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Quando os filhos frustram as nossas expectativas

É muito comum que os pais criem expectativas e idealizem seus filhos, antes mesmo de sua chegada. Projetam seus sonhos, as oportunidades que não tiveram e que realizem as coisas que não conseguiram.

É muito comum que os pais criem expectativas e idealizem seus filhos, antes mesmo de sua chegada. Projetam nos filhos seus próprios sonhos, desejam que eles tenham oportunidades que os próprios pais não tiveram, que realizem as coisas que os pais não conseguiram. Fazem planos, imaginam como será o futuro e estabelecem objetivos para os filhos.

Precisamos nos acostumar com a ideia de que criamos os filhos para o mundo, para que tenham vida própria, sigam seu caminho e realizem os seus próprios sonhos. Já na gestação os filhos começam a manifestar seu temperamento, e isso vai se revelando e se definindo com as interações que vão sendo estabelecidas, a partir do vínculo com os pais e cuidadores, com seu ambiente, as experiências vividas e os traços de sua personalidade que irão torná-lo um ser único e especial.

À medida que vão crescendo, os filhos começam a revelar sua personalidade e sua vontade própria. Repentinamente seu filho decide que não irá cursar a tão sonhada faculdade que você imaginou, ou decide que irá viver novas experiências, seguir uma carreira diferente e sair do padrão que você havia estabelecido e que está baseado em valores e crenças que são importantes para você. Quando as coisas começam a sair do controle, normalmente os pais começam a se questionar.

Tudo se torna ainda mais difícil quando um filho apresenta algum comportamento que possa ferir seus valores e o seu código moral. Quando faz escolhas e toma decisões que possam vir a prejudicá-lo. Nessas situações podemos nos sentir incompetentes, frustrados ou decepcionados. Tendemos a nos sentir culpados por não ter dado tanto amor, ou por ter sido permissivos demais, ou muito rígidos, ou por não ter colocado os limites necessários.

Existem outras razões por trás dos comportamentos em determinadas situações na vida que não estão sob nosso controle. Nessas ocasiões, os filhos precisam muito mais de nossa ajuda concreta do que do nosso sentimento de culpa e de sermões intermináveis. Muitas vezes não nos sentimos aptos em lidar com uma determinada situação difícil que nos é apresentada, nestes casos é muito importante procurar ajuda especializada.

Nos momentos em que os filhos se comportam mal, é importante manifestar sua desaprovação e dizer com clareza o motivo de seu desapontamento. Uma forma apropriada de fazer isso é usar a descrição do comportamento que o filho teve, com respeito e atitude firme, sem que seja preciso desmerecê-lo ou desqualificá-lo para isso. Nessas horas é necessário reforçar os valores que são importantes para a família e as coisas que são inegociáveis, combinando limites claros e consistentes com empatia amorosa.

As experiências negativas podem ser ótimas oportunidades para gerar aprendizado. Como pais, é importante ensinar aos filhos habilidades em controlar as emoções e poder avaliar o impacto de seus comportamentos. Eles precisam aprender que suas ações trazem consequências que terão desdobramentos em suas vidas e relacionamentos.

Às vezes, não há nada que possamos fazer para “consertar” as coisas quando os filhos estão atravessando alguma dificuldade ou passando por algum desafio. Muitas vezes, não podemos “salvá-los” deles próprios, mas podemos salvar a nós mesmos encontrando a melhor forma de ajudá-los através do nosso amor. Talvez, tudo o que podemos oferecer é a nossa presença afetiva, compaixão e disponibilidade.

Em muitos casos, uma situação realmente se apresenta muito difícil e desafiadora, mas existem situações que não são tão ruins como parecem ser. Antes de julgar ou condenar seu filho por suas atitudes, procure ouvi-lo, em seguida, você poderá tomar a melhor decisão de como responder. Os pais sempre querem o melhor para os filhos, mas muitas vezes o que queremos não é o melhor para a vida deles e aceitar isso pode ser doloroso.

Ao invés de procurar mudar seu filho, experimente mudar o relacionamento que você tem com ele. Você não precisa aprovar as escolhas que ele faz, basta aceitá-las. Talvez você descubra que embora as coisas não tenham saído como você gostaria, seu filho é capaz de tomar boas decisões e formular soluções para os seus problemas. Você poderá se surpreender com as qualidades e habilidades que ele possui e que o tornam incrivelmente especial.

Danielle Gomes

Formação em Psicologia, MBA em Gestão em Pessoas e Especialização em Docência;Facilitadora de Relacionamentos Familiares;Educadora Parental de Disciplina Positiva;Coautora do livro Coaching para Pais – Estratégias e Ferramentas para Promover a Harmonia Familiar. Vol 1 e 2.Colunista das revistas Cloud Coaching e Coach Me.Certificações:Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching – IBC (SP);Leadership and Coaching pela Ohio University College of Business (USA),Mentoring pelo CAC – Center for Advanced Coaching (USA),Practitioner SOAR – Soar Advanced Certification Program pela Florida Christian University (USA),Coaching para Pais pela Parent Coaching Academy – PCA (UK),Kids Coaching pelo Instituto de Coaching Infanto Juvenil – ICIJ (RJ),Bases do Desenvolvimento Infantil: Apego, Vínculos e Intervenções – USP (SP),Educadora Parental pelo Positive Discipline Association – PDA (USA).Mentoring, Coaching & Advice Humanizado ISOR – Instituto Holos – (SP)Tem como missão, favorecer o desenvolvimento integral do indivíduo e da família, valorizando seu potencial para que conquiste uma vida com plenitude e equilíbrio de forma sustentável.
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