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Pacto Global da ONU – ODS 5: Igualdade de Gênero, um Direito Humano

Pacto Global, uma iniciativa da ONU para engajar empresas e organizações na adoção de dez princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. Conheça a ODS 5 sobre Igualdade de Gênero, um direito humano.

Pacto Global da ONU - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) #5 - Igualdade de Gênero é um direito Humano

Pacto Global da ONU – ODS 5
Igualdade de Gênero, um Direito Humano

O mundo corporativo vive o movimento de buscar a se adequar às ODS do Pacto Global da ONU. Neste artigo vou me restringir a ODS 5 – A igualdade de gênero.

Em março de 2021, o Fórum Econômico Mundial divulgou o ranking global de igualdade de gênero, mostrando que o Brasil ocupa o 93º lugar entre 156 nações. Uma perda de 22 posições em relação ao ano de 2014, quando estava em 71% lugar.

Os números caminham na direção contrária à igualdade de gênero. As mulheres recebem apenas 77,7% dos salários dos homens no mesmo cargo e apenas 34,7% dos cargos gerenciais são ocupados pelo sexo feminino.

As mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil, e a diferença salarial entre os gêneros segue neste patamar elevado mesmo quando comparado aos trabalhadores do mesmo perfil de escolaridade, idade e na mesma categoria de ocupação.

É o que mostra levantamento da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE. É como se a cada ano a mulher trabalhasse 74 dias de graça. O levantamento mostra que a diferença salarial entre gêneros permanece em patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de escolaridade, idade e da mesma categoria de ocupação.

A situação fica evidente principalmente pela inferioridade salarial: mesmo sendo a maioria no mercado de trabalho com curso superior, as mulheres recebem salários menores que homens que atuam com os mesmos cargos, além de ocorrências de assédio sexual, moral e pressão por parte de colegas de trabalho homens.

Por estarem mais sobrecarregadas, com a multiplicidade de tarefas domésticas e trabalho, as mulheres sofrem com a indisponibilidade de tempo para cuidar de si. As políticas e serviços de saúde não estão ainda adaptadas às necessidades de um gênero com “menos” tempo.

Diante desta terrível realidade, a ONU defende a igualdade de gênero por meio da ODS 5, que têm como objetivo:

garantir o fim da discriminação contra mulheres e meninas em todos os lugares até 2030; dar à mulher direitos iguais aos recursos econômicos, como terra e propriedade, são metas vitais para a realização desse objetivo assim como garantir o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva”.

Além de ser um direito humano básico, a igualdade entre os sexos foi considerada um dos pilares para a construção de uma sociedade livre, o que é crucial para acelerarmos o desenvolvimento sustentável. Empoderar mulheres e meninas tem um efeito multiplicador e colabora com o crescimento econômico e o progresso.

A Igualdade de Gênero exige que, em uma sociedade adequada, homens e mulheres desfrutem das mesmas oportunidades, rendimentos, direitos e obrigações em todas as áreas.

Muitas empresas estão “correndo contra o tempo” para alcançar a meta imposta pela ONU até 2030. Por incrível que pareça, a grande maioria não tem se quer uma mulher em cargos de liderança. Diferentemente de outras empresas que já despertaram para essa importância há alguns anos e que hoje possuem resultados diferenciados por estarem com mulheres na liderança.

Esses resultados vêm sendo notados, considerando uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho que mostrou que mais de 70% das empresas vivenciaram um aumento de 5% a 15% nos lucros ao investir na contratação de lideranças femininas. Isso porque apostar no desenvolvimento de carreira dessas mulheres significa investir também em suas competências de destaque.

Mulheres geralmente possuem aptidões natas que colaboram no desempenho organizacional. Por exemplo: resiliência, atenção aos detalhes, flexibilidade, trabalho em equipe, feedbacks assertivos, facilidade com relacionamento interpessoal. Tais exemplos de características fazem com que empresas estejam buscando mulheres e até mesmo investindo em treinamentos e em programas específicos de desenvolvimento de liderança para formar mulheres do time para que assumam cargos de decisão.

