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Qual será o novo normal?

O que esperar do mundo pós-pandemia? Se você quer sair da crise mais fortalecido, a hora é agora de começar uma mudança de mentalidade ou mindset.

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O que esperar do mundo pós-pandemia? Se você quer sair da crise mais fortalecido, a hora é agora de começar uma mudança de mentalidade ou mindset.

Muito se especula, mas muito também são estudos sérios de profissionais das mais diversas áreas, seja de gestão, economia, linguística, biologia, neurociências, psicologia sobre o que podemos esperar do mundo pós-pandemia.

O que é praticamente unanime é que as relações interpessoais, sejam nos relacionamentos mais pessoais e íntimos, seja no trabalho, não serão como antes. As empresas vão repensar seus modelos de negócios e o perfil do profissional, seja ele o empresário, alto executivo ou colaborador. O mundo será daquele que aprendeu com a crise e com as dificuldades impostas pela quarentena e pelo Covid-19.

Uma das grandes reflexões e, por isso, vale muito à pena pesquisar, ler e ouvir os profissionais que estudam e pesquisam o comportamento humano e os futuristas. Para isso, é pertinente entendermos o que são e quais serão os soft e hard skills demandados do profissional de hoje e do futuro próximo.

Hard skills são as nossas competências que aprendemos e podemos, de alguma forma, quantificar. São proficiência numa língua, formação profissional, seja em curso técnico ou superior, conhecimento de um determinado software, habilidade para usar uma determinada tecnologia, etc.

Os soft skills são competências que também podemos aprender ao longo da vida, mas são mais subjetivos e mais difíceis de quantificar. Soft skills são nossas habilidades de comunicação, de persuasão, de negociação, de liderança, de solucionar problemas, de trabalhar em equipe; a motivação, a flexibilidade, a gestão do tempo, a ética profissional, a moral, etc.

Em tempos de Covid-19, o que fica cada vez mais evidente é que muitos dos HARD SKILLS, ou seja, as formações profissionais, perderão valor ou até desaparecerão.

O que podemos observar é que haverá inevitavelmente uma grande mudança de valores e de aceleração de alguns processos. E tecnologias que só seriam lançadas ou, se imaginaria, iriam conquistar o ápice em alguns anos, explodiram durante a pandemia. Tecnologias como o caso das plataformas de streaming e de conferências online ou ensino à distância.

Muitas empresas e pessoas físicas, profissionais autônomos e liberais, tiveram que aprender ou implantar a tecnologia à força. Com o isolamento, de um dia para o outro, colaboradores foram colocados em home office. Estudantes tiveram que ter aulas à distância dentro de suas casas desafiando os pais a se envolverem diretamente na formação de seus filhos. Além disso, vários profissionais liberais e autônomos passaram a usar as redes sociais e a Internet para venderem produtos, ensinar, atender clientes ou compartilhar conhecimentos.

Se por um lado, está obvia a necessidade de nos atualizarmos e acelerar o passo para acompanhar este “novo normal”, por outro, está sendo um enorme desafio para muitos lidarem com suas inseguranças, medos, frustrações, indisciplina e com a nova realidade que impõem convivências mais intensas, dentro de casa, obrigando-nos a todos a administrar melhor os relacionamentos e os espaços.

Nesse contexto, fica ainda mais necessário desenvolvermos os nossos soft skills e às empresas desenvolverem os de seus colabores. As palavras da vez, serão resiliência, empatia, cooperação, colaboração, gestão de tempo, criatividade, adaptabilidade, confiança, segurança, “accountability”, disciplina, perseverança, etc.

Para quem não quer apenas sobreviver a uma crise, mas que verdadeiramente decidir sair dela muito mais fortalecido, a hora é agora de já começar uma mudança fundamental de mentalidade ou mindset.

Neste universo, há alguns estudiosos de referência que nos ajudam a perceber nosso modelo mental e padrão de comportamento para que possamos ressignificá-los e nos tornarmos pessoas e profissionais bem mais preparados, saudáveis e fortalecidos.

Carol Dweck ficou mais conhecida fora do meio acadêmico quando lançou seu livro, Mindset, e se tornou best seller em vários países. Basicamente, ela traz o conceito de mentalidade fixa e mentalidade de crescimento apontando as cruciais diferenças entre uma e outra. E como o modelo mental ajuda ou atrapalha no aprendizado e, consequentemente, na evolução de uma pessoa.

