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Neuroplasticidade e mudança comportamental

É possível mudarmos os nossos comportamentos, por meio das alterações que fazemos em nossos pensamentos, ações e hábitos.

Antigamente acreditava-se que a personalidade se tornava fixa depois de uma certa idade. No entanto, um dos achados mais importantes da Neurociência é que apesar do cérebro começar a se solidificar com a idade de 25 anos, o nosso cérebro pode continuar se modificando ao longo da vida. Essa adaptabilidade do cérebro é chamada de Neuroplasticidade, que nos mostra que é possível mudarmos os nossos comportamentos, por meio das alterações que fazemos em nossos pensamentos, ações e hábitos.

Como nós, seres humanos, repetimos caminhos neurais ao longo dos anos, eles acabam se tornando mais enraizados, desenvolvendo vias neurais preferenciais, e é mais difícil nos desprendermos delas. Um dos motivos é que o nosso cérebro busca constantemente economizar energia, o que nos leva a utilizar o caminho mais eficiente, que já está automatizado. Quando jovem, existe uma grande quantidade de flexibilidade e plasticidade do cérebro, o que explica porque as crianças aprendem tão rapidamente.

Apesar de diminuir a intensidade, essa plasticidade não precisa parar ao longo da vida. Embora a mudança não seja rápida, não precisamos ficar presos aos padrões de pensamento e ações que construímos no passado. A chave é criar continuamente novos caminhos e conexões neurais. Para isso precisamos entender melhor quais são os mecanismos que podem facilitar essas mudanças. A neurocientista Tara Swart estuda o caminho para a criação de novas conexões neurais. Abaixo estão alguns passos sugeridos por ela, que podem auxiliar o processo de mudança de comportamento:

CONSCIÊNCIA

O primeiro passo é identificar o que a pessoa deseja mudar. Muitos dos padrões de pensamento e ações repetimos de forma inconsciente. Por isso, um processo de desenvolvimento pessoal e profissional deve contemplar exercícios ou avaliações, que permitam que a pessoa receba feedback sobre os seus pontos fortes e pontos de desenvolvimento. No processo de Coaching é possível utilizar uma Avaliação 360 ou pedir que o cliente busque feedbacks, para que ele eleve a consciência sobre os seus comportamentos atuais.

ATENÇÃO FOCADA

Para que o cérebro consiga processar de forma ágil, existem partes que são usadas com menos frequência, automaticamente. Se desejamos fazer uma mudança comportamental, a pessoa terá que conscientemente colocar atenção para atuar de uma nova forma. Essa nova tarefa tem que ser tão desafiadora que a pessoa vai se sentir mentalmente e fisicamente exausta, pois ela estará forçando seu cérebro para trabalhar de uma nova forma. Segundo Tara Swart esta é a única maneira de realmente desenvolvermos novos neurônios com força suficiente para se conectar com os neurônios existentes.

PRÁTICA E REPETIÇÃO

Novas conexões e caminhos neurais são frágeis, e apenas a prática e repetição permitirão que essas conexões se estabeleçam, tornando-se comportamentos habituais, ou seja, novos padrões. Nessa fase, o processo de Coaching pode ajudar a pessoa a encontrar a motivação, força de vontade e autocontrole para alcançar o seu objetivo. Segunda os neurocientistas, pode demorar de 3-4 meses para que se identifique um novo mapa cerebral.

AMBIENTE CERTO E SUPORTE

Sem o ambiente certo e suporte, será difícil o cérebro criar novos caminhos neurais, ficando preso no modo de sobrevivência, o que significa que escolherá percorrer caminhos que já esteja familiarizado. Se a pessoa se sente ameaçada para fazer a mudança, o cérebro buscará “lutar ou fugir”, o que não permitirá gerar as mudanças desejadas. Outro aspecto importante, é que o cérebro precisará de mais energia para fazer as novas conexões, por isso, é fundamental que a pessoa tenha a hidratação, nutrientes e descanso suficientes para que o cérebro possa aprender, desaprender e reaprender os novos padrões de comportamento.

Veronica Ahrens tem mais de 10 anos de experiência em gestão de pessoas. Fundadora da Master Leader, atua hoje como coach, trainer e palestrante. Professora de MBA da FIAP no tema Liderança e Gestão de Pessoas e Professora de Pós-Graduação em Neurociência da Santa Casa no tema Programação Neurolinguística.É Mestranda pela FEA/USP em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas. Master Trainer pela ASTD – American Society of Training e Development e Master Trainer pela Langevin Learning Services, onde foi certificada em Instructional Designer/Developer, Technical Trainer e Instructor/Facilitator. Tem Certificado Internacional de Coaching pelo Integrated Coaching Institute e pela Lambent (International Coaching Community). Master Trainer em Programação Neurolinguística pela NLP University – California. Certificada pela Universidade de Harvard em Gestão Estratégica de Negócios e pela Universidade de Toronto nas áreas de Gestão de Recursos Humanos e Treinamento e Desenvolvimento. Pós-graduada em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas pela FGV (CEAG). Autora do livro “Equipes não nascem excelentes, tornam-se excelentes”.
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