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Razão, emoção e espírito: a complexidade da unicidade do ser humano

A natureza humana é única, pois somos o único ser vivo que possui, no mínimo, três habilidades essenciais distintas: a espiritualidade, a racionalidade e os sentimentos.

Durante o Carnaval tive a oportunidade de realizar um retiro espiritual na Aldeia Rosa Dourada, onde tive contato com o xamanismo. Com tal experiência pude ter a consciência de como o ser humano é o ser mais único que existe na Terra e pretendo, por esse texto, realizar uma relação de como o cotidiano de uma universidade pode, muitas vezes, fazer com que esqueçamos a nossa unicidade.

Unicidade significa a qualidade de ser único. A natureza humana é única, pois somos o único ser vivo que possui, no mínimo, três habilidades essenciais distintas: a espiritualidade, a racionalidade e os sentimentos. Por serem essenciais são fundamentais e características do ser humano, portanto caso esqueçamos ou deixemos de desenvolver uma delas não estaremos sendo completos como ser humano.

A universidade é o local onde desenvolvemos a nossa razão com tal exclusividade que, se não formos maduros o suficiente, podemos nos embriagar pela ideia de que os sentimentos e a espiritualidade não são necessários, ou pior, que são inferiores à razão humana e por isso devam ser subjugadas.

Apenas um esclarecimento. Ser ateu não significa que a espiritualidade não foi desenvolvida. Vide os filósofos e professores Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé, por exemplo.

Como a universidade também nos proporciona os primeiros contatos com a vida adulta temos que ter cautela, humildade e paciência para que o início da nossa vida adulta não tenha uma mentalidade reduzida, podendo acarretar assim tristezas e fracassos pessoais no futuro. Que a gente se permita questionar, com respeito e humildade, se aqueles adultos que temos à nossa volta, que apenas reclamam da vida, explicitando seu fracasso pessoal, na verdade, não têm seus lados emocional e espiritual em desequilíbrio com o racional e produtivo tão requisitado pelo mercado de trabalho. Do mesmo modo questionemos se aqueles adultos de sucesso nos quais nos espelhamos, não têm também, além de uma ótima atuação no seu trabalho e projetos, uma vida equilibrada com seus sentimentos e sua espiritualidade.

Quanto antes refletirmos sobre tais temas, melhor iremos aproveitar as oportunidades que a universidade nos proporciona. Aproveitar com saúde e equilibro. Aproveitar como ser único que somos, respeitando e entendendo nossa natureza única e complexa, desenvolvendo-a ao máximo.

Beatriz Alves Ensinas é Estudante de Direito na PUC-SP, estagiando na área e em São Caetano do Sul, São Paulo. Depois de três anos contribuindo na coluna “De adolescente para adolescente”, iniciada por ela e depois tendo a parceria de Bruno Sales, a partir de agora ela é responsável pela coluna “De Universitário para Universitário”.
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