Para Carol, as pessoas com mentalidade fixa são aquelas que acreditam que já nasceram predestinadas a serem o que são e não acreditam na possibilidade de novos aprendizados, têm uma enorme dificuldade de lidar com os erros e não os veem como parte do processo de crescimento. Em geral, são pessimistas, negativas e um tanto arrogantes, pois acreditam que já sabem tudo que precisam saber e não têm mais nada para aprenderem.

Já as pessoas com mentalidade de crescimento são sedentas por novos aprendizados e abertas a experenciar o novo e o desconhecido. Encaram os erros como parte fundamental e necessária para seu crescimento e estão em processo contínuo de melhoria. Não perdem a oportunidade de aprender seja com quem for, das pessoas mais simples às mais bem-sucedidas, e têm uma atitude muito positiva diante da vida e dos acontecimentos. São pessoas capazes de conectar os pontos baseadas nas experiências adquiridas e entender que tudo de bom ou de ruim em suas vidas faz parte do seu crescimento.

Um outro nome de expressão sobre mentalidade, é o Dr. Michael Kirton, diretor e fundador do Centro de Pesquisa Ocupacional e ganhador do prêmio do Concelho para Premiações Acadêmicas Nacionais (EUA) pela sua Teoria da Inovação Adaptativa.

O Dr. Michael Kirton defende que criamos algo quando somos pessoas Adaptáveis ou Inovadoras. As pessoas que são adaptáveis tentam criar algo que seja melhor do que o existente. Pessoas inovadoras tentam criar algo que seja diferente.

As pessoas que são criadoras adaptáveis olham para dentro da caixa e tentam resolver o problema a partir do que veem. Por exemplo, se você está com um problema de claridade no seu quarto, você vai procurar resolver colocando uma nova persiana ou até pintando as paredes com outra cor. As pessoas que são criadoras inovadoras, vão olhar fora da caixa. E, provavelmente, criar algo inovador como, talvez, uma janela com um tipo de vidro que muda de cor e de transparência ao longo do dia.

J.P. Gilford, psicólogo, que defendeu que há dois tipos de mentalidade: os que têm pensamentos divergentes e os que têm pensamento convergentes. Os que têm mentalidade divergente conseguem pensar em várias soluções para um problema e são capazes de listar todas elas. Os que tem mentalidade convergente são bem mais analíticos e olham para todos os detalhes do problema e são capazes de estreitar as opções. Eles são capazes de enxergar em meio a varias possibilidades a que melhor solucionará o problema

Um estudo feito com o jogo de achar o Assassino e vários trabalhos de pesquisa realizados entre equipes de alta performance mostram a importância da diversidade no processo de criatividade e busca de solução. Neste experimento, colocaram um grupo totalmente homogêneo com pessoas com mesmo background. No segundo grupo, colocaram o mesmo tipo de integrantes, mas com um com um background completamente fora dos padrões do grupo. No início, o estranho causou incômodo entre o grupo, mas foi exatamente este grupo que solucionou o problema da melhor forma e da forma mais rápida. O que houve foi que o estranho no grupo trouxe uma visão diferente do que os outros tinham e os fez pensar mais fortemente e fortalecer o trabalho em grupo.

Para nos tornarmos mais criativos devemos buscar duas coisas: termos uma coleção de conhecimentos e memórias. O ideal é que nos permitamos ter o maior número de experiências possíveis.

Jack Matson, professor de criatividade da Penn University, recomenda que nos vistamos para os fracassos. Isso quer dizer que devemos sempre pensar “e se…”. Ou seja, sempre pensar num plano B, caso o que você planeja der errado.

Outras teorias, sugerem, por exemplo, fazer o máximo de atividades em casa do tipo, montar um móvel ou uma bicicleta, criar uma horta ou inventar uma nova receita. Outras, sugerem a teoria do DIZER SIM. Diante de qualquer situação, dizer sim te coloca em situação de desafio e você acaba buscando as soluções para resolver o problema ou de experimentar o novo.

Congruentemente, o que todas essas teorias e estudos nos mostram é a importância de desenvolvermos nossos Soft Skills a partir de uma mudança de mentalidade, muito possível de ser aprendida para nos adaptarmos melhor ao novo mundo não só para sobrevivermos, mas principalmente para vivermos mais digna, saudável e intensamente os novos tempos.

A hora da virada é agora. Aproveite e abrace todas as oportunidades. Parafraseando uma cena do filme, Coração Valente, lembre-se:

“na vida todos nós morreremos, muitos de nós sobreviverão e, alguns poucos, os que fortalecerem suas mentes, viverão uma vida que vale à pena ser vivida.”

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

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Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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