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Por que as mulheres se autossabotam?

Você sabia que os cérebros da mulher e do homem têm muito mais similaridades do que diferenças? Ora, se os cérebros de homens e mulheres são praticamente idênticos, o que os tornam tão diferentes?

Você sabia que os cérebros da mulher e do homem têm muito mais similaridades do que diferenças? Que em pessoas “normais” ambos possuem um cérebro inteiro, com hemisférios direito e esquerdo? O lado direito do cérebro é o lado analítico, racional, lógico, objetivo, da fala, da escrita, das habilidades matemáticas e numerais. O lado esquerdo, das emoções, da subjetividade, da criatividade, da intuição, da imaginação, da musicalidade, da estética. Fato é que o cérebro feminino costuma ser um pouco menor e mais leve que o do homem, mas o número de neurônios e conexões é praticamente o mesmo. Einstein possuía um cérebro do tamanho do cérebro feminino.

Obviamente, então, ambos têm a mesma capacidade de desenvolver atividades cognitivas e emoções e não é o gênero que vai determinar se o homem é mais ou menos racional que a mulher, por exemplo. Além da influência do DNA, o ambiente, as interações e os estímulos fazem com que as pessoas, independentemente de serem do sexo masculino ou feminino, de terem certas características ou inteligências. Portanto, é perfeitamente possível que nos deparemos com mulheres cientistas, físicas, doutoras em estatística, matemática, engenheiras e homens extremamente criativos, sensíveis, doutores em artes, designs, cientistas humanos e por aí vai.

Ora, se os cérebros de homens e mulheres são praticamente idênticos, o que os tornam tão diferentes. Claro que as nossas diferenças estão também ligadas às questões biológicas, mas um fator determinante no que diz respeito ao comportamento, crenças e modo de agir é o ambiental e cultural. Consequentemente, o sucesso profissional de muitas mulheres está muito mais ligado à forma como ela foi criada pelos pais, ao país onde foi educada, ao ambiente institucional e etc.

Países com cultura altamente machista como o Brasil têm os maiores índices de desigualdade no mundo. Enquanto, a Islândia está no primeiro lugar do ranque de países com menor índice de desigualdade, seguida da Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca, o Brasil ocupada o vergonhoso 85º lugar, atrás, inclusive, de países como Uruguai, Colômbia e México. Numa publicação da Folha de São Paulo de 26/09 de 2015, o fim da diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil só se dará em 2085, se continuarmos no ritmo da desigualdade que estamos hoje. Só em 2083, teremos o mesmo número de mulheres senadoras e em 2254, o mesmo número de deputadas na câmara federal. Já a igualdade em cargos de diretorias executivas só se dara em 2126 e o que é mais assustador nos dias de hoje é que quanto maior o nível de escolaridade das mulheres, maior a diferença salarial.

Numa palestra apresentada no Ted Talk, a COO do Facebook, Sheryl Sandberg, aponta que o número de mulheres em altos cargos é extremamente baixo porque as mulheres se autossabotam. O percentual de alto executivas nos EUA é de aproximadamente 15 a 16 por cento. Uma das questões que ela aborda é a de que as mulheres não negociam a sua força de trabalho e aceitam salários e condições piores que os homens. Um estudo aponta que 57% dos homens negociam seu primeiro salário logo que saem da universidade, enquanto que apenas 7% das mulheres o fazem. Além disso, a mulher subestima seu valor. Os homens, por outro lado, têm a autoestima muito mais elevada e realmente se acham muito bom. A mulher ainda gasta duas vezes mais tempo na educação dos filhos e três vezes mais nos afazeres e cuidados domésticos que o homem.

Um ponto crucial na ascensão da mulher no mercado de trabalho está ligado à autossabotagem. A mulher, por questões culturais, pelo simples fato de pensar na possibilidade de um dia ser mãe, não corre mais atrás de promoções, não aceita novos projetos ou desafios. Inconscientemente, ela começa a se afastar e a se boicotar.

Entender e ser verdadeira consigo mesma; saber exatamente qual o tamanho dos seus sonhos e seus objetivos; saber dialogar com seus parceiros e compartilhar as tarefas domésticas e projetos; reconhecer seu valor e não se subestimar, parecem ser os caminhos de transformação para que a mulher transforme as projeções e ocupe os espaços que lhe cabem como profissional independentemente das questões de gênero.

Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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