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O processo mental do julgamento como gatilho emocional da raiva

O ato de julgar pode ser um gatilho emocional que aciona a raiva em quem está sendo alvo do julgamento e em quem julga.

gatilho emocional da raiva

O processo mental do julgamento como gatilho emocional da raiva

Outro dia perguntei para minha coachee: O que mais te incomoda na comunicação?

Então de bate-pronto ela respondeu:

“Sentir que estou sendo avaliada e julgada pelo outro. Eu perco meu controle emocional e imediatamente assumo a minha própria defesa contra o outro.”

Ela completou:

“Acho um insulto alguém se achar no direito de me julgar como “certa ou errada” segundo seus referenciais. Eu tenho meus motivos e razões para ser como sou.”

O que você mais gosta: Julgar ou ser julgado?

Veja que o ato de julgar pode ser um gatilho emocional que aciona a raiva em quem está sendo alvo do julgamento e em quem julga.

Processo mental do julgamento e a raiva

Um dos fatores que mais estimula a raiva é o processo mental de julgamento. É aquele hábito que muitos de nós temos ao julgarmos as pessoas, baseados em nossos próprios valores de “certo e errado”. E segundo nossos credos, determinamos como o outro deve ser e agir. Quando isso não acontece, tornamo-nos intolerantes e raivosos, pois temos certeza de que o outro não se adequa aos padrões que acreditamos serem os melhores, e portanto, o outro está errado e contraria os nossos princípios.

Se esses comportamentos são diferentes de nossos padrões, certamente vamos concluir que estão errados e, portanto, contrariam nossas expectativas, o que é suficiente para nos causar irritação. Quando nosso processo mental se enrijece, nós nos distanciamos da realidade e não mais conseguimos perceber a diversidade das pessoas. Cada pessoa tem seu modelo mental próprio, com suas verdades.

Percebemos essa distorção quando alguém diz: “Você me decepcionou!!!” “Por que você se comporta desse jeito?” e o outro responde perguntando: “O que estou fazendo de errado? Como devo me comportar?”

Por outro lado, quando nos sentimos julgados, o desconforto da dor emocional é inevitável pois a sensação de inadequação é o nosso sentimento principal. Está aí uma questão comum nos relacionamentos sociais e profissionais: visões diferentes de uma mesma situação podem causar medo e raiva entre duas pessoas.

Expectativas x raiva

Por essa razão, expectativas não compartilhadas se distorcem, causando conflitos entre as pessoas.

A alta expectativa pode resultar em desapontamento e raiva, tanto em relação a si quanto em relação ao outro. Quando as pessoas não fazem as coisas que esperamos e do modo como esperamos, podemos ficar nervosos, e ambas as partes podem ser feridas.

Altas expectativas acerca de nós mesmos podem despertar a raiva, ao não atingirmos os resultados esperados. Perdemos a confiança e a autoestima quando falhamos em atingir/encontrar nossos próprios padrões.

As baixas expectativas também podem nos deixar nervosos, porque as chances de não acreditarmos em nós e desistirmos serão maiores.

Devemos, então, avaliar a viabilidade da expectativa. Como? Compartilhando, ou seja, deixando o outro saber o que você espera dele e procurando saber o que ele espera de você. Tendo conhecimento das respectivas expectativas, será possível fazer sua adequação à realidade, realinhando o que se pode esperar um do outro.

Esse exercício de troca e realinhamento de expectativas pode ser feito em todas as áreas de nossas vidas: na família, com amigos, chefes, clientes e colegas de trabalho.

Quando criamos uma expectativa, sentimos energia motivadora para concretizá-la e vontade de corresponder positivamente à situação. Na verdade, a expectativa cria uma visão de futuro positiva, de algo bom que acontecerá se eu der a contrapartida.

Aguardar a recompensa de uma expectativa atingida é muito agradável pois estimula emoções positivas e pensamentos estimulantes. Quando ela é atingida o circuito da recompensa no cérebro é ativada pela dopamina e pela serotonina, os hormônios da recompensa e do prazer. Quando nossas expectativas não são correspondidas, a ausência da dopamina e serotonina estimula negativamente nossa área emocional no cérebro com a maior quantidade de hormônios do estresse no sistema nervoso.

É por isso que a sensação de desprazer se apodera do nosso emocional gerando raiva e depois tristeza por causa da expectativa frustrada.

Algumas dicas

Seguem algumas dicas que quero deixar para você desenvolver sua inteligência emocional:

  • Pare de julgar o outro!
  • Respeite o jeito de ser do outro e suas escolhas pessoais;
  • Alinhe e realinhe suas expectativas, e tenha claro o que é, de fato, justo esperar do outro;
  • Atente para o perfil do outro e avalie o que ele pode dar em troca, e nunca espere o que o outro não tem para lhe dar;
  • Lembre-se! Sempre existem vários ângulos para se olhar um mesmo problema;
  • E se o outro não quiser fazer o que você deseja, entenda que ele tem o direito de dizer não e tomar decisões por seu próprio juízo, assim como você também tem.

Aceite as diferenças humanas e você construirá relacionamentos mais sadios e duradouros.

Quer saber mais sobre o gatilho emocional da raiva? Então entre em contato comigo.

Vera Martins
https://vera-martins.com/

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Vera Martins Author
Vera Martins é autora dos livros: “Seja Assertivo!” e “O Emocional Inteligente”. Trabalhou por 21 anos como Executiva em Recursos Humanos e há 18 anos atua em consultoria de desenvolvimento humano. É educadora com especialização em desenvolvimento de pessoas. Possui mestrado em Comunicação e especialização em Medicina Comportamental.Atua como coach, palestrante, facilitadora de seminários e professora de universidades, tais como: Fundação Vanzolini e Escola de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em cursos de pós-graduação.Através de intensos estudos e publicação dos seus livros tornou-se precursora da competência Assertividade e especialista em comunicação e inteligência emocional. Por isso, vem atuando fortemente nos diversos níveis profissionais nas empresas, em competências que envolvam a comunicação relacional, tais como: Estratégias de Negociação, Gestão de Conflitos, Comunicação e Influência, Liderança Assertiva, Inteligência Emocional, Coaching, Gestão de Pessoas, Formação de times e competências correlatas. É fundadora da Assertiva Educação e Cultura.
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