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Resiliência não é Resistência: A Fadiga na sala do RH

Cuidado para não confundir Resiliência com Resistência! A Resistência só alimenta a ansiedade que definha as mais bonitas e nobres áreas de todos nós.

Resiliência não é Resistência: A Fadiga na Sala do RH

Resiliência não é Resistência: A Fadiga na Sala do RH

Sentado esperando ser atendido, o rapaz de 29 anos fica então a pensar: “Puxa, se eu soubesse, não teria aceitado esse trabalho”.

A.S. desde junho de 2020 até agora tem trabalhado cerca de 75 horas na semana. Por mais jovem que seja, não consegue esconder os efeitos e os impactos da fadiga no seu organismo. Por meses vem se exaurindo na sua jovialidade e a fadiga, de fato, está começando a dar sinais de ficar crônica.

No ritmo de 75 horas na semana, com 14 horas de segunda a sexta e mais, aproximadamente, cinco horas aos sábados, decerto os danos ficam evidentes para nós que lidamos com a saúde e qualidade de vida. Certamente um jovem jamais deveria passar por isso!

Não deveríamos estar perplexos com o Burnout queimar jovens dentro do ambiente corporativo. As notícias circulam de que há regiões do planeta que o esquema é semelhante ao daqui no Brasil. Sophie Jeong reportou que há jovens que estão, inclusive, indo ao suicídio devido à cronicidade da perda do significado de viver.

Michel, que, nas suas muitas vitórias, conquistou dupla cidadania, investiu cinco anos da sua vida estudando em uma das mais famosas universidades na Inglaterra. O seu esforço lhe garantiu estar não somente no círculo das universidades mais prestigiadas, mas também entre os alunos mais premiados do país. O seu curso com reconhecimento internacional, de fato, lhe parecia ser a porta para uma vida de sucesso.

No quarto ano da sua formação investiu as suas forças para fazer estágio em uma organização multinacional. As recusas e dificuldades na competição com outros candidatos foram tantas que, já no fim do primeiro semestre, estava diagnosticado com depressão.

A forma que encontrou para lutar na competição pelas vagas foi se dedicar mais ainda. Dobrar a energia e esforços na preparação e melhoria da sua performance. Contudo, o significado de viver estava se esvaindo. Quanto mais se dava, mais exaurido ficava.

Em resiliência chamamos esse processo de “estar dentro de um Padrão de Intolerância diante do stress”. É uma bomba-relógio que não demora muito a gerar resultados distorcidos e nefastos na vida da pessoa.

Michel se deu conta que, quanto mais exacerbado ficava nas suas práticas de dedicação, assim mais se deparava com outros concorrentes no mesmo processo de entrega total. Uma competição que, seja na Europa, Ásia ou aqui nas Américas, leva a ter a sua resiliência corroída.

Esse modo de atuar não é resiliência, é resistência! E a resistência só alimenta a ansiedade que definha as mais bonitas e nobres áreas de todos nós, por exemplo, a jovialidade.

Tivemos um processo de Mentoring para desenvolver resiliência com uma cliente que, após um ano e meio, acabara de voltar ao mercado de trabalho. Havia tida um desemprego seguido de uma linda bebê. No meio da pandemia se viu envolvida com horas exaustivas de trabalho numa jornada de nove horas por dia. Não sabia o que fazer. Se reclamava da carga trabalhando após às 18 horas, não tinha dúvida que seria despedida. Ao olhar para colegas na empresa percebia que havia um número assustador de desesperados. Prontos a fazerem ou defenderem qualquer sistema que lhe garantisse a vaga. Era uma competição interna na organização.

Tanto a cliente, como A.S. ou Michel, não tinham mais ânimo para buscar trabalho ou vaga alguma.

Nos nossos atendimentos sobre como desenvolver a sua resiliência fomos trabalhando as formas e táticas para fazer somente o necessário para assegurar o estágio ou a vaga, nada de extraordinário.

O necessário para a vida de agora. O extraordinário fica para quando se chegar na velhice e dele necessitar.

Se você tem um irmão ou irmã, um filho ou filha, um amigo ou amiga no padrão do extraordinário, então converse com eles. Mostre que a vida boa é aquela vivida de forma simples. Os extraordinários são criações e vampiros do sistema. Deixe-os saberem que “o sistema” nunca morre, nunca vai para uma cova no cemitério. Quem de fato vai somos nós.

A resiliência é vida. E vida na sua plenitude. Superar de maneira sábia e estratégica as adversidades, do dia a dia e do trabalho, tem a finalidade de resultar em uma vida com qualidade.

Que estes tempos difíceis possam nos trazer a sabedoria em como resgatar o lado saudável e humano do trabalho.

Deixe o seu comentário. É muito importante conhecermos a sua opinião.

Gostou do artigo? Quer saber mais como desenvolver a resiliência e não confundir com a resistência? Entre em contato conosco. Teremos muito prazer em responder.

Equipe de Especialistas em Resiliência da SOBRARE
http://sobrare.com.br/

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SOBRARE Author
Nascida em 2009, a SOBRARE (Sociedade Brasileira de Resiliência), tem, desde sua organização, a missão de divulgar, de forma fácil e prática, conhecimentos em resiliência dentro da perspectiva científica. Para tanto, ao longo dos anos, foi consolidando sua teoria, métodos e instrumentos de avaliação para dar suporte aos que buscam pesquisar e trabalhar com resiliência. A resiliência em si é formada por oito áreas específicas: O Autocontrole, a Análise de Contexto, a Autoconfiança, a Empatia, o Conquistar e Manter Pessoas, a Leitura Corporal, o Otimismo para com a Vida e o Sentido de Vida. Devido a este construto científico definido da resiliência, a SOBRARE já possui diversos doutorados, mestrados, TCCs e MBAs defendidos em universidades com tais conceitos teóricos e seu ferramental. Esta atuação também tem sido intensa com as organizações por meio de treinamentos, capacitações e mapeamento das áreas da resiliência em líderes e colaboradores.
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