fbpx

Os três gatilhos da linguagem do conflito

Você resolve ou cria conflitos? Você conhece os gatilhos que o levam a usar a linguagem do conflito?

Você resolve ou cria conflitos? Você conhece os gatilhos que o levam a usar a linguagem do conflito?

Os gatilhos podem se originar de três necessidades sociais que todo ser humano tem, e que são expressas diferentemente entre as pessoas, dependendo do grau de sua maturidade social, segundo Will Schutz.

Vamos juntos descobrir quais são essas três necessidades?

1ª necessidade social

Você já se sentiu mal em algum evento social ou no ambiente de trabalho porque você não foi convidado a participar de uma roda de conversa ou de um projeto relevante e cobiçado por você? Como você se sentiu? Sem importância? É esse sentimento que sentimos normalmente quando somos excluídos. Viu? A primeira necessidade social que temos é o pertencimento à inclusão. Sabe qual é o gatilho? Exclusão! O medo da exclusão ou a raiva de ter sido excluído são gatilhos emocionais que podem impactar diretamente no seu comportamento e você usar uma comunicação conflitante.

2ª necessidade social

Você tem medo de se expor e falar bobagem? E por isso, escolhe ficar calado na reunião? Você já se sentiu muito mal quando recebeu um feedback negativo do seu gestor? Sentiu raiva quando suas ideias foram rechaçadas? Sabe qual foi o sentimento? Humilhação! pois todos nós temos uma necessidade social de mostrar nosso poder, de estarmos no controle da situação, de nos sentirmos competentes. O medo de ser humilhado e a raiva por ter sido humilhado são gatilhos potenciais para levar você a usar uma comunicação defensiva e não resolver o conflito.

3ª necessidade social

Você já deixou de falar sobre suas coisas pessoais para alguém porque acreditou que não tinha nada de interessante sobre você? Você já sentiu que o que você falava não despertou o menor interesse do seu interlocutor? Você já tentou incluir alguém no seu rol de amizade e a pessoa demonstrou desinteresse em criar vínculos mais afetivos? Você já foi deixada de lado por alguém que você gosta muito? O que você sentiu? Provavelmente se sentiu rejeitado! Pois é, rejeição é o terceiro gatilho emocional que pode levar alguém a ficar com raiva e usar uma comunicação agressiva.

Veja, quando não estamos bem resolvidos em nossas necessidades sociais, podemos ser facilmente fisgados pelos nossos gatilhos emocionais e sermos grandes criadores de conflito.

Você conhece a linguagem do conflito?

Em todos esses anos de experiência, pude perceber alguns ruídos que colocam os dois lados na defensiva. Você quer conhecer?

Pois então vou compartilhar com você 10 posturas comunicacionais que compõem uma LINGUAGEM DO CONFLITO e atrapalham um relacionamento pessoal e profissional. São indicadores nos quais presto muita atenção quando me vejo em situações de conflito, pois em estado de stress nossa tendência é cair na armadilha da linguagem do conflito. Esse conhecimento tem me ajudado bastante na minha habilidade de autoconsciência emocional e espero que ajude você também.

1ª postura: Imposição de ideias

Exemplos: “As coisas devem ser feitas como eu penso, caso contrário, saem mal feitas. Se você não fizer como eu quero, não quero trabalhar com você.” “Eu fico irritado quando alguém discorda de mim, principalmente na frente de outros.”

2ª postura: Depreciação do interlocutor

Exemplos: “Não suporto incompetência alheia.” ”Fico extremamente irritado e denuncio imediatamente seu erro, mesmo que ele fique envergonhado. Só assim ele aprenderá.”

3ª postura: Inflexibilidade

Exemplos: “Quando entro numa briga, não saio mais. O outro, se quiser, que desista.” “Fico irritado quando sou contrariado, imediatamente reajo no contra-ataque.”

4ª postura: Rigidez mental

Exemplos: “Antes de falar com alguém, planejo tudo o que vou dizer, o que quero e o que eu preciso. Como tenho certeza da minha opinião, defendo minhas ideias com unhas e dentes.” “Não desisto, enquanto o outro não concordar comigo.”

5ª postura: Autorreferência

É a linguagem que demonstra falta de interesse pelo outro e que não percebe seus sentimentos. Tem dificuldade de ouvir o outro.

Exemplos: “Minha verdade é tão óbvia, não entendo porque não percebem. Penso que cada um resolve seus problemas.” “Logo que o outro começa a falar, já sei o que vão dizer. Por isso interrompo logo para não perder tempo, ou então, se discordo, contra argumento para acabar com a conversa rapidamente.”

