A falta de felicidade no ambiente profissional parece ser um sentimento generalizado, tanto que grandes organizações estão investindo muito nesta área, pois sabem que ela é a porta de entrada para a retenção de talentos, aumento de produtividade e comprometimento com os objetivos estratégicos traçados.
De um modo geral, para atingir estes objetivos, as empresas buscam aprimorar a Inteligência Emocional de seus colaboradores além de iniciá-los na Prática do Mindfulness ou Atenção Plena. Este modelo teve início em uma das gigantes do Vale do Silício e pelo sucesso alcançado multiplicou-se por muitas outras ao redor do mundo.
Pela simplicidade, muitos são céticos quanto aos resultados, alguns creditam o sucesso como sendo um modismo, mas é um método com embasamento nos estudos da neurociência e aprimorado por práticas milenares, portanto se você não crê em sua eficácia como eu também não acreditava, desafio você a experimentar por dois meses, apenas dois meses.
Trata-se de um programa bastante simples e tanto em empresas, quanto em processos de Coaching de Felicidade abordamos três passos muito importantes:
Primeiro Passo: Acalme a sua Mente
Acalmar a mente requer treino e a prática começa com exercícios de respiração, que você pode fazer no próprio ambiente de trabalho quando necessitar. Um estudo de Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts demonstrou que este exercício diminui a ansiedade e acalma a mente em situações de estresse.
Para aplicar este método estudei mais de 200 publicações cientificas (estão à disposição) e percebi que também podem ajudar no tratamento da depressão, ansiedade, estresse e até retardar os efeitos do envelhecimento, como apresentado em um estudo da UCLA nos EUA, o que demonstra que o assunto é bastante pesquisado.
Treinar a atenção na sua respiração exige o comprometimento de um exercício diário de aproximadamente 30 minutos e que pode ser feito antes mesmo de levantar-se. Quando necessário pode-se utilizar a técnica em rápidos exercícios de 2 ou 3 minutos no próprio ambiente de trabalho, e os resultados são surpreendentes.
Com a mente calma, você terá uma grata surpresa do quanto conseguirá produzir e com que facilidade a solução dos problemas vêm à sua mente.
A prática em si não traz a felicidade, porém você conseguir ter domínio sobre as suas preocupações já é um bom avanço.
Segundo Passo: Esteja atento aos momentos de alegria
Parece que vivemos com nosso piloto automático ligado todo o tempo e não prestamos a atenção em pequenos momentos que nos trazem alegria e felicidade. Momentos estes que vão desde tomar um café delicioso, ouvir aquela música que nos traz tantas recordações alegres, até finalmente conseguir comprar aquele bem que tanto queríamos. Nosso dia é repleto de pequenos momentos de alegria que não prestamos atenção, porém temos o péssimo costume de ficar remoendo as coisas negativas, relembrar apenas o que não foi tão bom, o que nos faz permanecer em um estado de infelicidade quase que constante.
Muitas vezes, antes de deitarmos rememoramos nosso dia e apenas lembramos dos momentos ruins, colocando os bons no departamento dos itens esquecidos ou não observados.
O dia em que estivermos atentos na beleza e alegria das coisas simples, nossos dias serão mais coloridos. O segredo é valorizar o positivo e não dar atenção desnecessária ao negativo.
Um estudo publicado no Journal of Clinical Psychology, volume 62 de outubro de 2006, mostra que pessoas que fizeram um diário, durante 2 meses, anotando seus momentos alegres ou que trouxeram satisfação, mudaram o seu comportamento à vida mais alegre e otimista, fazendo-a mais fácil de ser vivida.
Os momentos de alegria e satisfação estão sempre presentes, mas parece que nos condicionamos a não prestar a devida atenção a eles, apenas naqueles que não são tão bons.
Terceiro Passo: Desejar que os outros também sejam felizes
Os pensamentos altruístas trazem felicidade ao nosso inconsciente, mesmo que estejamos acostumados a nos alimentar apenas dos fatos negativos. De um modo geral, pode parecer estranho, mas o ser humano tem mais prazer em dar do que em receber.
A bondade é uma fonte sustentável de felicidade.
Quando nos acostumarmos que “Compaixão”, “Perdão” e “Gratidão” devem fazer parte do nosso comportamento pessoal e profissional, tudo ficará mais fácil para nós mesmos. Temos o costume de nos incomodarmos em demasia com fatos e situações que nada mais podemos fazer, apenas nos envenenar com elas, trazendo-as novamente ao pensamento.
Desejar o melhor às pessoas faz parte de estudos de vários psicólogos e pesquisadores, entre eles Daniel Haybron, Michael Argyle e Fredrickson que afirmam em suas pesquisas que a prática de desejar o bem às outras pessoas modifica a nossa própria vida, aliás este tema já foi sugerido há séculos: Amar ao próximo quanto a si mesmo….
Nenhum destes passos individualmente nos leva à felicidade, mas com os três em conjunto conseguiremos antevê-la e mudar nossos comportamentos perniciosos, afinal ninguém merece passar a maior parte de sua vida, em um ambiente profissional que não lhe traga prazer e satisfação.
Não reclame de seu trabalho, comece mudando a si mesmo que tudo ficará melhor, neste ou em outro ambiente profissional.
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