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Onde estão os empregos para os profissionais acima de 50 anos?

Não é nenhuma novidade que é mais difícil conseguir emprego depois dos 50 e manter-se empregado também! Como então conseguir sobreviver a períodos mais longos em atividade se não há empregos nem disponibilidade para contratar esses profissionais?

Encontrar emprego após os 50 anos pode ser algo desafiador. Afinal de contas, onde estão as oportunidades para os profissionais acima dos 50?

O Governo encaminhou no final do ano passado ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para reformar a Previdência Social, fixando uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos.,

O objetivo do governo ao propor a reforma da Previdência é tentar manter a sustentabilidade das contas públicas, diante do déficit crescente do sistema previdenciário brasileiro – que resulta de:

  • Regras atuais mais benéficas do que no resto do mundo;
  • Envelhecimento da população brasileira;
  • Queda na taxa de natalidade no país.

Com base nos estudos, o governo informa que a média de idade da aposentadoria no Brasil, de 58 anos em 2015, está entre menores do mundo.

A média de idade da aposentadoria nos países da OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo de nações desenvolvidas – é de 64,2 anos para os homens (ano base 2012).

Atualmente, 1 em cada 10 pessoas é idosa no Brasil e em 2060, será 1 idoso para cada 3 habitantes.

Ainda não é possível afirmar como será o processo, mas as novas regras valerão integralmente para os mais jovens e haverá regras de transição para garantir uma “transferência mais tranquila para a nova situação”, mas não sabemos exatamente como será.

Por outro lado, o maior tempo de contribuição incentivará as pessoas a permanecerem mais tempo trabalhando acirrando, ainda mais, o já comprometido mercado de trabalho e a concorrência.

Há contradições que precisam ser consideradas. Há tempos venho escrevendo sobre esse tema:

  1. Ninguém nos ensina a envelhecer;
  2. Ex-país de Jovens.

Não é novidade para ninguém que é mais difícil conseguir emprego depois dos 50 e não só conseguir, mas se manter empregado também!

Pessoas com mais experiência tendem a ter salários maiores, o que é natural. Porém, do ponto de vista das empresas, isso pode representar um empecilho à contratação.

Então como, quem tem mais idade vai conseguir sobreviver a períodos mais longos em atividade se não há empregos nem disponibilidade para contratar esses profissionais?

A cada ano entram no mercado de trabalho brasileiro cerca de dois milhões de trabalhadores. O quadro recessivo da economia continua apontando para demissões e não há perspectivas e nem planos de contingência visando a geração de empregos. E para piorar, a tecnologia permite que cada vez mais trabalhadores sejam substituídos por máquinas.

Essas são questões tão relevantes quanto o aumento da idade para contribuição e aposentadoria. Quais medidas serão adotadas visando a inclusão ou a manutenção dos profissionais seniores?

Quais medidas poderão ser adotadas para estimular a empregabilidade, não apenas daqueles com mais de 50 anos, mas de todos, inclusive os jovens que na faixa dos 18 aos 24 anos são os que encontram maior dificuldade para ingressaram no mercado?

Além de mudança cultural em relação à percepção dos mais velhos, considerados lentos, inaptos e até incapazes, haverá necessidade, talvez, de desenvolver campanhas de conscientização, programas de estímulos e incentivos fiscais, o que for preciso e viável.

Também os gestores deverão se preparar para lidar melhor e aproveitar os talentos maduros em funções adequadas, aproveitando melhor suas competências e incentivar o uso de tecnologias, uma das barreiras para contratação de seniores.

Já os mais jovens, costumo dizer isso em sala de aula, precisarão se preparar para ficar mais tempo no mercado. Buscar atualização e motivação. Não há solução fácil, mas se não fizer nada, não haverá nem emprego e nem aposentadoria. Muito pior!

Adriana Gomes é Mestre em Psicologia – UNIMARCO, pós-graduada em Psicologia Clínica, Psicóloga, (CRP 30.133), Coach certificada pela Lambent do Brasil e reconhecida pela ICC – International Coaching Community. Carreira de 25 anos nas áreas organizacional e clínica (Psicoterapia, Orientação de Carreira). Ex-vice-presidente do Grupo Catho, empresa onde atuou como Headhunter, Executive Search e Outplacement atendendo empresas nacionais e multinacionais de grande porte. Coordenadora Acadêmica da área de Pessoas dos Cursos de Pós Graduação da ESPM, Coordenadora do Centro de Carreiras da ESPM – Centro de Orientação de carreira para alunos dos cursos Master e MBA, Coordenadora do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, Professora no curso de pós-graduação da ESPM na Cadeira de Pessoas. Atuou como Professora do Instituto Pieron de Psicologia Aplicada no curso de Especialização em Orientação Profissional. Membro da ABOP – Associação Brasileira de Orientadores Profissionais. Autora dos Livros: Tô Perdido! Mudança e Gestão da Carreira editora Qualitymark – 2014 e Mudança de Carreira e Transformação da Identidade LCTE 2008. Atualmente colunista do Jornal folha de S.Paulo na seção Negócios e Carreiras, Colunista de Carreira da Rádio Bandeirantes – Coluna Carreira em Foco, foi colunista e colaboradora no portal EXAME.com, Blogueira dos sites HSM e Click Carreira, palestrante e Diretora do site www.vidaecarreira.com.br.
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