6ª postura: Excesso de racionalidade e distanciamento

Exemplos: “Eu não gosto de pedir ajuda a ninguém, porque depois fico devendo favor eternamente.” “Dizem que sou fechado. Não abro a guarda, senão as pessoas aproveitam da minha boa vontade.” Prefiro manter a distância.”

7ª postura: Manipulação do interlocutor

Exemplos: “Normalmente eu fico de olho nas fraquezas do meu interlocutor, transformando-as em argumentos para convencê-lo a comprar minha ideia.” “Eu falo sempre o que o outro quer ouvir . Por isso uso as próprias palavras dele como argumento.”

8ª postura: Uso da crítica como feedback

Exemplos: “Quando vejo um defeito no outro, sou pontual no feedback. Aponto sua falha imediatamente pois assim o ajudarei a não cometer erros. “As pessoas que precisam de elogio são fracas. Penso que cumprir com sua responsabilidade é sua obrigação.”

9ª postura: Excesso de empatia

Exemplos: “Se é bom para você, tudo bem para mim.” “Eu prefiro concordar para evitar conflito”. “ Eu entendo seu problema, pode deixar que eu faço o relatório.” “Eu gosto de agradar as pessoas e por isso a colaboração é minha principal qualidade.”

10ª postura: Indefinição e inconsistência na argumentação

Exemplos: “Desculpe, prefiro observar.” “Eu penso assim, mas não tenho fatos que comprovam.” “Tem que ser assim porque a diretoria determinou.”

O que fazer para neutralizar a linguagem do conflito?

Entender qual é o gatilho que o leva a usar a linguagem do conflito é fundamental para efetivamente mudar sua comunicação. Onde está a origem do seu gatilho: exclusão, humilhação ou rejeição? É preciso prestar atenção e se perguntar:

  • Quando, com quem e como eu uso a linguagem do conflito?
  • Qual meu propósito quando reajo com a linguagem conflitante?
  • Qual pensamento vem à minha mente?
  • O que sinto quando esse pensamento vem à minha mente?
  • Quais os impactos que causaram a minha linguagem?
  • Quero mudar? O que devo fazer?

Se você se sente inseguro para lidar com pessoas, acredite, isso é totalmente normal. O que não é normal é você continuar sofrendo e perdido no meio de conflitos mal resolvidos e gastando suas energias emocionais e mentais para descobrir estratégias de sobrevivência.

Aqui vai uma dica da comunicação assertiva para dizer coisas que incomodam e acabam com seu conflito interno sem criar conflito com o outro.

Se alguém fez algo que incomodou você e o fez sentir-se invadido, treine sua comunicação para lidar com o conflito, estimulando a cooperação do outro para resolver um problema que está lhe afetando e foi causado pelo comportamento do outro.

Utilize o roteiro dos oito passos e avalie os resultados:

  • Comece com a palavra EU;
  • Expresse seu sentimento de desconforto;
  • Fale o comportamento do outro que causou o conflito;
  • Mostre os impactos da situação;
  • Seja empático e ouça a percepção do outro sobre o ocorrido;
  • Expresse a modificação que você deseja e mostre os benefícios da mudança;
  • Negocie a melhor alternativa;
  • Agradeça e se comprometa com a mudança.

Uma coisa é certa. Comece já a aliviar seu emocional! Pare de criar conflitos dentro de você, pare de se reprimir com medo de usar uma linguagem conflitante e piorar a situação. Aprenda a ser assertivo na sua comunicação.

Vera Martins Author
Vera Martins é autora dos livros: “Seja Assertivo!” e “O Emocional Inteligente”. Trabalhou por 21 anos como Executiva em Recursos Humanos e há 18 anos atua em consultoria de desenvolvimento humano. É educadora com especialização em desenvolvimento de pessoas. Possui mestrado em Comunicação e especialização em Medicina Comportamental.Atua como coach, palestrante, facilitadora de seminários e professora de universidades, tais como: Fundação Vanzolini e Escola de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em cursos de pós-graduação.Através de intensos estudos e publicação dos seus livros tornou-se precursora da competência Assertividade e especialista em comunicação e inteligência emocional. Por isso, vem atuando fortemente nos diversos níveis profissionais nas empresas, em competências que envolvam a comunicação relacional, tais como: Estratégias de Negociação, Gestão de Conflitos, Comunicação e Influência, Liderança Assertiva, Inteligência Emocional, Coaching, Gestão de Pessoas, Formação de times e competências correlatas. É fundadora da Assertiva Educação e Cultura.
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa