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Inteligências Artificiais: Quem tem medo das IAs?

Explore o impacto revolucionário das IAs em nossa vida diária, educação e trabalho. Descubra se as Inteligências Artificiais representam um desafio ou uma oportunidade para evoluirmos como sociedade.

Inteligências Artificiais: Quem tem medo das IAs?

Inteligências Artificiais: Quem tem medo das IAs?

Olá.

Se você é recém-chegado de Marte ou, se é uma pessoa 100% analógica talvez não tenha entendido a pergunta que abre este nosso bate-papo. Agora, se você minimamente acompanha o que acontece no mundo da tecnologia, já deve ter ouvido e visto o crescimento exponencial de uma nova forma de interação entre pessoas, máquinas e todos o conhecimento digitalizado do mundo, que são as chamadas inteligências artificiais ou simplesmente, as IAs.

De maneira geral, inteligências artificiais já estão há muito presentes em nosso mundo, nos ajudando desde a criação de filas otimizadas em elevadores, daqueles que você indica qual o andar e ele responde qual o carro que você deve pegar, até coisas mais próximas de nós como os aplicativos de orientação e direção que avisam de caminhos e congestionamentos.

Até então, estes “assistentes cibernéticos” cumpriam seu papel e de forma alguma, assustavam seus usuários, até que se inicia uma nova fase com os prompts. Ferramentas de inteligência artificial, não mais respondem a estímulos ou resolvem problemas. Elas passam a criar coisas a partir de seu conhecimento do mundo. Conhecimento este originalmente criado por humanos.

As primeiras e mais usadas funcionalidades estavam ligadas à área do direito, com as ferramentas de IA criando documento de petição com jurisprudência e referências complexas em questão de segundos. Em seguida, vieram os textos acadêmicos que obviamente tiveram resistência de alguns setores, todavia, estão sendo usados às vezes como ponto de partida, outras como coletores de referências e em alguns casos até como coautores.

No campo das artes, já são capazes de criar poesias, imagens, letras de música, curta metragens e até mesmo, dublagens de produções tradicionais. Aí você me pergunta:

Por que uma coluna que fala de comportamento está preocupada com temas de tecnologia?

Então, meu caro leitor. Aqui começa nossa nova fronteira do comportamento: Enquanto as IAs eram meros assistentes capazes de coletar perguntas, consultar gigantescas bases de dados e através de algoritmos oferecerem respostas personalizadas, nada acontecia com o status de espécie dominante do homo sapiens.

Mas, agora com as novas ferramentas de IA criando conteúdo e produzindo elementos de lazer, e porque não dizer, peças de arte, nossa área de domínio começa a ser disputada e ameaçada, gerando novos comportamentos relacionados ao medo de ser incompetente e mais ainda, medo de ficar obsoleto.

Será que estamos prontos para sermos, de fato, substituídos em processos de nossas vidas que existem desde que o mundo é mundo?

Exagero da minha parte? Vamos compreender melhor como isso afeta nosso comportamento e nossas relações:

Exemplo nº1 – Por que as crianças precisam estudar?

Do alto de meus 57 anos de idade, lembro perfeitamente das aulas de geografia onde os tais afluentes do rio Amazonas eram tema de prova tão significativo que precisávamos decorar. Os alunos da América do Norte, invariavelmente decoram os nomes de seus presidentes e assim, de decorar em decorar nossa forma conteudista de ensinamento vai se consolidando até que se apresenta na forma de exames vestibulares dos mais variados formatos.

Hoje, meu neto, na remota hipótese de precisar saber os tais afluentes, basta perguntar para a Alexa, ou, se estiver montando um trabalho escrito, basta pedir ao GPT e possivelmente receberá os afluentes, por margem e ainda de quebra um mapa atualizado. Repito a pergunta: Por que nossas crianças precisam estudar? Elas não precisam. Não neste formato de estudo conteudista. Isso não é de verdade necessariamente. Elas precisam estudar para saber o que fazer com as informações.

Exemplo nº2 – Anamnese

Este palavrão significa simplesmente analisar, coletar dados e diagnosticar. Muito especialmente aplicado nas áreas de medicina onde uma pessoa com a devida formação e certificação coleta dados através de exames, sejam eles ambulatoriais ou específicos e com base em seus conhecimentos e na relação entre as informações, oferece um diagnóstico e em seguida uma proposta de tratativa. Seja medicamentosa ou intervencionista.

As coletas já são realizadas com um grande número de sensores, os resultados dos exames são digitais. O conhecimento de uma IA supera em milhões de vezes a experiência de qualquer profissional, logo… boa parte do trabalho pode ser, de fato, realizado sem a presença de um médico. Possível, sim. Permitido, não.

Exemplo nº3 – Vozes

Já está em curso um movimento onde IAs realizem a dublagem de produções audiovisuais, tanto artísticas como comerciais. Elas reconhecem o movimento labial, conhecem e “ouvem” o idioma original da produção e reproduzem com assustadora fidelidade, as expressões do idioma de destino. A diferença é que sua capacidade de tratamento é infinitamente maior e mais veloz que o modelo hoje baseado em pessoas, direção e pós-edição. Sendo, inclusive, possível que se mantenha a voz original e somente o idioma substituído.

Todos são exemplos de como o ser humano pode ser, de fato, substituído em tarefas substituíveis, Aqui entra o ponto comportamental para nossa análise. Ao longo do tempo, nos acostumamos a fazer coisas, porque são coisas para serem feitas e não paramos para pensar no motivo pelo qual fazemos. Diante disso, estamos perdendo nossa capacidade de ser únicos.

No exemplo 1, os professores precisarão se reinventar, para não mais oferecer conteúdo e cobrar se foi decorado, mas sim, para cobrar sobre como o conhecimento pode ser usado na vida real.

No exemplo 2, o sistema acelera o diagnóstico, mas ele não está na frente da pessoa para por exemplo, verificar que existem fatores como stress, medo e ansiedade, não diagnosticados por exames laboratoriais. A pessoa capacitada em medicina deverá antes de tudo ser um elemento de cura, muito mais holístico que técnico.

Por fim, no exemplo 3 por mais perfeito que seja o processo, haverá ainda a emoção. Um sibilar sutil de respiração, uma pausa dramática na fala tudo que faz da comunicação algo mágico e impreciso.

Respondendo à pergunta original, não temos medo das IAs, temos medo de ter que deixar de ser quem somos, para ser quem precisamos ser. Isso sim é a grande jornada.

Pense nisso!

Gostou do artigo?

Quer conversar mais sobre Inteligências Artificiais (IAs) e o nosso medo de ter que deixar de quem somos para ser quem precisamos ser? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Edson Carli
https://inteligenciacomportamental.com

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Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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