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O Sentido do Trabalho e as Neuroses Coletivas

Ao longo da vida em sociedade, o homem vem buscando o sentido para o trabalho, e essa busca cria vária neuroses, não só no indivíduo como na coletividade.

O Sentido do Trabalho e as Neuroses Coletivas

O Sentido do Trabalho e as Neuroses Coletivas

As questões do trabalho vêm desde que o homem começou a viver em sociedade, desde os primórdios da humanidade.

Ao longo desse tempo, o homem vem buscando o sentido para o trabalho, e essa busca cria assim várias neuroses, não somente no indivíduo como na coletividade.

Essas questões vêm sendo debatidas e buscadas desde a antiga Roma, com a questão dos servos (escravos), e que ao longo da história, até mesmo em tempos recentes em nosso país, chamado Brasil, vêm de fato ocorrendo, e posso dizer até hoje.

Na visão da logoterapia, mostra de fato isso. O Dr Viktor Frankl,  descrito no Livro Prisioneiros de nossos pensamentos de Alex Pattakos, Ph.D., ed. Rocco, 2010. p.163, seu aluno.

“A busca do homem por sentido é a motivação primordial na vida, e não uma “racionalização secundária” de impulsos e desejos” (Pattakos 2010).

Toda essa busca traz ao ser humano, muitas vezes, um vazio existencial, e como resultado várias neuroses, que chamamos de coletiva ou de massa. Essas neuroses são manifestações que existem sim dentro do homem numa busca incessante pelo sentido do trabalho em suas vidas, causando por exemplo: depressão, dependência química, agressão, ansiedades, dependências tecnológicas, como tantas outras.

Vamos então discorrer ao longo desse artigo algumas causas dessas questões como o sentido e as neuroses que o trabalho reflete ao longo de séculos na vida da humanidade.

Introdução

Em primeiro lugar precisamos entender a etimologia da palavra trabalho:

A grande maioria dos pesquisadores parece ter batido o martelo em relação à origem da palavra trabalho: ela viria de tripalium (ou trepliquem), que era, a princípio, um instrumento utilizado na lavoura. Em fins do século VI, este passou a ser também o nome de um instrumento romano de tortura. (Google).

Essa palavra tem origem latina, e os romanos os chamavam de três paus que era uma ferramenta utilizada para enforcar escravos.

Então podemos dizer que etimologicamente a palavra trabalho significa escravo.

O Sentido do Trabalho e as Neuroses Coletivas

Vamos entender essa história direitinho, fazendo uma viagem pela história.

O Sentido do trabalho e as suas neuroses

Se prestarmos atenção na história vamos perceber o quanto o homem busca até hoje um sentido para o trabalho. Basta fazer uma pesquisa pelas gerações que nos antecederam. Elas buscavam sempre um sentido para dar ao trabalho. A motivação necessária para que o trabalho fosse reconhecido como uma coisa que tinham a liberdade de escolher.

Foi dado então ao homem uma crença que ele precisava ter uma profissão:

“A profissão em si, não é ainda suficiente para tornar o homem insubstituível; o que a profissão faz é simplesmente dar-lhe a oportunidade para vir a sê-lo”. (Pattakos)

Até hoje, o homem busca o sentido para o trabalho, trazendo em paralelo várias neuroses, como por exemplo a neurose do desemprego.

Essa neurose o Dr. Frankl coloca o seguinte:

“A neurose do desemprego é sentir-se inútil por estar desocupado. Por não ter nenhum trabalho, pensa que não tem nenhum sentido a sua vida.”

As neuroses chamadas coletivas ou de massa que descrevemos anteriormente resultam em algumas atitudes que levam o ser humano a um vazio existencial por conta do trabalho, a saber:

1. Atitude existencial provisória ou “viver do provisório”:

  • Necessidades momentâneas satisfeitas;
  • Ausência de planejamento;
  • Enquanto é tempo vou gozar a minha vida, fazendo o mínimo de esforço possível.

2. Atitude fatalista ou “mentalidade fatalista”:

  • Nega-se a si próprio toda a possibilidade de decidir.

3. Atitude coletivista ou “mentalidade coletiva”

  • Escravos da generalização;
  • Vida mimética.

4. Atitude fanática ou “fanatismo”

  • Não deixar lugar para que se pense de forma diferente;
  • “Homem unidimensional” => Reducionismo

Traços comuns dessas atitudes e mentalidades:

  • Niilismo => negação do sentido da vida.
  • Negação do ser responsável.

A psicologia e a medicina, ao longo do tempo, vêm trabalhando para identificar doenças relativas ao vazio existencial que o trabalho resulta, comumente chamada de Síndrome de Bournout.

