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O Poder Oculto e a Força do Grupo

As dificuldades de se relacionar e trabalhar em grupo, para formar equipes vencedoras para superar desafios e atingir metas corporativas pode ser a causa raiz da Síndrome de Burnout.

O Poder Oculto e a Força do Trabalho em Grupo

O Poder Oculto e a Força do Trabalho em Grupo

“A competição é a lei da selva, a cooperação é a lei da civilização” (Piort Kropotkin, 1842-1921, sociólogo russo)

O Brasil ocupa o 2º lugar no “ranking” mundial de trabalhadores diagnosticados com síndrome de “burnout”.

Os profissionais de saúde são de longe os mais afetados; isso por conta da pandemia iniciada há cerca de dois anos. Mas, esse fenômeno não se limita aos profissionais da saúde: crises de ansiedade e esgotamento são cada vez mais uma constante nas nossas organizações. E por que isso está aumentando de forma exponencial?

Certamente a chamada “solidão no trabalho” e as dificuldades que as pessoas têm de se relacionar e trabalhar em grupo, para formar equipes vencedoras visando superar desafios e, assim, atingir, as chamadas metas corporativas é a causa raiz da questão.

Em um dos artigos anteriores, escrevi sobre os exemplos observados no mundo animal que deveriam inspirar os humanos a entender os benefícios do trabalho em grupo para desenvolver e praticar essa importante habilidade.

Agora, a segunda questão: por que apesar de reconhecer os benefícios, as pessoas, em geral, são refratárias à ideia de trabalhar em grupo?

A primeira resposta podemos encontrar na frase de William Wordsworth: “o menino é o pai do homem” e, esse comportamento egocêntrico da infância, muitas vezes se reproduz e se manifesta na fase adulta; mas isso por si só não explica por que as crises de burnout vem crescendo de forma exponencial.

Nas organizações modernas, a crescente pressão por melhores resultados e metas agressivas e muitas vezes irrealistas faz com que os colaboradores, mesmo que cercados por colegas de trabalho, se sintam sozinhos e agem como “o hamster na roda” que não para de correr sem saber para onde ir; o trabalho remoto, de certa forma agravou e acelerou esse sentimento de “solidão” no trabalho que, também, acaba se refletindo nos relacionamentos pessoais.

Outro fator de extrema relevância para o isolamento e dificuldade de interagir com grupos na organização está relacionado ao crescente desenvolvimento da tecnologia que faz com que as pessoas tenham acesso a uma quantidade cada vez maior de informações de todo tipo através de meios digitais em detrimento do tempo dispendido com interações com outras pessoas.

Nesse cenário, por que devem as lideranças incentivar e fomentar as interações e o trabalho em grupo? E quais os benefícios?

Estudos comprovam que objetivos buscados através de esforços individuais que resultaram em fracasso foram extremamente bem-sucedidos quando o esforço individual foi substituído pelo trabalho em grupo – opiniões e perspectivas distintas para abordar a mesma questão invariavelmente resultam em ações e soluções simples e eficazes. Também, as diferenças individuais e competências distintas quando somadas permitem elaborar uma visão do todo e encontrar caminhos até então desconhecidos.

E o que e como fazer para que o trabalho em equipe não seja só um desejo, mas sim uma realidade?

A diretora da Deloitte Jen Fisher e Anh Philips autoras do livro “Work Better Togheter” oferecem algumas “dicas” e orientam líderes para promover o trabalho em grupo; algumas dessas recomendações, a saber:

  1. Conexões autenticas e relações significativas no trabalho nutrem o bem-estar psicológico: os relacionamentos no local de trabalho são essenciais para a valorização do indivíduo;
  2. Favoreça os laços sociais para minimizar os efeitos negativos da dependência tecnológica: o “workismo” um estilo de vida obsessivo que obriga a pessoa a estar sempre conectada e trabalhando não é sustentável a longo prazo; as habilidades pessoais devem sr valorizadas e priorizadas;
  3. Compreenda o estilo de trabalho de todos na sua equipe – a começar pelo seu – para aprimorar a colaboração: para criar uma rotina profissional e utilizar os talentos e habilidades individuais da melhor maneira possível;
  4. Enfatize o bem-estar e os relacionamentos saudáveis para criar uma dinâmica de equipe forte: quando as pessoas se sentem confortáveis, conectadas e valorizadas no trabalho então os negócios prosperam – evite colocar a produtividade e o desempenho no topo da camada de valores;
  5. Segurança Psicológica, Empatia e Confiança são os alicerces de uma equipe saudável: segurança psicológica capacita os membros da equipe a resolver conflitos e compartilhar ideias; a empatia contribui para identificar e se relacionar com sentimentos, motivações e comportamentos dos outros; já a confiança é baseada na empatia, na autenticidade e na seriedade.

O ambiente de negócios atual é caracterizado por constantes mudanças, avanços tecnológicos e a inovação são, de fato, uma necessidade.

Mais e mais é preciso aprender, desaprender e reaprender…para lidar com as incertezas e, cada vez mais as organizações devem atrair, desenvolver e reter talentos. E, para que isso aconteça, equipes engajadas são essenciais para evitar a estagnação e garantir que as transformações aconteçam de forma natural

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a força do trabalho em grupo e a sua importância para superar desafios e atingir metas? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Walter Serer
https://www.linkedin.com/in/walter-serer-86717b20/

Confira também: Ensinamentos do Mundo Animal e a Inteligência Emocional e Social

 

Walter Serer Author
Walter Serer possui extensa e sólida experiência executiva como CFO e CEO de empresas multinacionais de grande porte. Robusta formação em Finanças Corporativas adquirida na General Electric (graduado pelo Financial Management Program) onde atuou por 14 anos ocupando relevantes posições na área de Finanças e Administração. Atuou como CFO nas empresas TI Group, Valeo, Coldex Frigor e Black&Decker. Nos últimos 18 anos exerceu posição de CEO na Ingersoll Rand Brasil (2011-2014), Syncreon South America (2003-2010) e TI Group Latin America (1997-2003). Pós-graduado em Finanças pela FGV e graduado em Administração de Empresas pela (ESAN – PUC/SP).
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