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Mediação de Conflitos: Consciência e Protagonismo

A Mediação de Conflitos é uma oportunidade de olhar para o conflito de forma mais profunda, compreendendo a motivação e buscando a forma mais saudável e sustentável de resolvê-lo.

Mediação de Conflitos: Consciência e Protagonismo

Mediação de Conflitos: Consciência e Protagonismo

Há cerca de um ano venho trazendo ideias, conceitos e reflexões sobre a Mediação de Conflitos nesta coluna do Portal Cloud Coaching. Um tema que não é novidade no Brasil, mas que continua desconhecido do grande público.

Difundir a existência e a potência da Mediação para que a sociedade brasileira pense nesta possibilidade ao se deparar com uma situação de conflito tornou-se um propósito em minha vida.

Como sociedade, fomos moldados por um sistema muito litigante. Para se ter uma ideia, são cerca de 1,3 milhão de advogados no país, segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil. Isso significa que há um advogado para 164 brasileiros residentes no país. E essa construção histórica tem seus efeitos na beligerância de sua população.

O automático das pessoas, de um modo geral, ao se deparar com uma situação de conflito é procurar um advogado.

Chegou até a ser uma forma de ameaçar as pessoas. Quem nunca ouviu ou disse a frase “vou te processar!” numa discussão enfurecida em virtude de um descontentamento.

Na época em que advogava, um amigo chegou a me ligar e “fingir” estar me consultando como forma de se impor numa situação de consumo. E o mais grave dessa história é que funcionou! Somente depois que ele fez a cena de consultar uma advogada teve seus direitos atendidos.

Percebem quantos absurdos se sucedem a partir da forma como concebemos o processo judicial como única via de solução? E tem o outro lado, das pessoas que não cumprem suas obrigações legais e esperam que os destinatários desses direitos “briguem” por eles. E assim não caminha a humanidade.

Antes da Mediação chegar no Brasil como possibilidade realmente só tínhamos o processo judicial mesmo. Ou aquela velha e boa negociação (um ligando para o outro, trocando propostas, até chegar num bom termo).

Porém, há mais de 10 anos temos legislação no Brasil sobre Mediação. Tem também a Conciliação, mas que nasceu atrelada ao Judiciário e que, por isso, não muda o paradigma da forma que a Mediação o faz.

A Mediação requer mudança de mentalidade, de cultura e de postura.

Para que ela aconteça é necessário atitude. Antes de qualquer coisa, decidir resolver o conflito por si mesmo, sem buscar a autoridade judicial para isso. Costumo comparar a busca pela autoridade para resolver nossos problemas com aquele movimento de, quando éramos crianças e buscávamos nossas mães para resolver alguma situação de conflito. Crescemos e a “mãe” tornou-se o Poder Judiciário, depositário de nossa incompetência de resolver as coisas.

Pode ser que você esteja buscando o contra-argumento sobre o que estou dizendo e pensando “mas tem situações que precisam mesmo da autoridade”. Sim, e posso afirmar que estas situações são a minoria das ações que hoje inundam os Tribunais. A grande maioria dos processos poderia ser resolvido pelas próprias pessoas envolvidas.

A real motivação dos litígios normalmente está ligada à dores emocionais, necessidades não atendidas, cujos pedidos processuais não acessam. Talvez por isso seja tão comum que pessoas ganhem os processos e mesmo assim não ficam satisfeitas, porque a sentença não alcançou a real motivação.

A Mediação de Conflitos é uma oportunidade de olhar para o conflito de forma mais profunda, compreendendo a motivação e buscando a forma mais saudável e sustentável de resolvê-lo. Envolve escolha consciente pelo método, assunção de responsabilidade e energia para as conversas difíceis que virão. Conversas essas que serão manejadas pelo/a mediador/a, o que as torna possíveis.

A escolha pela mediação demonstra maturidade e consciência.

Eu admiro muito meus clientes por esse movimento. São pessoas que escolheram ser protagonistas de suas histórias. E por isso mesmo, quando os encontros de mediação terminam, as pessoas sentem-se satisfeitas por terem contribuído com suas próprias vidas.

É comum escutar dos clientes “nossa, foi duro no começo, mas agora estou mais leve, muito agradecida/o”. Isso me faz pensar na metáfora de uma ponte pênsil, aquelas moles, com cordas. Dá uma insegurança no começo, mas a cada passo você vai sentindo mais confiança. E ao chegar lá do outro lado você vibra de satisfação por ter conseguido. O/a mediador/a é a pessoa responsável por cuidar e acompanhar os clientes nesta travessia.

Que tal sairmos por ai espalhando a ideia de que a mediação pode ser uma ótima forma de resolver situações conflituosas?

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre mediação e como você pode usufruir dela para a solução de seus conflitos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Um abraço,

Juliana Polloni
https://www.linkedin.com/in/juliana-polloni

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Juliana Polloni é mediadora de conflitos em organizações e famílias, com experiência de mais de 15 anos de atuação. É facilitadora de conversações colaborativo-dialógicas com Certificado Internacional de Práticas Colaborativo-Dialógicas pelo Houston Galveston Institute, Taos Institute e Interfaci e especialista em Comunicação Não-Violenta. Advogada, Mestre e Doutora, coautora de livros, treinadora e palestrante com foco em comunicação, relações interpessoais e gestão de conflitos. Por meio da Plural Desenvolvimento Humano tem aperfeiçoado equipes de trabalho para uma melhor convivência e maior bem-estar relacional e emocional dentro das organizações.
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