Evidentemente, não basta apenas investir em programas técnicos, tendo em vista o histórico que temos no Brasil de submissão e desigualdades. Faz-se necessário iniciar programas que desconstruam aquilo que limita a performance pessoal e profissional, ou seja, crenças limitadoras da atuação e posicionamento, para depois desenvolver um plano de atuação em cima das fortalezas comportamentais, emocionais e técnicas. Felizmente, as grandes empresas contemporâneas estão buscando essa solução.

No entanto, apesar de já se alcançar imenso progresso, ainda é necessário muito esforço para que essa igualdade de gênero não seja apenas mais um dado e se torne uma realidade perante as exigências do Pacto Global.

A realidade é que muitas empresas enfrentam uma cultura organizacional machista. Muitas delas querem veladamente elevar mulheres a cargos de liderança apenas para divulgar na mídia, o que felizmente está cada vez mais evidente. Destarte, para essas empresas será necessário trabalhar com as primeiras lideranças a fim de que não haja incoerência. E analisar a cultura organizacional, considerando até que ponto existe espaço para o crescimento decisório feminino. Se não houver, será necessário programa sucessório de liderança, pois não haverá espaço no mercado para empresas estagnadas em preconceitos.

Outrossim, proponho a buscar solução investindo primeiramente nas mulheres que estão dentro da organização, promovendo diversidade, incluindo políticas efetivas de equidade de gênero, desenvolvendo um plano de carreira feminino estratégico. Oferecer programas de mentoria e treinamentos comportamentais, criar espaços seguros e equiparação de salários. Garantir representatividade para que as mulheres possam ser ouvidas, estabelecer políticas objetivas de promoção para reduzir os vieses inconscientes. E criar políticas para que a licença-maternidade não seja mais vista como um problema.

Se a sua empresa ainda não tem uma quantidade de mulheres significativa, busque-as no mercado. Mas tenha em mente a importância da coerência entre o que se fala e o que se pratica.

Para que o Brasil alcance melhores índices será necessário um esforço em conjunto para alavancar esses resultados. Começando dentro de nossas casas, dialogando sobre igualdade de gênero, considerando questões culturais passíveis de desconstrução, iniciando com uma vontade genuína. Existe solução, basta observar os movimentos femininos e de diversidade de gênero ganhado espaços importantes no cenário brasileiro. Tudo se resume a respeito, integração e oportunidade.

E você, está pronto para esse novo desafio?

Gostou do artigo?

Quer sabe mais sobre a ODS 5 e o Pacto Global da ONU? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Luciana Soares Passadori
https://www.passadori.com.br

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Luciana Soares Passadori é mentora, coaching de desenvolvimento humano e facilitadora de autoliderança, liderança integral e liderança situacional. Possui vasta experiência no atendimento de grandes empresas para desenvolvimento de soluções em treinamentos comportamentais. Realizou a formação em Coaching Integrado – Coaching Executivo, Life Coaching pelo ICI Integrated Coaching Institute – Credenciado pelo ICF International Coach Federation, formação em DISC Profiler Solides e formação em Mentoria pela Enora Leader, formação em liderança feminina com Sally Helgesen. Criou e conduz, juntamente com Reinaldo Passadori, o curso Autoliderança Transformadora que tem um modelo de programa de autodesenvolvimento que potencializa as competências profissionais e pessoais. Advogada de formação, pós-graduada em Psicologia Transpessoal e especializada em Psicologia Forense. Iniciou sua jornada na carreira jurídica, onde atuou com Direito de Família por 12 anos. É Diretora estratégica do IVG, participa do comitê executivo do Programa Mentoria Colaborativa – Nós Por Elas do Instituto Vasselo Goldoni. E coautora do livro Mentores e suas histórias inspiradoras – Editora Leader.
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