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E se fôssemos imortais? Seria um presente ou um fardo? 

Seríamos mais felizes se fôssemos imortais? Explore esta questão intrigante e descubra como ela afeta nossas vidas e nossas escolhas. E saiba a importância de viver o momento presente.

E se fôssemos imortais? Seria um presente ou um fardo? 

E se fôssemos imortais? Seria um presente ou um fardo? 

Se todas as células do nosso corpo fossem capazes de se renovar e renascer eternamente? E se nossos órgãos funcionassem para sempre? Nosso cérebro, sem pausa, sem descanso, em sua infinidade de emaranhados neuronais, mantivesse atividades sinápticas intensas e incansáveis. Vasos bombeando sangue sem parar, sem falhar, sem adoecer.

Pulmões em pleno vapor de oxigênio transportado aos alvéolos recrutados segundo após segundo mantendo uma frequência constante e eterna. Músculos sãos. Ossos inquebráveis. Pele continuamente renovada e remoçada. Olhos capazes de ver além e através. Sempre. Processando incontáveis imagens. Refletindo outras tantas.

Seria um presente ou um fardo?

Eterno, do dicionário, adjetivo que significa que não terá fim, ou seja, que se inicia, mas não se acaba.

Penso nas frases de efeito: “No fim, o que importa é a caminhada. O fim justifica os meios. É o fim dos tempos.”

Afinal, o fim é bom ou ruim?

Enquanto vivemos, dia após dia, nossos neurotransmissores transportam informações e sensações reforçadas pelo meio em que estamos, como sociedade, mídia e comunidade que nos levam a acreditar que o dia seguinte será melhor e que, no fim, seremos felizes. A busca incansável do amanhã, do que será, do que virá o do que teremos ou conquistaremos.

Do passado lamentamos ou agradecemos. Do presente esquecemos e continuamente buscamos o futuro.

Dia após dia. Deixamos passar despercebida a verdade diante dos nossos olhos. O momento presente, o agora, os passos diários de vida, aprendizado e felicidade.

Eterno, origem etimológica, aeternus, significa um.

A eternidade é agora. Um dia de cada vez e de cada momento que possa ser especial. Para os dias ruins, respire e atravesse. Para os dias bons, respire e então usufrua. Seja, viva, sinta, perceba. Mova, pause, sonhe, aja, fique, vá, olhe, pense, siga.

“Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

Nosso sábio poeta Vinicius de Moraes já refletia sobre o possível tédio da imortalidade já que a chama da paixão, do momento presente é muito mais intensa e calorosa, e enquanto existir esse  momento e for visto e vivido será infinito, amplo, pleno e deliciosamente profundo.

O desejo de chegar ao topo da montanha é mais gostoso do que o próprio topo?

A fisiologia explica. A dopamina, neurotransmissor do foco, cumpre bem essa função fazendo-nos almejar o fim, acreditando que lá será, de fato, melhor e incrivelmente intenso.

Porém outros neurotransmissores da sensibilidade nos lembram de experimentar as sensações da caminhada. O equilíbrio neste processo pode ser mais satisfatório e prazeroso. Então, observar a paisagem, montanhas, céu azul e vales, sentir o vento nos cabelos, aquecer com o sol e refrescar com a chuva.

Pausar para respirar e descansar, se proteger do frio, retornar quando sentir-se apto, ouvir o canto dos pássaros, admirar-se com as lindas flores do caminho, aprender onde tropeçou e observar melhor o trajeto. Planejar a caminhada, aceitar as dores e sorrir quando perceber que conseguiu. Lembrar de hidratar-se e alimentar-se de forma que possa continuar bem e com energia.

Por fim, entender que o esforço valeu a pena e que o prazer esteve em todas a coisas, das pequenas, às enormes, dos desafios, às conquistas.

Sentir a leveza dos dias, o presente da vida e as lições das dificuldades representam o nosso infinito particular que pode durar um minuto ou toda a eternidade, se assim fizermos e desejarmos. O desconhecimento do tempo é que faz toda a diferença para que cada passo seja importante e cada dia bem vivido.

O olhar para o futuro nos permite sonhar e viver o presente nos faz realizar.

Gostou do artigo? 

Quer falar mais sobre o Paradoxo da Eternidade e a importância de viver o momento presente? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Prazer, Clarissa!

Clarissa Marini
https://www.instagram.com/clamarini/

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Clarissa Marini é ginecologista, sexóloga e escritora. Especialista em Uroginecologia e Reposição Hormonal. Autora de Poetizando o Sexo e Inenarrável. É mãe, poeta e amante da vida. Formada há 17 anos, escuta e ausculta almas e corações de suas pacientes.
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