Bournout significa um estado de fadiga ou frustração que se produz pela dedicação a uma causa, estilo de vida ou relação que não produz o resultado desejado.

As três causas dessa Síndrome:

  1. Esgotamento emocional;
  2. Despersonalização, e
  3. Sentimento de baixa realização pessoal.

Como podemos perceber isso? Vejamos o quadro abaixo:

Sentido ExistencialAparência de sentido pré-Bournout
As atividades e as experiências são vividas com valores.Sentimento de estar obrigado à ação, desvalorização da experiência dos valores.
1) O trabalho é criatividade.1) O trabalho é só esgotamento.
2) Dedicação.2) Sacrifício não escolhido.
3) Desenhado pelo indivíduo.3) Desenhado pelos outros.
4) Agradável.4) Desagradável.
5) Parte da pessoa.5) Parte dos fatos.
6) Livre e…6) Forçado e…
7) Responsável.7) Obrigado.

Dicas para buscar sentido ao trabalho

Viktor Frankl, descrito por Pattakos, descreve sete princípios que devemos prestar atenção em nossos pensamentos, e assim buscar sentido na vida e ser responsável pelas nossas ações:

  1. Exercite a liberdade de escolher como agir;
  2. Preencha seu desejo por sentido => Vontade de sentido=>Valores;
  3. Descubra sentido nos momentos da vida => medos=>enfrentar os medos;
  4. Não trabalhe contra si mesmo:
    • Autossabotação: “Não importa o trabalho que faz, mas a maneira como se faz” (Frankl);
    • Sucesso => hiperorientação / hiperreflexão;
    • Processo e resultados;
    • Intenção paradoxal: fobias, ansiedades, comportamentos obsessivos-compulsórios.
  5. Distancie-se de si mesmo;
  6. Mude o foco de sua atenção => Derreflexão se contrapõe a inclinações compulsivas de introspeção;
  7. Vá além de seus próprios limites.

Conclusão

Ainda hoje vemos e ouvimos muitas estatísticas que fala de desemprego. Elas trazem normalmente à sociedade em geral essas neuroses e doenças. Por estarmos tão acostumados com empregos, estar empregados, então criou no ser humano a tal zona de “conforto”, que eu chamo de zona de conformismo.

Na verdade, o emprego deixou de existir desde 1982 com as ondas da reengenharia e a otimização das funções, exigindo cada vez mais, talento, competência e habilidades.

Você está preparado profissional e psicologicamente para este novo século?

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o sentido do trabalho e as neuroses coletivas? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Iússef Zaiden Filho
http://www.izfcoaching.com.br/

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⚙️ IZF Coaching
Iússef Zaiden Filho, Palestrante, Advogado, Professor, Filósofo, Sênior Coach, e Consultor Master of Science in Emergent Technologies in Education, pela Must University, Flórida, USA, Direito pela Universidade São Francisco, Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano, MBA em Gestão de Processos Industriais-UNICAMP especializado em Desenvolvimento Gerencial, Negociação e Logística pela FGV-SP, Liderança pela FranklinCovey USA, Sênior Coach e Carreira, certificado internacional pelo ICI (Integrated Coaching Institute), Coaching de Excelência e Negócio, pela Academia Emocional, em Franquias pela Franchising University, Empreendedorismo pelo Empretec/SEBRAE, Agente do terceiro Setor, Escola Aberta do Terceiro Setor. Sênior Coach, advogado, filósofo, sócio proprietário da IZF Coaching e Desenvolvimento Humano, como consultor parceiro da Giovanoni Internacional Consultoria, Parceiro de Negócios com a YouUp e INV de Portugal com João Catalão e Ana Penin, Professor dos cursos de MBA, Franklin Covey School Brasil, Sustentare Escola de Negócios Joinville e Trecsson/FGV Escola de Negócios do Paraná, Colunista da Revista Coach Me, coautor do livro Empreendedorismo para Jovens, Editora Altas, Diálogos de Gestão, JML Editora, Fator E, Duna Wrietrs e participações nos livros Ferramentas de Coaching, edição Portuguesa e Atitude UAU me, edição Brasileira, todos dos autores João Alberto Catalão e Ana Penin. Foi consultor da FranklinCovey Brasil e Triad PS, por mais de 10 anos, e presidente do IMTEF Instituto Meus Tostões de Educação Financeira) OSCIP, e da ONG Embaixadores da Prevenção Trabalhou, durante 25 anos em duas grandes corporações, como a Johnson & Johnson e Unilever.
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