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Por que todos devemos trabalhar em prol da igualdade de gênero?

Falar em igualdade de gênero vai além da discussão de direitos humanos ou de direito da mulher uma vez que o encolhimento da desigualdade impactará enormemente na economia mundial.

igualdade de gênero

Por que todos devemos trabalhar em prol da igualdade de gênero?

Falar em igualdade de gênero vai além da discussão de direitos humanos ou de direito da mulher uma vez que o encolhimento da desigualdade impactará enormemente na economia mundial. Um estudo conduzido pela Organização Mundial do Trabalho aponta que se houver uma redução de 25% da desigualdade no planeta o PIB global representará um aumento de 204 milhões na força de trabalho equivalente a U$5.8 trilhões do PIB global.

O Instituto de Pesquisas de Políticas para Mulheres nos EUA realizou uma pesquisa em 2016 e revela que apesar de já ocuparmos 50% da força de trabalho, a mulher ainda recebe, me média, 20% menos que um homem na mesma função. Esse percentual é ainda maior quando se trata de mulheres negras, hispânicas ou latinas, obesas, homossexuais ou com alguma deficiência ou doença pré-existente.

Essa pesquisa aponta que a igualdade de gênero caminha a passos lentos. Se continuar como está (nos EUA), a mulher só terá um salario igual ao do homem em 2059. Mas para as negras, só se dará em 2124, sendo ainda mais distante para as hispânicas ou latinas, chegando lá em 2248. O que os estudos apontam é que a situação é ainda pior em países em desenvolvimento como é o caso do Brasil

A grande questão que fica é, como nós, mulheres, e especialmente empreendedoras, podemos cooperar para que esta trajetória seja trilhada por caminhos mais curtos. Que consigamos dar passos mais largos em direção à igualdade de gênero, uma vez que as análises destes estudos provam que a taxa de pobreza, por exemplo, pode cair de 8% para 3.8% quando a mulher receber o mesmo salário dos homens.

Para combater essa desigualdade, ainda é preciso tratarmos com mais seriedade os comportamentos e atitudes que reforçam o machismo, a misoginia e, consequentemente, a violência e a desigualdade. Um dos principais pontos é entender que quando se trata de igualdade de gênero há que se falar sobretudo do papel do homem na vida doméstica e profissional. Países escandinavos, como a Finlândia, já estabeleceram igual licença maternidade e paternidade, somando 14 meses para os dois. Nas escolas, as crianças aprendem igualmente prendas domésticas como cozinhar, costurar, e a desempenharem atividades tradicionalmente masculinas como mecânica de carros ou marcenaria.

Obviamente, estamos longe de chegarmos neste nível de igualdade de gênero. Mas cabe a nós, mulheres, mães, empresárias, lutarmos e nos tornarmos protagonistas de reais mudanças de mentalidade e comportamento. O que efetivamente podemos fazer?

  • Se você é mãe, eduque seus filhos de ambos os sexos a realizarem todas as tarefas domésticas, desde arrumarem suas camas, tirar os lixos do banheiro, cozinhar, lavar louça, lavar e passar roupas, trocar lâmpadas, limpar a piscina, cortar a grama do jardim, cuidar dos animais, trocar o pneu do carro;
  • Compartilhe todas as tarefas domésticas com seu companheiro ou companheira. Confie no homem a responsabilidade de cuidar das crianças, alimentá-las, dar-lhes banho, ajudá-las nas tarefas escolares, participarem das reuniões de pais…Não caia na pegadinha de que só você dá conta ou pode fazer certas tarefas, sempre confie e compartilhe;
  • Não reforce qualquer comportamento machista e nem ache graça de piadas machistas, misóginas, que ridicularizem a mulher ou a ofenda, bem como homossexuais, negros, índios ou quaisquer minorias;
  • Na empresa, promova campanhas e treinamentos que tratem de temas como respeito contra qualquer ato de assédio, constrangimento e violência contra a mulher. Desenvolva atividades que ativem a empatia, a tolerância e o senso de justiça;
  • Deixe claro o código de ética da empresa e cumpra as sanções e punições em caso de descumprimento do código. Adote a política de tolerância zero ao machismo, racismo, homofobia ou xenofobia;
  • Denuncie qualquer ato de violência contra a mulher, proteja a mulher e não a abandone à própria sorte;
  • Crie uma ouvidoria ou espaço onde a mulher se sinta à vontade e segura para denunciar qualquer má conduta por parte de colegas ou líderes;
  • Seja nos espaços públicos ou na sua empresa, procure se dedicar a causas que deem melhores condições de trabalho para as mulheres como creches, horários livres para amamentação, licença paternidade mais prolongada e igual a da mulher, banheiros públicos para homens e mulheres com local para troca de fraudas, etc;
  • Invista na diversidade. Utilize currículos que não tenham fotos, endereços ou até idade que podem lhe induzir ao erro por preconceito. Sempre que possível, invista na formação continuada para que a mulher seja cada vez mais competitiva;
  • Pratique a política de igualdade salarial para homens e mulheres que ocupam a mesma função;
  • Sempre que possível, incentive as mulheres a entrarem na vida política e vote em mulheres. A média mundial de mulheres em cargos públicos e de liderança é de menos de 20%;
  • Quando uma mulher estiver falando, ouça-a com atenção sem lhe interromper ou sem fazer comentários agressivos.

O que é demonstrado por todos os estudos de igualdade de gênero é que ao aproximar mais e mais os ganhos das mulheres, principalmente, das divorciadas, viúvas ou mães solteiras que são chefes de família e o único ganha pão do lar, ganham todos: a sociedade que passa a ter aumento do PIB, as crianças porque o índice de pobreza diminui, homens e mulheres porque a convivência se torna muito mais saudável e produtiva.

Neste dia 08 de março, dia internacional da mulher, vamos nos envolver mais e nos tornarmos agentes de transformação na construção de uma sociedade mais justa, mais igual e mais fraterna. Mulher e empreendedora, você tem papel fundamental nesta história.

Feliz dia internacional da mulher!

Cristiane Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

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Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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