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Emprego no futuro? O futuro é agora!

Temos e, certamente teremos em um futuro próximo, grandes dificuldades não só para encontrarmos um bom emprego, mas para nos destacarmos diante de um cenário cada vez mais complexo.

Diante de tantas mudanças impulsionadas pela tecnologia, principalmente, e também, transformações sociais que envolvem aquisições por grandes grupos internacionais de escolas e universidades brasileiras, podemos dizer que o futuro dos nossos jovens é incerto, ou mesmo considerado uma incógnita. Ao pararmos para observar alguns países que fazem a diferença com caminhos alternativos como a Finlândia, Japão, China e Coréia do Sul que, em pouco tempo promoveram grandes mudanças na economia e no posicionamento do ranking mundial, veremos que com investimento e atenção à educação, a juventude é melhor preparada para o mercado de trabalho.

Certa vez, tive a oportunidade e a honra de conversar com o Sr. Ozires Silva, engenheiro aeronáutico brasileiro e co-fundador da Embraer, pessoa simples, agradável, culto e preocupado com a educação no Brasil. Ele disse em algum momento: “Diante de um cenário com tantos desempregados, curiosamente temos muitas vagas, mas não temos gente qualificada para ocupar essas vagas que são oferecidas pelo mercado de trabalho”. Também contou um pouco da sua história e que, quando presidente da Embraer, precisava importar engenheiros de avião, segundo ele. Era uma dificuldade, pois dependia dessa mão de obra especializada para o crescimento da empresa. Numa outra situação, como lembro-me bem, junto ao ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica – criador do curso de engenheiros de aviação, disse orgulhosamente: “A partir daí, invertemos o processo, começamos a exportar engenheiros”. Uma das coisas que ele disse também foi que se dependermos das políticas governamentais em relação à Educação, ficaremos cada vez mais atrasados em relação ao resto do mundo. Faleceu, infelizmente, em 2014, aos 78 anos de idade.

Falei um pouco dessa história, justamente para apontar as grandes dificuldades que nossos jovens têm e, certamente terão em um futuro próximo, não só para encontrar um bom emprego, mas para destacarem-se diante de um cenário cada vez mais complexo. Até porque, lido com Educação, tenho apoiado milhares e milhares de pessoas no desenvolvimento de habilidades de comunicação e relacionamento, ajudando-as a falar e a escrever bem, projetos focados em vendas, negociação, liderança, gestão de projetos e outros programas. Muitos jovens, já atentos ao seu futuro, buscam formação complementar àquelas oferecidas pelos sistemas público de educação, ao perceberem o quão é importante ter o domínio de outros estudos além daqueles oferecidos pelas nossas escolas.

Claro que há aquelas escolas, normalmente as de primeira linha, não tão acessíveis à grande maioria da população, que tem professores devidamente preparados – e bem remunerados, possuidores de metodologias modernas, com uma ampla visão internacional, dotadas dos mais modernos recursos de tecnologia. No entanto, a grande maioria dos jovens se verá perdida diante de uma grande massificação de formação e de educação, disputando as poucas vagas oferecidas.

Pior ainda é que o cenário não é otimista. Por este motivo, veja algumas premissas que se mostram evidentes:

✔️ A revolução digital está e estará estabelecendo novas tendências de emprego e uma nova relação entre empresas e seus colaboradores;

✔️ As atividades tidas como repetitivas tenderão a ser executadas por máquinas ou robôs, gerando com isso uma grande massa de desempregados que atualmente executam tais funções;

✔️ O trabalho convencional, de ficar 8 horas durante o dia, em um lugar específico (fábrica ou escritório) dará lugar a muitas atividades a serem desempenhadas pelas pessoas e aos trabalhos home office;

✔️ Os espaços “coworking” geram uma nova dimensão de trabalhadores que compartilham esses locais nos quais, pela troca, todos se beneficiam;

✔️ Muitas das profissões existentes hoje, deixarão de existir e outras tantas darão lugar a uma nova configuração de profissionais, devidamente preparados para novas ações propiciadas pelos avanços da própria tecnologia;

✔️ Mais e mais, as oportunidades estarão se abrindo a quem se prepara para atividades vinculadas ao meio ambiente, recursos naturais, neurociências, às pessoas idosas, operações e logística, alimentos, inovação, big data e cloud services;

Devemos estar preparados sim, em especial, para oferecermos aos nossos filhos um preparo complementar, além dos sistemas tradicionais de ensino, mesmo porque, as carreiras tradicionais como havia no passado e acontece hoje, darão espaço a um mundo desafiador. Nesse contexto, mais algumas sugestões, creio eu, serem bastante oportunas para o assunto:

✔️ Internacionalização – Se possível, que seus filhos tenham a oportunidade de estudar fora, mesmo que por um período, um curso de graduação ou pós-graduação em um país que leva a educação a sério. Que tenham também a experiência de conhecer outros lugares, conviver com pessoas de outra cultura, outra mentalidade, outros pensamentos.

✔️ Comunicação – Jamais deixará de ser uma das principais competências de um profissional. Inscreva-os em cursos de oratória, estimule-os a expor claramente suas ideias, prepare-os para falar em público, para liderar, comandar, dirigir uma reunião, saber se vender, negociar, falar com segurança e assertividade em qualquer contexto. Parte do seu sucesso dependerá disso.

✔️ Idiomas – Falar outra língua deixa de ser algo especial. Dominar dois ou três idiomas tende a ser, em função da globalização, mais do que um requinte, uma necessidade.

✔️ Mulheres – Esteja preparado e observe as jovens ao seu redor. Provavelmente você mesmo(a) ou seu filho(a) poderá ser subordinado a elas daqui a um pouco espaço de tempo.

✔️ Diversidade – Mais e mais pessoas tendem a respeitar e a se sentirem respeitadas pelas suas diferenças de pensamento, opções de vida e de gênero. Prefira a palavra alteridade que por si só é mais ampla, pois implica respeito na aceitação natural das diferenças.

Mais do que preparar os seus filhos, é fundamental que você esteja preparado para não só cuidar de si mesmo, mesmo que com uma vida profissionalmente ativa, mas para acompanhar e observar os sinais que o mundo dá. Faça o melhor por você e esteja aberto e pronto para apoiar os jovens nas escolhas das escolas, profissões e atividades que estão começando a existir a partir de agora.

Reinaldo Passadori é fundador, palestrante e CEO da Passadori – Comunicação, Liderança e Negociação, especialista em comunicação e mestre em neuromarketing pela FCU – Florida Christian University. É idealizador e apresentador do programa Comunicação Executiva, no qual promove entrevistas e debates do mundo corporativo. Com 33 anos de história formou mais de 100.000 pessoas na habilidade da comunicação verbal, não verbal e liderança. É Autor dos livros Comunicação Essencial, As 7 Dimensões da Comunicação Verbal, Media Training e Quem Não Comunica, Não Lidera.
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