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Eixo Intestino Cérebro: Por que você deve conhecer essa relação?

Você já ouviu falar do eixo intestino e cérebro? Conheça como essa comunicação impacta sua saúde e bem-estar e aprenda como uma alimentação equilibrada e o gerenciamento do estresse podem revolucionar sua qualidade de vida.

Eixo Intestino Cérebro: Por que você deve conhecer essa relação?

Eixo Intestino Cérebro: Por que você deve conhecer essa relação?

O eixo intestino cérebro é uma comunicação bidirecional entre os Sistemas Nervoso Central e Entérico (intestinal) e contempla o Sistema Nervoso Autônomo, o Sistema Nervoso Central, o cérebro e a medula espinhal, o Sistema Nervoso Entérico e o Eixo Hipotálamo- Hipófise – Adrenal.

Todos eles se comunicam por meio de conexões neuronais. E mais especificamente o eixo Hipotálamo – Hipófise – Adrenal (HPA) coordena as respostas do organismo aos fatores estressores. O eixo HPA faz parte do sistema límbico do cérebro, predominantemente envolvido em reações emocionais e memória.

Nesse contexto diversos estudos científicos já demonstraram que estímulos estressantes levam a um efeito intestinal que aumenta a permeabilidade do epitélio, ou seja, desregula o controle de passagem de substâncias que não deveriam entrar no corpo. Mas quando há passagem de antígenos bacterianos, o corpo reage de forma inflamatória, ativando as respostas imunológicas.

Para que a explicação com termos técnicos fique mais clara, vamos a um exemplo:

Uma pessoa passa por um estresse ambiental, uma situação desagradável no trabalho ou no trânsito, automaticamente ativa-se o eixo HPA, liberando como resultado um hormônio, o cortisol.

Esse, entre outras ações irá impactar diretamente na permeabilidade intestinal, a deixando mais permissiva e com menor capacidade de proteger a entrada de substâncias ou microorganismos em nosso corpo.

Ainda, é importante comentarmos que o intestino humano é habitado por cerca de 1000 espécies de bactérias que exercem diversas funções, incluindo digestão, produção de vitaminas, regulação da resposta imunológica e proteção contra patógenos.

Esse ambiente bacteriano, a microbiota intestinal pode sofrer influência ao longo da vida por diversos fatores, por exemplo: o uso de medicamentos, genética, fatores ambientais – principalmente a alimentação!

Já se verificou que a microbiota interage com as células intestinais locais e com o Sistema Nervoso Entérico e Central por vias metabólicas e neuroendócrinas. Evidências atuais sugerem que a microbiota pode influenciar na cognição, estrutura cerebral, desempenho, distúrbios neurológicos e mentais, como ansiedade e depressão.

Retomando o papel da alimentação e sua influência na microbiota, já foi descrito cientificamente que após a fermentação intestinal há produção de ácidos graxos de cadeia curta, ácidos graxos de cadeia ramificada, amônia, aminas, compostos fenólicos e gases.

Os ácidos graxos de cadeia curta podem ser usados como “combustível” para as células epiteliais intestinais. Dessa forma, favorecendo a proteção da permeabilidade intestinal contra entrada de substâncias mal digeridas ou patógenos.

Além da alimentação, descobertas recentes têm apontado que não existe uma “microbiota central” em todos os indivíduos saudáveis. Isso porque aparentemente o microbioma intestinal depende de fatores não considerados anteriormente. Fatores como, por exemplo, idade, localização geográfica, histórico de doenças, níveis de Hemoglobina Glicada e Índice de Massa Corpórea (IMC). Ainda, pode haver variabilidade na microbiota de cada pessoa ao longo de dias, semanas e meses.

Em relação a localização geográfica, verificou-se que há diferença na microbiota intestinal de pessoas que vivem em países industrializados em comparação com as de países em desenvolvimento.

Para verificar essa hipótese, compararam a microbiota fecal de residentes dos Estados Unidos com a de nativos da zona rural de Papua Nova Guiné. Observaram que os nativos rurais de Papua Nova Guiné tinham maior diversidade microbiana que os residentes nos Estados Unidos.

Essas descobertas levantam hipóteses de que as alterações no microbioma, com limitação na diversidade bacteriana em sociedades mais industrializadas podem ter relação ao estilo de vida. Por exemplo: o aumento no consumo de alimentos processados, redução no consumo de frutas, vegetais e consequentemente de fibras. Isso resulta em menor proteção intestinal à patógenos.

O termo utilizado para caracterizar um microbioma “ruim”, onde há alterações na funcionalidade e desequilíbrio na flora é Disbiose. E esse desequilíbrio está associado a muitas doenças, incluindo doenças inflamatórias intestinais, síndrome do intestino irritável, obesidade, alergias, câncer colorretal e desenvolvimento cognitivo.

Nesse sentido, um microbioma diversificado é um indicador positivo de saúde!

Para auxiliar na restauração das alterações no microbioma intestinal é interessante investir em uma alimentação com predominância de alimentos de origem vegetal. Por exemplo: frutas, legumes, verduras, sementes e castanhas.

Sob orientação de nutricionista especializado ou médico, é possível o uso de probióticos, bactérias saudáveis ao intestino! Mas esse uso deve ser bem orientado quanto aos tipos de bactérias utilizados, dosagens, tempo de uso e horário do dia a ser utilizado.

Além do fator alimentação é interessante também considerar os possíveis fatores estressores ambientais, por toda a conexão comentada anteriormente! A resiliência, ou seja, a forma como agimos frente a uma situação estressante é a grande chave para a manutenção da saúde integral, inclusive a intestinal.

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre o Eixo Intestino Cérebro? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em explicar.

Nutricionista Paola Nunes
https://www.linkedin.com/in/paola-nunes-moreira

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Paola Nunes Author
Paola Nunes é graduada em Nutrição desde 2009 pelo Centro Universitário São Camilo. Atua em consultório há 12 anos e tem especializações em Nutrição Clínica Pediátrica, Nutrição em Marketing em âmbito internacional, Nutrição Clínica Funcional, Nutrição Esportiva Funcional e Psicossomática.
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