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Mulheres na Liderança: Ainda uma Utopia… Será que tem Solução?

Por que a liderança feminina ainda parece uma utopia? Mergulhe na discussão sobre os desafios persistentes para alcançar a equidade de gênero. Descubra 9 iniciativas que as empresas podem adotar para melhorar a inclusão feminina

Mulheres na Liderança: Ainda uma Utopia... Será que tem Solução?

Mulheres na Liderança: Ainda uma Utopia… Será que tem Solução?

A presença de mulheres nos cargos de liderança é fundamental para a promoção da equidade de gênero e para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva. Todos concordam com essa frase? Em tese, quase todos. Na prática, existe ainda muito pouco movimento para que se torne uma realidade. Quer ver só?

De acordo com um estudo recente da B3, apenas 7% das empresas listadas na bolsa de valores têm três ou mais mulheres como conselheiras e apenas 6% das companhias tem entre três ou mais mulheres entre os diretores estatutários.

O movimento pela inclusão feminina começou há muito tempo. No Brasil, elas representam mais da metade da população e são as que têm maior escolaridade em comparação com os homens. Elas ocupam cargos em todas as áreas e é notável o avanço dessa briga. Ou deveria ser.

Mas esses sete por cento, desmentem tudo. Parece que no alto, o ar ainda é muito rarefeito para as mulheres. E estamos falando de um ambiente criado e perpetuado por homens, é claro. E não é que eles não se esforcem por mudar isso. Parece que é justamente o contrário: o esforço parece ser pela continuidade dessa situação.

A Fortune 500, que lista as maiores companhias norte-americanas e seus CEOs desde 1955, só incluiu a primeira mulher na edição de 1972 (Katharine Graham, presidente do Washington Post). É um retrato da época, mas hoje está diferente?

Os sinais em contrário estão por toda parte.

O que podemos chamar de cargos-vitrine continuam inalcançáveis para mulheres. Os Estados Unidos, por exemplo, até hoje não tiveram uma mulher na presidência e isso ainda parece muito distante. Por lá, é mais fácil eleger (e talvez reeleger) uma ex-subcelebridade, um bilionário com negócios escusos e processos na justiça, do que uma mulher.

A ONU nunca teve uma Secretária-Geral, cargo atualmente ocupado por António Guterres. Grandes empresas como Google, Amazon, Microsoft ou Apple, nunca tiveram uma CEO mulher.

No Brasil, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) deixou evidente que a disparidade entre homens e mulheres no setor público ainda é grande. Elas chegaram ao patamar de 59% do total de servidores federais. Parece bom, mas aí vem o dado que acaba com qualquer otimismo: elas ganham, em média, 24% menos do que os homens. Desigualdade salarial, em 2023? Pois é, ainda temos. E os dados são estarrecedores.

Segundo um portal do próprio governo:

“O Brasil ocupa o 132º lugar no ranking do Fórum Econômico Mundial, na lista de 149 nações, sobre equidade salarial para trabalho similar, formulado em 2018. Um ano antes, ocupava a 119ª posição.”

Esses dados nos colocam praticamente no alto do pódio invertido da desigualdade, um lugar onde não temos nada para comemorar. Mas como viemos parar aqui? Como deixamos 131 países ficarem na nossa frente? Ou talvez, devemos perguntar: como ainda estamos aqui? A verdade é que todas essas perguntas são válidas e precisam ser feitas.

Quando começamos a tratar dessa questão, dados positivos podem ser enganosos.

Por exemplo, de acordo com um estudo recente da McKinsey e da LeanIn.org, a participação de mulheres em cargos executivos cresceu de 17% para 28% nos últimos oito anos. Para mim, parece ainda muito pouco, mas existem lugares que usam esses dados como trunfo, para comemorar supostos avanços.

Avanços devem ser comemorados, claro, mas o perigo sempre está no fato de que podem servir para diminuir a pressão. Já aprendemos que todo avanço na sociedade em alguma direção é marcado por uma reação. A palavra “reacionário” não vem de outro lugar. Segundo a definição de dicionário, como substantivo masculino, reacionário é quem se opõe às mudanças sociais ou políticas. O substantivo é masculino e, provavelmente, as reações que impedem avanços maiores, também.

E por que será que isso acontece? Preconceito, com uma crença na superioridade masculina e incapacidade feminina, ou medo de uma possível concorrência? Essa seria uma pesquisa interessante de se fazer, mas totalmente impossível de se realizar, devido à dificuldade de se conseguir respostas sinceras.

As perspectivas femininas são fundamentais para a estratégia rumo ao impulsionamento da inovação, da eficácia, de ações humanizadas e do sucesso sustentável. Essa é uma afirmação que se sustenta nos números e em práticas. Empresas inclusivas tem melhores resultados, tem reputação mais positiva e imagem de mercado mais forte.

Para que as empresas possam se adaptar a um mundo de negócios dinâmico e desafiador, é importante que elas considerem a inclusão de mulheres em cargos de liderança e tomem medidas para promover a diversidade e a igualdade de gênero. E um argumento que faz sentido nesse nosso mundo capitalista: inclusão também é o caminho para o crescimento.

Então, que iniciativas as empresas podem adotar para melhorar a inclusão feminina?

Muitas, mas podemos dar alguns exemplos, já que sempre existe a desculpa que passa por algo como “tenho boa vontade, mas não sei como fazer”.

Vamos lá:

  1. estabelecer uma liderança corporativa sensível e orientada à igualdade de gênero;
  2. garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres que trabalham na empresa, criando um ambiente de trabalho que seja acolhedor;
  3. políticas de igualdade de gênero;
  4. processos de recrutamento e seleção inclusivos e mais justos e livres de preconceitos;
  5. programas de desenvolvimento e mentoria específicos para mulheres;
  6. oferecer opções de trabalho flexíveis, como horários flexíveis, trabalho remoto e licença parental equitativa, para ajudar a equilibrar as responsabilidades familiares e profissionais;
  7. transparência salarial e promoção, eliminando discrepâncias salariais entre gêneros e promovendo critérios claros e objetivos para a progressão na carreira;
  8. criar redes de apoio e grupos de afinidade para mulheres na empresa, proporcionando oportunidades de networking, desenvolvimento profissional e compartilhamento de experiências; e
  9. muita, muita avaliação e monitoramento para regular a representação de mulheres em todos os níveis da organização e avaliar o impacto das iniciativas implementadas.

Temos muito a fazer, em um caminho que ainda se apresenta longo é difícil, mas só precisamos de muito desejo e decisão afirmativa para mudar essa realidade. Senão no mundo, pelo menos na nossa organização.

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre a importância de mulheres em cargos de liderança e iniciativas que as empresas podem adotar para melhorar a inclusão feminina? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Marco Ornellas
https://www.ornellas.com.br/

Confira também: PIB – Os números que contam apenas parte da história…

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Marco Ornellas é Psicólogo, Master of Science in Behavior pela California American University e Mestre em Biologia-Cultural pela Universidad Mayor do Chile e Escuela Matrizstica. Pós em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações.Consultor, Coach, Designer Organizacional, Palestrante e Facilitador de Grupos e Workshops em temas como Liderança, Complexidade, Gestão, Desenvolvimento de Equipes, Inovação e Consultor em Design da Cultura Organizacional.Autor dos Livros: DesigneRHs para um Novo Mundo, Uma nova (des)ordem organizacional e Ensaios por uma Organização Consciente.CEO da Ornellas Consulting e Ornellas Academy.
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