
O Olhar Assertivo nas Decisões: O Novo Pilar da Transformação Organizacional
Vivemos um tempo em que as empresas estão sendo convidadas a olhar para si mesmas com mais profundidade.
Não basta mais falar sobre transformação, inovação ou cultura — é preciso revisar a maneira como as decisões são tomadas, como o modelo de gestão é executado e, principalmente, como o dia a dia é vivido dentro das organizações.
Esse olhar assertivo sobre o “como fazemos” é o que está diferenciando empresas que estão apenas mudando de formato daquelas que estão se transformando de verdade.
Da gestão à consciência: o papel da competência da mudança
Dentro deste cenário absolutamente dinâmico, trabalhar a competência da mudança significa ir além de processos e ferramentas — é desenvolver uma capacidade humana e organizacional de perceber padrões de ação e comportamentos, questionar automatismos e agir com propósito. São as pessoas que atuam no dia a dia das empresas que sabem o que exatamente precisaria ser feito para melhorar o entorno.
É sobre provocar cultura viva, liderança consciente e governança com clareza de que somente com método, tempo e bastante diálogo, passo a passo colocamos a “casa em ordem”.
Em muitas organizações, temos acompanhado o esforço de consolidar culturas novas em meio a contextos de expansão, reestruturações, aquisições ou transições de liderança. Não é fácil, mas é lindo de ver como cada pequeno movimento contribui para unir times mais integrados e menos fragmentados, mais espaço e menos agendas sobrecarregadas, mais decisões com o impulso da liberdade e menos decisões que acontecem em silos.
A falta de uma simples linha mestra compartilhada, faz com que cada área avance em seu próprio ritmo, muitas vezes sem conexão sistêmica com o todo. Absolutamente normal em um cenário complexo que vivemos atualmente, mas requer intervenção, alguém que cuide deste todo com método, cronograma, entregas, medições e muito patrocínio.
Isso é praticar a competência da mudança no dia a dia. E a pergunta que sempre recebo: quem faz isso?
A responsa é simples, um time multidisciplinar inicia, organiza e sustenta este movimento, mas ele precisa encontrar um lugar correto na estrutura organizacional de cada empresa, porque atuar com mudança hoje passa a ser responsabilidade de todos que atuam no contexto organizacional.
Trabalhar a competência da mudança tem tudo a ver com organização, cultura, liderança e estratégia. E quando estas palavras caminham de forma integrada, criamos pontes entre esses mundos, aproximamos a estratégia da operação e ajudamos a liderança a enxergar os impactos de cada decisão — não apenas nos resultados, mas nas pessoas, nos valores e na cultura.
Padrões que pedem cuidado
Em diversas reuniões realizadas com profissionais de diferentes níveis hierárquicos e em várias empresas que atuo, têm aparecido padrões que revelam como a forma de operar interfere na cultura:
- Decisões centralizadas e processos engessados, que geram lentidão e desestímulo ao protagonismo;
- Ritmos acelerados de entrega, que esbarram na falta de tempo para reflexão, diálogo e priorização;
- Excesso de programas e iniciativas desconectadas, que acabam competindo entre si e confundindo o sentido do que se quer fortalecer como cultura;
- Contradições entre discurso e prática, como o desejo de cuidar das pessoas enquanto se reforça apenas performance e meta;
- Governança difusa, onde poucos compreendem de fato “como se decide” — o que enfraquece a corresponsabilidade.
Esses exemplos, embora distintos, refletem um ponto em comum: a necessidade de alinhar cultura, liderança e governança sob um mesmo olhar. Sem isso, a transformação se fragmenta e perde potência.
Do automatismo à intencionalidade
Quando conseguimos enxergar esses padrões, abrimos espaço para agir com mais intencionalidade e assertividade.
Isso passa por revisitar perguntas fundamentais:
- Que tipo de decisão estamos tomando e a serviço de quê?
- De que forma nossos processos sustentam (ou bloqueiam) a inovação?
- Como nossas metas refletem os valores que queremos viver?
É a partir dessas perguntas que líderes e equipes começam a reconhecer onde estão operando no automático e onde podem agir de forma mais consciente e orgânica em cada contexto.
Governança viva: o elo entre decisão e cultura
Nada disso é possível sem uma governança clara, participativa e consciente.
Governança não é controle — é clareza de papéis, responsabilidades e fluxos de decisão que sustentam tanto a estratégia quanto a cultura.
Quando todos compreendem o “como atuamos aqui”, as ações tornam-se mais assertivas, coerentes e alinhadas ao propósito coletivo.
E quando essa governança é viva — dialogada, revisitada e praticada — ela se torna o elo de integração entre cultura, liderança e resultados.
O resultado: cultura viva e sustentável
Empresas que se permitem olhar para dentro e questionar seu “modos operandi” colhem resultados mais sustentáveis. Isso porque constroem um ambiente em que a cultura é praticada, a inovação é possível e as pessoas se sentem parte do processo.
Transformar não é apenas mudar: é fazer sentido, é atuar com consciência, é governar com humanidade.
E esse é o verdadeiro convite do nosso tempo: alinhar a competência da mudança à essência da cultura e à prática da liderança, para que as organizações possam se reinventar sem se perder de si mesmas.
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como aplicar um olhar assertivo nas decisões para impulsionar a transformação organizacional da sua empresa? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Kátia Soares
Fundadora da Agentes da Mudança, escritora, palestrante, educadora, mentoring, executive coaching, especializada em cultura e mudança organizacional, Advisory e Conselheira Consultiva empresarial
https://www.agentesdamudanca.com.br
Confira também: A Preparação Emocional como Base para a Inovação
Participe da Conversa