mestre em Psicologia – UNIMARCO, pós-graduada em Psicologia Clínica, Psicóloga, (CRP 30.133), Coach certificada pela Lambent do Brasil e reconhecida pela ICC – International Coaching Community. Carreira de 25 anos nas áreas organizacional e clínica (Psicoterapia, Orientação de Carreira). Ex-vice-presidente do Grupo Catho, empresa onde atuou como Headhunter, Executive Search e Outplacement atendendo empresas nacionais e multinacionais de grande porte. Coordenadora Acadêmica da área de Pessoas dos Cursos de Pós Graduação da ESPM, Coordenadora do Centro de Carreiras da ESPM – Centro de Orientação de carreira para alunos dos cursos Master e MBA, Coordenadora do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, Professora no curso de pós-graduação da ESPM na Cadeira de Pessoas. Atuou como Professora do Instituto Pieron de Psicologia Aplicada no curso de Especialização em Orientação Profissional. Membro da ABOP – Associação Brasileira de Orientadores Profissionais. Autora dos Livros: Tô Perdido! Mudança e Gestão da Carreira editora Qualitymark – 2014 e Mudança de Carreira e Transformação da Identidade LCTE 2008. Atualmente colunista do Jornal folha de S.Paulo na seção Negócios e Carreiras, Colunista de Carreira da Rádio Bandeirantes – Coluna Carreira em Foco, foi colunista e colaboradora no portal EXAME.com, Blogueira dos sites HSM e Click Carreira, palestrante e Diretora do site www.vidaecarreira.com.br.
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa