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Entre a lógica e a irracionalidade, qual a sua escolha?

Será que os movimentos populares nas ruas, praças e estradas fazem sentido? Será que a pauta reivindicada pelos manifestantes resiste a uma mínima análise mais atenta?

Entre a lógica e a irracionalidade, qual a sua escolha?

Entre a lógica e a irracionalidade, qual a sua escolha?

Meus prezados leitores, hoje eu farei algo inédito aqui neste espaço. Pretendo estimular uma boa reflexão quanto a um momento em que a eleição presidencial terminou, em outubro último, mas movimentos populares fora de qualquer lógica teimam em trazer intranquilidade à sociedade. De um lado existe a alegria de quem apoiou o vitorioso e, de outro, a tristeza de quem apoiou o perdedor. Porém, o que mais tem chamado a atenção de todos os analistas, políticos, jornalistas e da sociedade em geral, está na maneira com que a racionalidade e a lógica estão sendo maltratadas.

O título acima é a minha provocação ao leitor. Será que os movimentos populares nas ruas, praças e estradas fazem sentido? Será que a pauta reivindicada pelos manifestantes resiste a uma mínima análise mais atenta?

Pois bem, a questão que está subjacente a todos esses acontecimentos agride a lógica e a racionalidade na avaliação de um processo eleitoral absolutamente polarizado. Eu nunca trouxe a política a este espaço e nem será o caso de agora, mas o foco no comportamento humano é que me motivou a esta postagem e, para isso, usarei um texto magnífico de Gustavo Moreira Tavares, Doutor em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e Professor de Comportamento Organizacional no Insper.

O texto citado está circulando pela internet como se tivesse sido escrito agora, por conta dos acontecimentos derivados do período eleitoral. Contudo, ele foi publicado no caderno Gestão, Política e Sociedade (jornal Estadão), em abril de 2021. Quem quiser ler o estudo completo deve clicar aqui, mas agora vou dar um spoiler de qual conteúdo ali irá encontrar, quando o autor contrapõe fatos e lógica contra crenças limitantes. Aliás, os leitores que são coaches, mentores ou consultores sabem quais os problemas decorrentes de posturas pessoais e profissionais baseadas em crenças limitantes, desprovidas de lógica e racionalidade.

No texto do Gustavo Tavares, a parte inicial explorando a contraposição entre crença e lógica é esta:

Freud atendia um paciente que afirmava estar morto e não havia o que dissesse para convencê-lo do contrário. Freud então perguntou ao paciente: “Você acredita que pessoas mortas sangram?” O paciente respondeu: “Não, pessoas mortas não sangram”. Aliviado com a resposta, Freud sugeriu ao paciente o seguinte tratamento: todos os dias, por alguns minutos, ele repetiria para si mesmo em voz alta “pessoas mortas não sangram, pessoas mortas não sangram, pessoas mortas não sangram…”. O paciente fez isso por alguns dias.

 

Ao retornar ao consultório, Freud estava certo de que poderia provar ao paciente que ele não estava morto. Ele pegou uma agulha, segurou a mão do paciente e espetou-lhe um dos dedos. Rapidamente, uma gota de sangue emergiu. O paciente olhou com espanto para o sangue em seu dedo. Feliz com a reação do paciente, Freud perguntou: “Então, qual sua conclusão?” Com os olhos arregalados, o paciente respondeu, transtornado: “Pessoas mortas sangram!”

 

Esta anedota fala muito sobre nós — todos nós. Retrata o apego que temos às nossas crenças e opiniões, a nossa disposição para interpretar as evidências de forma parcial ou simplesmente ignorá-las caso não convenham e, se não for possível ignorá-las, de fazer malabarismos lógicos para acomodá-las. Permeando tudo isso, está a ilusão de que nossa capacidade de julgamento é superior à das demais pessoas. Ouvimos com frequência que contra fatos não há argumentos, mas o que geralmente vemos é que contra os argumentos que escolhemos, os fatos são irrelevantes.

O trabalho do professor Gustavo Tavares é bem cuidadoso e detalhado, usando como referência diversos pesquisadores sobre comportamento humano.

No parágrafo final, ele deixa uma pergunta: Seria possível sermos pessoas essencialmente racionais, capazes de avaliar o mérito das nossas crenças e opiniões de maneira imparcial? Capazes de dar o mesmo peso para as evidências que confirmam nossos pontos de vista e para aquelas que os contradizem?

Depois de ver os acontecimentos e transtornos que hoje cercam a nossa sociedade, com tantos embates por conta de um resultado eleitoral, você não pode deixar de ler esse estudo com base acadêmica. E, de forma bem equilibrada, refletir a respeito e decidir qual a sua resposta para as perguntas do autor?

Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse o site www.mariodivo.com.br.

Gostou do artigo? Quer discutir mais sobre a lógica e a irracionalidade dos fatos que estamos vivendo? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Até nosso próximo encontro!

Mario Divo
https://www.mariodivo.com.br

Confira também: Acompanhe a programação do Mario Divo na Rádio Cloud Coaching®!

 

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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