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Educação Moral e Cívica

Da observação do cotidiano das pessoas de diferentes culturas, surge uma pergunta: Como os valores morais de uma cultura ou região se refletem diretamente na realidade cotidiana de toda uma nação?

Nos meus primeiros anos de escola, uma das minhas matérias favoritas se chamava Educação Moral e Cívica.

Dependendo da época em que cada leitor viveu a sua infância, saberá a que me refiro.

Para os que não conhecem, a E.M.C. era uma matéria formal e obrigatória nas escolas, que tinha como intuito ajudar a formar bons cidadãos, os quais conheciam os seus deveres e direitos.

Mas este objetivo eu só descobri recentemente, naquela época jamais me ocorreu o significado literal destas palavras, eu simplesmente adorava pintar os desenhinhos das historinhas em quadrinho, a bandeira do Brasil, e conversar a respeito de fatos cotidianos da minha cidade e país. Isso era muito mais legal do que decorar a tabuada ou aprender a respeito de coisas que haviam acontecido e deixado de acontecer centenas de anos antes de eu sequer existir!

Outro dia, voltando de carro para a minha casa aqui em Londres, observava as pessoas atravessando a rua na minha frente, e pensava… como os valores morais de uma cultura ou região se refletem diretamente na realidade cotidiana de toda uma nação?

E pensei em todos os países em que já estive, que são dezenas deles, e em culturas de maneira geral, e como fica claro perceber quais são aqueles valores estabelecidos fortemente desde o berço, naquela cultura da qual aquela pessoa fez e da que faz parte.

Uma pesquisa de IVH (Índice de Valor Humano) realizada pela ONU mostrou que na opinião dos brasileiros, de forma geral, o que é necessário mudar no Brasil para a qualidade de vida melhorar de verdade é em primeiro lugar, a educação, seguida de política pública, violência, valores morais e emprego. Já no Estado de São Paulo houve uma variação em relação à opinião nacional, ficando valores morais em primeiro lugar.

Muito provavelmente, se a mesma pesquisa fosse feita na Inglaterra ou em qualquer outro país, o resultado seria outro.

E aí me ocorreu: Isso vale não somente para países, mas também para cada uma das famílias e dos cidadãos.

Se pararmos para pensar, veremos claramente como os valores que vivenciamos (ou não) na nossa casa, influenciam a nossa vida de maneira geral.

Eu, particularmente, tenho dois valores muito fortes e inabaláveis, um é o respeito, o outro a honestidade.

Não consigo imaginar uma vida satisfatoriamente feliz sem a presença de um destes dois valores.

E analisando a minha realidade, vejo como todos na minha casa, também adotaram os mesmos valores orientadores, assim como eu adotei os valores dos outros membros da minha família.

E nisso eu pensava quando observava as pessoas atravessando a rua… na tranquilidade em que estava sentindo, parada no farol, com o vidro aberto, e nem sequer pensando em checar o espelhinho para me assegurar de que ninguém estava se acercando para me assaltar. E todos ao redor estavam agindo da mesma maneira.

O menino que aparentava ter uns 10 anos atravessando a rua sozinho, com a sua mochila de escola, falando em um IPhone, o executivo com a sua mochila nas costas, a qual não tentava disfarçar a clara presença de um laptop, e o velhinho, que atravessava a rua calmamente com a sua bengala, sem ser atropelado pelos outros pedestres e sem se preocupar em terminar de cruzar depressa, por se acaso o sinal verde ficasse vermelho para ele.

E percebi a principal razão para eu amar Londres, é porque as pessoas e seus valores constroem uma nação e (independente do clima), constroem a qualidade da vida que possuem. (Não me refiro apenas a Londres, mas mencionando o que eu observava enquanto pensava a este respeito. Claro que também amo o Brasil, no entanto, provavelmente por razões diferentes).

Nossos valores constroem a nossa realidade, desde que sejamos congruentes com eles!

Afinal, de que serve valorizar a educação se você morre de preguiça de ler um livro?

Ou a honestidade se você fica feliz quando recebe um troco a mais e não o devolve ao caixa da loja?

Voltando à educação moral e cívica, e sabendo que ela já não é matéria obrigatória nas escolas, o que cada um de nós pode fazer para incorporá-la na nossa rotina para assim contribuir para uma sociedade mais moral e civicamente satisfatória?

Andrea Lages Author
⚙️ Lambent
Andrea Lages é a brasileira com a maior experiência internacional em Coaching. Ela já treinou centenas de pessoas de mais de 30 países e possui uma lista de clientes provenientes de vários países. Ela é co-fundadora e diretora global da ICC – International Coaching Community, uma das maiores organizações de Coaching do mundo, com sede na Inglaterra e presença em todos os continentes. É também fundadora e CEO da Lambent, uma empresa que oferece Coaching e treinamento para empresas e indivíduos, no Brasil e no mundo. Andrea é co-autora com Joseph O’Connor dos livros “Coaching com PNL – Como ser um Master Coach”, já traduzido para 11 idiomas, e do livro “Como o Coaching Funciona”, livro recomendado ao prêmio Best Business Book of the Year, do jornal Financial Times de Londres além de outros 5 e-books de Coaching.
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