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COP27 não é só sobre o clima… É sobre sobrevivermos como espécie!

Somos 8 bilhões de pessoas habitando o planeta azul. Já destruímos uma grande parte dele e, a continuar nesse ritmo, as gerações futuras não terão qualquer garantia de sobrevivência.

Mudanças Climáticas: COP27 não é só sobre o clima... É sobre sobrevivermos como espécie!

COP27 não é só sobre o clima… É sobre sobrevivermos como espécie!

Somos 8 bilhões de pessoas habitando o planeta azul. Já destruímos uma grande parte dele e, a continuar nesse ritmo, as gerações futuras não terão qualquer garantia de sobrevivência.

Nas últimas semanas todos vimos e ouvimos falar muito sobre a COP27, a 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (Conference of the parties). Assim como nas anteriores, poucas decisões relevantes são tomadas em consenso, pois parece que mexer com o consumo dos países ricos incomoda, e muito.

Se nos restringirmos apenas à questão das mudanças climáticas, “os 50% das pessoas mais pobres do mundo são historicamente responsáveis por 7% das emissões de gases poluidores” segundo Katharine Hayoe, cientista-chefe da The Nature Conservancy (Valor Econômico). No entanto, são os que mais sofrem com o impacto causado pelas mudanças climáticas: segundo reportagem do Jornal, são os mais ricos que causam mais poluição – enquanto a África, com 16,7% da população mundial, emite apenas 3% da poluição global, Estados Unidos, com 4,5% da população emitem 21,5% desde 1959.

“Nesta nave Terra, um quinto da população viaja de primeira classe ou na classe econômica. Sozinhos, consomem 80% das reservas disponíveis para a viagem. Os restantes 80% viajam no compartimento de carga, passam frio, fome e toda ordem de necessidades” (Leonardo Boff)

Mas não se trata apenas da emissão de gases poluidores na atmosfera.

Mesmo que isso seja responsável, hoje, por grandes tragédias, que vão das secas às inundações e deslizamentos, o que significa apenas um passo para a diminuição de produção de alimentos, fome crônica, acesso à água potável, doenças e miséria.

Segundo o Greenpeace, 3 bilhões de pessoas vivem em lugares vulneráveis à crise climática. 10 países, incluindo o Brasil, representam, juntos, quase 70% das emissões globais de gases do efeito estufa. 2 milhões de pessoas morreram em consequência de desastres naturais causados pelas mudanças climáticas. (Greenpeace).

Trata-se também, e acima de tudo, do reconhecimento por parte de todos, de que “cada coisa que existe é parte de um universo interdependente. Todas as criaturas vivas dependem umas das outras para suas existências, bem-estar e desenvolvimento” e “todos os seres humanos são partes inseparáveis da natureza” (Declaração das Responsabilidades Humanas para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável, da Universidade da Paz – Nações Unidas da Costa Rica).

Números que chocam!

Estamos em 2022. Olhando para trás, temos a informação de que entre 1500 e 1850, uma espécie foi eliminada a cada 10 anos. Nos cem anos seguintes, foi uma a cada ano. E o crescimento negativo foi tão grande que em 1990 desapareceram 10 espécies por dia – a estimativa é a de que entre 1975 e 2000 teriam desaparecido 20% de todas as espécies de vida do planeta.

Se olharmos em outra direção, desde a década de 50, a quinta parte da superfície cultivável do planeta foi perdida, bem como mais de 25 milhões de toneladas de humus por causa da erosão e da desertificação – as florestas estão acabando a um ritmo inacreditável! Segundo levantamento da Global Forest Watch (Carta Capital) 3,75 milhões de hectares de florestas tropicais do mundo, e florestas boreais, foram perdidos desde 2016. O Brasil lidera esse ranking destrutivo: 1,5 milhão de hectares de florestas nativas só no ano passado, o que representa 40% da perda florestal do planeta.

É pouco? Tem mais!

Em pleno século XXI, uma pessoa morre de fome a cada quatro segundos, 345 milhões sofrem de fome aguda (Folha de São Paulo), de acordo com estimativa feita por 238 ONGs;  830 mulheres morrem por causas relacionadas à gravidez e ao parto a cada dia.

Embora o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, com US$ 1,90/dia ou menos, tenha caído nas últimas décadas, de 36% para 10% da população mundial, ainda são quase 1 milhão de pessoas. Aliás, 4,5 bilhões não têm acesso a saneamento básico (esgoto, no mínimo!) de acordo com relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde e da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Não se trata, portanto, de discutir, como querem alguns especialistas, apenas o ritmo de crescimento da população mundial. Segundo argumentam, mais pessoas consumindo energia de combustíveis fósseis, fazem aumentar o aquecimento. O maior crescimento populacional, no entanto, vem dos países mais pobres, inclusive em recursos energéticos. Não são os grandes responsáveis pelo aquecimento – apenas sofrem as consequências. Além de não serem beneficiados pelo que produzem os mais ricos.

