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O EU estudante, ou melhor: Como preparar seu filho para o vestibular!

Para que o jovem tenha sucesso em seu projeto de vestibular toda a família precisa estar envolvida no projeto, acompanhando e apoiando o jovem de maneira a protegê-lo de várias armadilhas, inclusive as criadas por ele mesmo.

Olá!

O artigo de hoje é para pais e filhos que estão às portas do vestibular e para aquelas famílias que estão com seus filhos na motivante tarefa de revisar três anos de ensino médio em oito meses de cursinho pré-vestibular.

Apesar da vida de empresário ser muito corrida, mantenho uma agenda reservada para atender algumas pessoas em trabalho de Coaching, tanto nas oficinas que ministramos, como em alguns casos, atendimentos individuais com jovens e famílias onde invariavelmente recebo a seguinte reclamação: “Paguei as melhores escolas e este menino não tem jeito” ou ainda “Desisto. Ele simplesmente não quer ser nada na vida” para completar, dos jovens, com alguma variações, o texto é “não sei que curso prestar”.

A sensação quando recebo estas famílias é um misto de tristeza e alívio. Tristeza, pois vejo o estado lastimável que a educação do nosso país se encontra, independentemente do nível econômico e do custo das escolas. Aliviado, pois o problema é de simples solução bastando atacar componentes básicos de crenças.

Vamos começar pela queixa dos pais.

Percebo uma grande confusão na cabeça dos pais neste momento de transição entre o ensino médio e a preparação para o vestibular. A forma passiva de estudos baseada em um regime conteudista não prepara o jovem para a maratona de uma prova de vestibular. Diante percebo que muitos pais tratam o cursinho pré-vestibular de maneira semelhante à escola, ou seja, com um mínimo de intervenção por parte da família. Para que o jovem tenha sucesso em seu projeto de vestibular toda a família precisa estar envolvida no projeto, acompanhando e apoiando o jovem de maneira a protegê-lo de várias armadilhas, inclusive as criadas por ele mesmo. Para ajudar, montei esta lista de coisas que recomendo e sou testemunha do resultado efetivo:

Criar uma rotina de vida baseada no estudo – A carga horária deve ficar em torno de catorze horas diárias, divididas entre o tempo no cursinho, os deveres de casa, redação e realização de simulados.

Agregar conteúdos e responsabilidades – Nunca fique restrito às tarefas do cursinho. Elas são somente a base do que se precisa. Selecione provas antigas das universidades que são seu alvo e faça pelo menos três redações extras por semana. Para isto, os pais devem ter uma agenda diária com seus filhos demonstrando que o projeto é importante. Reserve pelo menos uma hora para que seu filho lhe conte como está indo o progresso.

Monte um ambiente atualizado – Reserve tempo para ler as revistas semanais, assistir aos telejornais e debater com os jovens os fatos que estão ocorrendo no Brasil e no mundo.

Cuide da saúde – Refeições balanceadas, com horários definidos e principalmente, em família e longe da televisão. Este período é caracterizado pelo isolamento do jovem em sua rotina de estudos. Sentir-se parte da família é fundamental para aumentar a energia e a autoestima.

Desenvolva o sentido de propriedade – O projeto de vestibular é do jovem e não dos pais. Assuma o papel de facilitador, nunca de cobrador. Quando o jovem decide que fará o exame vestibular somente para agradar os pais, sua capacidade de automotivação cai em cerca de 30%.

Em resumo, os pais devem agir como treinadores, preparando o jovem para o maior desafio de sua vida, desconsiderando tudo o que já foi feito em termos de formação estudantil.

Passando para os jovens e suas dores.

Muitos dos jovens com quem me relaciono apresentam verdadeiro desespero por não saber escolher a carreira que seguirão pelo resto de suas vidas. Eu também ficaria assustado se precisasse decidir isto. A recomendação é: Esqueça isto!

Você não está decidindo o que fará pelo resto da sua vida, mas sim, decidindo como irá começar a sua vida profissional. Aos dezessete anos não temos como saber se a decisão será certa ou errada. Podemos escolher a que melhor se apresenta para o momento e nada mais que isto. Minha sugestão é que comece tirando da sua frente todas as coisas que você odeia fazer, independentemente se isto é certo ou errado. Isto cria uma zona de exclusão que é como uma barreira que limita suas escolhas.

Quando tirar da frente todo o lixo emocional, culpas, opiniões alheias e pressões por decisão, sobrará uma lista curta de coisas que você ama, gosta ou tolera fazer, mas decididamente, não serão coisas que você odeia. De posse desta lista, procure as atividades e profissões onde estas características estão presentes. Você verá que elas em muito se aproximam e a decisão ficará mais fácil. Use frases simples como, por exemplo:

  • Criar coisas;
  • Ajudar pessoas;
  • Ouvir e avaliar;
  • Destruir coisas;
  • Controlar e corrigir;
  • Interagir;
  • Pesquisar;
  • Trabalhar em grupo;
  • Trabalhar isolado.

Isto aumenta o foco e determina seu propósito.

Enfim, a preparação para o vestibular é muito mais um emprego que uma atitude. Você não precisará seguir a mesma rotina de esforço, foco e dedicação depois de passar na prova. Pense que você está se preparando para correr uma maratona ou ainda, que está atuando em uma peça de teatro cuja temporada dura oito meses.

Passado este tempo e com a meta atingida, tudo volta ao normal (dependendo do seu normal). O fato é que a preparação para o vestibular é um regime de exceção onde toda a família estará envolvida em um projeto com tempo determinado.

Jovem, faça sua melhor escolha possível. Pais atuem como verdadeiros coaches oferecendo recursos e conduzindo seus filhos. Não delegue esta responsabilidade. Garanto que a criação deste personagem será uma experiência que a família inteira irá apreciar e se lembrar com carinho.

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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