
Quando Encerrar a Carreira: Lições de Bonner e Anna Wintour
Olá!
Nos últimos dias tivemos as notícias da saída do jornalista William Bonner da bancada do Jornal Nacional após 29 anos e, na mesma semana, o anúncio da saída da icônica Anna Wintour da editoria da Revista Vogue.
Ambos os episódios nos fazem refletir sobre o planejamento e condução de carreira, longevidade e sobre o futuro.
Cada uma das trajetórias tem motivações diferentes e conduções específicas, mas é importante refletir que, se tudo der certo, um dia essa transição irá ocorrer. Digo “tudo dar certo” porque será um rumo natural e não interrompido por algum fato disruptivo, como doença ou falecimento.
Assim, a condução para transição requer, principalmente, a aceitação de que é hora de mudar.
No caso de Bonner, ele relata que vinha amadurecendo e planejando desde a pandemia e foi motivado por um desejo de mudar o ritmo neste momento da vida pessoal e familiar, ou seja, foram cinco anos em que tratou do assunto e se preparou para isso.
Um ponto importante para planejar a sucessão é se preparar emocionalmente para o “day after” e não cair em um vazio sem sentido. O planejamento também permite se apropriar do seu legado e se colocar em uma posição de saber e contribuição, permitindo espaço para o novo.
A motivação da saída de Anna Wintour seguiu um planejamento empresarial. A editora, que após 37 anos na posição, permanecerá como Diretora Editorial Global da Vogue e Chief Content Officer da Condé Nast, abre espaço para o novo em sua posição e atua como mentora para garantir a continuidade e fortalecer o legado da marca.
Em ambas as trajetórias, Bonner e Wintour construíram carreiras de sucesso, planejadas e sustentadas por uma marca pessoal muito forte. É importante lembrar que, nos últimos anos, enquanto ambos estavam à frente dessas posições, o mundo do trabalho mudou completamente. As mídias — área de atuação de ambos — foram das mais impactadas pela velocidade da comunicação e pela tecnologia.
Certamente, todo esse contexto, aliado às mudanças sociais e comportamentais, exigiu desses profissionais aprendizado contínuo, adaptabilidade e uma transição na liderança para adaptação aos novos tempos, o que torna suas trajetórias ainda mais ricas e interessantes.
Para seguir em frente, é necessário investir em autoconhecimento e conseguir olhar para sonhos pessoais e profissionais que sejam motivadores da nova trajetória.
Hoje, com a longevidade fazendo parte da realidade, esses profissionais podem estar ativos por muitos anos ainda e certamente poderão contribuir e construir novas possibilidades. A verdade é que estão muito longe do estereótipo do aposentado de pijama e chinelos! Será que ainda existem ou estão todos na academia?
Naturalmente, após tantos anos em uma função e à frente de tantas mudanças, surge a exaustão. Porém, é exatamente aí que entra o plano de transição, que pode envolver descanso, lazer, hobbies, vida pessoal e familiar e ainda uma rotina produtiva — mas em outro ritmo.
Para fazer a transição é preciso coragem para se ver em outra situação e em uma zona desconhecida, que ainda precisará ser explorada.
Comparar a saída do jornalista William Bonner da bancada do Jornal Nacional com a transição da executiva Anna Wintour como editora-chefe da Vogue nos oferece insights profundos sobre liderança, legado, mudança e propósito profissional.
Podemos aprender lições importantes para a carreira, como o reconhecimento de limites e a importância de preservar a integridade pessoal ou institucional.
Dessa forma, a mudança bem-sucedida é aquela que é preparada e estruturada e, acima de tudo, envolve ousadia e coragem, porém sem abandonar a consistência.
Ao observar os casos de William Bonner e Anna Wintour, podemos extrair lições profundas sobre planejamento de carreira e futuro emocional, dimensões muitas vezes negligenciadas, mas essenciais para uma trajetória sustentável e significativa.
A visão de longo prazo, o autoconhecimento e o reconhecimento do momento de forma madura são elementos essenciais para uma transição de sucesso, seja para a empresa, seja para o profissional.
Adicionalmente, o cuidado com a mente e a importância de considerar emoções, propósito e bem-estar como elementos do sucesso profissional, aliados à valorização dos relacionamentos e da vida pessoal, podem ser estratégicos para encontrar propósito no que vem depois.
Inspirados por essas notícias, podemos refletir nas questões abaixo:
- Estou construindo algo que vai além de mim?
- O que estou adiando por causa do trabalho?
- Se eu saísse hoje, quem estaria preparado para continuar?
- O que eu ainda quero fazer e nunca comecei?
- Minha carreira está me alimentando emocionalmente ou me esgotando?
Você sabe responder a essas questões ou só está indo em frente? Vale a pena refletir sobre o assunto. Vamos lá?
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como encerrar a carreira com coragem, propósito e legado? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito!
Mônica Barg
https://www.monicabarg.com.br
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