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Liderança feminina: qualidades e desafios das mulheres no comando

A liderança feminina tem sido um tema muito discutido dentro das organizações. Você sabia que 1 em cada 3 mulheres tem medo de posição de liderança?

Liderança feminina

Liderança feminina: qualidades e desafios das mulheres no comando

A liderança feminina tem sido um tema muito discutido dentro das organizações. Recentemente uma pesquisa da consultoria McKinsey demonstrou que as empresas que têm maior diversidade em suas lideranças apresentam um aumento no faturamento de 18-25%.

No entanto, esta ainda é uma realidade de poucas empresas no Brasil. Apenas 13% de mulheres ocupam cargos de presidente e a probabilidade de uma mulher se tornar diretora é 50% menor do que um homem. Nos cargos iniciais existe mais igualdade de gênero. Essa desigualdade surge a partir dos cargos de média liderança. Também existe uma desigualdade em relação aos salários na América Latina. As mulheres recebem em média 17% menos do que os homens.

Um dos motivos de tamanha desigualdade está relacionado com a nossa própria história. Por muitos séculos as mulheres foram objeto de domínio e submissão perante o homem, sendo o primeiro tutor o pai e depois passando à mão da filha para o marido. A igreja castrava a sexualidade feminina, gerando a ideia do homem como um ser superior. Muitas mulheres foram queimadas e aniquiladas.

No final do século XIX e início do século XX, surge o movimento feminista, que tem como objetivo lutar pela igualdade de direitos políticos, social e econômico entre homens e mulheres. A primeira onda do feminismo lutou pelo seu direito ao voto e à participação na vida pública.

Na segunda onda, entre 1951 e 1980 o feminismo se torna mais radical, tendo como foco as estruturas que oprimiam as mulheres.

A partir de 1980 até 2008, o movimento feminista discute questões do papel e empoderamento da mulher, tendo como foco a liberdade individual, podendo ser quem desejamos ser.

A quarta onda do feminismo que inicia por volta de 2008, utiliza a tecnologia e redes sociais, e enfatiza a importância da postura de denúncia em relação ao assédio sexual e à violência doméstica.

Essas ondas do feminismo permitiram que a mulher começasse a ter mais participação nas empresas e na política. No entanto, ainda há diversos desafios para a mulher alcançar posições de liderança e para a própria liderança feminina em si.

A mulher ainda é a principal tutora dos filhos e 80% do serviço doméstico é feito por ela, o que influencia diretamente na construção da sua carreira. Essa falta de tempo também interfere no seu networking informal, pois nem sempre consegue estar presente nos eventos, sem contar que quando são dominados por homens, os assuntos e interesses também se tornam diferentes.

Existe a questão da autoconfiança da mulher. Pesquisas mostram que muitas mulheres se colocam menos merecedoras que homens. Acreditam que tecnicamente precisam buscar mais qualificação. Além disso, 1 em cada 3 mulheres tem medo da posição de liderança feminina, medo de colocar a sua opinião nas reuniões, e quando se coloca, de não ser vista como amável ou gentil, o que são características que inconscientemente a sociedade impõe perante a postura esperada de uma mulher.

Aqui surge uma dicotomia, pois se a mulher não se coloca de forma assertiva e competitiva, ela é vista como uma líder com pulso fraco. Se ela se coloca desta forma, pode ser vista como uma mulher inadequada.

Para mudar esse cenário, é preciso que a mulher esteja atenta a alguns pontos que podem ser trabalhados, conforme sugiro abaixo:

1. Peça ajuda

A mulher deve aprender que não há necessidade de resolver tudo a todo momento de forma sozinha. Aprender que às vezes será necessário falar não, e pedir ajuda para que outras pessoas realizem algumas das suas atividades no ambiente profissional e pessoal.

2. Abra caminho para outras mulheres

Precisamos aprender a dar voz para outras mulheres e assim fazer com que elas identifiquem o seu próprio poder.

3. Identifique o seu papel como agente de mudança

Devemos aprender a falar sobre esse tema com outras mulheres e com os homens também. Além disso, ter o cuidado para não fazer distinções entre os gêneros (isso é coisa de menino/menina). Criar estratégias que facilitem o processo dentro das empresas.

4. Curar as nossas próprias dores

Nós carregamos no inconsciente coletivo o sofrimento que as mulheres passaram ao longo da história. Precisamos aprender a curar essas dores do passado. Isso inclui também olharmos para história das mulheres que passaram em nossas vidas e nossa família, e então reconhecermos o que estas mulheres fizeram para trazer mais igualdade para o mundo.

5. Identificar a nossa forma de liderar

Não precisamos liderar igual aos homens, não precisamos tentar agradar a todos, mas sim olhar para a contribuição que nós queremos fazer. Expressar sem medo quem somos, ganhar respeito por quem somos. Reconhecer as nossas próprias competências.

Segundo a autora Rupi Kaur:

“A maior lição que uma mulher pode aprender é que desde o primeiro dia ela sempre teve tudo que precisa dentro de si mesma. Foi o mundo que a convenceu que ela não tinha”.

Convido você então a olhar para essas questões primeiro em você, e a partir disso fazer algum movimento que possa facilitar a construção da igualdade de gênero em nossas empresas e sociedade.

Veronica Ahrens
https://www.masterleader.com.br/

Confira também: Como a liderança pode estimular a criatividade nas empresas

Veronica Ahrens tem mais de 10 anos de experiência em gestão de pessoas. Fundadora da Master Leader, atua hoje como coach, trainer e palestrante. Professora de MBA da FIAP no tema Liderança e Gestão de Pessoas e Professora de Pós-Graduação em Neurociência da Santa Casa no tema Programação Neurolinguística.É Mestranda pela FEA/USP em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas. Master Trainer pela ASTD – American Society of Training e Development e Master Trainer pela Langevin Learning Services, onde foi certificada em Instructional Designer/Developer, Technical Trainer e Instructor/Facilitator. Tem Certificado Internacional de Coaching pelo Integrated Coaching Institute e pela Lambent (International Coaching Community). Master Trainer em Programação Neurolinguística pela NLP University – California. Certificada pela Universidade de Harvard em Gestão Estratégica de Negócios e pela Universidade de Toronto nas áreas de Gestão de Recursos Humanos e Treinamento e Desenvolvimento. Pós-graduada em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas pela FGV (CEAG). Autora do livro “Equipes não nascem excelentes, tornam-se excelentes”.
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