
Quando a Inteligência é Artificial, mas a Transformação Precisa Ser Humana
Entre uma xícara de café e outra, seguimos procurando entender o que nos faz verdadeiramente humanos diante de tanta tecnologia. Será que escutar com presença pode ser replicado por um algoritmo? Será que o silêncio de uma boa pergunta cabe em um dashboard? A inteligência artificial chegou para ficar — mas será que ela sabe acolher as nossas dores não ditas? Este artigo é um convite a cruzar essa fronteira entre o código e o coração, sem perder de vista aquilo que, no fundo, sempre fez diferença: a conexão.
O desconhecido que instiga e provoca
Travessias, encruzilhadas, bifurcações. A inteligência artificial (IA), antes tema de filmes futuristas, hoje cruza nossos caminhos com promessas, alertas e uma pergunta silenciosa no ar: como manter a essência humana em tempos de algoritmos?
No universo do coaching, onde a escuta, a presença e a confiança são pilares, a chegada da IA convida a um novo olhar. Nem ruptura, nem submissão. Mas sim, como em uma boa sessão de coaching, um espaço para perguntar: O que isso muda? O que isso possibilita?
Com mais de oito anos trabalhando com desenvolvimento de lideranças , gestão e transição de carreira, posso dizer que essa interseção entre tecnologia e humanidade não é nova para mim. Ela apenas ganhou novos contornos. Afinal, não é sobre a tecnologia. É sobre o que fazemos com ela.
As vozes das instituições: ética, potencial e cuidado
A International Coaching Federation (ICF), referência mundial em coaching profissional, lançou em 2024 o “AI Coaching Framework and Standards”, orientando os coaches sobre como utilizar IA de forma ética e eficaz.
“A IA pode potencializar o coaching, mas jamais substituir o poder de uma relação humana de confiança.” — Magda Mook, CEO da ICF
Segundo o documento, o uso de IA no coaching precisa respeitar os princípios de confidencialidade, transparência, equidade e consentimento. A prática deve estar a serviço do cliente, e não o contrário.
A Gallup, criadora do Clifton Strengths, destaca que: “A IA nos ajuda a entender melhor as pessoas, mas líderes e coaches são os que transformam dados em desenvolvimento.” — Jim Clifton, Chairman da Gallup
Em estudo recente, a Gallup mostrou que embora 93% dos CHROs das empresas Fortune 500 estejam investindo em IA, apenas 33% dos colaboradores estão cientes dessas iniciativas. Ou seja: a distância entre estratégia e experiência segue sendo um desafio humano.
O Coach Profissional: Um diferencial que nenhuma máquina reproduz
Enquanto ferramentas de IA como ChatGPT, dashboards analíticos e resumos automáticos tornam o conhecimento mais acessível, é o coach profissional quem faz a alquimia: transformar conteúdo em contexto, dados em significado, dilemas em provocações e ação em propósito.
“Coaching não é sobre dar respostas. É sobre ajudar pessoas a encontrar suas próprias respostas.” — Marshall Goldsmith
O coach profissional capta nuances, personaliza intervenções e cria presença — esse ingrediente intangível que, ao ser sentido, muda tudo.
IA como aliada: a expansão da jornada
Mas e se… olharmos para a IA não como ameaça, e sim como extensão, uma oportunidade?
Ferramentas de IA podem gerar perfis comportamentais, resumos automáticos, identificar padrões de linguagem e sugerir trilhas de aprendizado.
“A IA não substitui o coach. Ela amplia suas possibilidades.” — Erick Van Vulpen, fundador do AIHR – Academy to Innovate HR
A integração inteligente e ética da IA fortalece o processo, mas não substitui o olhar humano.
Desafios éticos: LGPD, confiança e presença
A utilização da IA no coaching levanta questões importantes sobre privacidade e proteção de dados. A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) nos lembra que não basta ser ético, é preciso ser transparente.
“A tecnologia é excelente em responder, mas o humano é insubstituível na arte de perguntar.” — Otto Scharmer
Quando a Tecnologia Apoia, mas o Coração Conduz
Relatos de clientes mostram que, mesmo com dashboards e resumos automáticos, o momento de virada vem da escuta, do silêncio, da presença verdadeira. A tecnologia apoia, mas o coração, a intuição e olhar atento, conduzem.
E o futuro? caminhos que desconhecemos (ainda bem)
“Não é sobre homem versus máquina. É sobre homem com máquina.” — Garry Kasparov
Ao invés de IA ou humanidade, o futuro é coaching com IA e com alma.
Conclusão: entre códigos e conexão, seguimos humanizando
O futuro do coaching está sendo escrito agora, e cabe a nós, coaches profissionais, liderar essa integração com sabedoria, responsabilidade e cuidado.
E eu, fico aqui me perguntando, o que será que está logo ali na próxima curva do caminho? Como poderei apoiar meus clientes nesta jornada?
Gostou do artigo?
Quer saber mais de que forma a inteligência artificial pode ser integrada ao coaching sem comprometer a essência da conexão humana? Compartilhe suas impressões conosco e continue essa conversa no próximo Café com Sassá! ☕
Com café, escuta e coragem para o novo,
Salete Deon
Especialista em Gestão de Carreira e Desenvolvimento de Lideranças, Segurança Psicológica de Times pelo IISP, Liderança Feminina pela StartSe/SBE, Coach Executiva (PCC), Palestrante, Top Voice Linkedin, Fundadora da Deon Consulting
https://www.linkedin.com/in/salete-deon/
salete@deonconsulting.com.br
Confira também: Carreira 50+: E se o melhor da jornada ainda estiver por vir?
Participe da Conversa