Medo: Uma Emoção Natural que Todos Nós Experimentamos ao Longo da Vida
Tenho refletido sobre o medo, a paúra, o pavor, o pânico, e todos os demais sentimentos derivados desses, na nossa vida.
Creio que influenciada pelos meus últimos artigos onde abordei vários sentimentos que vivenciamos ao passarmos pelas mudanças no ambiente organizacional. O fato é que o medo e como cada indivíduo lida com ele, povoou meus pensamentos.
Hoje temos estudos da neurociência que nos mostra que o medo é, de fato, uma resposta automática e instintiva de nosso cérebro. Trata-se de uma emoção natural que todos os seres humanos experimentam em vários momentos ao longo de suas vidas, variando de intensidade e durabilidade.
Diversas situações podem desencadear o medo. Por exemplo: incertezas, perigo iminente, lidar com o desconhecido e outros fatores.
A sobrevivência e a autopreservação são mecanismos universais dos humanos, com vários aspectos de nossos corpos e cérebros concebidos para nos auxiliar nos momentos de perigo, ajudando-nos a tomar decisões frente a uma ampla gama de ameaças, para que possamos dar continuidade à espécie.
Em nosso corpo, o coração bate forte, o suor aparece sem controle, as pupilas dilatam, as mãos suam, dá um frio na barriga, dor de cabeça, insônia e outros tantos sintomas corporais aparecem quando o medo se instala.
Determinados aspectos de nosso cérebro são vitais para entender como o medo da mudança em nossas vidas nos afeta.
Há uma área chamada amigdala, que desempenha um papel fundamental na resposta ao medo. Ela é programada para detectar mudanças, de qualquer tipo e tamanho, e quando isso ocorre, processa as informações emocionais e quando de uma ameaça, seja ela física, psicológica ou moral, reais ou imaginárias, desencadeia a resposta de luta, fuga ou congelamento, preparando o corpo para reagir rapidamente.
Em milésimos de segundos, adrenalina e cortisol, conhecidos como os hormônios do estresse, inundam nosso corpo, aumentando o fluxo sanguíneo e ajudando os músculos a responderem mais rapidamente à situação.
Claro que, dependendo da intensidade desse medo, precisamos de apoio especializado, e percebo muitas pessoas resistindo a essa busca. A síndrome do burnout, resultante de um stress crônico, o transtorno do pânico e outras doenças psicológicas podem ser desencadeadas por um intenso medo de situações reais ou imaginárias como disse anteriormente.
Nos processos de mudança nas empresas, vejo algumas ações que podem mitigar esse medo que tanto observamos e não conseguimos quantificar.
Um processo de comunicação claro, assertivo em todas as etapas; envolver o máximo de pessoas no planejamento, desenho da solução, da implantação; treinamento nas hard e soft skills de forma que os impactados se sintam confiantes e preparados para encarar o que vem pela frente; formar a liderança em todos os níveis, para que promovam rodas de conversa com sua equipe, ouvindo, em especial os sentimentos presentes em cada fase da mudança; estimular os líderes a pedir ajuda, a encaminharem aqueles temas onde sentem dificuldades em tratar; instalar um helpdesk para apoio a qualquer colaborador no que se refere a mudança; comemorar cada pequena etapa vencida para que todos sintam que estão numa jornada de sucesso.
Vale também nos observarmos mais e mais para que entendamos o medo: de onde vem? O que o provoca? Que pensamentos e sensações estão presentes? O que é fato, real e o que é fantasia? Que reações tenho, como o enfrento? Conversar com alguém sobre essas e outras questões pode ajudar. As empresas estão investindo em saúde mental e muitas estão cuidando dos aspectos psíquicos, tão importantes num mundo em constante mudança.
Gostou do artigo?
Quer conversar mais sobre o medo, uma emoção natural que todos nós temos, seus impactos em nossas vidas e como enfrentar, lidar e superar na vida e no trabalho? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Até o próximo artigo!
Vera Godoi Costa
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