“Temos um problema populacional, mas acho que o mais importante é que temos um problema de consumo excessivo”, disse Vanessa Perez-Cicera, diretora do Centro de Economia Global do World Resources Institute (Valor Econômico)

Bom observar que estudos feitos pelo Climate Interactive, um grupo de cientistas que estuda o assunto, comparou cenários para o planeta com 8,8 e 10,4 bilhões de pessoas. A diferença causaria uma mudança climática – um aquecimento – de apenas 0,2º C contra 0,7º C caso seja implantado o imposto sobre carbono. Portanto, o problema não é mais gente exatamente. É o consumo exagerado.

E eu com isso?

Talvez você conheça – ou não – a fábula do Beija-Flor.

“Era uma vez um incêndio na floresta. Todos os animais fugiam desesperados. Um beija-flor fazia um caminho diferente. Com o bico ele pegava água em um lago e jogava no fogo. Um tatu, intrigado, perguntou-lhe se achava mesmo que podia apagar o incêndio. O beija-flor apenas respondeu: Tenho certeza de que não vou apagar o incêndio, mas faço a minha parte.”

O fato é que não dá para acreditar-se evoluído intelectualmente, emocionalmente e espiritualmente deixando de lado o crescimento ‘civilizatório’, por assim dizer: faz parte de nossa evolução, como seres humanos, nos conectarmos a tudo e todos que habitam e formam nosso planeta.

Fantasiarmos que somos separados, reduzindo a nossa vida ao nosso entorno, em uma visão fragmentada, cega-nos para os grandes problemas que, querendo ou não, nos afetam em algum grau.

O inverno foi terrível? Verão, exagerado? Dinheiro curto? Muita gente pedindo comida nas ruas? Mares afogados em plásticos? Corrupção que assusta e enoja? Informações não confiáveis? Guerra? Espécies da fauna e flora desaparecem? Incêndios queimam as matas? Rios morrem no esgoto? Alimentamos preconceitos? Excluímos os diferentes? Temos medo do fanatismo? Consumimos alimentos com agrotóxicos? Vivemos tensos, ansiosos, carentes, em sofrimento? Alimentamos ódio, indiferença, apego, medo?  A paz está por um fio?

“Tudo está entrelaçado”

Quando, em 1854, o governo dos Estados Unidos propôs comprar terra dos índios em troca de uma reserva, o Chefe Seatle escreveu uma bela e profunda declaração sobre o significado sagrado da terra para seu povo. Quase ao final ele diz:

“Isto nós sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Tudo está entrelaçado como o sangue une a família. Tudo o que acontecer à terra, ocorrerá a seus filhos. O homem não teceu a trama da vida, ele é só um elo: o que ele faz à trama, faz a si mesmo.”

A verdade é que o equilíbrio é milimétrico. Exatamente como afinar um piano, onde é preciso conhecimento, técnica e um certo sexto sentido que faz ouvir com o coração.

Conhecer-se a si mesmo, ao contrário do muito que se diz, não significa tornar-se o centro do mundo, mas ter o mundo em seu centro – já que cada um É o mundo. Lembrando-se de que tudo, absolutamente tudo, é passageiro.

Na Agenda 21. Missão Terra. O Resgate do Planeta, a consciência ecológica é certamente descrita com sabedoria:

“O que precisamos é encontrar um estilo de vida baseado em valores internos e não externos. Buscar uma razão de viver que não seja colecionar o maior número possível de coisas materiais. Esta atitude pode ser também uma grande oportunidade para descobrirmos algo novo sobre nós mesmos. Quando olhamos para trás, podemos observar que os melhores momentos de nossas vidas não foram proporcionados por coisas compradas.”

Finalmente, lembrando o Artigo I da Declaração Universal dos Direitos dos Homens, proclamada pela ONU logo após a 2ª Guerra Mundial, em 1948:

“Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência, e devem agir em relação aos outros com espírito de fraternidade”.

Gostou do artigo? Quer saber mais por que precisamos agir sobre as causas destas mudanças climáticas e encará-las como um impacto à nossa sobrevivência como espécie? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

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Isabel C Franchon, Coach desde 2008, atua com o Desenvolvimento Profissional e Pessoal voltados para a Carreira, Competências, Liderança, Comunicação Interpessoal, Compliance & Ética e Coaching de Times. Facilita Workshops, Treinamentos e Oficinas em empresas de médio/grande porte através de empresa própria e em parceria com Consultorias de DH. Graduada em Jornalismo, tem MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores, pela FGV; Pós-graduação em Transdisciplinaridade em Saúde, Educação e Liderança, pela Universidade Holística Internacional; Especialização em Marketing pela MM School; Formação em Compliance Anticorrupção, pela LEC; Especialização em Metodologia QEMP para empreendedores, pela Clinton Education. Fez formação em Master, Executive, Leader & Business Coach, pelo Behavioral Institute. Certificada em Positive Coaching Com Robert Dilts e Richard Moss. É membro do International Coaching Council (ICC) desde 2008.
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